A BlaBlaCar chegou ao Brasil em 2015, mas eu só peguei uma carona pela primeira vez no ano passado, quando morava no Velho Continente, onde os serviços de compartilhamento de veículos já são populares há muitos anos. Depois de esperar alguns minutos no estacionamento de um supermercado em Berlim, eu subi em um van de um ucraniano que carregava muitas plantas na parte traseira. Ele não falava muito bem inglês, mas concordou em me deixar na porta do meu hostel, em Cracóvia, na Polônia. Como a comunicação entre nós era impossível, dormi a viagem inteira e só acordei no país vizinho. Paguei 16 euros pelo trajeto.
Depois disso, fiz outras viagens. A segunda foi um pouco mais ousada. 14 horas com três desconhecidos até a Andaluzia, na qual todos eles falavam uma língua que eu domino minimamente bem. E teve uma outra, mais curtinha, entre Sevilha e Málaga. Em todas elas, minha experiência foi positiva e eu consegui economizar um bom dinheiro em comparação ao preço cobrado pelos trens e ônibus para o mesmo trajeto. Veja como você também pode tirar proveito das caronas compartilhadas.
Sabe aquele velho problema dos nossos tempos em que há um montão de carros nas ruas ocupados por uma ou, no máximo, duas pessoas? A BlaBlaCar surgiu com a ideia de conectar os motoristas desses carros com pessoas que precisam de uma carona. Diferente do Uber, que é um serviço de motorista particular – com balinha e água mineral – a BlaBlaCar é a versão 2.0 do velho dedão na beira da estrada.
Funciona assim: quem tem um carro e vai fazer uma viagem insere os detalhes do trajeto no sistema – o tipo do carro, os pontos de partida e chegada, a hora e a tolerância para atrasos, qualquer tipo de restrição ou observação e o valor que gostaria de receber por passageiro. Do outro lado, pessoas que buscam caronas para aquele trajeto podem escolher um motorista entre as diversas opções disponíveis no sistema. Ambas as partes podem trocar mensagens privadas antes de solicitarem ou aprovarem uma carona para acertarem os ajustes. Conexão feita, basta encontrar a carona no local e hora marcada e viajar.
No Brasil, o pagamento é feito em dinheiro, direto ao condutor. Em alguns lugares, como na Espanha, o valor é pago com cartão de crédito e fica retido na BlaBlaCar até o fim da viagem. No final da viagem, o passageiro passa um código ao condutor, que pode sacar o valor diretamente no sistema. Espero que esse tipo de pagamento ainda seja implantado no Brasil, contribuindo para tornar a rede ainda mais simples e segura.
As caronas costumam ser publicadas quatro ou cinco dias antes da viagem, então muitas vezes é preciso fechar a viagem meio em cima da hora. Você pode criar alertas para ser avisado sempre que surgir uma viagem para determinado destino.
Vou ser sincera e dizer que eu prefiro viajar tranquilinha no meu lugar no ônibus escutando música no fone de ouvido, porque sempre que eu penso em viajar com a BlaBlaCar, penso nas horas que eu vou ter que ficar batendo papo com desconhecidos. Tem gente que não se importa com isso e até gosta, mas situações sociais como essa me deixam bastante desconfortável e esse é um grande ponto negativo da BlaBlaCar para mim. Dito isso, eu nunca deixo de consultar o aplicativo para planejar minhas viagens por terra, porque dependendo da diferença de preço eu mando meu desconforto para as cucuias.
Pela minha experiência, viajar com o BlaBlacar vale a pena nas seguintes situações:
Assim como outras plataformas de economia colaborativa, quem usa a BlaBlaCar está disposto a confiar que, do outro lado da tela, há pessoas dispostas a conhecer gente nova, compartilhar experiências e de quebra economizar alguns trocados. Se existe o risco do seu motorista ser um psicopata? Bom, sim. Mas esse risco também existe quando você entra em um táxi ou Uber e até quando você se senta ao lado de um desconhecido no ônibus. Assim como em outras plataformas do tipo, o que a empresa faz para minimizar esse risco é trabalhar com o sistema de resenhas. Os próprios usuários avaliam cada viagem, tanto no que diz respeito à qualidade da direção quanto à educação e bom senso dos motoristas e caroneiros.
Além disso, todos os usuários precisam informar seus nomes reais e formas de contato e você sempre pode cancelar a carona se, por algum motivo, se arrepender do pedido depois. Se você se sentir inseguro, pode escolher viajar apenas com usuários que já colecionem boas resenhas. E não se esqueça de, ao final de cada viagem, também contribuir com as suas impressões. Assim você ajuda a criar uma rede cada vez mais segura e de qualidade para todos.
Esse não é um post patrocinado e não tivemos qualquer benefício ou incentivo da companhia para publicar esse artigo. Apenas buscamos oferecer aos leitores alternativas de viajar mais, de forma mais econômica e melhor.
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Preciso ir pra Bahia estou nato grosso do sul
É muito chão, em João! Mas talvez você possa fazer a viagem aos poucos!
Ótimo post! Acabei de descobrir o aplicativo e pretendo utilizá-lo em breve.
Espero que sua experiência seja boa!
Abraços
No meu caso tentei usar em novembro do ano passado na Cracóvia pois não tinha ônibus nem trem que fazia o percusso que eu queria (Cracóvia x Dresden na Alemanhã), mas havia várias viagens do blablacar. Eu baixei e me cadastrei no aplicativo porém a maioria dos motoristas só aceitava esse tipo de pagamento citado no artigo e o aplicativo dizia que para o meu país esse tipo de pagamento ainda não estava disponível. Os motoristas que aceitavam outro tipo de pagamento recusaram meu pedido e após duas recusas eu fui bloqueado. Tive que pegar um ônibus para Berlim e de lá um trem para Dresden. Ou seja, minha experiência não foi nada legal.
Que chato, Rozembergue... Acredito que eles solucionaram esse problema porque nunca tive dificuldades com o método de pagamento.
Abraços
Utilizei o aplicativo por cinco vezes já, todas as experiencias foram muito satisfatórias e com economia"
Javyer, obrigada por compartilhar sua experiência :)