7 coisas que não devemos fazer em hostels

Eu gosto de hostels e, em geral, essa é a minha escolha de hospedagem quando estou viajando. São um bom ambiente para conhecer pessoas e fazer atividades diferentes, além de serem mais baratos. Mas, ao mesmo tempo, não curto quartos coletivos: eles são a minha escolha por pura e exclusiva falta de dinheiro. O problema com tais ambientes compartilhados é que, muitas vezes, por desatenção – ou falta de noção – a presença de um incomoda, e muito, o outro. Certamente eu já atrapalhei a existência dos meus colegas de quarto nesse ambiente, assim como já fui incomodada em outras situações.

Nós já contamos algumas histórias de gente muito estranha que encontramos em hostels. Neste post, vou levantar comportamentos que as pessoas deveriam evitar em prol do bem maior. Coisas simples, tipo deixarem de ser folgadas mesmo. Enquanto isso, eu tento ficar nos quartos privados dos hostels mundo afora, pelo menos quando meu orçamento permite.

Quarto coletivo não é lugar para bater papo às 23h

E nem de madrugada ou às 6h da manhã. Gente, não se deve conversar quando outras pessoas estão dormindo. Sim, todo mundo que comprou uma cama no quarto coletivo sabe que está sujeito a barulho, mas qual a necessidade de você ser o causador de um barulho 100% evitável? Simplesmente não fale com seu amigo quando entrar no quarto tarde ou muito cedo, porque as outras pessoas estão dormindo – e cochichos incomodam também, sério mesmo. Se for uma conversa importante, faça fora do quarto. Se não for, fale no dia seguinte. Isso também vale para Skype e afins. E até para o uso do celular fora do modo silencioso. Ninguém merece ser acordado a cada 5 minutos com barulinho de mensagem chegando.

Quarto coletivo não é lugar para fazer sexo

Não é piada. Já ouvi relatos de pessoas que fizeram e outras que viram/ouviram o ato acontecer. Numa boa: que deselegante! Entendemos a vontade alheia, mas ninguém é obrigado a ficar numa beliche enquanto o pessoal de cima está fazendo coisas que deveriam ser privadas. Tem um post incrível no blog Nomadic Matt (em inglês) que te dá dicas de quais espaços do hostel são mais aceitáveis para essa situação. Tipo o banheiro ou a lavanderia, por exemplo, depois que todo mundo já foi dormir.

Quarto coletivo não é lugar para acender a luz depois das 22h

Sinto muito que você tem que arrumar sua mala para o dia seguinte. Ou até se você chegou bêbado e não acha sua escova de dentes. Numa boa amiguinhos, a lanterna de celular foi inventada para esses momentos, não o interruptor de luz do quarto onde outras pessoas estão dormindo. Sim, a lanterna também pode incomodar os outros, mas consideravelmente menos do que a iluminação do quarto. Outra coisa: muitos hostels tem luz individual na cama. Você pode usá-la numa boa, mas verifique antes se sua luz individual não está chegando direto na cara de outra pessoa.

Crédito: hostelmanagement.com/Wikimedia Commons

Quarto coletivo não é lugar para comer

Todo mundo sabe que restos de comida atraem bichos indesejáveis, então por que você cisma de comer no quarto que divide com outras pessoas ao invés de na cozinha do hostel? Além disso, sua comida pode ter cheiros que o resto do mundo não quer sentir (estou falando com você, Cheetos). É desagradável, anti-higiênico e desagradável novamente. Não seja essa pessoa.

Quarto coletivo não é lugar para ficar pelado

E olha que não estou falando de sexo. Você não deve dormir pelado num lugar em que as outras pessoas não te conhecem e provavelmente não querem te ver pelado. E nem ligar o foda-se e se trocar de boa na frente de todo mundo. Você pode ser uma pessoa contra as amarras da sociedade, cansado das regras e que não está nem aí para a opinião alheia, mas também não seja um babaca. Roncos todo mundo está sujeito a suportar, mas ver bunda branca e outras partes, sem pedir, não é amarra da sociedade, é falta de respeito mesmo.

