Brasileiro que se preze sonha em conhecer Salvador. A capital baiana já foi também capital do Brasil e, além de praias incríveis, é cheia de história e cultura pra mostrar. Não é à toa que esse é o segundo destino turístico mais procurado do Brasil e essa popularidade certamente não é só por causa do carnaval. Para te ajudar a desvendar a cidade, preparamos este guia com o que fazer em Salvador e também outras dicas práticas, como a melhor época para visitar e quantos dias ficar na cidade. Vamos lá?
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Salvador: quando ir e quantos dias ficar
A melhor época para ir a Salvador é no verão, entre dezembro e março, quando os dias são ensolarados e a cidade ferve com o carnaval e as prévias dele. Quem quiser evitar as multidões basta viajar entre os feriados desse período. Entre abril e maio chove bastante, por isso não é o momento mais indicado.
Com quatro dias você consegue ver o principal da cidade, tanto a parte histórica quanto algumas das praias, mas sempre dá para ficar mais, ainda mais se você pretende fazer viagens para locais próximos e passar alguns dias apenas relaxando com uma caipirinha na mão.
Como chegar em Salvador
O Aeroporto Internacional de Salvador fica próximo ao município de Lauro de Freitas, situado a 28 quilômetros do centro de Salvador. De táxi, espere gastar cerca de R$ 50 para as principais zonas turísticas, como as praias e o centro histórico. É importante lembrar que esse valor pode variar de acordo com a demanda e o trânsito no dia.
Há ainda um ônibus que faz o trajeto até a Praça da Sé (com outras paradas no meio do caminho) e custa 4,20. Para quem quer economizar, é a melhor opção. O trajeto completo dura entre 90 minutos e 2 horas e os veículos saem a cada 40 minutos, entre as 5h20 da manhã e 20h25 da noite. Nos fins de semana eles param de circular mais cedo.
Há ainda uma linha de metrô que liga o aeroporto de Salvador à cidade. Para isso, é preciso pegar um ônibus gratuito que passa no desembarque e leva até a estação. De lá você desce na estação Norte, no centro da cidade, e pode pedir um Uber para o seu local de hospedagem. A tarifa custa R$ 3,70.
Como circular em Salvador
Alguns moradores da cidade dizem que pegar transporte público é desaconselhável. Para ser honesta, eu não sei dizer exatamente o quanto isso é verdade e o quanto é exagero, eu sempre sou partidária do uso do transporte público local, mas fica a seu critério. Se for arriscar, faça durante o dia e, de preferência, fora dos horários de pico, para sentir se você se sente seguro e confortável.
Há uma segunda categoria, mais cara, de transporte público na cidade, conhecida como frescão. São ônibus com ar condicionado. Micro-ônibus que fazem os trajetos Iguatemi/Comércio, Iguatemi/Praça da Sé e Imbuí/Praça da Sé.
Táxi e Uber são alternativas para se locomover na cidade, mas se você pretende explorar muitas praias e fazer bate-voltas, dá pra considerar alugar um carro. Se optar por alugar um veículo, não deixe de ler nosso guia completo e com dicas práticas para garantir os melhores preços e coberturas.
Onde ficar em Salvador: dicas de hotéis e pousadas
Como qualquer grande cidade, Salvador possui diversos bairros com ótima infraestrutura turística, com hotéis de luxo, resorts, pousadas e albergues. Alguns dos bairros mais cotados pelos turistas em Salvador na hora de escolher a hospedagem são:
- Barra
- Pelourinho
- Itapuã
- Rio Vermelho
- Ondina
- Jardim de Alah
- Pituba
- Stela Maris
Para quem busca hospedagem em conta, vale a pena conferir o Farol da Barra Suites e Hostel, o Hostel Galeria 13, que fica no centro, e o Hostel Quintal da Sereia.
Na categoria “meio-termo”, há pousadas como a elogiadíssima Pousada e Hostel Chez Marianne, o Monte Pascoal Praia Hotel, a simpática Villa Tropicale e o Hotel Catharina Paraguaçu.
Há ainda diversos hotéis-boutique e resorts de luxo em Salvador. Alguns dos mais recomendados são o Hotel Casa do Amarelindo, que fica em uma mansão colonial, o resort cinco estrelas Hotel Deville Prime, o lindíssimo Iara Beach Hotel Boutique, de frente para o mar, e o Portobello Ondina Praia.
É perigoso viajar para Salvador?
Como muitas outras capitais brasileiras, Salvador é uma cidade que demanda atenção. É evidente que a cidade tem problemas, e a segurança pública acaba sendo um deles, mas não a ponto de se tornar um impeditivo para a viagem. Evite a todo custo andar por certas regiões ostentando câmeras, telefones e outros artigos de valor, em especial no Pelourinho e restante do centro.
