Eu estava chorando e em desespero quando o Rafa me encontrou vagando pela Old Town Square, em Praga. Quando ele me perguntou o que aconteceu, respondi:
– Me dei muito mal, Rafa!
Nas mãos, eu tinha 500g em pedaços de carne de porco. No bolso, menos 20 euros. E antes que você me chame de dramática, experimente perder metade do seu orçamento em porco para ver o que é bom.
Minha história tragicômica tinha começado minutos antes. Estávamos em frente a uma feira de comidas típicas, num sábado frio e ensolarado, decidindo o que comer. Era nossa primeira tarde em Praga. O Rafa e a Naty resolveram ir no tradicional salsichão, com mostarda e pão – um cachorro-quente à leste europeu. Eu resolvi provar do famoso joelho de porco, que girava numa grelha enorme.
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Sozinha, entrei na fila e aguardei minha vez. A atendente tinha todas as características que fazem a má fama dos tchecos: que são mal-humorados e mal-educados (o que é justificado pelos anos de opressão da guerra e comunismo). O fato é que nem todos os tchecos são assim, mas essa mulher era a cara do estereótipo.
Eu apontei para o porco e pedi 100g – na placa ao lado indicava o valor por essa quantidade. Ela me respondeu rispidamente e em tcheco algo que poderia ser entre: “morra, sua turista maldita!” e “é o melhor porco do mundo!”. Fiquei com a segunda opção e confirmei com a cabeça. O companheiro dela, um sujeito de 2 metros de altura e uma faca com metade desse tamanho, começou a partir pedaços de porco como se tivesse matando alguém. Ele colocou uma montanha de porco em cima do prato para pesar: 400g e o cara foi colocar mais um pedaço. Eu disse: não!
Foi aí que a atendente começou a gritar comigo. Eu digo gritar, porque ela de fato fez um escândalo. E de repente, ela também se lembrou que falava inglês (o inglês dela só devia funcionar aos gritos, vai saber). Ela esguelava: “Eu te avisei que nós só vendemos a partir de 500g. Agora você vai ter que pagar”.
Quanto mais ela gritava, mais as pessoas olhavam para mim, sozinha e assustada na barraca. Ela continuava reclamando e o cara da faca parou do lado. Sem graça e sem saber o que fazer, eu fui pagar. O valor total era mais de 400 coroas tchecas, mais da metade de todo o dinheiro que eu havia trocado na casa de câmbio.
Paguei, peguei meu porco e saí horrorizada. Foi aí que o Rafa me encontrou. Eu demorei ainda alguns minutos para me acalmar e conseguir provar os muitos pedaços de porco que eu tinha. Estava bem gostoso, mas não descia de jeito nenhum. Depois da tristeza, veio a raiva.
Eu só pensava em tudo o que já tinha economizado durante a viagem – quem é viajante econômico sabe o quanto dói gastar um euro a mais. Mas a raiva foi passando e dando lugar à piada. Afinal, rir pelo gasto de 20 euros em porco é melhor que chorar pelo porco derramado.
E todo viajante que se preze já perdeu dinheiro de uma forma absurda, seja um gasto besta, daqueles que a gente faz sem pensar, ou um golpe. Em Barcelona, por exemplo, a Naty e o Rafa tiveram que pagar uma conta cara num bar que disse que o preço da cerveja era um, mas depois cobrou outro – claro que aos gritos, porque muitas vezes quem quer tirar vantagem de turista usa essa tática de gritar. Para compensar, no outro dia, a Natália achou 10 euros no chão.
Dias depois da “porcaria”, já em Berlim, numa estação de metrô, também achei 10 euros no chão. Ou esse povo europeu anda com os bolsos furados, ou foi o pagamento do Cosmos pelo porco. Prefiro acreditar na segunda opção.
Vocês também tem histórias de gastos absurdos numa viagem? Conta aí nos comentários!
Não só me enganaram ,mas também já enganei nessas viagens pelo mundo. Moro no Japão e aqui eletrônicos, joias, relógios ficam muito baratos quando saem de moda. Comprei um relógio Diesel por 70$ usei por um ano e em minha viagem pelo Egito um dono de uma pequena agência de turismo se encantou por ele, e começou as negociações!! Disse a ele que tinha pago 450$ e ele logo começou a pesquisa lo na internet através do número de série e encontrou o mesmo por 400$. Disse que me pagaria 250$. Acabei fechando três passeios (full day com motorista particular) mais o transfer ao aeroporto.por um relógio usado de 70$. Detalhes que lá os passeios são caros.um dia perdemos, outro dia ganhamos.??
Falando do contrário, o dinheiro mais bem gasto de comida na minha vida foi em Cartagena! Todos os dias que fiquei lá comi em um restaurante diferente por preços que jamais pagaria aqui no Brasil pela mesma qualidade.
