Muita gente se depara com Bérgamo ao buscar um voo low cost para Milão. Afinal, é nessa cidadezinha medieval que a Ryanair fez seu hub no norte da Itália. Bérgamo fica a apenas 50 minutos de distância de Milão e certamente merece uma visita além do saguão do aeroporto. A cidade cabe tanto num curto passeio de quem chega ou parte num voo de lá. Ou, melhor ainda – num bate-volta de um dia todo, a partir de Milão. Nesse post conto para vocês um pouco sobre a história de Bérgamo, o que fazer por lá, onde comer e onde ficar.
O transporte entre Milão e Bérgamo pode ser feito de trem ou ônibus (além do carro alugado, óbvio). Para quem chega no aeroporto Orio al Serio, o ônibus ATB no.1 leva até o centro de Bérgamo, passando pela Cidade Alta e também pela estação de trem. De lá, você pode pegar um trem para Milão, que leva uns 50 minutos. Ou seja, é perfeitamente possível programar seu dia para ficar algumas horas conhecendo Bérgamo antes de seguir para Milão.
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Para quem quer ir diretamente, existem algumas empresas de ônibus, como a Terravision e a Orio Shuttle que fazem o trajeto direto do Aeroporto de Bérgamo e Milão. O traslado custa em torno de 5 euros.
Bérgamo é dividida entre a Cidade Alta, com as características medievais conservadas, e a Cidade Baixa, onde fica o comércio e a vida na cidade. Essa divisão existe desde o século 16, quando a Città Alta foi toda murada e fortificada pela República de Veneza, que dominou a região de 1428 até 1797.
Os muros venezianos e as quatro impressionantes portas da cidade (S. Alessandro, S. Giacomo, Garibaldi e S. Agostino), que tornaram Bérgamo impenetrável, ainda estão lá até hoje. A ligação fácil entre as duas partes da cidade só passou a existir no final do século 19, por meio de dois funiculares.
Caminhar pelas ruelas da Cittá Alta já é um passeio e tanto. Era tudo tão bonitinho que me lembrou minha vontade de passar um tempo numa cidadezinha assim, estudando italiano. E também estava rolando um festival anual de jardinagem, o que garantiu um visual bem diferente para as praças medievais da cidade.
Por ali, procure a Piazza Vechia (ou Praça Velha), o centro da cidade, com uma mistura de arquitetura Renascentista, com a antiga prefeitura, feita em mármore e que hoje abriga a Biblioteca Municipal (foto acima). Mas o destaque mesmo são os medievais Palazzo della Ragione e a Campanone (de 1100 a.C). Na fachada das construções, um leão, símbolo do domínio de Veneza.
A praça era o centro do poder político da cidade até o século 19. A Campanone é uma torre de sinos que tem colunas do período romano. Os tais sinos tocam 100 vezes todas as noites, às 22h. Antigamente, serviam para marcar o fechamento dos portões da cidade fortificada. Hoje, são só uma lembrança muito barulhenta da tradição.
Outra praça importante é a do Duomo. Como toda boa cidade italiana, Bérgamo tem a sua enorme cota de igrejas. Na praça do Duomo há três delas: a Basílica de Santa Maria Maggiore (1137 a.C), gigantesca, pertence aos moradores da cidade, tendo em vista que a construção partiu da própria população, durante o surto de peste negra.
Parte da basílica, entretanto, foi destruída para a construção do Capela Colleoni (1475 a.C), um mausoléu dedicado a um dos homens mais poderosos da história de Bérgamo, Bartolomeo Colleoni, um mercenário nobre que ganhou muito poder durante as guerras entre Milão e Veneza e tinha certa mania de grandeza, tendo em vista que logo na entrada há referências a Júlio César e Trajano.
Uma história curiosa, que o guia contou, é que por muitos séculos acreditou-se que Colleoni não estivesse enterrado ali, já que ninguém conseguia achar os restos mortais do homem. Foi só em 1969 que o caixão dele foi encontrado, muito bem escondido no gesso da tumba.
Dizem que passar a mão aí no símbolo da família Colleoni trás sorte
Claro, na praça do Duomo também fica a Catedral da cidade: o Duomo di Bergamo, outra igreja majestosa. E há ainda um Batistério, de 1340, para completar as construções históricas.
Ainda na parte alta fica o Parque Rimembranze, onde está uma fortaleza chamada Rocca, que foi transformada em museu.
Uma dica interessante é procurar o bar/restaurante La Marianna. Esse lugar afirma ter inventado o sorvete de flocos. Ou melhor, o Gelato alla Stracciatella. A Wikipedia confirma o fato. E mesmo que não fosse, é um dos gelatos artesanais mais gostosos que já provei. Fica no Largo Colle Aperto, 4, perto da Porta S. Alessandro.
Na cidade baixa existem alguns museus e igrejas interessantes, como a Academia Carrara (que tem obras de Botticelli e Rafael) e a Galeria de Arte Moderna, além do Museu Donizetti, dedicado ao compositor de óperas.
Existem vários motivos para se hospedar em Bérgamo. O primeiro é se você se apaixonar completamente pela cidade e quiser mais tempo para explorar seu centro medieval e ainda os arredores, como as vinícolas da Lombardia. O segundo é caso seu voo saindo do Orio al Serio seja num daqueles horários ingratos na madrugada. Aí, vale a pena ficar em Bérgamo para facilitar o deslocamento, tendo em vista que os ônibus e transfer saindo de Milão não funcionam 24 horas.
Para quem está no primeiro time, em busca de turismo e charme, veja aqui uma lista com as melhores acomodações na Cittá Alta, já filtradas entre as com melhor custo/benefício.
Já para quem tem como objetivo a facilidade no deslocamento para o aeroporto, separei os hotéis em Bérgamo que oferecem transfer para o aeroporto.
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Amei as dicas, obrigada Luiza. Aproveitando a oportunidade, que tal visitar Malta? Pelas minhas pesquisas fica bem próximo da Itália, uma ilha. É que raramente encontro informações deste país. E como sigo este blog e vou fazer intercâmbio no país, nada melhor do que alguém que entende do assunto para dar dicas boas e atualizadas, claro.
Abraço.