Gob nos esperava ao lado de sua mulher com aquele sorriso que parecia nunca deixar o rosto. Na Tailândia, as pessoas são sempre tratadas por um apelido e o dele significa sapo. Alguma coisa em seu jeito me fez pensar que ele incorporou algo do animal de batismo, com suas feições largas e fala pouca, mas grossa.
A oficina na qual ele recebe os turistas em Sukhotai funciona nos fundos de sua casa, em um quintal cheio de árvores ao lado de um riacho. Somos recebidos com chá de capim limão, uma recorrente bebida de boas-vindas no país. Quando Gob começa a falar, é a mulher quem faz de intérprete. Com um inglês mais desenvolto que o dele, é ela também quem cuida dos agendamentos por telefone com clientes estrangeiros. Há cinco anos os dois comandam o pequeno workshop que ensina viajantes a confeccionarem amuletos com a imagem de Buda e de outras figuras sagradas do budismo, como mandalas e elefantes.
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Os talismãs são feitos com uma espécie de massa de modelar que lembra a argila, mas que é fabricada com frutos de uma árvore típica da região e misturada com pele de búfala, que é o que dá liga. Com a matéria prima em mãos, Gob ensina a prensá-la nos moldes e retirar sem que ela se parta. Cada figura tem seu propósito: há talismãs para o amor, saúde e felicidade. Atrás de cada um deles, os visitantes escrevem seus nomes para assegurar que o amuleto será pessoal.
Depois de dar forma à massa, Gob recolhe as peças fabricadas pelos participantes. Elas ainda precisam secar e ser colocadas no forno antes de se tornarem amuletos. O trabalho só fica pronto no dia seguinte, quando ele entrega os talismãs no hotel de cada um.
A ideia é que as figuras sejam colocadas em alguma chedi (as pagodas pontiagudas) ou em altares nos templos, para garantir a proteção. Eles garantem que esse tipo de imagem não corre o risco de ser retido na saída do país, como pode acontecer com estátua de decoração. Mas se você resolver levar para casa, lembre-se que elas devem ser colocadas em estantes ou prateleiras altas, sem nada acima delas.
Gob nasceu e passou a vida inteira em Sukhothai. A cidade foi a primeira capital do país e, ao contrário de Ayutthaya, resistiu ilesa aos séculos. Ali ainda preserva-se muito da história, arquitetura e tradições da Tailândia ancestral. Gob se considera um herdeiro dessas tradições e faz questão de mostrá-las aos visitantes. A última parte da oficina é para isso. Com lanças, arco e flecha, ele demonstra algumas técnicas de luta utilizadas pelos guerreiros tailandeses na época em que a cidade era o centro do país.
A Oficina de Amuletos de Buda do Gob, em Sukhthai, pode ser agendada no centro de atendimento ao turista da cidade ou pelos emails banpraphim1009@gmail.com e homeluksmonart@gmail.com e custa 250 baht (R$ 25). A oficina é reconhecida pelo Governo da Tailândia como uma iniciativa de turismo comunitário.
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Adorei, fotos lindíssimas!