Para todo mundo que sonha em ser nômade digital, freelancer ou ter algum negócio de internet que permita trabalhar de qualquer lugar, é sempre bom lembrar que existe a parte prática, que é conseguir trabalhar enquanto você viaja. Depois de quase seis anos de história do 360meridianos, a experiência de cumprir as tarefas e demandas de trabalho durante a viagem foi se acumulando e hoje em dia posso dizer que eu realmente consigo fazer o meu trabalho bem mesmo quando estou na estrada e não tenho uma rotina certinha.
Se organize muito antes da viagem
Essa dica é primordial, inclusive para quem só quer trabalhar de casa. Estipule um horário e esteja treinado para executar seu trabalho nele. Por exemplo, no início de 2017, a gente definiu que a “empresa 360meridianos” exigiria um determinado número de horas de dedicação diárias, com descanso aos finais de semana.
Com isso, passamos a ter horário de trabalho, mesmo que adaptado para diferentes fusos, e a enviar relatórios diários. Além disso, também temos uma lista de tarefas a cumprir semanalmente. Antes de realmente organizar o sistema de relatórios e horários de trabalho, confesso que as tarefas costumavam passar semanas sem serem cumpridas.
O grande truque de conseguir estabelecer essa rotina de horas trabalhadas e relatórios é que você passa a ter uma noção exata de quanto rende em um dia de trabalho, de quanto tempo leva para executar determinadas tarefas e como pode conseguir fazer para cumprir tudo isso quando estiver viajando.
Cuidado na hora de montar o roteiro
O roteiro da viagem vai ser chave para você conseguir trabalhar ou não. Importa mais do que wifi do hotel onde você estiver hospedado. Em primeiro lugar, se todo mundo falar que só precisa ficar um dia naquela cidade, fique dois. Se você não está de férias enquanto viaja, mas quer aproveitar os lugares que visita, vai precisar cumprir rigorosamente o mantra de “menos cidades em mais dias”.
Nem sempre isso é possível. Às vezes uma cidade ou um passeio vão tomar mais tempo, mas se o resto do seu roteiro estiver bem balanceado, com dias e horas extras para poder trabalhar, fica tudo mais fácil.
Ah, importante dizer, na minha última viagem eu não estava de férias, mas meu companheiro estava. Ele era muito tranquilo em respeitar meus horários de trabalho. Se você também tiver que viajar com alguém que não precisa trabalhar, conversem muito antes e criem estratégias para que isso não vire uma dor de cabeça.
Não esqueça dos equipamentos
Carregadores de todos os equipamentos eletrônicos, pendrive, HD Externo e adaptadores de tomada são imprescindíveis. Você também pode precisar de algum aplicativo específico ou documento. Enfim, pense bem o que é essencial para seu trabalho e faça uma lista para não esquecer de levar tudo com você. Já fiz viagem de trabalho em que colegas se esqueceram do adaptador de tomada e tinham que ficar disputando o empréstimo do único disponível no hotel.
Horas de trabalho durante a viagem
Não adianta pensar que em um ou dois dias você vai conseguir cumprir todas as tarefas da semana, porque isso é impossível. Tudo bem, você também não precisa passar todos os dias da viagem cumprindo as horas de trabalho, mas se você já organizou seu tempo antes, vai conseguir, ao montar o roteiro, balancear essas horas ao longo dos dias.
Alguns compromissos podem ser adiados. Outros precisam ser cumpridos na hora exata. Pense nisso no começo da semana, junto com os passeios que quer fazer. Assim, dá para negociar seu tempo de acordo com o dia a dia.
Eu, por exemplo, descobri na última viagem que prefiro trabalhar de manhã, antes de sair, ou no fim da tarde. Mas tive que adaptar esses horários por conta do calor que fazia em agosto: eu passei a sair de manhã e depois do almoço voltava para o hotel ou sentava em um café e ficava lá até umas 17h (ou 18h, 19h), quando já era possível passear sem derreter novamente.