Agora, perdi muito dinheiro na África do Sul. Estava fazendo trabalho voluntário em uma comunidade bem carente próxima à Joanesburgo, e fui a um mercado de artesanato comprar coisinhas para trazer pros parentes. Cheguei lá e não sabia o valor justo de produto nenhum, aí uma moça me ofereceu um chaveiro por 120 rands (12 dólares!!!!!) e quando eu me recusei a pagar o preço ela falou sobre como a família dela não tinha dinheiro nem para comida, fazendo uma chantagem emocional. Ainda levei um porta joia por 180 rands e dois enfeites por 140. Gastei uns 60 dólares com coisas que nunca usei e ainda saí chorando! Péssimas lembranças.
Rindo bastante aqui porque eu e meu namorado passamos exatamente pela mesma situação, no mesmo local e com a mesma comida! Hahahaha. Na nossa ida à Praga nos encantamos com aquele porco no rolete e só pensávamos na delícia que deveria ser. Quando vimos o preço (igual à você, por 100g) resolvemos pedir. Dito e feito, o cara colocou meio kg de porco no prato e tivemos que pagar por aquilo. O típico lugar pega-turista.
Eu como sou cara- de-pau também, fui a Uni em Madridnos e veio umas moças mudas pedirem pra eu assinar um papel, me deram um abrço e eu assinei e depois queriam me cobrar 5 euros, eu nao paguei nada, ela ficaram rispidas e riscaram meu nome do papel, achei estranho mesmo quando elas me abraçaram, muito calor humano que nao é tao comum entre pessoas desconhecidas na Europa como sabemos, bom em Paris eu ja tinha lido sobre aqueles caras que ficam tentanto te colocar uma fitinha na frente da La Basilique du Sacré Cœr e nesse dia eu tinha ido com uma camisa do Bob Marley e veio uns caras africanos tentar botar a fitinha no meu braço eu fui bem estupida mesmo e eles ficaram sem açao e dizam ,mas voce está de bob marley hermana?, eu hermana é o&%”)=(“. Muito legal os comentários tambem que a gente já sabe se for em algum desses países e esse porco ai em Pagra, se algum dia for por lá passarei longe, alias passarei perto pra ve se tem algum Brasileiro e avisar logo hahaha obrigada pelo site, leio todos os posts
Foi o Cosmos, com certeza!
Ótimo texto, ótimo título! Taxi em Buenos Aires é batata (já que estamos falando em vaca do porco)! O taxista inventou que a filha estava muito doente dando detalhes com a voz mais triste desse mundo. Embora a gente não tenha caído, só de pensar na possibilidade de não ser um golpe ficamos super pra baixo. De tanto ler sobre golpes, a gente os enxerga até onde não existem! Sol se pondo, eu em uma ponte sobre um dos lindos canais de Bruges, uma senhora de 70 e poucos anos me pede ajuda para descer uns degraus e embalamos no maior papo. Afinal, o que pode dar errado numa cena como esta? De repente, meu marido grita: “Cuidado!” Eu me afastei rápido da senhora, deixando a coitada falando sozinha. Era apenas um carro que se aproximava… Mas acho que gasto absurdo foi comprar água num restaurante em Paris. O garçom perguntava se eu queria “Water from the river” e eu perguntava: “You mean Tap water?” (que papo é esse de água do rio, me cheira a Tietê! rsrsrs) ele repetia a mesma coisa. eu parafraseei “Water from the faucet”. Cansei e pedi bottled water. Foi a água mais cara da minha vida. Na Toscana fui xingada numa banca de frutas porque eu só queria uma pera e uma maçã. ixi, deixa eu parar por aqui, mas que tem mais, tem..
Luiza, a nossa história foi perder dindin para um sacerdote de Brahma em Pushkar/Índia, em conluio com o guia. Aquela famosa oração que eles tomam dinheiro da gente. O %$$@ fez a gente repetir uns mantras e quando ele falou (para que repetíssimos) – eu, de coração, estou doando mil rupias para o jantar de Brahma… Menina…paramos a tal da oração na hora. Discutimos e ainda fui assaltada em mil rupias (para mim e minhas filhas) para um jantar que o Brahma não come. Ao final, os estelionatários levaram 3 mil rupias do nosso grupo. Dispensei o guia no momento seguinte. Ele ficou louco pq sabia que queríamos comprar algumas peças de prata. Mas fui irredutível. Esse golpe nos deixou furibundos.
Perdi 150 soles no peru o que equivale a quase 140 reais. Quis morrer :/
Hahahah!
Esse post é o mais comédia do blog. Muito fácil imaginar a cena!
Excelente postagem!
Em Istambul, depois de algumas comprinhas no Grand Bazaar, paramos pra almoçar em uma das poucas opções que tem no entorno e, obviamente, com aquela cara de turistas, se aproveitaram de nós! Todos pediram pratos que custavam em torno de 10/12 liras + 1 refrigerante genérico. E a conta foi feita de forma bem simples e igualitária: saiu 30 liras pra cada um!
Pagamos e deixamos pra lá, afinal, como discutir em uma língua que você não conhece? Em compensação, ao vermos que duas outras turistas iriam sentar pra comer ali, fizemos um sinal de negativo e elas saíram correndo!