Você olha o calendário todos os dias: as férias estão lá, mais próximas a cada jornada de trabalho cumprida. Já está guardando seu dinheiro, se preparando para os melhores 30 dias do ano. Até já deu uma espiada aqui no 360meridianos para saber mais sobre um ou outro destino do seu interesse. Mas na hora de comprar a passagem, vem a dúvida cruel: como escolher o seu destino de viagem? O mundo é muito grande e as férias muito curtas. Olhar um mapa mundi e pensar em todas as maravilhas que ainda temos para escolher pode ser o suficiente para fazer qualquer viajante entrar em parafuso. Como escolher um entre tantos destinos incríveis?
Quanto mais opções, mais difícil é uma escolha. Eu não sei se é preguiça, falta de criatividade ou desinformação mesmo, mas, segundo o embaixador do Brasil nos Estados Unidos, 75% dos 1.8 milhões de brasileiros que viajam para o exterior todos os anos vão para o mesmo lugar: Flórida. Pois é, gente. Acontece que o mundo tem outros 190 países (se contarmos só os filiados da ONU) e os Estados Unidos têm outros 49 estados. Tem muita coisa para explorar que não os parques da Disney (nada contra). Se você é mesmo fã do Mickey Mouse, pode até explorar os outros parques espalhados por esse mundão sem porteira e, de quebra, ainda descobrir uma nova cultura. Por isso, para ajudar você a não ser parte das estatísticas pouco criativas ou se tornar uma dessas pessoas que passam as férias dentro de outlets, preparamos este pequeno manual de auto-ajuda na hora de montar seu roteiro de viagem.
Deixo a vida me levar, vida leva eu…
Vou começar falando como eu escolho meus destinos: eu não escolho. São eles que me escolhem. Das viagens internacionais que eu fiz até hoje, a única que eu bati o pé e disse vou-porque-vou foi a primeira, para a África do Sul. Eu queria fazer trabalho voluntário, achei que lá seria o melhor lugar e fui. Depois disso, foi tudo obra do acaso. A Índia, por exemplo, foi por livre e espontânea pressão da vida, que quis que eu arrumasse um estágio por lá em vez do leste europeu, minha primeira opção. Na volta ao mundo que fizemos em torno do intercâmbio no país de Gandhi, a maior parte dos destinos foi escolhida por causa dos voos disponíveis, conexões e posição geográfica. Fomos usando todas essas variáveis combinadas com as nossas vontades até que nosso roteiro estava pronto. Afinal de contas, são raros os lugares do mundo que eu não tenho curiosidade de conhecer. Mas eu sei que o acaso não funciona com todo mundo, então, o que mais pode te ajudar a decidir?
Fatores úteis para levar em consideração
Promoções, promoções e promoções. Às vezes você está lá, distraído no Face, mais preocupado em saber da vida dos outros que em montar o roteiro das suas férias e de repente o Melhores Destinos posta uma promoção com preços inacreditáveis, como R$ 800 para Roma ou R$ 400 para o Caribe colombiano. Se as datas coincidirem com a sua disponibilidade, por que não comprar? Vai ver a promoção é para um lugar que você nunca pensou seriamente em ir, mas que tem muitas coisas interessantes. Vai ver é um destino exótico ou que você considerava inalcançável. A gente tem que levar em consideração essas surpresas da vida. No entanto, decidir suas férias dessa forma exige ser um pouco impulsivo, já que as passagens promocionais vão embora tão rápido quanto chegam.
Você pode também decidir acompanhar um amigo ou visitar alguém conhecido (e economizar na hospedagem). Você pode escolher por causa de uma fotografia que você viu e pensou: “um dia quero ir neste lugar”, ou por causa de um filme que te marcou. Você pode escolher com base nas atividades que você gosta de fazer (balada, museus, restaurantes, visitar monumentos). Ou por causa de um aspecto cultural que você acha particularmente interessante, como o budismo, os animes japoneses, o hábito de tomar chá dos ingleses.
