Quanto custa uma viagem de volta ao mundo?
Definir o que é o Leste Europeu é algo bastante complexo. Onde começa e termina essa parte do mundo? Quais países fazem parte e o que eles têm em comum? Apesar dessa região da Europa ser muito rica em história e cultura, ela geralmente é olhada de forma suspeita por muitos viajantes.
Não estou dizendo que é fácil viajar pela região ou entender a sua complexidade. Neste texto, vamos fazer o possível para te explicar melhor a porção oriental do mapa da Europa e te ajudar a organizar bem as suas viagens, uma vez que são possíveis diversos roteiros no Leste Europeu, por países completamente diferentes.
Praga, República Tcheca
Apesar dos filmes e dos estereótipos dizerem o contrário, quando se fala em Leste Europeu, não estamos falando de uma história única, mas de um contexto geopolítico complexo, que vai muito além de fronteiras ou posições geográficas – e que pode ser considerado bastante controverso e pejorativo por alguns desses países.
De forma geral, o Leste Europeu costuma ser definido por aqueles países que fizeram parte da chamada Cortina de Ferro, a área de influência e dominação da Rússia depois da Segunda Guerra Mundial e durante a Guerra Fria. A questão é que a “cortina de ferro” caiu no início dos anos 1990, com o fim da União Soviética. Cada um desses lugares, que já tinham muita história e cultura antes da influência soviética, também se desenvolveu de forma completamente diferente.
Se você tem curiosidade nessa questão histórica e cultural do Leste Europeu, recomendo que leia:
• Os 80 anos do tratado secreto que apagou países do mapa
• 100 mil túmulos e histórias da guerra da Bósnia
• As histórias macabras de Cracóvia e o lado mais sombrio da Polônia
• A história real do Conde Drácula e onde encontrá-lo
• 5 curiosidades sobre a Eslováquia
Para entender um pouco mais dessa diversidade, vamos dividir os países do Leste Europeu por seus grupos culturais e geográficos (lembrando sempre que essas divisões são, em boa parte, arbitrárias):
Eu recebo muito essa pergunta quando posto sobre alguma dessas viagens por essas regiões da Europa. E sim, até hoje, a minha experiência pelo Leste Europeu foi muito positiva. Já visitei vários desses países sozinha, tanto em estilo mochileiro quanto mais confortável.
Também já estive em lugares com meu companheiro e com amigos. A única situação realmente chata que eu vivi foi quando sofri um golpe em Praga, mas hoje isso é motivos de risada.
A questão é: mantenha o nível de cuidado normal. Ou seja, não fique dando bobeira na rua à noite em lugares ermos. Não saia andando sozinha por uma rua estranha e vazia. Cuide dos seus pertences de forma atenta para evitar furtos. Mantenha sempre seu passaporte num local seguro.
Enfim, nada de exagerado e nada muito diferente dos cuidados que teria em qualquer outra grande cidade europeia.
Por outro lado, já ouvi alguns relatos de racismo em vários países do Leste Europeu, como Rússia, Sérvia e Croácia. Se você for um(a) viajante negra(o), sugiro que dê uma olhada no blog No Mundo da Paula, onde ela relata com mais detalhes suas experiências como viajante negra.
O Seguro de Viagem é obrigatório em países do Tratado de Schengen, que abarca, além dos países da Europa Ocidental, a Hungria, a República Tcheca, a Letônia, a Lituânia, e Estônia e a Polônia.
Embora os outros países do Leste Europeu estejam fora dessa zona, adquirir um seguro de viagem é extremamente recomendado em qualquer viagem. Ele te protege em caso de doença, acidentes, cancelamento da viagem ou mesmo no extravio de bagagens. Leitores do blog contam com um desconto especial na compra do seguro. Basta inserir o cupom 360MERIDIANOS05 na hora da compra.
Abaixo, listamos algumas ofertas para o Leste Europeu:
Veliko Turnovo, Bulgária
Quase todos os países do Leste Europeu têm acordos de isenção de visto para brasileiros. Ou seja, podemos viajar como turistas por até 90 dias apenas com um passaporte válido por no mínimo seis meses.
