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Por que viajar sozinha não é o contrário de ir acompanhada

Não tenho a estatística exata, mas volta e meia, quando compartilhamos algum texto sobre as vantagens e possibilidades de viajar sozinha/sozinho, recebemos um ou mais comentários do tipo: aff, mas viajar com meu companheiro(a) é muito melhor. Teve uma moça que até falou que era preciso empoderar a ideia de viajar acompanhado. Ahn? Viajar sozinha não necessariamente significa o oposto de viajar acompanhada. Significa um tipo diferente de viagem, assim como viajar com filhos, viajar com amigos, viajar com o namorado, viajar com o cachorro são só formas diferentes (mas não opostas) de fazer uma coisa que a gente adora: viajar.

Mas, vamos lá, estamos aqui para conversar e debater ideias, e a discussão de hoje pode parecer simples, mas é muito mais complexa que isso. Pesquisei algumas espécies de mitos, coisas que aparecem nos comentários de posts aqui no blog e nas redes sociais, quando alguém levanta bandeira de viagem solo. Tudo bem explicadinho – aqui está o que realmente queremos dizer sobre viajar sozinha:

Leia também: Por que viajar sozinha é tão libertador

5 reflexões sobre viajar sozinha

Quando dizemos que viajar sozinha é muito legal, assim no feminino e direcionado para mulheres, não quer dizer que homens também não podem e devem viajar sozinhos. Só que, na nossa sociedade, é muito mais tabu uma mulher ir solo do que para um cara. Todo mundo diz que é mais perigoso, aponta dedos e fica mais intrigado ao ver uma mulher sozinha do que um homem.

Quando dizemos que viajar sozinha é libertador e divertido, não estamos dizendo que viajar com marido/namorado/amigos é ruim ou errado. Muito pelo contrário. Estamos dizendo que se você não tiver companhia, não deveria deixar de viajar. E que mesmo se você tiver companhia, mas quiser ir sozinha, também é muito legal.

Quando dizemos que viajar sozinha é um exercício de aprendizado e autoconhecimento, não estamos dizendo que somente sozinha você vai conseguir essas coisas. Mas é uma oportunidade para descobrir melhor sobre a sua própria companhia e capacidade de resolver problemas.

Quando dizemos que viajar sozinha é empoderador, não estamos dizendo que a pessoa tem que voltar e cortar todos os vínculos, ou vai se tornar uma egoísta abandonadora de lares. Estamos dizendo que uma jornada solo pode ser capaz de transformar a nossa percepção sobre nós mesmas e nossas capacidades.

Por fim, quando dizemos as vantagens de viajar sozinha, estamos falando de experiências pessoais (e de várias outras mulheres e homens também) que fizeram isso e provam que não é preciso nem tanta coragem, nem tanto dinheiro para sair por aí por conta própria. Certamente, não precisa ser bom para todo mundo, mas é possível que seja uma excelente opção para muita gente – só faltava um empurrãozinho para embarcar numa jornada inesquecível.

p.s. Sobre os comentários lá do primeiro parágrafo, aqueles sobre empoderar casais. Vamos lá né, gente, casais (heterossexuais, no caso) não precisam ser empoderados porque já são a norma na nossa sociedade. Escrevi mais sobre isso neste texto sobre pressões sociais, família, filhos e escolhas diferentes. Vale a pena dar uma olhadinha 😉

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Luiza Antunes

Luiza Antunes é jornalista e escritora de viagens. É autora de mais de 800 artigos e reportagens sobre Viagem e Turismo. Estudou sobre Turismo Sustentável num Mestrado em Inovação Social em Portugal Atualmente mora na Inglaterra, quando não está viajando. Já teve casa nos Estados Unidos, Índia, Portugal e Alemanha, e já visitou mais de 50 países pelo mundo afora. Siga minhas viagens em @afluiza no Instagram.

Ver Comentários

  • Viajar sozinha ou até mesmo com amigos que não incluam o namorado ou um parente causa comentários desnecessários ou questionamentos por parte dos outros. Os quais normalmente não têm absolutamente nada a ver com a sua viagem ou vida. Esse ano vou para minha primeira viagem 100% sozinha. Não conheço ninguém na cidade nem vou ficar na casa de amigos. Acho que vai ser uma ótima oportunidade de conviver comigo mesma, sem obrigações com ninguém só comigo. Afinal como eu sou a louca da viagem quando vou com mais gente ainda sobra pra mim organizar, lembrar todos dos horários e planos do dia fazer fotos e isso cansa.hehehe A verdade é que mal posso esperar por essa viagem toda minha ?e vocês do 360° meridianos sempre sendo incríveis em inspirar minhas viagens e blog. Obrigada por todas as dicas compartilhadas.

    • oi Julia,

      Boa viagem para você! Tenho certeza que vai amar.

      ps. Até hoje ando com o abridor de garrafa do Fora da toca =)

  • Oi, sempre leio os comentários sorrindo. Adoro seus posts Luiza, vc sempre me estimula! Eu me separei depois de 25 anos, perdi o chão e estou me preparando para minha terceira viagem solo. Sempre vou com medo, tenho dores de barriga, choro na véspera, me pergunto: onde estava com a cabeça?! Mas no fim.... Adoro a experiência rsrs

  • Ahhh Luiza,é incrível viajar sozinha, se permitir, se perceber, seu texto relata o que penso, viajar com outros é muito legal, mas um tempo nosso é especial!