Quarto coletivo não é seu quarto

Pelo menos não seu quarto exclusivo. Mantenha seus pertences na sua mala ou no máximo na sua cama, não espalhadas por todos os cantos do quarto, no chão, no teto, no banheiro… A palavra coletivo implica que aquele quarto não é só seu, que você está dividindo o espaço e a convivência com outras pessoas. Bagunça, cheiros estranhos que emanam de meias sujas, entre outros, não devem invadir o espaço do coleguinha. Ouça sua mãe: seja limpinho e organizado. Se não der para ser assim sempre, pelo menos nessas ocasiões na vida.

Crédito: Luke Bales Stodola/Wikimedia Commons

Por fim, a área comum do hostel

Tire o que comeu da mesa da cozinha e lave sua louça (com sabão, só água não vale). Recolha restos de comida e limpe o que sujar, caso derrame alguma coisa. Mantenha o banheiro limpo, do jeito que você gostaria de usar. Fios de cabelo no ralo – ou grudados na parede do banheiro – não são aceitáveis, tal como pelos de barba feita na pia. Assim como xixi pingado para fora e outras coisas mais – apenas limpe!

Uma dica extra nessa era tecnológica: não seja a pessoa odiosa que usa todas as tomadas e não pensa em ninguém. Compre um extensor e viaje com ele. Aposto que você vai ser uma pessoa muito querida pelos outros com essa pequena atitude de cortesia.

E você, o que acha? Tem mais alguma sugestão para nosso código de etiqueta informal em hostels? Conta aí!

*Crédito Imagem Destacada; Hostel8/Wikimedia Commons

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Luiza Antunes

Luiza Antunes é jornalista e escritora de viagens. É autora de mais de 800 artigos e reportagens sobre Viagem e Turismo. Estudou sobre Turismo Sustentável num Mestrado em Inovação Social em Portugal Atualmente mora na Inglaterra, quando não está viajando. Já teve casa nos Estados Unidos, Índia, Portugal e Alemanha, e já visitou mais de 50 países pelo mundo afora. Siga minhas viagens em @afluiza no Instagram.

Ver Comentários

  • Não li todos os comentários... e já estive em diversos albergues, mas lembro de ter visto, em alguns deles, que havia um papel com regras fixadas parecidas com a autora do artigo. E sei que há certos lugares no hostel como bar, restaurante ou até mesmo uma área simples para bater papo, dar festas e etc. Enfim, não vejo problema :)

  • Só falta o cara aí dizer: "hostel não é lugar pra dormir!" hahaha

    "Eu gosto de hostels e, em geral, essa é a minha escolha de hospedagem quando estou viajando. São um bom ambiente para conhecer pessoas e fazer atividades diferentes, além de serem mais baratos. Mas, ao mesmo tempo, não curto quartos coletivos: eles são a minha escolha por pura e exclusiva falta de dinheiro."

    É exatamente o que eu acho. Se tivesse mais dinheiro ficava em hotel, porque eu não sou de ir pra balada e voltar de madrugada, eu durmo relativamente cedo para o padrão de um hostel (meia-noite). Levo um tapa-olhos e um fone de ouvido, pronto, não me incomodo se chegarem de madrugada. Mas tem gente que acha que ao entrar no hostel o respeito tem que ficar da porta pra fora e não está nem aí se incomoda os outros.

    Quanto à questão da socialização, acho muito legal, ver amizades se formando, gente se conhecendo e saindo juntos pra conhecer a cidade, etc, mas pra mim isso não é tão fácil, sou muitooo tímida e não tenho facilidade pra sair puxando papo com todo mundo. Então essa vantagem dos hostels não se aplica muito a mim. Acabo ficando mais pelo preço mesmo...

    • É isso mesmo Bethânia que eu quis dizer, só as pessoas tomarem um cuidado para não incomodar os outros, não regras obrigatórias.

