“Dinheiro compra tudo, até amor verdadeiro”, disse certa vez Nelson Rodrigues. Mas veja bem, Nelson. Você, mais do que ninguém, sabe que existem vários tipos de amor. Vai do bandido, safado, ao romance mais água-com-açúcar de filme da Sessão da Tarde.
Vou falar de um amor controverso, comprado pelo dinheiro. É o das marcas que não se importariam em ser escolhidas para receber os três trilhões de dólares que consumidores LGBTQI+ despejam no mercado anualmente — valor que supera com folga o PIB do Reino Unido, a quinta maior economia do mundo. Uma pesquisa da consultoria americana Simmons Market Research mostrou que os gastadores homoafetivos são duas vezes mais propensos a possuir uma casa de veraneio do que os héteros, por exemplo.
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A gente é escolado em perceber quando o crush está facinho e quando está só enrolando, né? Mas não usamos esse savoir faire que a vida nos deu na hora de escolher um voo, um hotel, uma operadora de viagens. Precisamos acompanhar melhor o que as marcas têm feito pela nossa causa e recompensá-las. Ou então pressionar para que sejam coerentes no discurso e na prática em vez de sustentar o marketing de causa vazio (para saber mais sobre o assunto ouça esse podcast maravilhoso das meninas do Mamilos).
A American Airlines, por exemplo, dá a mão na rua, bota relacionamento sério no Facebook e apresenta para os pais. Além de ter sido pioneira em reservas unificadas de casais homo, patrocina paradas, adota políticas de contratação de profissionais LGBTQI+, responde com firmeza a comentários homofóbicos em suas redes sociais e lança reiteradas campanhas que defendem abertamente os direitos.
Já a holandesa KLM é aquele namorado discreto e fora do meio. Foi massacrada nas redes sociais este ano por conta da postagem do Dia do Orgulho, que mostrava pedaços iguais de cintos de segurança em alusão a casais gays. O problema é que, diferente da gente, os cintos iguais não se encaixam. Um deslize, claro, que demonstra a necessidade de meter o pé na porta do armário e cruzar a fronteira do blá-blá-blá, como fala esse texto do jornal The Guardian, em inglês.
No setor hoteleiro, a rede Marriott é aquele mozão que mantém os contatinhos: possui um site exclusivo para que seus hóspedes LGBTQI+ planejem a estadia; teve a modelo transgênera filipina Geena Rocero como embaixadora de uma de suas campanhas; e pontua alto em rankings de boas empresas para LGBTQI+ trabalharem. Mas não viu problema em sediar um congresso na Philadelphia de uma associação que oferece terapia de reorientação de homossexuais, a NARTH.
Como ninguém aqui achou um sugar daddy ou uma sugar mommy que banque as contas (ainda), o que costuma mandar nas reservas de viagem é o preço. Mas não custa espiar a lista de empresas que integram o ranking de Igualdade Corporativa da associação Human Rights Campaign. De repente dá para desempatar ou até bancar uma pequena diferença para apostar no amor verdadeiro.
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