Nesse texto você descobre o que fazer em Alexandria, a história da Biblioteca e como visitá-la hoje e mais curiosidades e informações para viajar para essa cidade egípcia.
A Alexandria que conhecemos hoje, uma cidade do mar mediterrâneo, famosa entre os egípcios por suas praias, guarda pouco do seu passado glorioso. Afinal, monumentos como o Farol de Alexandria e a Biblioteca, foram destruído por incêndios, terremotos, tsunamis e povos que conquistaram a cidade ao longo dos séculos.
Mas isso não significa que a cidade de Alexandria não que busque reconstruir e relembrar parte de sua história. Em 2002, por exemplo, foi inaugurada a versão moderna da Biblioteca de Alexandria, um projeto para celebrar um dos maiores espaços do conhecimento que a humanidade já produziu.
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A cidade de Alexandria fica no Norte do Egito, na Foz do Rio Nilo com o Mar Mediterrâneo.
É a segunda maior cidade do país e um famoso balneário para os egípcios aproveitarem o sol e o mar mediterrâneos. O clima ali passa longe do de deserto – e faz até um friozinho no inverno.
Alexandria fica a cerca de 225 km do Cairo.
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Em 1 ou 2 dias você consegue visitar todas as ruínas históricas e conhecer a Biblioteca Moderna.
Hoje, quem visita a Alexandria moderna precisaria olhar embaixo d’água para ver a maioria dos antigos tesouros. Listamos abaixo os principais pontos turísticos da cidade.
1. Antiga Biblioteca
A Biblioteca Antiga de Alexandria pegou fogo duas vezes, em 48 a.C., numa batalha entre Pompeu e Julio Cesar (leia mais sobre essa história mais abaixo) e num incêndio provocado pelos muçulmanos, no século 7 d.C.
A biblioteca antiga estava bem perto de onde está a moderna (veja mais abaixo como visitá-la).
Embaixo d’água, num trecho de cinco quilômetros entre a antiga biblioteca e o local onde ficava o Farol de Alexandria, mergulhadores descobriram muitos artefatos arqueológicos.
Havia um projeto para criar um museu, com túneis de vidro abaixo do nível do mar que permitissem ver a Alexandria original. Infelizmente, o projeto está pausado.
Farol de Alexandria x Fortaleza de Qaibay
No lugar do Farol de Alexandria, uma das Maravilhas do Mundo Antigo, fica hoje a fortaleza de Qaitbay.
Essa fortaleza foi construída em 1480, por um sultão otomano, e destruiu o que restava dessa maravilha do mundo.
É possível visitar Qaitbay, um monumento importante para os árabes, que serviu como defesa contra as invasões otomanas no século 15.
Dentro da citadela fica o museu naval, além de uma vista bonita do mar.
Coluna de Pompeu e Templo de Serápis
As ruínas da chamada Coluna de Pompeu e parte da acrópole sobreviveram de pé e ainda podem ser visitadas.
A tal coluna é um monólito trazido das pedreiras de Aswan – tal como eu contei nesse post, que eles usavam para fazer os obeliscos enormes que os romanos levaram do Egito para o seu império na Europa.
Leia também: As maravilhas de Aswan e o Templo de Philae, no Egito
O nome de Pompeu foi dado à coluna pelos cruzados, séculos mais tarde, dizendo que a cabeça do general romano ficava no topo dela. Isso seria impossível, porque Pompeu, César e Cleópatra morreram trezentos anos antes.
Na verdade, a coluna foi um presente da cidade de Alexandria ao imperador Diocleciano.
Também é nesse local que ficava o Templo de Serápis. O templo servia não só como local de culto do novo deus, como também um espaço para o armazenamento de obras da Biblioteca de Alexandria.
Infelizmente, bem no início da era cristã, por volta de 390 d.C, um papa da igreja ortodoxa mandou destruir o templo e todo o seu conteúdo. O único papiro sobrevivente está num museu dentro da biblioteca moderna.