      Também tenho dificuldade para falar com as outras pessoas que não conheço, mas já fiz amizades em hostels quando as pessoas vem falar comigo, rs!

      bjs

  • Alôus, pessoale!!

    Puxa vida!!

    Eu realmente gosto desse site, acreditem em mim. Gosto dos textos como são escritos, sempre me respondem, acho isso o máximo.

    E mesmo que tenha escrito a maior asneira do mundo, as autoras foram super legais, humildes e educadas em suas respostas. Até mesmo divertidas.

    Mas esse post, em questão, é equivocado.

    Vivemos tempos interessantes, de nova classe média, de questionamento do Estado (no Egito, na Ukrânia, no nosso Brasilzão de Deus e do Diabo, só pra citar alguns).

    O caos é a palavra de ordem. E aposto nisso a nível macro (multidões, frenesi coletivo) e a nível micro (relacionamento um a um, grupos de pessoas, ambiente de trabalho, família).

    Admito que sou muito chato, a princípio.

    Mas VOTO A FAVOR DA VIDA, das pulsões, das paixões, do choro desenfreado, o drama cósmico do planeta em erupção. São nossos últimos momentos no planetinha finito?? Explosões atômicas e convulsões epiléticas erradicarão nosso atual estilo de vida ou toda a existência humana?

    Vocês optaram por estar na estrada, eu tenho inveja disso, admiro pra caraca, são minhas ídolas. "Nômades Digitais"?? Que eufemismo feio pra errantes, vagabundos, mascates, ciganos. ENFIM, LIVRES!

    Uma hora ou outra eu tenho certeza que vocês ficam muito muito putas com os sete motivos escritos nesse post. Tanto é que os escreveram. Mas tudo isso aí é militarismo, nazismo, facismo, caretismo. É escolher querer se enfiar no mosteiro, na clausura.

    Imagino a chatice que deve ser esse mundo limpinho, preto e branco, correto, educado, polido que vocês pregam, através das 7 regrinhas! Um saco!

    A grande mentira é essa "SEU DIREITO TERMINA ONDE COMEÇA O MEU". O direito é estático, burro. A lei é paralizada, discutida, morosa.

    O que existe, meus amigos, é o jeitinho!!

    O jeitinho é a flexibilidade, a inteligência que supera o obstáculo. Porque, graças a Deus, somos todos diferentes e aí reside nossa identidade mais linda.

    Se somos diferentes a lei não existe. A lei é diferente para brancos e negros, para pessoas esquisitas e pessoas descoladas. O jeito é flexibilizar tudo, sou a favor disso. Sou a favor da inclusão, da tolerância, da gentileza.

    Pq, e é meio cretino falar isso, sou bastante privilegiado. Por ser branco e homem e classe média, tô na frente de muita gente simplesmente por ter nascido assim. Eu não escolhi isso. Assim como existe uma porção de outras pessoas na minha frente (mas menos que pra trás).

    A melhor forma de entender é imaginar a fila de um banco. Deficientes, mulheres grávidas, idosos, todos passam na minha frente. E é necessário que seja assim. Pq eu aguento muito mais que eles estar alí. Que tenham seu merecimento e respeito. Isso é legal.

    Então, a melhor forma de conviver é militando pelas cotas, pelos deficientes, pelos pobres, pelos intelectualmente atrasados.

    Voltando a cena de fila de banco. Transfere pra um albergue. A mãe espalhou todas as suas coisas de bebê pela cama procurando as fraldas enquanto amamenta. E o bebê chora. O senhor de idade perdeu o ônibus pro hotel e teve que passar a noite alí, naquele ambiente estranho. Ele não desliga a luz a noite, e fica com um radinho de pilha no ouvido. O cara é cego e passa duas horas a mais dentro do banheiro do albergue.