Sabe quando a gente fecha os olhos, gira o globo terrestre e aponta o dedo para ver onde ele vai parar? Até isso pode ser usado como forma de decidir, embora eu ache que poucas pessoas sejam desprendidas o bastante para fazer isso (você pode roubar e girar o globo mais de uma vez, eu deixo!). Enfim, existem um milhão de razões para você escolher seu destino. Somos todos pessoas diferentes com interesses distintos. O que não dá pra justificar é o fato de dois terços de nós escolhermos o mesmo lugar.
O mundo é acessível
Eu vou dar meu palpite sobre o porquê de 75% dos brasileiros viajarem apenas para a Flórida: é o que acreditamos ser possível. Somos um povo que começou a viajar recentemente. Quando eu era criança, só viajava gente rica. A maior parte dos meus tios foi ao exterior pela primeira vez não tem cinco anos. No quesito exploradores, estamos muito atrás dos europeus, que desde a época das grandes navegações vêm desbravando oceanos. Os Estados Unidos estão ali, relativamente perto, compartilham vários aspectos culturais com a gente (assim como outros países ocidentais), muitas pessoas por lá – especialmente na Flórida – falam espanhol ou até mesmo o português, o que torna a comunicação fácil, e além disso tudo a viagem tem preços que cabem no nosso bolso. Pronto, já é o suficiente para mandar uma cambada de brazucas de férias pra América do Norte. Com a facilidade que temos hoje para conseguir o visto – algo extremamente complicado no passado – fica até mais fácil ir para lá que para a Europa.
Eu entendo. Dá um certo medo ir para um lugar onde tudo é diferente e está a mais de 24 horas de viagem de casa. Um dia, quando eu tomava café da manhã em uma vilazinha budista no Himalaia, eu olhei para os meus companheiros de blog e disse: “Nunca achei que iria estar em um lugar destes”. E por quê? Porque, na minha cabeça, era um lugar tão longe e inacessível que podia ser em Marte. Porque eu achava que era caro e que eu nunca ia conseguir ter dinheiro. Porque eu cresci vendo as pessoas falarem de viagem ao exterior como se fosse uma coisa que a gente faz uma vez na vida, e olhe lá. Quando eu comento que já fui a Tailândia, Indonésia e Nepal, as pessoas olham com um misto de espanto e admiração: “Nossa!”. O mesmo não acontece quando eu falo da Europa Ocidental, por exemplo. Mal sabem eles que a Tailândia também não exige visto para brasileiros, que é fácil achar quem fale inglês por lá e que o orçamento de viagem pode ser umas três vezes menor que para o Velho Continente. Nós também quase caímos nessa de “não é pro meu bico”: foi por pouco que não demos a volta ao mundo por achar que era impossível de bancar uma viagem dessas.
Mas eu vou te contar um segredo: o mundo todinho é um lugar acessível. Você pode ir para onde quiser. Alguns lugares vão ser mais complicados, caros e burocráticos, mas eles estão neste mesmo planeta e provavelmente são abertos ao turismo. Se o seu problema é a língua, sempre existe um guia ou um amigo disposto a te acompanhar. Uma mágica acontece quando a gente descobre que as coisas são realizáveis: elas se tornam possibilidades. Com um pouco de pesquisa e planejamento, você logo descobre maneiras de tornar aquela viagem verdade. E que estar em uma cultura totalmente exótica pode dar um friozinho na barriga, mas é ótimo para o cérebro.
O mundo tem cerca de 190 países. Para mim, são 190 possibilidades.
Ainda nem terminei o Ensino Médio(tenho mais um resto de ano e mais outro inteiro pela frente!), e não tenho certeza com o que vou trabalhar, e nem do que fazer para o vestibular(caros tios, parem de perguntar isso, já disse que não sei! D:) mas antes de começar a vida de trabalho decidi que quero conhecer, pelo menos um pouco, do mundo primeiro, mesmo que comece pelos destinos “que-todo-mundo-vai”, como Europa e NYC. Inclusive, comecei até fazer uma lista com 50 lugares p/ conhecer antes de morrer(não listei os 50 ainda, ainda tô no nº26). Quem sabe eu consiga passar por todos eles? :3
Melhores Destinos tem decidido pra onde eu vou…
Esse ano, fui pra Buenos Aires por agência de viagens, pro Rio renovar o visto de milhas, pra BH fui numa super promo também do Melhores Destinos.
