“A trilha termina num banquinho que convida para o descanso depois de uma subida íngreme. Imagino a paisagem que um casal de namorados ruivos e sardentos vestindo kilts teria numa tarde de verão: as montanhas coloridas das Highlands, um castelo, o topo do Ben Nevis pintado de branco, um lago refletindo o sol. Mas hoje sou só eu, a neblina e a vista que não dá para ver. Lembro da garrafa de single malt local, tiro-a da mochila e bebo acompanhada de um chocolate e dos meus próprios pensamentos”.
Mas você vai sozinha?, da Gaia Passarelli, é um livro de histórias. Um livro sobre viagens. Sobre ser mulher. E também sobre música, perdas, amores, aventuras e questões cotidianas. Não espere que as dezessete histórias (sem contar o prólogo e o epílogo) de Gaia sejam um guia para viajar sozinha. Como vocês podem ver pelo trecho acima, o que você pode esperar do livro é viajar com a autora, sonhar com os destinos visitados e se engajar com o bom humor e sensibilidade que ela escreve suas crônicas.
Além disso, Passarelli é jornalista, ex-VJ da MTV e também é blogueira do “How to travel light“. Assim, outro ponto que é muito positivo do livro é que são histórias únicas.
Eu li Mas Você vai Sozinha? ao longo dos três meses em que estive no Brasil. Para uma leitora rápida como eu, parece tempo demais para terminar um livro. Mas esse é um período sempre delicado para mim, porque são basicamente os 100 dias do ano que passo perto da minha família e amigos. Assim, foi reconfortante poder ler pequenas histórias ao longo desse tempo que me faziam viajar e refletir sobre minhas próprias aventuras.
Índia, Portugal, Peru, Brasil, Estados Unidos, Inglaterra, Escócia, Itália estão entre os destinos explorados por Gaia. As narrativas falam das pessoas e cenários encontrados e de como uma mulher sozinha (mas nem sempre) vivenciou esses momentos.
Numa das minhas partes favoritas, “Jantando Sozinha em Nova York”, ela me lembra de todas as vezes que eu comi sozinha num restaurante:
“Das coisas nem tão legais de viajar sozinha, uma das mais chatas são essas refeições solitárias em lugares familiares. Pior quando seu prato de arroz com camarão vem dentro de um abacaxi com um tipo de enfeite brilhante que parece uma vela de aniversário. Meu exuberante abacaxi enfeitado chamou a atenção da família na mesa ao lado. Mesmo achando crueldade por parte do pessoal do salão, encarei meu arroz com camarão sob os olhares de pena do pai, da mãe e das duas meninas”.
Apesar de nunca uma família gentil ter me incluído sem eu querer em sua mesa, incontáveis vezes já me encararam com pena. E tantas vezes leitoras aqui do blog já relataram como se sentem incomodadas sozinhas num restaurante em qualquer lugar do mundo.
As ilustrações do livro também são incríveis, trabalho da artista plástica Anália Moraes.
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Jantei em restaurante sozinha muitas vezes, tô nem aí. Lá em Roma, em Lisboa, no Japão, em Gramado.
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