Nas praias ao norte, a situação tende a ser um pouco mais tranquila, mas ainda assim é bom ficar sempre atento e evitar lugares ermos, em especial durante a noite. Nada muito diferente do que já estamos acostumados a fazer por aí.
O que fazer em Salvador: principais atrações
As melhores praias em Salvador
A primeira coisa que você vai descobrir em Salvador é que as melhores praias não estão no centro da cidade. Caminhar na orla e sentar nos quiosques pode até ser um passeio bem agradável, mas provavelmente você não vai querer dar um mergulho no mar. Por causa dos altos índices de poluição, as águas do centro são impróprias para banho. Se ainda assim você preferir ficar por ali, as melhores praias na região são Porto da Barra, Farol da Barra e Ondina. Essas são três praias urbanas de Salvador, localizadas mais perto do centro, mas nem sempre estão limpas.
Praia do Farol da Barra em Salvador
Mas se você quiser saber onde ficam as maravilhas que todos comentam sobre a cidade, siga para o norte, em direção ao aeroporto. Lá estão as praias mais famosas, como Itapoã, a favorita do poeta Vinícius.
Stella Maris é bem conhecida dos surfistas, mas quem não tem intimidade com a prancha precisa ficar atento, pois a praia tem ondas fortes e correntes e não são raras as ocorrências de afogamento por ali. Dois membros da minha família já tiveram que ser resgatados por salva-vidas naquelas águas. A Praia do Flamengo também agrada turistas e possui bons quiosques.
Bate-volta à Praia do Forte
Mas a melhor e mais bonita de todas as praias da região fica fora do perímetro da cidade de Salvador. Situada no município de Mata de São João, a Praia do Forte fica a apenas 50 quilômetros da capital e com certeza vale uma visita.
Com 12 quilômetros de extensão, a praia é repleta de piscinas naturais formadas por recifes, coqueiros e um ar de vilarejo de pescadores que é encantador. Uma das principais atrações do lugar é a sede do Projeto Tamar, uma opção de programa educativo para as férias das crianças (e dos adultos também, afinal nunca é tarde para aprender sobre preservação ambiental e ver aquelas lindas tartaruguinhas).
Praia do Forte, perto de Salvador
O local também abriga o único castelo medieval do Brasil – ou as ruínas dele -, a Casa da Torre, construída por uma família nobre qualquer no século 16. O ingresso para visitá-lo é R$ 10 e estudante paga meia. A maneira mais fácil de chegar na Praia do Forte é de carro.
Quem preferir ir de ônibus, a empresa que faz o trajeto se chama Expresso Linha Verde. Os ônibus partem da rodoviária de Salvador às 09:00/10:00/13:00/15:00 e 18:00. A passagem custa em torno R$ 12. Há também partida do aeroporto de Salvador e de outros pontos da cidade.
O que fazer em Salvador: a história do Pelourinho
As aulas de história me ensinaram que um pelourinho era um local de castigo e tortura para escravos. Era uma coluna de pedra, que normalmente ficava no centro de uma praça, onde o escravo era preso e torturado, aos olhos de toda a população.
Salvador foi fundada em 1549, por Tomé de Sousa, que antes de ser nome de ruas e avenidas foi o primeiro governante do Brasil. O principal pelourinho de Salvador ficava no Terreiro de Jesus, uma espécie de praça no ponto mais elevado da cidade.
Ao redor dele havia algumas igrejas e as casas dos soteropolitanos mais ricos. Outros pelourinhos ficavam nas praças hoje conhecidas como Tomé de Souza e Castro Alves. Aos poucos, toda essa região ganhou o nome de Pelourinho. Hoje, no Pelourinho – o bairro – ficam centros culturais, blocos afros, galerias de arte, museus, teatros, restaurantes e muitas igrejas. A lista completa com todas as atrações do Pelourinho com P maiúsculo você encontra aqui. Abaixo, listamos alguns dos lugares que achamos interessantes.
Atrações próximas ao Pelourinho
Terreiro de Jesus
Foi uma área cedida aos jesuítas, durante a criação da cidade. Ali, os religiosos construíram igrejas e um seminário. No Terreiro de Jesus fica a Catedral Basílica, que foi a quarta igreja erguida no mesmo lugar, construída entre 1657 e 1672. Também nesse local fica a Igreja São Pedro dos Clérigos, bem mais novinha: tem só uns 200 anos. Também no Terreiro de Jesus estão a Igreja da Ordem Terceira de São Domingos, além de museus e centros culturais.
Terreiro de Jesus
Igreja e convento de São Francisco
Pertinho do Terreiro de Jesus fica uma das mais importantes construções religiosas do Brasil: é o conjunto formado pela Igreja e Convento de São Francisco. Construída a partir de 1686, a Igreja chama atenção pelo interior, coberto de ouro. Já a fachada é relativamente simples. Sabe aquela mania de listar as sete maravilhas do mundo? Pois é, a Igreja de São Francisco não ficou de fora. Foi eleita como uma das Sete Maravilhas de Origem Portuguesa no mundo. Definitivamente vale visitar.