  • Estou para fazer minha primeira viagem sozinha MESMO e primeira vez no exterior. Dá um frio louco na barriga? E como dá! Mas é um frio gostoso, porque é aquele medo do desconhecido mas para fazer e conhecer coisas muito bacanas.
    Enfim, você tem razão sobre a diferença entre homens e mulheres viajando sozinhos. Um homem sozinho está mais propenso a escutar coisas como "nossa, como você é aventureiro" e uma mulher pode ouvir "viajar sozinha? você está louca?". Uma mulher sozinha andando por aí pode ser um alvo vulnerável? Sim, infelizmente, mas acho que é um risco que corremos até mesmo na nossa própria cidade.
    Já viajei com pessoas e pode ser incrível (depende das pessoas, claro XD). Por que viajar sozinha não pode ser incrível TAMBÉM? Poxa vida, vou ter minha própria companhia, como vai ser ruim se eu sou uma pessoa maravilhosa? (aquelas HAHAHAHA)

  • Adorei o Post ! Fantástico !
    Eu viajo sozinha desde meus 18 anos, e de lá pra cá tenho conhecido pessoas maravilhosas e vivido experiências inefáveis pelo Brasil e Exterior.
    Tudo isso mudou a minha perspectiva de mundo e das pessoas ao meu redor, de quem sou e do que quero para a minha vida.
    Parabéns Luiza, adoro os posts de vocês.

  • Viajar sozinha tb é muito bom e realmente nos traz muito disso que vc citou no post. Viajei poucas vezes sozinha no Brasil, pq ainda fico com vergonha de responder aos outros que vou sozinha, para o exterior me sinto mais livre.
    Ainda estou tentando mandar um "foda-se" pra todo mundo hahaha

    • Eta Erika, deixa essa vergonha de lado que ninguém paga as suas contas! Dou toda a força para você mandar esse foda-se logo para todo mundo que não tem nada com a sua vida =D

  • Em Março realizarei a minha primeira grande viagem solitária para o exterior. Digo isso porque já fiz uma pequena viagem para Santiago e gostei muito, porém, em razão, principalemente da dificuldades com a lingua estrangeira fui postergando....Já fiz duas grandes viagens ao exterior com um grupo de amigos (Europa e Ásia)e tendo ganhado alguma experiência e não conseguindo encaixar outros amigos para irem comigo, resolvi programar uma viagem solitária para a peninsula balcânica. Acredito que será uma experiência que irá adicionar muita coisa em minha vida....

  • Eu tenho 61 anos e viajo sozinha regularmente.O segredo é planejar. Já me cansei de perder tempo esperando as pessoas acharem o momento certo. Já fui sozinha para Cancún, Alter do Chão, Miami, Nova York, fora as cidades brasileiras. Às vezes escolho mal um hotel ou dá alguma coisa errada e pelo menos não tem ninguém no meu ouvido reclamando rsrs. Tenho um blog onde conto tudo: virginiacgaleria.blogspot.com.br
    Parabéns pelo seu site, gosto muito.
    bjs

    • Obrigada pelo comentário Virginia, adorei. Tbm viajo sempre sozinha, tenho 63 anos, como mochila ou mala lá estou eu! O importante e descobrir novos horizontes! Bjsss

  • (não sei se vou postar esse comentário... eu sempre escrevo e desisto... mas vamos lá)

    Eu ando pensando nisso, nessa questão de viajar sozinho(a), desde a questão de viagem como autodescoberta que era algo tão comum e cotidiano há alguns anos, e ainda é comum e não causa estranhamento no Japão. (lembrando que o livro que fez do Paulo Coelho um milionário é justamente um livro de viagem...)

    O Japão é/foi o país onde mais se viajava (primeiro internamente e depois.. bem, quem tem idade lembra do esteriótipo do turista era justamente um japonês, com roupas engraçadas, chapéu e máquina fotográfica... E eu sempre penso no porquê disso. Como é que um país que não tinha descoberto a roda, ou não queria usar, sei lá, criou-se a cultura de viajar, de andar pelo país? E como é que no Brasil a ideia de sair pelo país só criou a ideia do retirante? Depois dos anos 70, quem anda pelo país é um hippie dorme-sujo.

    (pronto, lembrei porque nunca posto os meus comentários... porque sempre me chamam para resolver uma coisa, e perco o fio da meada - srsrrs. Mas vai assim mesmo.)

    Obrigado pelo site.

    • Que interessante sua reflexão Ronaldo. Só não entendi porque você disse que o Japão é um país que ainda não tinha "descoberto a roda" sendo que o Japão é um país bastante avançado?

      Pode comentar mais, sempre que quiser!

    • Obrigada Ronaldo pelo comentário achei fantástico. Não deixa de poster é muito bom ler relatos com novos relatos. Amo viajar, e sozinha por sinal....Rssssss

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Luiza Antunes

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