Lembre-se que alguns desses países fazem parte da União Europeia e da Área de Schengen, ou seja, em alguns você têm 90 dias completos, já em outros estará dividindo esses três meses com o tempo que tem para o restante da Europa.
O único país para o qual você precisa emitir um visto eletrônico antes de viajar é o Azerbaijão. Saiba como tirar!
Budva, Montenegro
Você terá que passar pela imigração na entrada e na saída apenas nos países que estão fora do espaço de Schengen. Nesses casos, terá o passaporte carimbado, não importa se a fronteira é por terra ou ar. Seu passaporte será examinado em toda troca de países e, em algumas ocasiões, sua bagagem também.
Esses países são: Rússia, Albânia, República da Macedônia, Bulgária, Romênia, Kosovo, Servia, Montenegro, Bósnia e Herzegovina, Croácia, Ucrânia, Belarus, Moldávia, Turquia, Armênia, Geórgia e Azerbaijão.
Nos demais países, você estará sujeito às regras do espaço, compartilhadas com o restante da Europa. Veja aqui tudo o que você precisa saber sobre a imigração no velho continente.
Em muitos países do leste europeu você também terá que dizer adeus à zona do Euro. As exceções são os Bálticos e alguns outros poucos países. Isso quer dizer que você terá que levar euros e trocar para as moedas locais ou sacar a moeda local em cada destino. Em geral, a melhor forma de trocar dinheiro é nas casas de câmbio no centro das cidades.
Outra dica importante é: evite aquela ideia mão de vaca de gastar todo o dinheiro da moeda local antes de sair do país, para não perder dinheiro trocando para outra moeda. É sempre bom que sobre uma moedinha, porque pode ter uma taxa extra para pagar a mala despachada no ônibus (bastante comum) ou usar o banheiro.
Sabe aquele plano de comprar todos os transportes com antecedência pela internet e planejar exatamente como ir do ponto A ao B? Respire fundo e desapegue!
Em todas as minhas experiências pelo leste europeu, com exceção dos Bálticos, foi muito complicado conseguir organizar essa parte do roteiro. Na maioria das vezes você só consegue a informação de quais os horários dos ônibus diretamente na rodoviária. A mesma coisa vale para comprar os bilhetes de trem.
Ohrid, Macedônia
Infelizmente, os trens no Leste, de modo geral, são lentos. Bem lentos. A malha ferroviária não é moderna e rápida e com isso alguns trajetos de 300 km, que demorariam cinco horas de carro, levam nove horas de trem. A única exceção que conhecemos é a Rússia.
Por isso, o jeito de decidir é pesquisando bem sobre a melhor opção de transporte. Em alguns casos, pode ser que o trem atenda ao seu objetivo, mas não deixe de verificar se o ônibus não sai mais barato e rápido.
O aluguel de carro também é uma opção: a questão é verificar nos termos e condições da empresa de aluguel se eles permitem que você cruze fronteiras sem pagar muitas taxas extras.
Se você decidir alugar um carro, sugerimos que você pesquise e reserve antes num comparador online de locadoras. Essas ferramentas permitem que você garanta o melhor custo/benefício na hora do aluguel. Para isso, indicamos a Rentcars, parceira do blog que oferece descontos e vantagens no aluguel.
Essa dica é especialmente útil no Leste Europeu, onde muitas vezes o alfabeto é outro e o idioma é bem diferente do nosso – e nem sempre o inglês é falado por toda a população. Com isso, um bom aplicativo de tradução, como o Google Tradutor, especialmente com aquela função que traduz até fotografia, é muito útil.
Riga, Letônia
Um bom aplicativo de mapa também é essencial. Se você é heavy user do Google Maps, excelente. Se não, baixe um app que carregue mapas offline, como o City Maps 2 Go. Também tenha um bom conversor de moedas, para não perder dinheiro quando estiver trocando de câmbio. Um dica: o aplicativo gratuito Currency Converter.
Essa é uma região que amamos explorar na Europa e, por isso, temos textos bastante completos, com dicas de o que fazer, onde comer, onde se hospedar, como se locomover e tudo mais! Nos locais onde ainda não tivemos a chance de ir, indicamos textos de colegas blogueiros. Bora lá?
