Sabe aquela história de que comida boa é feita com amor? Para mim, poucas verdades são tão incontestáveis como essa. E é por isso que não consigo me queixar da simplista culinária do Nepal: por ser esse um povo simpático, carinhoso, amável, que parece estar sempre disposto a te afagar, seja com um sorriso ou com um prato.
Ao começar a escrever este texto, me lembro imediatamente de uma refeição que provei na cidade de Pokhara. Era um macarrão, muito parecido com o que nós, brasileiros, preparamos no domingo. Foi feito com a boa vontade de uma família que transformou sua casa em hotel e nos recebia sorridente em um dia cansativo da viagem. Nos pequenos mercadinhos muito comuns neste país, compramos suco de goiaba e biscoitos para a Naty, que estava doente, e, intuitivamente, nos deparamos com algo muito comum por lá: no Nepal, não adianta procurar grandes redes de supermercados, porque elas não foram para lá.
Aliás, não são só elas. O nosso amado/detestado Mc Donalds também não possui umazinha unidade em todo o país. Mas não é por isso que ficamos sem comer sanduíche: uma das primeiras paradas foi em um restaurante que servia hambúrgueres, mas nem tão comuns assim, já que a carne era de búfalo.
Voltando aos mercadinhos, eles dão uma ideia do que é a gastronomia nepali: frutas tropicais, arroz, massa, vegetais, como abobrinha e pimentão. Tudo com um pouco de curry e picância suave, comparando essa gastronomia à outras do sudeste asiático. Assim como na Índia, a culinária nepalesa traz forte tendência vegetariana.
Dos pratos típicos, dois se destacam: o dal bhat (da imagem no topo do post) , uma porção de arroz (bhat) cozido e servido com creme de lentilhas (dal); e o os momos, tipo de pastéis cozidos no vapor ou fritos, e recheados com vegetais, carne de búfalo ou de frango. Os momos, vale dizer, são uma influência Tibetana e também aparecem no norte da Índia. A massa leve e delicada é combinada com várias especiarias, como gengibre, coentro e cebolinha, dando um sabor de fato muito gostoso, mesmo quando não se usa carne (base de muitas culinárias ocidentais, como a nossa).
De sobremesa, o mais típico é o iogurte com mel, também chamado Juju-dhau (rei dos iogurtes, em nepali). Muitas vezes, ele é usado para limpar o paladar antes ou durante a refeição, mas eu particularmente gostei mesmo de prová-lo no fim (só não entendi porque ele ganhou esse apelido tão luxuoso, já que me pareceu mesmo um iogurte bastante comum).
Acostumados a receber turistas de todo o mundo em busca do Everest, o café da manhã também não causa estranheza no Nepal, e traz café, chá (muitas vezes servido com leite), torradas, ovo frito.
O maior perrengue em relação à alimentação, portanto, é um passo antes daquilo que chega à mesa. Eu estou falando da água. O país possui um abastecimento inconstante e, por isso, é bom evitar se alimentar em qualquer lugar. Também não é frescura só beber água mineral. Quer dizer, se você quiser provar algo mais “forte'”, fique sabendo que o Nepal tem ótimas opções para o happy hour, mas isso é assunto para o próximo post.
*Foto imagem destacada: Wikimedia Commons
É seguro viajar sozinha por Katmandu? COmo é feito o deslocamento por lá?
Oi, meninas! Obrigada pelas respostas e conselhos, estou bem confiante em ir pra lá sozinha. Já li tudo aqui e fico cada vez mais empolgada. Valeu pelo encorajamento! 😀
Bjs
Olá! Li todos os posts de vocês sobre o Nepal e fico cada dia mais apaixonada pelo país… estou tomando coragem para ir em outubro. Vocês acham que é seguro para uma garota viajar sozinha por lá? Minha ideia é fazer Nepal, Tibet e Butão. 🙂