Alguns destinos de viagem são feitos para andar até seus pés não aguentarem mais atrás de monumentos, atrações turísticas e coisas interessantes de se ver. Já outros podem te oferecer aquilo que todo mundo chama de férias perfeitas: sombra, água fresca e comida boa. Na minha viagem à França, esse destino era Sète.
Depois de correr de um lado para o outro em Paris e Lyon, em Sète eu pude relaxar. Visitar essa cidade portuária é uma ótima oportunidade para colocar os pés no mar enquanto lê um bom livro, passar a tarde num bar degustando vinhos brancos ou, se você quer fazer como os locais, tomar o tradicional aperitiv – famosa bebida alcoólica da região. Sem pressa, sem check list de atrações turísticas. Apenas aproveitando as belas paisagens, os deliciosos frutos do mar e as diferentes cores do lugar.
Localizada entre o mar mediterrâneo e uma enorme lagoa de água salgada, Sète possui o segundo maior porto da França, atrás apenas de Marselha. A cidade é cortada por diversos canais, que acrescentam algum charme ao local e ainda lhe conferem o apelido de Veneza do Languedoc. Inicialmente povoada por pescadores e rodeada de fazendas de ostras, a cidade é toda voltada para atividades relacionadas ao mar. Duvida? Quem for até lá no verão pode assistir ao tradicional torneio de justas aquáticas, que nada mais é do que uma releitura das justas medievais entre cavaleiros (aquelas que um tinha que derrubar o outro do cavalo). Coloque barcos no lugar dos cavalos e o objetivo de jogar o adversário na água e você tem uma justa aquática. O torneio mais importante acontece no dia 25 de agosto, na Festa de São Luís, e é seguido por um festival de fogos de artifício.
Nos últimos anos, Sète têm recebido um fluxo cada vez maior de turistas, a maior parte deles franceses. É que essa adorável cidade ainda não foi descoberta pelo mundo. Uma pena!
O que fazer por lá
Com 12 km de praias, essa resposta é um pouco óbvia. Mas Sète também oferece outras opções para quem não for tão chegado em água salgada. A mais interessante delas é o Museu Internacional das Artes Modestas, uma galeria completamente livre de Van Goghs, Monets e Picassos da vida. O que tem de legal lá, então? O museu é focado em objetos de arte do dia a dia, como itens religiosos, pratos de porcelana, arranjos de mesa e outros badulaques. É como se sua avó inventasse de fazer uma exposição com todos os objetos que ela usa para decorar a casa. Só que, no caso, essa avó é um monte de críticos de arte especializados, então você pode esperar objetos realmente interessantes (não que eu duvide do bom gosto da sua avó).
Outra opção é fazer um passeio de barco, que leva turistas por entre as águas, de abril a novembro. Nesses barcos é possível fazer uma infinidade de tours, incluindo um especial para crianças e um que te leva para visitar as fazendas de ostras. O passeios saem da quai Général Durand, do lado oposto ao centro de informações turísticas, ou da Pont de la Savonnerie.
Fazenda de ostras
Quem gosta de visitar igrejas pode dar um pulo na capela Notre Dame de la Salette, no alto Mont Saint Clair. Para chegar lá é preciso vencer uma escadaria de 183 metros e 400 degraus. De quebra, você ainda ganha a melhor vista da cidade e da lagoa. Quem é de fé pode fazer uma doação no local e pedir para que a cruz elétrica seja acesa. Do alto do morro também é possível visitar um agradável parque arborizado onde os locais costumam fazer piqueniques regados a vinho e macarronada. Costume herdado dos vários imigrantes italianos que foram viver ali durante a segunda guerra.
Orgulhos de Sète
É impossível ir embora de Sète e não saber um pouco sobre dois de seus cidadãos mais ilustres: George-Brassens e Paul Valery. O primeiro é um cantor muito famoso na França e conhecido no resto do mundo. O segundo, um poeta de igual renome. Em qualquer lugar que se vá na cidade, alguma coisa vai remeter a um dos dois artistas. As homenagens mais importantes, no entanto são o Museu Paul Valery, que reúne obras de arte e fotografias que ilustram e contam a história da cidade, e o Espaço George-Brassens, que conta a trajetória do cantor. E, falando neles, Paul Valery escreveu um poema sobre o cemitério da cidade, chamado Le Cimetiere Marin. Mas não é só por isso que eu acho que o local vale uma visita. O cemitério é inspirador por si só, digno de poesia. Por trás das sepulturas, o lugar oferece uma vista inacreditável do Mar Mediterrâneo.
A viagem à França foi patrocinada pela Hosteling International como prêmio pelo concurso Big Blog Exchange.
Onde ficar em Sète
A cidade é pequena, por isso não tem muito erro. Procure hotéis próximos ao porto, na região central da vila ou perto da praia. Veja aqui algumas opções de hospedagem.
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Olá! Tudo bem? Adorei o seu post porque não se encontra muita coisa sobre Sète. Vi que você chegou à cidade de trem. Eu vou chegar de navio. A cidade é próxima ao porto para ir caminhando, ou vou precisar de outro meio de transporte? Muito obrigada pelas dicas.
Olá Isabela! Que bom que você gostou! O porto está dentro da cidade, mas se você vai precisar de outro transporte vai depender se estará com bagagem e de onde você pretende ir de la. Espero que se encante com Séte!
Um abraço!
A dica que eu diu é que quem quer viajar nao venha a frança tudo igual chato e monótono as vistas sao todas iguais para ter ideia a autora colocou a vista do cemiterio ou seja algo q ela viu de diferente pq o resto afff
Adorei o post , quero muito ir a todas as dicas , gostaria de perguntar qual epoca do ano e melhor ir a Lyon , seves como vc fez o roteiro de 15 dias na França ???
me ajude .
Obrigado !!!
Débora, não acho que exista uma melhor época. Depende de quando você pode viajar, se não quer lidar com muito frio ou muito calor. Dá pra visitar o ano inteiro… Minha viagem foi em junho.
Olá, Natália!
Li seu artigo sobre a cidade de Sète, na França. Muito bom!
Minha avó materna, Geraldina, dizia que meu tio José (seu filho) tinha semelhança com “os Sète”.
Ela contava ter origem francesa, que seu nome vinha de antiga parente. Talvez Geraldine?
Infelizmente minha avó nunca soube dizer qual o sobrenome francês de sua origem. Era uma pessoa muito simples.
Existiu colonização francesa onde minha avó nasceu. São Francisco do Sul/Santa Catarina.
Gostaria muito de saber quando franceses dessa cidade vieram para o Brasil. Creio que no século XIX.
Como poderia obter esta informação?
Saudações,
Oi Natália, muito legal seu post sobre essa cidade.
Estou com viagem marcada para Lyon e estou procurando outras cidades pouco conhecidas para visitar, pode me dizer como chegou até Sète? Foi de ônibus? Estava em qual cidade antes?
Obrigada,
Abraços.
Cheguei de trem, Luíza, nesse post aqui eu conto mais do trajeto: https://www.360meridianos.com/dica/roteiro-viagem-franca-15-dias
Abraços!