    VOU CITAR AS 7 REGRINHAS pra essa gente?? Claro que não!! O texto é discriminatório pq cria regras para pessoas iguais. Tudo bem, "o homem é a medida de todas as coisas" (jah disse Protágoras, antes de Cristo, e esse pensamento CADUCO, nos persegue até hoje) e escrevemos coisas cujo ponto de partida somos nós mesmos.

    A verdadeira coletividade é examinar situação a situação, jamais generalizar. Praticar a paciência e a compreensão. Isso sim é ser coletivo, meus queridos.

    Um grande abraço.

    • Olá Saulo, da mesma maneira que existem diferentes tipos de pessoas existem diferentes tipos de hospedagem e me parece que o seu jeito não se encaixa em nenhuma delas!

      Já tentaram tudo o q você preconiza: Sem amarras, sem leis, zero individualidade, cabelos ao vento, sexo, drogas, festas sem fim, faço o que eu quiser, abaixo a sociedade, anarquia, comunidades "descoladas" ou deslocadas. Simplesmente não funcionou, Woodstock foi um show, uma época, um delírio ... trouxe transformações?

      Sim! Mas o que houve com aquela geração? A maioria voltou aos padrões, casou, teve filhos (não as dezenas com amor livre) buscou empregos ou empreendeu.
      Não prego um mundo super convencional, afinal se estamos aqui debatendo é porque buscamos experiências diferentes.

      Mas acredito que conviver bem é muito melhor do que tocar o foda-se principalmente se quem toca é o outro enquanto você PRECISA dormir.

      Cara comparar nômade com vagabundo e cigano demostra que você não conhece o significado das palavras nem entendeu o espírito da coisa.

      Mas cada um com sua opinião.

    • Saulo, eu confesso: fiquei um pouco antipatizada de você no começo. Mas agora já estou mudando de opinião - e continuo concordando com a Naty: você não entendeu nada mesmo. Mesmo!!

      Olha só, não é porque o post (que nem foi escrito por mim, mas com o qual eu concordo inteiramente - apesar de algumas coisas, tipo ver gente pelada - nem me incomodarem tanto assim) sugere (vamos sublinhar: sugere) algumas posturas para que você não desrespeite os demais hóspedes em sua passagem por um hostel, isso não significa que não pode fazer nenhuma daquelas coisas em lugar nenhum, em circunstância nenhuma.

      Para tudo, tem um jeito que não vai incomodar outras pessoas (que, lembrando, têm o mesmo direito de não serem incomodadas que você tem de fazer o que você quer). Então, é possível conciliar os interesses/as vontades/necessidades de todos. Você pode conversar no hostel depois das 23h, claro que pode. Mas custa fazer isso nas áreas comuns, onde não tem gente tentando dormir? Você também pode comer no hostel (aliás, você até deve comer no hostel, porque mochila vazia não para em pé, não é mesmo?). Mas não é melhor fazer isso na cozinha, sem correr o risco de encher o quarto de migalhas e atrair parasitas com os quais os outros hóspedes terão que conviver depois? Você pode até fazer sexo no hostel se essa for a sua vibe. Mas ninguém faz um sexo 100% silencioso (o que seria, aliás, muito chato e careta - como você gosta de dizer) e os barulhos do seu sexo podem incomodar quem está querendo dormir. Para não ser desagradável e desrespeitoso com essa(s) pessoa(s), custa fazer sexo no banheiro?? E se outro cara (ou outra garota) demonstrar interesse no seu sexo, basta chamá-lx para um ménage no banheiro com vocês. Ninguém precisa ser incomodado para você ter prazer, entende? É óbvio que se a mãe tiver que espalhar todas as coisas do bebê dela em cima da cama e por todo o quarto procurando fraldas enquanto o bebê chora e ela tenta amamentar, eu não só serei compreensiva, como me oferecerei para ajudá-la a procurar.

