Quintandona, uma aldeia de xisto nos arredores do Porto

O interior de Portugal é formado por um monte de aldeias que parecem perdidas no tempo – ou de um livro de histórias. Mas pouca gente sabe que não é preciso ir longe ou à Serra da Estrela para conhecer um exemplo bem preservado dessas aldeias portuguesas. A cerca de meia hora do Porto, na região de Penafiel, fica Quintandona, uma bela vila feita de pedras de xisto.

Saiba mais: As aldeias históricas de Portugal na Serra da Estrela
7 ideias de bate-volta a partir do Porto

A aldeia de xisto – pedra escura, típica dessa região –  foi recuperada a partir de 2005, graças a fundos europeus e contribuições dos seus habitantes. Hoje, cerca de 60 pessoas habitam Quintandona, que também conta com uma igrejinha de 200 anos, um antigo lavatório público, um hotel elegante de turismo rural e um dos melhores bares de vinho de Portugal.

Como chegar na aldeia de Quintandona?

A partir do Porto, para quem vai de carro, são cerca 30 km pela estrada A4. Veja aqui como alugar um carro em Portugal

Também é possível ir de comboio/trem urbano. Basta partir da Estação São Bento ou Campanhã com direção à Penafiel/Caíde. O bilhete custa €2,05 e são 37 minutos de viagem. Confira os horários no site da CP. Você deve descer em Recarei-Sobreira. Dali, será necessário pegar um táxi até Quintandona (4 km de distância). Alerto, porém, que pode haver certa dificuldade para achar um táxi por essas bandas. 

O melhor Wine Bar de Portugal: a Casa da Viúva

Construído num antigo celeiro do século 18, o Wine Bar Casa da Viúva recuperou totalmente o prédio histórico, mas manteve os três pisos do traçado original e guardou memórias de outros tempos: um rádio, garrafões de vidro e panelas de ferro. O rústico das pedras de xisto e madeira é combinando com vidro e ferro de um ambiente elegante e um pátio agradável. 

O local fica cheio nos finais de semana, então convém reservar. Confira os contatos e horários de funcionamento. 

No cardápio, há diversas opções de tapas tradicionais portugueses e alguns pratos individuais, com preços que vão entre 3 a 20 euros, e uma carta de vinhos bastante completa, com dezenas de opções de praticamente todas as regiões do país. Também destaco a sangria da casa, que é deliciosa e vem numa jarra enorme. Vale a pena.

O espaço ganhou, em 2018, o prêmio de melhor Winebar de Portugal, pela revista de vinhos Grandes Escolhas.

Festa do Caldo de Quintandona 

No terceiro fim de semana de setembro acontece a Festa do Caldo de Quintandona. É um grande festival de cultura e gastronomia que surgiu junto com o processo de requalificação da aldeia. Afinal, depois de recuperar as casas e incentivar a vinda de novos habitantes, era preciso também atrair visitantes. 

As festividades estendem-se por três dias, de sexta a domingo. O caldo da festa é uma homenagem à sopa que era prato principal entre os mais pobres, incluindo qualquer coisa que você encontra na natureza. Claro que além de sopa, eles servem também diversos tipos de comidas e bebidas da região. Tudo isso cercado de música e teatro.

Você pode conferir mais informações sobre a Festa do Caldo de Quintandona no Facebook e saber como é a experiência de participar no blog da Rita, O Porto Encanta

Onde ficar?

O único hotel em Quintandona é a Casa Valxisto, um turismo rural bastante elegante que tem nota 9,7 no Booking e diárias a partir de 70 euros para o quarto duplo. 

Se você só estiver em Quintandona de passagem, pode ler o nosso post de onde ficar no Porto, com boas dicas de hospedagem pela cidade. 

Vale a pena ver também: Museu da Broa 

A cerca de 4km de Quintandona fica o Museu da Broa. Mas não se engane achando que esse é um museu comum, num espaço fechado. Não, é na verdade um “ecomuseu”, que te convida a seguir um percurso ao longo de um riacho, o ribeiro da Trunqueira, passando por seis casinhas de pedra onde há anos funcionavam os moinhos para moer a farinha e fazer as broas. 

O percurso do museu leva pelo Ciclo Tradicional da Broa e, como as mós estão recuperadas, é possível fazer sua própria broa. Tudo isso por apenas €2. Porém, há uma pegadinha: o museu só funciona com visita marcada pelos telefones 255 615 363 ou 914 614 188 ou 918 244 321.

Ou seja, se você chegar lá sem marcar, poderá fazer todo o percurso, mas todos os moinhos estarão fechados. 

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Luiza Antunes

Luiza Antunes é jornalista e escritora de viagens. É autora de mais de 800 artigos e reportagens sobre Viagem e Turismo. Estudou sobre Turismo Sustentável num Mestrado em Inovação Social em Portugal Atualmente mora na Inglaterra, quando não está viajando. Já teve casa nos Estados Unidos, Índia, Portugal e Alemanha, e já visitou mais de 50 países pelo mundo afora. Siga minhas viagens em @afluiza no Instagram.

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