Se quiser um roteiro de mochilão pronto para usar, leia o post Roteiros de viagem para o Leste Europeu.
Como vocês podem ter percebido no primeiro tópico desse texto, o Leste Europeu abrange um grupo bastante diverso de países, de forma que não é possível chegar num custo exato de viagem para esses lugares. Mas é sim possível fazer uma estimativa geral, baseada nas minhas experiências e da comparação de sites como o Price of Travel.
Varsóvia, Polônia
Em média, um mochileiro consegue gastar entre 35 a 45 euros por dia de viagem, incluindo tudo (acomodação em dormitório, transporte, passeios, alimentação). Já um viajante que gosta de mais conforto (hotel com quarto privativo, restaurantes um pouco melhores, transporte e passeios) consegue gastar entre 45 a 55 euros por dia. Daí, acima ou abaixo disso, vai do seu estilo de viagem.
Infelizmente, não existem voos diretos do Brasil para qualquer das capitais do Leste Europeu. Para chegar lá, há duas opções. A primeira delas é comprar aquelas passagens de conexões organizadas pelas próprias grandes companhias aéreas. Isso pode sair financeiramente aceitável, se houver alguma promoção. Empresas como KLM, TAP, Turkish e Swiss Air, por exemplo, fazem conexões para várias cidades, dentre elas Praga, Budapeste, Bucareste, Kiev, São Petersburgo, Vilnius, Varsóvia, Zagreb e Belgrado.
Outra opção é comprar sua passagem para qualquer destino dentro da Europa, de preferência na promoção, ou que tenha voo direto da sua cidade. E, depois, chegar até o lugar de destino através de alguma das várias lowcosts, de trem, ou de ônibus.
Se você quiser pesquisar qual a melhor forma de viajar (ônibus ou trem e até avião), dá uma olhada nesse post com dicas de como pesquisar qual forma de transporte mais barata na Europa.
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A Bielorússia chama Belarus desde 1991.
Obrigada pelo toque, comi mosca e vou corrigir!
Cheguei agora do leste europeu, e essas dicas são realmente valiosas. Foram 25 conhecendo locais maravilhosos!! Destaque para Riga, na Letônia, um charme...
Oi Simone,
Realmente, são lugares apaixonantes
Já conheço um tanto da Europa Ocidental e esse ano fui a Paris e achei muito pouca graça. Adoro ir á Europa, apesar de ter começado a viajar pra lá há pouco tempo (2014), mas ando achando tudo muito igual depois de algumas idas até esse continente que, junto com a América do Sul, é meu preferido. Então percebi que era hora de mudar de foco e estou animadíssima para conhecer o Leste Europeu, se tudo der certo, ano que vem. Pelo que pesquisei, na Eslováquia o euro também é moeda oficial, me corrija se estiver errada. Abçs!
Oi Tatiana,
Sim, a moeda na Eslováquia é o euro, mas nas vizinhas República Tcheca e Hungria tem moedas diferentes.
Se você quer ver uma Europa bem diferente mesmo, eu recomendaria os Balcãs! Dá uma olhada: https://www.360meridianos.com/dica/roteiro-viagem-pelos-balcas
olá! pra quem ativou notificações... sei que muitos acompanham e tem vontade de ir.. mas acabam adiando pra outro e outro ano... então ..essa mensagem é pra v6is. ESTOU INDO pro Leste Europeu.. nao vendo nada e nao sou agencia..mas conseguie bom voo dia 22 julho e volto 12 agosto..passarei por uns 7 países. add 41998604565 e darei dicas.. se alguem quiser ir junto. ja tenho alguma experiencia em viagens hehe.
Adorei seu blog! Quantas informações!
Eu já tenho 65 anos e vou realizar o sonho de conhecer a terra de minha família, a Hungria. Vou aproveitar e conhecer também Praga e Viena, além de Paris e Londres.