      No fundo, você realmente não entendeu o que estamos querendo dizer. Você julga que essas sugestões de como respeitar os outros em quartos coletivos de hostel são cláusulas pétreas de convivência, quando, na verdade, são apenas sugestões de como não ser desrespeitoso e inconveniente com as outras pessoas. E é ÓBVIO que existem exceções. É ÓBVIO que vai acontecer de incomodarmos e sermos incomodados. Mas que isso não sirva de pressuposto pra todo mundo ser egoísta e olhar somente para o próprio umbigo.

      • Saulo Cruz escreveu: "A grande mentira é essa: SEU DIREITO TERMINA ONDE COMEÇA O MEU. O direito é estático, burro. A lei é paralisada, discutida, morosa. O que existe, meus amigos, é o jeitinho!"

        Depois de ler isso, fica muito difícil concordar com o Saulo Cruz.

        Eu acredito profundamente no contrário: acredito que o MEU direito termina SIM onde começa o direito do outro. Eu acredito que EU não tenho direito algum de passar por cima dos direitos de ninguém. E isto não é uma questão de "lei", mas de humanidade.

        Aliás, acho uma grande pena que as pessoas precisem de "leis" para obrigá-las a fazer o que qualquer pessoa civilizada entende como fundamental para a boa convivência entre iguais: respeitar os outros. E o famigerado "jeitinho" é, essencialmente, o contrário disso. É um eufemismo para egoísmo, individualismo e falta de empatia.

        Mas o mais grave do comentário do Saulo foi tachar posturas de respeito, higiene e educação como "nazismo", "militarismo" e "fascismo". Isto é um sintoma dessa tendência de tanta gente hoje em dia a confundir liberdade com comportamentos antissociais. Liberdade é poder escolher entre várias opções. E escolher ser educado e agradável não é atentado algum contra a liberdade de uma pessoa madura. Pelo contrário: escolher a birra é que é indício de falta de liberdade autêntica, porque indica um certo complexo de "preciso quebrar regras, preciso quebrar regras, preciso quebrar regras". Uma atitude dessas é escrava, não livre. E é assunto para o consultório do psicólogo.

        Respeitar o espaço dos outros passa bem longe, mas bem longe de ser qualificado como "vida de clausura" ou "querer se enfiar no mosteiro". É apenas a normalidade para pessoas de bem consigo mesmas e com os outros.

        Um abraço!

    • E outra, é claro que escrevemos coisas cujo o ponto de partida somos nós mesmos! Isso é um BLOG, sempre escrevemos sobre nossas experiências e opiniões pessoais. Você já deve ter percebido isso em outros posts. Não é uma constituição, muito menos um manifesto pelo comportamento das pessoas nos quartos de hostels! E, gente, uma mulher com filho chorando, um cara cego, um senhor de idade que perdeu o ônibus, me diga se alguma dessas situações realmente já aconteceu com você em um hostel? Você inventou situações improváveis, que nem de longe correspondem a maior parte das situações que enfrentamos. É claro que nesses casos seria uma situação diferente, mas nunca aconteceu comigo. Sabe por que? Porque sempre que eu achei um cara mala em um hostel, ele era jovem, branco, sem nenhuma deficiência, solteiro, de classe média alta e curtindo o gap year da faculdade. E não, a gente não pretendia, em nenhum momento, criar uma análise minimalista de todo o tipo de situação que pode acontecer. Lidar com exceções, como as que você falou, depende do bom senso de cada um, como tudo na vida, né? Inclusive, exceções são amplamente utilizada por reaças para descreditar as militâncias que você citou (nunca ouviu falar daquela história de que "Lá na minha cidade tem gente que recebe o bolsa-família e não quer trabalhar" ou "eu conheço um negro pobre que entrou na faculdade sem precisar dessas cotas, então todos conseguem"?). Então, sim, um certo grau de generalização e observar tendências são necessárias quando a gente fala de sociedade, pq só assim a gente percebe que não, o problema não é do fulano que não consegue entrar na faculdade, é de toda uma classe que foi historicamente subjugada.

      E haha ciganos são um tipo de nômades, né? Mas não são digitais.
      Bjos!