Catacumbas de Kom el Shoqafa
As Catacumbas de Kom el Shoqafa são uma das maravilhas do mundo medieval. Trata-se de um das maiores necrópoles romana / egípcia. Todo o complexo foi construído no final do século 1 e seguiu sendo utilizado até o século 4.
O ossuário conta com três níveis de capelas abertas nas rochas, com sarcófagos e câmaras funerárias, além de estátuas e objetos usados no culto funerário.
Anfiteatro de Kom El-Deka
A verdade, nossa guia explicou, é que Alexandria é uma cidade em camadas. A cidade original foi, no fim das contas, destruída no ano 8 d.C., com um terremoto e um tsunami.
Quando ocorriam esses sismos, a população reconstruía a cidade com as pedras dos prédios anteriores. É possível, por exemplo, visitar as escavações de um anfiteatro, escola e banhos romanos construídos nos séculos 3 e 5 a.C e que ficaram anos soterrados.
Para ter uma dimensão da vida na cidade, dá para visitar o anfiteatro de Kom El-Deka, a escola e banhos romanos.
Essas construções dão uma boa dimensão da vida romana na cidade e também dessa explicação das camadas de história em Alexandria.
Veja aqui uma excursão arqueológica de um dia, que te leva por todos os pontos históricos mencionados acima.
O governo egípcio tinha planos de reconstruir a Biblioteca de Alexandria desde os anos de 1970. Em 1988, promoveram uma competição internacional de arquitetura e um projeto de um arquiteto norueguês venceu.
Em 2002, a nova biblioteca foi inaugurada.
O edifício enorme da nova Biblioteca foi construído com a inspiração do sol nascente e a fachada é coberta com 120 inscrições de alfabetos.
Há espaço para 8 milhões de livros e a principal sala de leitura tem 11 andares.
Dentro do complexo, também ficam quatro museus, um planetário, um centro de conferências, além de laboratórios, exibições temporárias e permanentes e salas multimídia.
É possível visitar a biblioteca de Alexandria por conta própria ou ainda fazer uma visita guiada. Dê uma olhada no site oficial para conferir os horários.
Sobre hospedagem em Alexandria, há uma enorme avenida chamada El Geish, que fica à beira-mar. É ali que se concentram os melhores hotéis da cidade.
Foi lá que eu fiquei hospedada, no Four Seasons Hotel Alexandria At San Stefano: o hotel 5 estrelas tem diárias a partir de R$645,00.
A vista da minha janela:
Claro, há opções mais em conta e muito bem localizadas, com vista para o mar. Você pode conferir todas aqui.
Um bom jeito de chegar a Alexandria é de avião, principalmente se você for sair de mais longe, como Aswan ou Luxor.
O aeroporto da cidade recebe voos da excelente Egypt Air (que voa com jatos da Embraer) e também de outras empresas como Turkish Airlines e Aegean Airlines.
Apesar de teoricamente essa ser uma viagem de 2 a 3 horas, tenha em mente que engarrafamentos são bastante comuns no Egito e o tempo de estrada pode duplicar.
De qualquer forma é possível fazer o trajeto pela rota rodoviária, partindo do Cairo. Existem ônibus que fazem o trecho de hora em hora.
Você também pode contratar um tour com uma agência que faz transfers privados: custa a partir de 80 euros.
Por fim, também dá para fazer o trajeto com os trens que saem da Ramses Station, no Cairo. É recomendável para turistas comprar a viagem de 1º ou 2º Classe, que são mais confortáveis e menos cheias – uma passagem no trem expresso pode custar menos de 10 dólares.
A viagem dura de duas a três horas. É possível comprar o bilhete diretamente na estação ou online.
Alexandre Magno, também conhecido como Alexandre, o Grande, foi o último grande Faraó do Egito. O líder macedônio conquistou o país da dominação persa e foi coroado faraó, de 332 a 323 a.C.
