Minha experiência no Big Blog Exchange

Viajar é minha paixão. Toda vez que eu percorro as distâncias que me separam de algum lugar que eu ainda não conheço eu sinto que a minha vida tem algum sentido. Não existe lugar para comodismo na estrada, já que, a cada curva, nos deparamos com o inesperado. A gente costuma dizer aqui no 360meridianos que é impossível sair para ver o mundo e continuar o mesmo.  Com a viagem para a França não foi diferente.

Nós mudamos um pouco toda vez que experimentamos algo novo. Nesse caso, eu provei queijo com geleia de amora e descobri que misturar salgado com doce nem sempre é uma ideia ruim (vou dar mais uma chance pra goiabada com queijo). Eu coloquei meus pés no Mar Mediterrâneo, comi o famoso Ratatouille – aquele mesmo, o do desenho -, finalmente provei cerejas frescas – que não se parecem nada com aquele chuchu com corante que temos aqui – e me apaixonei (outra vez) por tortinhas de framboesa. Eu também confirmei que detesto polvo, visitei uma fazenda de ostras e conheci a história de um castelo mais velho que o Brasil. Fui a uma partida de um esporte que eu nunca tinha ouvido falar: Cesta Punta, muito popular no País Basco – e descobri que existe uma equipe em São Paulo, tão perto de casa. E as casas no País Basco são sempre brancas com detalhes em vermelho e verde, pequenas coisas que eu nunca ia descobrir do conforto do meu sofá.

Essa foi também a minha primeira viagem sozinha. Cada vez que eu conseguia encontrar o trem certo ou andar até o meu hotel carregando todas as minhas coisas por ruas desconhecidas era uma superação. Como se eu dissesse “Ei, tá vendo? Eu consigo me virar!”. Mas superação mesmo foi tentar falar francês algumas vezes e, mesmo que eu só fosse capaz de pronunciar algumas poucas palavras, eu percebi que conseguia entender o que as pessoas tentavam me dizer, ainda que minha última aula de francês tenha sido há séculos.

Leia também: 5 motivos pelos quais você deveria viajar sozinho

Como essa foi a minha segunda viagem à França, eu tive a chance de ir mais fundo na cultura local, já que a lista clássica de coisas para ver em Paris já estava completa. No interior do país, eu pude perceber que a França é mais que o glamur parisiense. É também um lugar rural, ensolarado e quente, casa de surfistas e pescadores e tem boa parte do território coberto por pequenas vilas e lugares onde o tempo passa devagar.

Você pode achar que essas mudanças são pequenas e superficiais. Você deve estar certo. No entanto, nós somos o resultado de nossas experiências e memórias. São esses pequenas descobertas que te fazem criar um entendimento global. Aprendendo com locais, nós expandimos nossa visão de mundo e descobrimos que nós não somos tão diferentes uns dos outros, no fim das contas. Mesmo com toda a distância que nos separam da França, de um povoado na Índia ou de uma praia na Tailândia. Viajar torna o resto do mundo um lugar mais próximo.

A aventura do Big Blog Exchange acabou. Obrigada a você que acompanhou essa jornada aqui no 360merianos ou no The Green Geekette. E para você que não acompanhou, não se preocupe. Eu ainda tenho muito a contar e vou transformar todas as vivências que tive em posts especiais aqui no blog. Aguardem as próximas postagens! 😉

A viagem à França foi patrocinada pela Hosteling International como prêmio para o concurso Big Blog Exchange. 

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Natália Becattini

Sou jornalista, escritora e nômade. Viajo o mundo contando histórias e provando cervejas locais desde 2010. Além do 360meridianos, também falo de viagens na newsletter Migraciones e no Youtube. Vem trocar uma ideia comigo no Instagram. Você encontra tudo isso e mais um pouco no meu Site Oficial.

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