Igreja de São Francisco de Assis
Ao lado dela fica a Igreja da Ordem Terceira de São Francisco, que tem um tipo de fachada incomum para o barroco brasileiro. O detalhe é que a mesma fachada incomum esteve encoberta por argamassa durante décadas e só no século 20 o projeto original, por baixo da argamassa, foi descoberto. Ou seja: milhares de pessoas que viveram na era da argamassa simplesmente não conheceram a cara dessa Igreja.
Igreja da Ordem Terceira de São Francisco
Praça da Sé
Provavelmente esse é o primeiro lugar do Pelourinho que você vai conhecer, afinal muitos ônibus costumam parar lá. O curioso da Praça da Sé é que ela não existia até a década de 1930, quando os prédios da área foram demolidos. Um desses edifícios era justamente a Catedral da Sé de Salvador, que não existe mais, mas ainda dá nome para a Praça. No lugar dela foi erguido, no final do século 20, o monumento Cruz Caída. Na Praça da Sé ficam alguns museus e galerias de artes.
Monumento Cruz Caída, Praça da Sé
Praça Tomé de Souza, Elevador Lacerda e Mercado Modelo
Foi a primeira praça e local escolhido para a construção de todos os prédios públicos da cidade que nascia. Nesta praça fica o Palácio Rio Branco, antiga sede do governo baiano e um dos mais antigos palácios do Brasil, já tendo hospedado o Imperador Dom Pedro II. O Palácio presenciou um daqueles momentos inacreditáveis da história do Brasil: foi bombardeado em pleno século 20, pelo exército, após ordens do então Presidente da República Hermes da Fonseca. Também ali estão o Palácio Tomé de Souza, sede da Prefeitura, e a Câmara dos Vereadores.
Mas o ponto mais interessante da Praça Tomé de Souza é o Elevador Lacerda, inaugurado em 1863, como alternativa de transporte numa cidade de dois andares. Segundo o site do governo da Bahia, foi o primeiro elevador do mundo usado como transporte público. Funciona 24 horas por dia e transporta 750 mil passageiros por mês. Uma viagem dura 22 segundos e custa R$ 0,25. Nada que estoure o orçamento.
Lá embaixo, não deixe de entrar no Mercado Modelo e passear pelas barracas. Ali você consegue comprar artesanato local e encher a mala de delícias baianas, como a cocada.
Elevador Lacerda
Fundação Casa de Jorge Amado
É formado por dois casarões, doados pelo governo na década de 1980 para a criação de um museu que guardasse a memória do autor baiano. Ou seja: O Jorge Amado não viveu ali, mas não faltam fotos e documentos sobre ele no local, que também guarda o acervo literário do escritor. A verdadeira casa onde morou o Jorge Amado fica no bairro Rio Vermelho e também foi transformada em museu.
Outras atrações no Pelourinho
O Pelourinho ainda tem mais. Não faltam restaurantes de comidas típicas, lojas de artesanato e outros lugares interessantes. Vale destacar a sede do Olodum, que fica na rua Gregório de Matos. E ainda existem outros locais religiosos e blocos afros.
Salvador tem centenas de Igrejas e a maior população de descendentes de africanos fora da África, então é claro que a cidade é um polo cultural dos mais interessantes do mundo. Outro ponto obrigatório de visita é a Igreja de Nossa Senhora do Rosário dos Pretos, construída durante o século 17.
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Ótimo guia de Salvador!
Como soteropolitana, vou dar meus pitacos:
– a Península de Itapagipe tem um dos principais cartões postais da cidade: a igreja do Senhor do Bonfim. Também tem a sorveteria da Ribeira e um dos melhores lugares pra ver o por do sol, na ponta de Humaitá.
– num dia de sábado, veja se está acontecendo a Jam no MAM, show de jazz sempre cheio. Chegue cedo pra visitar o museu e comprar os ingressos.
– também vale a pena fazer um passeio pelas ilhas de Salvador, como ilha de maré e ilha dos frades. Tem empresas que fazem esse tour.
– o bairro mais “boêmio” de Salvador é o Rio Vermelho, cheio de restaurantes, bares e baladas.
– quando estiver no centro histórico, não deixe de ir até o bairro de Santo Antônio.
Ps.: Como usuária do transporte público, eu realmente acho que os ônibus são ruins, confusos e demorados, mas quem vem com pouco dinheiro pode usar o Google maps e a ajuda dos locais.
Obrigada, Zara!
É sempre bom ouvir as dicas de quem mora na cidade!
Vontade de voltar pra essa terrinha aí 🙂
Um abraço!