A cidade de Alexandria foi escolhida por ele, pessoalmente, para ser a capital egípcia do seu império. Antes, ali era apenas uma vila de pescadores.
Alexandre também mandou construir outras dezessete Alexandrias no mundo antigo, mas foi a egípcia a única que tornou-se realmente famosa e um importante centro cultural, arquitetônico, econômico e político no mundo antigo.
Infelizmente, Alexandre, o Grande, nunca chegou a ver nada disso. É que ele morreu em Babilônia, com pouco mais de 30 anos, antes que seu projeto de cidade fosse concretizado.
O único papiro que sobreviveu da antiga Biblioteca de Alexandria
Quem fundou não só a Biblioteca de Alexandria, mas também o Farol de Alexandria, uma das maravilhas do mundo antigo, foi Ptolomeu, um dos generais de Alexandre e que assumiu o controle do Egito e criou a dinastia Ptolomaica.
Todos os reis dessa dinastia chamavam-se Ptolomeu e todas as rainhas eram Cleópatra. A Cleópatra famosa da história é, para os egípcios, Cleópatra VII.
Tentando seguir a tradição dos faraós anteriores, a dinastia Ptolomaica casava irmãos com irmãs. Eles também precisavam convergir as culturas helênica e egípcia e, para isso, criaram uma nova divindade toda trabalhada no sincretismo: Serápis, uma espécie de união do deus egípcio Osíris e do grego Dionísio.
Sua figura era humana, porque os gregos não gostavam de cultuar animais, e sua imagem era bem próxima daquela que atualmente temos do Deus católico: um homem mais velho, barbado, carregando uma cruz.
Estátua de Ptolomeu II em frente à entrada da Biblioteca. O rei foi um dos responsáveis por adquirir boa parte da coleção da biblioteca antiga
Tudo ia mais ou menos bem para os egípcios/gregos, até que os romanos chegaram. Isso foi já na altura da Cleópatra famosa, que assumiu o poder aos 18 anos, ao lado do irmão mais novo.
O resto é história: Pompeu, um dos generais romanos, fugiu para o Egito, depois de perder uma guerra para Júlio César. Ele foi assassinado em Alexandria (uns dizem que a mando do próprio César) e uma batalha pela cidade, em 48 a.C. marcou a primeira vez que a Biblioteca de Alexandria pegou fogo.
Depois das idas e vindas de César, Cleópatra e Marco Aurélio, o Egito torna-se oficialmente uma província romana em 30 a.C, quanto Otaviano, sobrinho de César e futuro Imperador Augusto, conseguiu tomar o poder.
Assim, em Alexandria, há ruínas dessa mistura entre tradições egípcias, gregas e romanas em templos, múmias, tumbas e símbolos.
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Eu tenho muito interesse em ir ao Egito, mas tenho uma dúvida muito grande. Qual o melhor trajeto para um brasileiro ir ate o Cairo? Nós, pobre mortais, que temos que correr para achar passagens baratas para poder viajar temos sempre essa dúvida. Então, vocês poderiam da uma dica? O melhor jeito e/ou mais barato de chegar de avião ao Egito é do brasil via que cidade??? Voo p lisboa, Paris, Roma, Frnkfurt??????? Obrigado
Oi Rogeres,
O jeito mais barato é pesquisando muito. Não existe um trajeto mais barato especificamente, isso pode variar de acordo com a época, com as companhias aéreas, etc.
Tem três rotas principais: via Marrocos, via Europa e via Turquia.
Minha sugestão, pesquise no Google Flights. Aqui tem um post que ensino como usar a ferramenta: https://www.360meridianos.com/dica/passagem-google-flights
Tenho muita vontade de conhecer Alexandria. Iremos para o Egito em abril, mas não vai dar tempo de ir até lá.
Gostei das dicas e informações. Como sempre, texto perfeito. Parabéns.
Obrigada Daniela!