Espaços de trabalho
Espero que a essa altura você já saiba que aquela balela de trabalhar com o pé na areia não existe. Seu espaço de trabalho, por mais pouco convencional que seja, precisa ser algum lugar que te faça desligar o modo férias e ligar o modo trabalho.
Além disso, normalmente, vai precisar ser um lugar com wifi decente. Às vezes, isso significa ter que voltar para o hotel, outras vezes pode ser um café. Mas confesso que já fiz reunião em cervejaria, em praça ou no lugar que dava.
A cena mais falsa e ridícula que já vi na vida
O resumo da situação: é preciso ser flexível com o local de trabalho, mas também lembrar que aquela hora é de trabalho e pronto.
Nem sempre um notebook vai estar disponível. Habilite seu smartphone com todas as ferramentas necessárias para, no caso de necessidade, conseguir cumprir suas tarefas pelo telefone mesmo. Mais de uma vez já escrevi textos no evernote do celular, no aeroporto, ou já usei o celular para fazer reuniões onde quer que eu estivesse.
Saiba aproveitar momentos offline para produzir, como esperas em aeroportos ou viagens de trem. Uma dica importante, caso você precise consultar alguma fonte de pesquisa em sites, é deixar esses arquivos abertos e salvos offline, no celular ou computador.
Cumpra suas tarefas da semana
Se um dia você não conseguiu trabalhar por conta de algum passeio, não deixe esse virar o tom da sua viagem inteira. Estabeleça metas por semana, assim dá para ir organizando seus dias, mesmo com poucas horas, para fazer tudo o que você precisa.
É isso! Se você tem algum truque ou dica de como trabalhar enquanto viaja, deixe aí nos comentários. E se você tem alguma dúvida extra sobre o tema, nos conte!
Trabalho em troca de hospedagem durante a viagem
Se você leu até aqui, posso imaginar que você vive ou seu sonha em viver viajando, certo? Há muitas formas de viajar como um nômade digital e conciliar o trabalho remoto com alguma atividade presencial é uma delas. Assim, você pode ter experiências únicas e ainda economizar no orçamento da viagem.
Eu já vi muitos nômades que rodam o mundo conciliando seus trabalhos digitais com experiências de work exchange, como o Worldpackers. Assim, eles conseguem eliminar o gasto com hospedagem, e ainda praticam algum tipo de trabalho comunitário, em fazendas orgânicas, ligados ao meio ambiente, que proporcionam aprendizado de línguas, em escolas e ONGS. Dá até mesmo para aprender ou treinar um novo idioma.
A WorldPackers é uma empresa brasileira e conta com suporte 24h em português. Nos programas, você não paga por hospedagem (e algumas vezes, nem por comida). Além disso, os programas do Worldpackers costumam ser mais flexíveis, se adaptando a viagens de diferentes durações e programações e inclui um seguro que garante uma troca de experiência caso não seja exatamente aquilo que você combinou.
Você trabalha quatro horas por dia, mais as folgas. A membresia no site é paga (49 dólares para uma pessoa ou 59 dólares para um casal ou dois amigos), mas o valor é anual e você pode participar de quantas oportunidades quiser nesse período (e fica bem mais barato que pagar a hospedagem) e é bem mais em conta que em outros programas de voluntariado.
Além disso, leitores do blog têm desconto de 10 dólares na membresia, basta aplicar o cupom de desconto 360MERIDIANOS. Clique aqui para conhecer os programas da Worldpackers!
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Adorei as dicas, Lu!!!
Eu ainda tenho uma baaaita dificuldade pra trabalhar enquanto viajo. Mas acho que, além de seguir estas dicas que você deu, também tem a questão de pratica, né?!
Eu por exemplo, levei um bom tempo para descobrir a minha “rotina ideal” para que eu conseguisse produzir o máximo possível trabalhando de casa. Hoje já estou adaptado, mas quando saio dos meus hábitos diários, como quando estou viajando, a coisa desanda… hahahahaha
Vaaaaleu por compartilhar essas experiências!
Abraço
Ei Murilo,
O jeito é ir experimentando até encontrar um esquema que se acomode bem nas suas viagens. E lembrar que você não está de férias.