Como alugar um carro em Cancun e Playa del Carmen

Alugar um carro em Cancun, Playa del Carmen e arredores pode facilitar sua vida. Ou não: tudo depende da proposta da sua viagem. Vai ficar vários dias deitado num resort all inclusive? Então o carro é uma bobagem, já que você pouco sairá do hotel e nesse caso o melhor é se deslocar de táxi ou de transporte público. Agora, se você pretende conhecer a região e ficar pouco no hotel, então o carro é sim uma boa ideia. E pode até te ajudar a economizar.

E há muito o que fazer na região para além do combo praia, bebida na mão e espreguiçadeira. Começando pelos cenotes, formações geográficas que são únicas no mundo, e incluindo ainda ruínas maias, cidades históricas e restaurantes interessantes.

Veja também: Comida mexicana: pratos típicos do país

Onde ficar em Playa del Carmen: dicas de hotéis

Vale a pena ficar num resort all inclusive?

Akumal

Nós alugamos um carro pela Rentcars, um buscador que compara os preços nas principais locadoras de cada país. Depois foi só retirar o veículo na hora marcada, numa agência no centrinho de Playa del Carmén. Dá para fazer isso no aeroporto, na hora que você chegar, para economizar ainda no táxi, que é caro. Só não fizemos isso porque já estávamos em Playa.

A primeira vantagem (e economia) veio na localização da hospedagem. Optamos por ficar num hotel muito bem avaliado em Akumal, mas que fica a três quilômetros da famosa praia das tartarugas. Com o carro, a hospedagem no Akumal Chic at Lot 49, muito mais barato que os outros e com boa estrutura, não ficou complicada.

Além disso, o veículo foi fundamental para fazermos vários passeios por conta própria e sem nos preocuparmos com transporte público. Fomos várias vezes para a praia de Akumal, voltamos a Playa del Carmen, estivemos em Tulum e demos uma esticada até Chichen Itza, as ruínas de uma grande cidade maia que estão a 200 km de Playa.

Ao todo, pagamos R$ 340, já incluindo as taxas de cambio, o IOF brasileiro e todos os seguros, pela locação, que foi de dois dias. Reservamos um Hyundai Grand i10 com quilometragem livre. Optamos por pagar um adicional para devolver o carro no aeroporto, em Cancun, o que ficou bem mais barato (e cômodo) do que ir de transfer ou táxi.

Alugar um carro em Cancun ou Playa, passo a passo

Se você optar por alugar um carro, o primeiro passo é fazer a reserva com antecedência. É que o preço varia de acordo com a demanda – e lembre-se que estamos falando de uma região que recebe tantos turistas estrangeiros quanto o Brasil inteiro. Para isso, a dica é fazer a reserva em buscadores como a Rentcars.

Vá ao site da empresa e preencha a cidade em que você gostaria de retirar o carro, a data e a hora da retirada e o dia e horário que você pretende devolver o veículo. Escolha seu país de origem e aperte “pesquisar”. Caso prefira, você pode marcar, já na busca, pela opção de devolver o carro numa loja diferente da que você fará a retirada. Há uma taxa para isso, mas pode compensar.

Várias locadoras serão listadas nos resultados, em geral do preço mais baixo para o mais alto. Aqui cabe um conselho: se a oferta parecer muito baixa, pode desconfiar. É que tem locadoras que jogam o preço da diária lá no chão, mas que, na hora da retirada do veículo, passam um caução altíssimo no seu cartão de crédito.

No meu caso, com uma locadora chamada Mex/Fox Rent, uma locação de dois dias exigiria um caução de 1200 dólares, e isso num plano que já incluía todos os seguros básicos. Como o valor era muito alto, acabei optando por não passar. Aí a saída foi comprar outro seguro que custou mais caro que a diária do carro (e que acabou elevando o custo total para os R$ 340 informados no começo do texto). Com isso a locadora topou receber um caução menor, de 100 dólares, que foi estornado no cartão dias após a devolução do carro.

A moral da história é aquela velha de sempre: quando a esmola é muita, desconfie. Uma locadora que estiver oferecendo um preço muito mais barato que o das concorrentes nem sempre é uma boa ideia. Por isso, na hora de comparar os resultados da Rentcars, opte pelas empresas mais reconhecidas do mercado. No caso do México, outras locadoras de veículos são a Alamo, a National e a Europcar. Se um dia voltar a Cancun, escolherei uma dessas.

Na hora de retirar o veículo, participe atentamente da vistoria para não ter problemas depois. Tenha bastante atenção com arranhados na lataria, com as luzes do veículo e com o tanque, que deve ser devolvido com a mesma quantidade de combustível. Eles te entregarão um contrato de locação, mas não o documento do carro. É esse contrato que você deve apresentar caso seja parado em alguma blitz.

Como é dirigir no México

Não é preciso ter carteira de motorista internacional para dirigir no México. Apenas sua carteira brasileira, válida e com uma foto em que você possa ser reconhecido, já vale. Leve também seu passaporte. Além disso, nenhuma locadora fecha negócio com quem não tenha um cartão de crédito. Não vale cartão em nome de outra pessoa, tem que ser do motorista, com um bom limite, afinal será passado o caução e o valor do aluguel.