      • Xiii Tirando a infeliz colocação sobre "reaça" (sou daquele que, como Nelson Rodrigues, diz que ser reacionário é reagir "contra tudo que não presta"), CONCORDO PLENAMENTE COM AS RECOMENDAÇÕES PARA A BOA CONVIVÊNCIA EM HOSTELS.

        UMA OUTRA? EVITAR TEMAS DIVISIONISTAS - COMO POLÍTICA - a menos que você esteja falando com alguém que tem visão muito parecida sobre essa dimensão das coisas.
        No Brasil é comum definir tudo o que pra mim não é bacana como "reacionário" (até mesmo a estupidez infundada - que na imensa maioria das vezes nada tem que ver com o conceito político de reação ou de conservadorismo). Muitas vezes, o dito "reaça" acaba não sendo nem coxinha ou conservador, mas mesmo um "cachaça com linguiça" com discurso típico de robozinho partidário, aquele chato sabichão que vive sua revolta "contra o sixtema" e adora tagarelar e palpitar sobre o que não conhece.
        No caso do Bolsa Família, por exemplo - não contrariando o que foi dito, mas apenas complementando sua informação -, o Bolsa Família foi feito para complementar renda, não para substituir ou tirar alguém da pobreza. Alguém sobrevive dignamente com um teto de R$ 177 per capita? Sabemos muito bem que não. Ao mesmo tempo, também não deixa ninguém vagabundo nem tampouco estimula a ter filhos pelo mesmo motivo mencionado. A propósito de políticas desse tipo, logo depois da Revolução Americana, programas como Renda Mínima foram implantados a partir de ideias de liberais republicanos como Thomas Paine (vale a pena conhecer a interessante história do cara).

        Bom, saindo da parte chata, a adaptação necessária a cada espaço é natural - como em cada país tem suas leis, suas normas e seus costumes - e não se chocar com elas, ou ao menos mostrar respeito é um grande ponto a favor. É melhor ser mais, digamos, "caxias" (ou "coxinha" sob certo aspecto) que "meter o louco" sem conhecer o local, bancar o "porra louca", etc. A PESQUISA SOBRE O HOSTEL é fundamental, pois permite ter uma ideia aproximada e se o lugar definitivamente vai de encontro ao nosso perfil de viajante/pessoa. Acho que esse seria o mandamento zero. Se você vai a um hostel em Ouro Preto, época do carnaval, aí não tem como não se misturar e às vezes você nota que o ambiente pode ser até incompatível com você. Já aconteceu de eu sair antes de um determinado local e me virar pela cidade para arrumar algo mais tranquilo. Mas faz parte das experiências, erros e acertos das viagens. Com o tempo, viram experiências das quais possamos rir também.

