As cavernas são atrações turísticas e objeto de interesse científico no mundo inteiro, mas no sudeste asiático elas são também lugares de adoração. Saem os espeleólogos e entram os fiés. Os turistas continuam lá, claro, afinal uma caverna convertida em templo pode ser ainda mais interessante do que uma caverna sem fé.
A Malásia é um dos países do mundo onde transformar cavernas em templo é mais comum. De acordo com o site Caves of Malasya, as cavernas da Ásia são lugares religiosos há séculos, principalmente para os hindus e os budistas. Mas espera aí! A Malásia não é um país muçulmano? Sim, mas grande parte da população malaia tem origem indiana e chinesa. Os imigrantes trouxeram outras religiões, que convivem pacificamente. Um certo professor Joseph Hobbs – um indivíduo que nem a santa Wikipédia me ajudou a desvendar quem foi – disse que ‘os mais incríveis e vibrantes usos de cavernas enquanto locais de adoração’ estão espalhados nos cerca de 200 km que separam Kuala Lumpur, capital da Malásia, de uma cidade chamada Ipoh, que é capital de um dos estados malaios. Ao todo existem mais de 50 cavernas que são templos na Malásia. Nós visitamos as três mais importantes – Sam Poh Tong e Perak Tong, que ficam perto de Ipoh, e as mais famosas de todas, as Batu Caves, que ficam pertinho de Kuala Lumpur.
Caverna Sam Poh Tong: imagens dividem espaço com estalactites.
Perak Tong
Meu guia sobre a Malásia diz que os dois principais pontos turísticos de Ipoh são um campo de futebol e o prédio de um famoso banco internacional. E quando eu digo um campo de futebol, entenda campo mesmo: um gramado e nada mais. O que diabos leva turistas para essa cidade? A resposta é Perak Tong, que há quase 100 anos é usada como templo budista. Quase 40 estátuas de Buda tomam conta do lugar, incluindo a maior do país, um Buda sentado com 12 metros de altura. Pinturas decoram as paredes da caverna. Do alto de Perak Tong é possível ter uma vista panorâmica de toda a região de Ipoh, mas para chegar até lá é preciso superar os quase 500 degraus que cortam a caverna.
Sam Poh Tong
Esse templo budista fica na entrada de Ipoh. A caverna foi descoberta por um chinês, que então resolveu morar lá e, é claro, transformar o local em templo. Os jardins de Sam Poh Tong já foram eleitos os mais bonitos da Malásia e servem de moradia para quase 300 tartarugas.
Ipoh fica no caminho entre Kuala Lumpur e a ilha de Langkawi. Uma parada rápida é suficiente para ver as duas cavernas, que ficam na beira da estrada. Os mais interessados (espeleólogo mode on) podem passar alguns dias na cidade e explorar as quase 30 cavernas usadas como templos que ficam na região. No mais, é sábio evitar muito tempo na cidade, que é até simpática, mas não oferece nada pra fazer além das cavernas, do campo de futebol e do prédio do banco.
Batu Caves, a mais famosa da Malásia
Há quem diga que elas são o principal ponto turístico do país, um tipo de Cristo Redentor da Malásia. Mas nem sempre foi assim: alguns séculos atrás as Batu Caves nada mais eram que uma importante fonte de guano para os moradores da região. Até que um mercador indiano avacalhou o negócio dos recolhedores de bosta de morcego e abriu um templo no local, em 1890.
262 degraus levam até o topo da caverna principal e o grande desafio ali passa longe do esforço físico: complicado mesmo é evitar as centenas de macacos que correm atrás dos turistas pedindo comida. E eles quase sempre conseguem, embora algumas vezes seja furtando de humanos desatentos.
Ao lado da escadaria fica a estátua dourada de 42 metros de altura do Muragan, um deus hindu. Além da caverna principal, uma caverna escura que serve de moradia para morcegos, incontáveis baratas e raríssimas aranhas também está aberta ao público, mas para essa atração imperdível é necessário pagar pela entrada. Por isso, não por causa dos morcegos, baratas e aranhas, nós deixamos de lado esse passeio. A terceira caverna que completa as Batu Caves é a Villa, que também cobra entrada, mas não tem morcegos e nem exige que o visitante suba todos os 262 degraus.
As Batus Caves ficam num distrito de Kuala Lumpur, a 13 km do centro da cidade, e o moderno metrô de KL te deixa na porta por menos de R$ 1. As cavernas são o maior centro de adoração hindu fora da Índia.
Leia também: Onde ficar em Kuala Lumpur
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Rafael, quando eu li baratas, aranhas e morcegos, podia ser de graça e ser carregada no colo, que eu não entraria! kkkk… pavor total!
Mas amei as dicas! Quanto tempo de deslocamento entre KL e as cavernas de Ipoh? Como vocês foram? Lembra quanto custou?
Excelente post! Adorei a tônica leve e divertida. Ano que vem estarei lá e já estou montando meu roteiro!
Bjs,
Lily
Blog Apaixonados por Viagens
Fomos de ônibus, Lily. Não lembro o preço, mas a viagem é rápida, coisa de duas horas.
Espeleólogo = melhor palavra
Olá, Rafa! Tudo bem?
s
eu post foi selecionado para a #Viajosfera, do Viaje na Viagem. Dá uma olhada em https://www.viajenaviagem.com
Até mais,
Bóia