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15 motivos para se apaixonar por Porto Alegre

Foi de repente. O Boeing 737 tinha pousado em Porto Alegre há menos de 30 minutos. Eu desci do avião, peguei um táxi e pronto: estava apaixonado pela cidade.

Isso aconteceu em março, naquela que foi a minha primeira – espero que de várias – passagens pela capital gaúcha. E olha que eu não esperava muito dessa viagem. Comprei minhas passagens numa promoção e logo resolvi que ia fazer um caminho incomum para turistas. Decidi ficar só na capital, deixando Gramado, Canela e muitos lugares interessantes do Rio Grande do Sul para outras ocasiões. Não me arrependi.

Neste texto, tento explicar os motivos que me levaram a amar POA. Aos leitores gaúchos, sempre tão presentes aqui no 360, um lembrete: este texto foi feito por um mineiro, que não conhece Porto Alegre tão bem assim, mas já considera pacas a cidade.

O sotaque

Em todo lugar do Brasil que vou, presto atenção na forma das pessoas usarem nossa língua. Eu ainda estava no táxi, indo para a Cidade Baixa, quando o taxista começou a soltar bahs e tris, expressões típicas daquilo que a Wikipédia chama de Dialeto Gaúcho. Ao longo dos seis dias que fiquei na cidade, descobri que o “tri” tem as mais variadas funções (tribom, trilegal, triperto…)

Português Gauchês, como não amar?

Povo simpático

Desci do táxi e fui para o hostel, na Cidade Baixa. Confesso uma coisa: meu nível de organização nessa viagem foi próximo do zero. Assim que cheguei em POA, tentei descobrir o que tinha para fazer por lá. E não faltou quem se oferecesse para me ajudar. Até mesmo estranhos que me viram na rua, com cara de turista perdido (e um mapa enorme na mão).

Comida

A comida de POA vai muito além do churrasco. Teve pastel, pizza, comida no quilo e de feirinhas de rua. Tudo muito bom e com um toque gaúcho.

Mercado de Porto Alegre

Os bares

Amigos gaúchos, em BH a gente não tem a sorte de ter um Guaíba. Sem rio, lago ou mar, o que nós fazemos por aqui é ir para o bar. Por isso, me senti em casa ao ver a quantidade de bares interessantes em bairros como a Cidade Baixa e o Moinhos de Vento. Só para citar dois – tenho certeza que POA tem bares bons por toda parte. Aceito indicações para as próximas viagens. 🙂

As cervejarias

O bairro Anchieta, na Zona Norte de Porto Alegre, virou um polo cervejeiro. São nove cervejarias artesanais, algumas delas listadas entre as melhores do país. Só falta esse roteiro pelas cervejarias porto-alegrenses cair na boca do turista.

As ruas arborizadas

Quem ganhou a fama foi a rua Gonçalo de Carvalho, carinhosamente chamada de a mais bonita do mundo. Mas eu vi um monte de ruas repletas de árvores, cada uma mais bonita que a outra. Uma das razões para caminhar ser um ótimo passeio em POA, que tem quase uma árvore por habitante.

Veja também: Gonçalo de Carvalho, a rua mais bonita do mundo

O Guaíba

Todo mundo achava que era um rio, até que pesquisadores descobriram que o Guaíba é um lago. Mas a verdade é que os gaúchos tratam ele como mar mesmo. Basta pensar na Rua da Praia, nos passeios de barco e pela orla do Guaíba. Boa parte do charme de POA vem do lago que um dia foi rio.

Veja também: Como são os passeios de barco pelo Guaíba

O pôr do sol

Por falar no Guaíba, os gaúchos juram que o pôr do sol por lá é um dos mais bonitos do país. E dos mais concorridos também: esse é um dos passeios favoritos de quem mora em POA, que todo domingo corre para a Usina do Gasômetro (ou para outros lugares) para testemunhar o fim do dia. E com razão.

Cidade com história

Eu gosto muito de Belo Horizonte, minha cidade natal, mas Beagá é jovem perto de cidades como Porto Alegre e seus 243 anos. POA tem muita história para contar. Basta percorrer as ruas do Centro Histórico para perceber isso – com direito a pausa para um cafezinho no Mercado.