    • Saulo, você é engraçado, mas eu realmente acho que você não entendeu nada. Em primeiro lugar, as sugestões do texto não são nem pretendem ser leis. Em segundo lugar, você diz que é a favor da gentileza, mas diz "problema é seu que tá dormindo". Gentileza pra mim foi o dia que eu cheguei de jetleg e fui tirar um cochilo no hostel as 4 horas da tarde e o cara que fava no quarto foi lá e apagou a luz pra mim, sendo que era 4 da tarde. Ele não precisava ter apagado, mas apagou. Um fofo. Isso é gentileza, chegar conversando de madrugada é o contrário de gentileza. E você pegou o que foi dito e levou pra um extremo absurdo, como se o sugerido fosse transformar o hostel em um quarto de hospital. É claro que não foi isso que foi dito! Eu mesmo já incomodei um monte de gente. Sei disso, mas foi sem querer - já fazer isso propositadamente é outra coisa, é egoísmo mesmo. Claro que a gente sabe que se você tá num hostel, vai acontecer um monte dessas coisas ai sem as pessoas terem necessariamente intenção ruim. Claro que vamos incomodar e sermos incomodados, todo mundo tem que ceder um pouco nesse espaço coletivo. Eu tenho o sono muito leve, acordo por qualquer coisa. Toda vez que alguém entra no quarto, eu acordo. Eu fico com raiva? É claro que não! Não é culpa das pessoas, você vai fazer algum barulho mesmo quando chegar, não tem jeito. Em hostel é assim mesmo. Agora é muito diferente alguém fazer questão de fazer barulho, chegar falando alto quando tá todo mundo dormindo, sem nem se importar com isso. Dessa pessoa eu ficaria com raiva, pq acho que ele se acha mais no direito de conversar do que eu de dormir, mesmo que eu fosse acordar de qqr jeito, sabe? Pq eu tenho que ceder e essa pessoa não? No seu primeiro comentário, ficou parecendo que você é que queria botar regra pra quem deve ou não frequentar um hostel. Como tipo, pessoas que querem dormir não podem ficar em hostel então problema é deles que não estão curtindo todas com o resto do pessoal. Hostel é só pra galeria party like hell. Eu não concordo com isso. Já conheci uma diversidade enorme de pessoas em hostel. Inclusive gente que morava lá. Esse menino, que apagou a luz pra mim, morava lá. Ele era estudante, vivia grudado num livro de cálculo e saia todo dia de manhã cedo, eu deveria dizer problema é dele se ele tem que estudar? Essa é a sua visão de não-caretice e gentileza? É isso que você parece tentar nos convencer com seus comentários.

  • Oi Luíza, quero trocar minha curiosidade pelo Rio de Janeiro pela sua de natureza, em especial a região da Serra da Canastra em Minas Gerais na divisa com São Paulo, proximidades de Franca/SP. aguardo....

  • isso ñ se aplica pros hostels brasileiros, né?!
    ja fui acordado as 6hs da manhã c/ um corno fazendo yoga e fumando ao msm tempo!

  • O que eu acho mais engraçado dos que discordam (e qualquer pessoa tem todo o direito de discordar) é que parece haver um problema enorme de interpretação de texto.

    O post não diz, em momento nenhum, que não é legal conhecer pessoas. É por isso que a autora adora hostels, inclusive. É por isso que ela viaja.

    O texto só diz que é necessário respeitar o espaço do outro. Afinal, o coletivo é de todos (daaã).

    Isso parece óbvio, mas não é. Esse mesmo problema, de respeitar o direito do outro, é um aspecto fundamental de tudo, não só num hostel. Vale para a vida.

    E mais: frequento hostels há anos. De forma geral as regras informais citadas aqui são respeitadas, porque em geral as pessoas tem bom senso.

  • Saulo, achei você genial!

    Pela primeira vez na minha vida participo de um fórum de qualquer coisa, mas é que cara, você é gênio.

    O sinal da caretice apitou no primeiríssimo momento de verdade.

    E na real, entremos em um disco voador e zapemos dessa área muito louca.

    Venho em sua defesa. Pela vontade de viver, de conhecer e de re conhecer os outros e os mundos. lembrando que as regras não são assim tão estritas e tão restritas.

    as regras é a gente que faz pela energia que ronda.

    Não, não acho você abominável. Acho você legal. Vamos ser amigos?

    • Num entra num disco voador não, Patrícia. Aproveita que você estreou em "fóruns" e continua! =)

      Não sou o autor do texto, mas se nosso blog te estimulou a participar de uma discussão na internet pela primeira vez, creio que já valeu a pena.

      Abraço.

  • Eu já vivi em pensão e passei por tudo isso. As meninas comiam no quarto, faziam barulho até altas horas e enchiam o box do banheiro de cabelo. Um nojo.

  • UUUUUÓÓÓÓÓÓÓÓÓÓÓÓNNNNNN

    ALERTA DE CARETICE !!

    Favor todos recolherem seus discos do Odair José, substituírem os documentários do michael moore por novelas de Aguinaldo Silva, apanhar qualquer fragmento de subversão dos anos 70, trocar pelos ares assépticos dos anos 00!!