Queria que vc me orientasse. É possível ir sem comprar os pacotes terrestres tipo CVC? a passagem aérea já comprei, chego em Paris dia 4/4/17 e volta por Paris dia 18/8. Não falo inglês. Me viro com espanhol.Comprei um curso de hungaro para viagem e estou relembrando algumas coisas (eu falava só hungaro até os 5 anos!!) Dá para arranjar/comprar passeios com guia em portugues/espanhol nessas cidades? Vi uma na Hungria, mas cobrava mais que a CVC!! A sua resposta vai para meu email? Já pus perguntas em blogs que nunca obtive resposta.
Oi Gabriela, adorei o site. Estou indo para o Leste Europeu de 07 a 29 de Maio, já pesquisei em vários sites e a informação que é primavera e clima ameno, claro que existem variações, mas em média qtos graus e sensação térmica pois estou começando a pensar nas malas. Desde já agradeço.
Olá Gabriela. Bom dia.
Estou programando uma viagem ao leste europeu. Gostaria de saber se vale a pena alugar um carro e transitar por Munique, Praga, zagreb, Budapeste, e Veneza. A priori estou contando com essa possibilidade, você sabe se é possível?
Aproveito para elogiar o blog com as dicas tão ricas e trocas de informações no campo de dúvidas.
oi gabriela penso conhecer Budapeste nunca viajei pra outro pais rs ,como dar o primeiro passo para uma viagem tranquila , e qual moeda e mais valorizada o real ou a de Budapet,,nao falo ingles ,, somente o portugues
,, tenho um amigo la e nos comunicamos com tradutor no google ,,que vc acha sera que serei bem sucedida ,, qual o tempo de aviao pra se chegar la
vou ficar na casa dele devo prestar conta sobre isso ou posso ir como turista e me hospedar na casa dele sem problema,,,, resido no Brasil Ribeirao preto ,int,sp
Desde ja agradeco bjs
Olá, Gabriela estou com viagem marcada para Romenia retorno ao Brasil por Bulgaria.
Unicas experiencias em viagem fora do país que fiz foram aos países da América do sul(Argentina, chile, uruguai...)Gostaria se possível me ajudar com algumas dicas de como poderia fazer esse trajeto da romenia a bulgaria (sofia).Comprei apenas o aéreo, pois, meu desejo é aventurar um pouco. kk
Fiz esse trecho (Bulgária-Romênia) no início do ano de trem, saindo de Bucareste para Sofia. A passagem foi relativamente barata, mas, como é usual nessa região, o trem era bem antigo e a viagem demorou mais de 9 horas! Caso esses dois fatores lhe incomodem, olharia o ônibus ou avião.
Gabriela e todos! Adorei este post e também os comentários. Muitas dicas!
Vou em 10/05/2016 e vou fazer o seguinte roteiro: Viena(3d), Budapeste(4d), Cracovia(4d), Praga(4d).
Condordam neste itinerário? Eu queria fazer tudo de ônibus mas minha esposa fica enjoada fácil, então vamos de trem em todos esses trechos.
Tenho algumas dúvidas:
- a principal é: Viena vale a pena, ou vale trocar por outro? Estamos muito na dúvida se vamos gostar.
- eu preciso levar euro para trocar para as moedas locais ou melhor sacar a respectiva moeda em cada país?
- Melhor comprar passagens de trem antecipadamente ou existe a possibilidade de comprar mais barato na hora? Há risco de não haver vagas se fizer isso?
- E chip de dados? melhor comprar um em cada país ou existe algum que sirva para toda a região? Apesar que, acredito que a disponibilidade de wifi gratis seja satisfatória atualmente certo?
Abraços,
Rogerio
Oi Rogério,
Desculpe a demora para responder, agora você já embarcou.
De qualquer forma, eu gostei muito de Viena e espero que você tenha tido a mesma boa impressão da cidade que eu tive.
Eu acho mais prático sacar em cada moeda, mas nem sempre é a opção mais econômica. Se você conseguiu levar euros numa boa cotação, basta achar casas de câmbio que não cobrem muitas taxas extras.
No leste, não vi necessidade de comprar os trens com antecedência, mas fiz muito mais trechos de ônibus por conta do preço.
infelizmente, a UE ainda não unificou o roaming, então, em cada país você precisaria de um chip diferente ou pagar a taxa de roaming (que é meio cara).