O Grenal

O taxista que me levou do aeroporto para o hostel era torcedor do Inter. O que me levou do hostel para o aeroporto torcia para o Grêmio. Com cada um deles, ouvi argumentos e paixões diferentes, a mesma coisa que senti nas ruas.

É claro que ter um povo apaixonado por futebol é algo comum no Brasil, mas foi interessante presenciar isso de fora e ver como o mundo da bola pode movimentar uma cidade inteira.

Jeitão de metrópole, simpatia de cidade do interior

Com mais de quatro milhões de habitantes, Porto Alegre é a quarta maior região metropolitana do Brasil (e uma das 80 maiores do mundo). Mesmo com tanta gente morando lá, não senti na cidade aquele clima caótico tão comum em grandes metrópoles.

Centros culturais que não acabam mais

São vários centros culturais, começando pela Casa de Cultura Mário Quintana, que funciona num antigo hotel onde o poeta morou. E tem ainda o Santander Cultural, que um dia foi banco, o Centro Cultural do Gasômetro, que um dia foi Usina, e o Solar dos Câmara, só para citar alguns.

POA é literatura

Mário Quintana, Érico Veríssimo, Moacyr Scliar e Luís Fernando Veríssimo. Embora alguns desses escritores não tenham nascido em POA, a cidade foi marcante na vida de todos eles. E de muitos outros. Por tudo isso, Porto Alegre é uma importante casa da literatura brasileira. Talvez isso explique a Feira do Livro de Porto Alegre, uma das mais antigas e famosas do Brasil.

Feiras de rua

Sei lá você, mas eu gosto muito de feiras de rua. A parede da minha sala ganhou dois quadros pequenos, ambos comprados no Brique, feira que ocorre aos domingos, no Parque da Redenção. E a cidade ainda tem o Caminho dos Antiquários, que ocorre aos sábados.

O Brasil não seria o mesmo sem os gaúchos

Nem sem o chimarrão. Ou sem o churrasco gaúcho, o bah e o tri, sem o Grenal, sem os escritores, poetas e artistas do Rio Grande. O estado mais ao sul do Brasil (e sua capital) representam muito para o nosso país. E isso já é um baita motivo para ir para lá. Por tudo isso, Porto alegre é uma das capitais mais interessantes do Brasil. E ainda desconhecida por muitos viajantes.

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Rafael Sette Câmara

Sou de Belo Horizonte e cursei Comunicação Social na UFMG. Jornalista, trabalhei em alguns dos principais veículos de comunicação do Brasil, como TV Globo e Editora Abril. Sou cofundador do site 360meridianos e aqui escrevo sobre viagem e turismo desde 2011. Pelo 360, organizei o projeto Origens BR, uma expedição por sítios arqueológicos brasileiros e que virou uma série de reportagens, vídeos no YouTube e também no Travel Box Brazil, canal de TV por assinatura. Dentro do projeto Grandes Viajantes, editei obras raras de literatura de viagem, incluindo livros de Machado de Assis, Mário de Andrade e Júlia Lopes de Almeida. Na literatura, você me encontra nas coletâneas "Micros, Uai" e "Micros-Beagá", da Editora Pangeia; "Crônicas da Quarentena", do Clube de Autores; e "Encontros", livro de crônicas do 360meridianos. Em 2023, publiquei meu primeiro romance, a obra "Dos que vão morrer, aos mortos", da Editora Urutau. Além do 360, também sou cofundador do Onde Comer e Beber, focado em gastronomia, e do Movimento BH a Pé, projeto cultural que organiza caminhadas literárias e lúdicas por Belo Horizonte.

Ver Comentários

  • Nossa! Saudade de lá viu... Sou de BH (e até amo, rsss), mas se tem uma cidade que por mim, voltaria sempre, é Porto Alegre. Acho que só nunca moraria lá, pra não acabar o encanto! Rsssss

  • Eh muito bom ver alguem elogiando a minha cidade natal, so pra variar, hahaha.
    Parabens pelo post, mantenham o bom trabalho!

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Rafael Sette Câmara

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