Em outubro irei ao Chile de milhas novamente. Já garanti outra promo pra Fortaleza em novembro.
E apesar de já ter ido a Flórida na adolescência, minha mãe está me dando de presente 2 semanas lá novamente no fim do ano. Claro que não vou recusar, né?
Mas aprendi a gostar de viajar por viajar, e se for barato, é que dá mesmo!
Bjs.
Sempre inspiradores =)
(Mas ainda dou um abraço no Woody na Disney.)
Você falando em girar o globo, e me lembrei da última vez que fiz isso.
Tava numa loja, reclamando da falta de grana pra rodar o mundo (pra variar) aí cismei com um.
Rodei, fechei os olhos e puf! Japão. O namorado disse que meu dedo podia ir atrás de escolher um destino mais acessível (!). Aí cismei e rodei de novo e de olhos fechados (de novo) acredita que bateu Japão?
Num sei se o globo tava viciado (já até sonhei com ele repetindo “Japão! Japão! Japão!”), mas agora ta sem jeito.
Espreitando o Melhores Destinos por uma promo 😉
Texto lindo! e inspirador, claro. Eu comecei a viajar assim, acreditando que era possível e planejando um pouco e de repente as passagens estavam na mão e a hospedagem fechada e já entrando no avião. E ainda hoje é assim, os destinos acontecem muito mais do que eu os escolho. Como é gostoso viajar assim =)
Muito bom o post!
Eu comprei essa promo de 800,00 para Roma, e agora tô aqui reclamando do preço do euro, achando que deveria ter esperado e escolhido um destino mais barato! kkkk Mas tudo bem, por enquanto meus destinos dos sonhos estão na Europa mesmo, Itália, Inglaterra, Irlanda, e alguns outros. Mas tbm gosto de deixar o destino me levar.. e as promoções, claro! Só existe um país no mundo que eu não faço nenhuma questão de conhecer, quanto aos outros 189, estão na lista!!
Devo confessar que tenho uma “birrinha” com a Flórida.. acho que está ai o motivo. Nunca fui e nem tenho planos de curto e médio prazo de ir.
Para os EUA, levei tempo também. Nunca priorizava uma viagem a terra do tio Sam. 5 meses antes do meu visto vencer é que criei coragem pra ir.
Meu ponto de vista sempre é o mesmo.. esse mundão é tão grande, pra quê ir pros lugares onde todo mundo está indo?
Se essa pesquisa focasse no Brasil, tb ia aparecer uns destinos manjados: Porto Seguro, Ilhéus, Caldas Novas.. 😛
Como sempre, ótimo post! 😉
Oi Natália!
Post certo no momento certo! Dois meses pras minhas férias e ainda não tenho idéia do que fazer hahaha… Acho que meu problema é mais foco: a bucketlist está tão longa que eu fico na dúvida do que ir primeiro.
Curiosa essa estatística sobre a Flórida! Dessa eu não faço parte: tem tanto lugar pra ir antes dos EUA…
No mais, concordo com tudo que falou sobre oportunidade. Foi numa promoção dessas, sem planejamento, que conheci Montevidéu e adorei!
Parabéns pelo post!
Valeu!
Oi Natália,
Eu também fico meio irritada com esse povo que só quer saber de EUA. Tá, lá é legal, mas e os outros tantos países?
Belo post 🙂
Momento bom pra ler esse post.. passo boa parte do tempo pensando sobre meus próximos destinos, conheço mto pouco do mundo e sinto uma necessidade enorme de viajar mais. Encontrei o blog de vcs há não mais de uma semana e no momento é o meu blog favorito, tem me inspirado mto, inclusive, desde que li um post de vcs sobre as cavernas-templo da Malásia, não consigo tirar o sudeste da Ásia da cabeça 🙂