    [onde você está com a cabeça, rapaz?? Conversa fiada no corredor e ao longo da noite?? Conhecer gente nova! NÃO!! Pegue suas coisas e fique no seu quadrado!!]

    "Suportar" o próximo, "aturar" as manias alheias, "onde termina o seu direito começa o meu" isso tudo são coletividades tortas, distorcidas. A verdadeira coletividade é o olho no olho.

    O albergue faz parte do roteiro. Assim como um EXCELENTE hotel com todos seus mimos também trás brilho à viagem.

    Hostel é experiência humana. Para o bem e para o mal. Não é a grande maravilha do universo, acho que o charme é justamente esse: é o atendente que está no primeiro dia, super atrapalhado, mas fala português e seu sonho é se tornar escritor em Paris. É o porteiro que veio parar de bote naquela pátria que não o adotou mas que permite sua estadia.

    Insisto no mesmo argumento: pagar um pouco a mais para ficar num hotel ruinzim para que nenhum desses 7 conflitos terríveis e insuportáveis possam acontecer vale a pena. Se o grande problema é a convivência essa é a solução. Será menos dor de cabeça e tudo fica muito muito melhor quando estamos de bem com a gente. Vão por mim.

    • Prezado Saulo, sou Luiza, autora do texto. Sinto te informar, mas depois de ler seus dois comentários a conclusão óbvia a que chego é que, ao contrário do que você afirma, você não gosta de gente. Você claramente não dá a minima para as outras pessoas e é um tremendo de um egoísta. Porque só sendo muitíssimo egoísta para confundir respeito e boa educação com recalque. Quem gosta de conviver e conhecer outras pessoas, de qualquer cultura, respeita e é bem educado em qualquer situação. Sugiro que você faça esse teste um dia e perceba como muito mais pessoas vão querer te conhecer em retorno.

    • Se bem que, lendo o seu comentário de novo, logo se vê que você não entendeu foi nada do que foi dito. Quem foi que disse que é proibido conhecer pessoas? Quem foi que disse que as pessoas não são a coisa mais legal dos hostels? Quem foi que reclamou do atendente no primeiro dia de trabalho? Quem foi que reclamou das conversas até altas horas na sala comum? O que essas coisas tem a ver com tornar o quarto coletivo um lugar mais bacana, onde todos convivem sem impor suas vontades sobre as dos outros, onde o sono do cara que vai sair amanhã as 5 da matina para um tour super foda é respeitado? Realmente não entendo seu argumento.

    • Você confunde as coisas Saulo. Conhecer as pessoas, ter uma experiência humana, de coletividade também é possível, e se torna bem melhor, com respeito ao próximo. Uma coisa não tem nada a ver com a outra. Agora se você quer acender a luz do quarto a hora que bem entender sem se preocupar com o outro, talvez você é quem deva pagar um pouco a mais para ficar num hotel ruinzim, já que não sabe dividir o espaço com outros e se acha no supremo direito de fazer o que quiser sem se importar com o próximo. E ainda rotula quem discorda de você.

      E espero que a gente nunca divida o quarto. Você deve ser o mala do hostel.

      • Naty, assino embaixo. Cara mala do capeta, credo! Até tendei estabelecer diálogo, mas tem gente que só enxerga o que quer e não está aberto à opinião dos outros. E ainda se acha no direito de me rotular de careta e o diabo a quatro. Não adianta nada ser "cool" e "muderno" desse jeito. Ou, aliás, não é assim que se é cool e muderno.

        Saulo, meu caro. Você está equivocado e não é pouco, não. Talvez você precise mesmo ter experiências humanas pra aprender a conviver com as pessoas e a enxergar que o seu direito supremo de conviver não pode conflitar com o das outras pessoas de não quererem ser invadidas. Mas, na boa. Espero que as pessoas que vão te proporcionar esse aprendizado sejam muito pacientes e não sofram muito para te ensinar essas lições.

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Publicado por
Luiza Antunes
Tags: Listas

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