Por que fazer intercâmbio em um país incomum?

A Débora Resende é leitora aqui do 360, tem 21 anos e também é autora do blog Foco no Mundo. Ela já fez dois intercâmbios e compartilhou conosco um pouco de suas experiências.

Eu já fiz dois intercâmbios, um para os Estados Unidos e um para a Sérvia. As duas experiências foram incríveis, mas a Sérvia foi uma das melhores surpresas da minha vida.

Eu decidi que queria ter uma experiência de trabalho no exterior  (via Aiesec, que conheci através do 360meridianos) e mesmo sabendo que seria mais difícil, eu queria ir para a Europa. Passei meses procurando, e quando já havia perdido as esperanças surgiu a oportunidade de ir para Belgrado, a capital da Sérvia. Eu aceitei sem pensar duas vezes, pois era a minha chance de viver uma experiência em um país bem diferente e que não passava pela minha cabeça conhecer tão cedo.

O problema foi na hora de contar para as pessoas para onde eu estava indo. Algumas faziam careta, outras confundiam Sérvia com Síria e ficavam apavoradas achando que eu estava indo para a guerra! Muitas perguntaram: “onde fica a Sérvia?” Mas a pergunta que eu mais ouvi foi: “Por que você escolheu um país tão estranho?”. Na verdade, foi a Sérvia que me escolheu e eu não trocaria essa experiência por nada no mundo!

Sei que dá um pouco de medo ir para um país que não se ouve falar muito, onde se fala um idioma que você não conhece e você não faz ideia de como é a cultura daquele povo. Mas, na verdade, é isso que faz com que a experiência seja mais surpreendente e enriquecedora.

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Leia mais sobre as experiências da Débora na Sérvia

Chegando lá, descobri que a única coisa estranha é o fato de usarem um alfabeto diferente do nosso, o cirílico. Mas por que não fazer disso mais uma oportunidade de aprender? Saí de lá lendo tudo em cirílico e ainda aprendi algumas palavrinhas em sérvio.

Além disso, trabalhei em uma empresa de T.I super legal com um sistema de trabalho diferente, tive um chefe que me ensinou muito, comi muita coisa diferente, conheci gente do mundo inteiro e me encantei com a hospitalidade dos sérvios. Um dos meus principais objetivos era melhorar o inglês, e mesmo estando em um país que fala outro idioma, era em inglês que eu me comunicava com todo mundo e tive uma melhora imensa.

O custo de vida na Sérvia é muito baixo, pois a moeda é um pouco desvalorizada, então é um ótimo destino para quem quer fugir do dólar ou euro nas alturas. E ao contrário do que muita gente pensa, Belgrado é uma cidade muito segura.

Durante o intercâmbio eu fiz uma viagem para Montenegro, outro país que talvez eu nem conheceria se não tivesse passado um tempo na Sérvia. Ir para um país que não é tão popular, além de mais desafiador, pode ser mais barato e vai ser uma oportunidade de viver coisas que você nunca imaginou.

Quando fui para os Estados Unidos também foi uma experiência incrível, mas lá eu vivi uma cultura que eu já conhecia, que eu sempre via nos filmes e programas de TV. No fim, eu amei a experiência mas percebi que aquela cultura já fazia parte da minha zona de conforto, pois eu já estava acostumada com aqueles costumes, mesmo morando em outro país.

Na Sérvia eu fui conhecer uma cultura nova, bem diferente do que eu já estava acostumada e realmente descobri o que é “sair da zona de conforto”. E é por isso que eu defendo a ideia de escolher um país “incomum” para fazer intercâmbio.

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Blog de três jornalistas perdidos na vida que resolveram colocar uma mochila nas costas e se perder no mundo.

Ver Comentários

  • Camilla, Luiza, Débora e Natália.... Incríveis, todos os relatos, sempre.
    Me enchem de vontade de fazer o mesmo.

    Podem me ajudar?

    Apesar dos textos, continuo com dúvidas e medos.

    Quero fazer um intercambio para aprimorar meu inglês também, que está entre o básico e o intermediário, mas não quero aquela coisa de agência. Gastar uma grana num projeto fechadinho de intercâmbio. E gostaria de fugir dos países comuns como Estados Unidos. Tinha até pensado em, de repente, agregar aprendizado da língua e trabalho.

    Nunca viajei pra fora do país,e não conheço muitas pessoas que já fizeram intercâmbio, então fico assim, sem saber como ir sem gastar tanto dinheiro e como otimizar essa experiência, uma vez que quero tentar fazer por conta. Vocês frequentavam escolas de línguas? Ou o aprendizado se deu só pela vivência com os locais? Chegaram a trabalhar também ?

    • Oi, Anna! Também já tinha feito um intercâmbio nos EUA e depois de tanto estudar no Brasil acabei alcançando a fluência no idioma. Não fui com agência: minha universidade tem um programa de intercâmbio com inúmeros acordos fechados com várias universidades ao redor do mundo, o que facilita muito pois não temos que pagar nada para estudar. Assim, só tive gastos com a viagem em si, o que ficou também conta por ter sido a Turquia o país de minha escolha (sim, esse lugar é muito barato, fica a dica). A AIESEC é realmente uma boa opção, mas tenha certeza de que tudo está fechadinho com eles porque alguns problemas podem acontecer (já ouvi alguns relatos não tão legais de pessoas que tentaram fechar um intercâmbio com eles). Mas enfim, tem pessoas que deram muito certo e aconselho você a tentar. Realmente, intercâmbio fechado em outras agências fica BEM mais caro, mas eu acho que com planejamento e foco tudo é possível. Fico à disposição para tirar mais dúvidas e espero ter ajudado! :)

    • Oi Anna :) eu já tinha feito um intercâmbio para estudar inglês nos EUA, então meu inglês já era intermediário. Esse intercâmbio que fiz na Sérvia foi para trabalhar, e mesmo sem estar estudando meu inglês melhorou demais pelo contato com os locais e os outros intercambistas. Se você nunca fez um intercâmbio e tem um pouco de medo, eu acho que a agência te ajudaria a ficar um pouco mais segura. Dá uma olhada na AIESEC, que é a organização que eu e os autores aqui do blog fizemos nosso intercâmbio. É mais barato e tenho certeza que você terá uma experiência incrível de trabalho em algum país não tão comum :) Se você decidir estudar, fica mais ou menos o mesmo preço ir por conta ou por agência, e se decidir trabalhar é mais dificil encontrar emprego sozinha. Espero ter ajudado, se precisar de mais alguma coisa estou à disposição! :)

      • Ajudou muito sim. Inclusive, já li vários dos relatos aqui do blog sobre o contato com os locais, contato com outros intercambistas, outro turistas, e também sobre a AIESEC. A questão da AIESEC é que, segundo me informaram aqui em Curitiba, só é válido pra que ainda está estudando.

        Eu já me formei há cinco anos. Mas talvez tenham me informado errado. Nestes ultimos dias tenho pesquisado bastante, e com as dicas de vocês acho que estou num bom caminho :)

        Obrigada pelo retorno.

  • Daqui a 11 dias parto pra um intercâmbio de 5 meses na Turquia e já ouvi de tudo: "menina, e o Estado Islâmico??". LIGUEI O FODA-SE, me apoiei no suporte que meus pais e alguns amigos estão me dando e vou. Já fiz intercâmbio pra Califórnia, foi tudo lindo mas foi fácil. Quero aventuras. Me coloca à disposição pra escrever pra vocês! :)

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