As estradas nos arredores de Cancun são boas e a rodovia principal, a Carretera Federal 307, é praticamente uma linha reta. As distâncias são grandes: Cancun está a 68 km de Playa, que está a outros 38 km de Akumal, seguindo em frente na mesma rodovia. De lá, para chegar em Tulum, outra cidade que vale uma visita, são mais 25 km, o que faz com que o trecho entre Cancun e Tulum tenha quase 130 km, tudo na mesma rodovia. Ao longo desse trecho estão diversas atrações que você certamente vai querer visitar.

Respeite a sinalização e os limites de velocidade. Na hora de abastecer, há vários postos de gasolina ao longo do caminho, sendo que a marca da Pemex – a Petrobras deles –  é a mais comum. Abasteci quatro vezes e em nenhum dos estabelecimentos eram aceitos cartões, por isso tenha uma reserva de pesos para esses momentos.

Foto: shutterstock.com

E atenção nos postos de gasolina! Por ser a região mais turística do México, Cancun, Playa e arredores são campeãs no quesito golpes contra viajantes. Houve tentativas nesse sentido, por parte de frentistas, em todos os postos que parei. Para evitar o problema, pare perto da bomba e fique de olho no marcador – um frentista chegou a pedir que eu posicionasse o carro longe da bomba e depois alegou que tinha abastecido determinada quantia, o que não era verdade. Além disso, preste atenção ao seu troco e garanta que o carro está sendo abastecido com o que você quer – gasolina aditivada, comum, etc. É o tipo de problema que é fácil de evitar, mas que não deixa de causar um certo estresse.

No mais, dirija com segurança, não ultrapasse os limites de velocidade e respeite a sinalização. E de quebra você vai ganhar uma road trip por locais lindos.

*O 360meridianos faz parte do programa de afiliados da Rentcars. Ou seja, ganhamos uma comissão com base na reserva efetivada, mas a indicação é totalmente verdadeira. Nós mesmos usamos o serviço, que é uma boa forma de economizar.

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Rafael Sette Câmara

Sou de Belo Horizonte e cursei Comunicação Social na UFMG. Jornalista, trabalhei em alguns dos principais veículos de comunicação do Brasil, como TV Globo e Editora Abril. Sou cofundador do site 360meridianos e aqui escrevo sobre viagem e turismo desde 2011. Pelo 360, organizei o projeto Origens BR, uma expedição por sítios arqueológicos brasileiros e que virou uma série de reportagens, vídeos no YouTube e também no Travel Box Brazil, canal de TV por assinatura. Dentro do projeto Grandes Viajantes, editei obras raras de literatura de viagem, incluindo livros de Machado de Assis, Mário de Andrade e Júlia Lopes de Almeida. Na literatura, você me encontra nas coletâneas "Micros, Uai" e "Micros-Beagá", da Editora Pangeia; "Crônicas da Quarentena", do Clube de Autores; e "Encontros", livro de crônicas do 360meridianos. Em 2023, publiquei meu primeiro romance, a obra "Dos que vão morrer, aos mortos", da Editora Urutau. Além do 360, também sou cofundador do Onde Comer e Beber, focado em gastronomia, e do Movimento BH a Pé, projeto cultural que organiza caminhadas literárias e lúdicas por Belo Horizonte.

Ver Comentários

  • Muito obrigado pelas dicas. Uma dúvida quanto a alugar o carro: há problemas em beber e dirigir por lá? Antes de tudo, vale dizer que não é intenção minha dirigir após uma noite de bebidas (neste caso usarei o táxi), mas sim durante o dia, conhecendo os lugares (cenotes, tulum, etc) e possivelmente tomar uma cerveja ou drink pela rua.

    • Oi, Francisco. Pelo que pesquisei há problemas sim. O limite permitido para álcool no sangue é só um pouco superior ao do Brasil (que é quase 0).

      Eu evitaria.

  • Oi Rafa! Gostei muito do seu post. Vou em janeiro e estou morrendo de medo das multas e propinas. Você pegou o tal do tarjeton turístico? A estrada para Chichen Itza é complicada? Bem sinalizada? E o trânsito?

    • Oi, Mari! Que bom te ber por aqui. :)

      Não tive problema com policiais, mas li sobre e antes da viagem tive receio também. Não peguei o tal do tarjeton turístico porque, confesso, não sabia da existência dele.

      O grande problema pra mim foram os frentistas. Teve tentativa de golpe em todos os abastecimentos que fiz.

      Sobre a estrada, é ótima, tranquila e bem sinalizada. Nada a reclamar.

      No fim das contas alugar o carro vale bastante a pena. Mas tem que tomar esses cuidados básicos.

      Abraço e obrigado pelo comentário!

  • Estamos com certo receio de alugar carro. Lemos muito sobre multas e propinas é verdade que os policiais perseguem os turistas.??

    • Oi, Sandra. Eu não tive nenhum problema com isso. O único incômodo foi com os frentistas, nos postos de gasolina, que tinham sempre um golpe diferente para ter dar.

      Mas o carro é extremamente útil para Cancún e região. No meu caso, acho que valeu a pena alugar.

  • Ótimas dicas Rafael! Quando fomos a primeira vez não alugamos o carro, mas dessa vez agora estamos querendo alugar para fazer mais passeios. Vamos ver se vale a pena. :)

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Publicado por
Rafael Sette Câmara

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