Bocas del Toro é o típico destino cartão-postal com tudo o que a natureza do Caribe oferece de melhor: uma mistura de tranquilidade e aventura, praias lindas de água cristalina, mas com a vantagem de ainda preservar o charme das pequenas vilas e povoados. E ainda a autenticidade da cultura local que passa pelas tradições dos indígenas Ngobe, que habitam a região há séculos, aos imigrantes jamaicanos que foram trabalhar nas plantações de banana da United Fruit Co., no século 20. Hoje, o arquipélago recebe de braços abertos gente do mundo inteiro que chegou para uma visita, mas resolveu nunca mais sair dali, o que acrescenta uma pitada multicultural à paisagem local.
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É a mais importante ilha do arquipélago. É ali que estão localizadas a maior parte dos hotéis e restaurantes e de onde saem a maioria dos barcos e passeios para as outras ilhas. É em Colón que fica Bocas Town, a pequena “capital” de Bocas del Toro na qual você vai encontrar quase toda a infraestrutura turística do arquipélago – agências de viagem, o único caixa eletrônico da região, supermercados, vida noturna e comércio se concentram ali. A ilha também conta com uma reserva natural e boas praias para banho e surfe.
Os barcos que vêm de Almirante chegam ao pequeno cais de Bocas Town e é ali também que fica o único aeroporto. Se você for para outra ilha, terá que pegar um water táxi, a forma mais popular de deslocamento ali. A cidade está conectada ao resto da ilha por uma pequena faixa de terra e uma estrada. Para chegar às praias, é preciso pegar um ônibus que sai da Praça Simón Bolívar (a passagem custa 2,50 dólares) ou um dos barcos que saem do cais, mas muitos turistas preferem alugar uma bicicleta para percorrer Colón sobre duas rodas. A Playa Bluff é a favorita entre os surfistas. A uma hora de caminhada de lá fica La Piscina, uma lagoa perfeita para quem busca um mergulho refrescante. E se você quer um pouco daqueles cenários de cartão-postal, Bocas del Drago, localizada no outro apêndice da ilha, é o lugar.
Cais de Bocas Town, em Bocas del Toro. Foto: Fotos593, Shutterstock
Um passeio muito comum entre quem fica em Colón é Isla Carenero, uma ilha vizinha que também tem suas praias tipicamente caribenhas, algumas opções de hospedagem e uma atmosfera muito mais tranquila que a vida animada de Bocas Town. A Isla Colón é a principal escolha dos viajantes para fazer de base no arquipélago. Veja aqui uma seleção de hotéis e hostels na ilha.
Bastimento está a dez minutos de barco de Colón e possui praias intocadas e muito verde em um ecossistema riquíssimo protegido pelo Parque Nacional Marino Isla Bastimentos. Ali é possível ver também uma espécie de sapo minúsculo de cor vermelho sangue que habita a região da praia não por acaso batizada de Red Frog.
A ilha conta com resorts, alguns hostels, um pequeno mercado e vendedores ambulantes. Entre as atrações da ilha está a Laguna de Bastimentos, na estrada da reserva natural, que é para ser admirada de terra firme porque é casa de jacarés e crocodilos. Além da Cayo Crawl, famoso por ser o melhor ponto de snorkeling do arquipélago, e da vila Quebrada de Sal, uma reserva que abriga cerca de 400 indígenas Ngöbe-Buglé. Há tours com guias nativos que ensinam as tradições preservadas dessa população.
A maior parte dos habitantes da ilha, no entanto, vive na pequena e colorida vila de Old Bank, na qual floresce uma mescla da cultura indígena, espanhola e afro-caribenha. Ali é possível encontrar pequenos restaurantes locais e opções simples, porém bastante econômicas de hospedagem. Trilhas, canoagem e outras atividades de aventura completam a lista do que fazer em Bastimento. O water táxi de Colón custa 5 dólares e você deve especificar se quer ir para a reserva ou para os hotéis, já que a entrada acontece por cais diferentes.
As coloridas casas de madeira foram construídas no início do século 20 e seguem de pé, preservando o ar de vila de pescadores em toda Bocas del Toro. Foto: Damsea, Shutterstock
Coberta por manguezais e com recifes de corais colorindo o mar tão próximo à costa, a Ilha Popa é a segunda maior de Bocas del Toro e está a 30 minutos de barco da Isla Colón. Selvagem e pouco habitada, possui cinco comunidades indígenas vivendo em seu território e um resort de luxo, o Paradise Beach Resort, que recebe turistas durante o dia para usarem seu restaurante e piscina. Dali também sai uma trilha para o ponto mais alto da ilha, que pode ser feita com um guia local indígena, por 5 dólares. A apenas alguns quilômetros dali fica a Isla Zapatilla e a Coral Cay, ambos pontos famosos de snorkeling.
Muitas vezes esquecida pelos turistas, San Cristobál possui uma rica vida marinha e ecossistema preservado pelos indígenas que a habitam, o que acaba atraindo praticantes de snorkeling e mergulho. Os melhores recifes ficam na parte norte da ilha, incluindo o Cristóbal Light, o maior deles. A Baía de los Delfines é um ponto de encontro de dezenas de golfinhos que se reúnem por ali pelas manhãs e tardes. É quase impossível não ver nenhum desses simpáticos animais se você planeja uma visita para esses horários – há diversos passeios que levam até ali com esse objetivo, saindo de Bocas Town. A Vila de San Cristóbal é basicamente populada pelos Ngobe e é a única comunidade que tem eletricidade, uma escola pública e telefones públicos. A região de Bocatorito é o lugar para ver manguezais e algumas praias desertas.
Essa é outra famosa região de snorkeling em Bocas del Toro, com coloridos recifes de corais e diferentes espécies de peixes que passam por ali. Você encontrará diversos passeios que incluem uma parada em Hospital Point para a atividade. O nome é referência a um antigo hospital abandonado que foi construído na ilha nos anos 1900, pela United Fruit Co., para tratar as vítimas de malária e febre amarela.
Localizado no leste do Panamá, bem próximo à fronteira com a Costa Rica, Bocas del Toro tem um clima semelhante ao resto do litoral caribenho na América Central. Isso quer dizer clima instável, com muita chuva o ano inteiro. Sabe aquela foto de panfleto de viagem com o céu azulzinho? Você até vai conseguir vê-la, mas provavelmente não vai durar o dia inteiro, já que o normal é que a chuvinha leve bata cartão no fim da tarde, mesmo nos meses considerados mais secos.
Os meses de setembro, outubro, janeiro, fevereiro e março são os que apresentam a menor pluviosidade. E junho, julho, agosto, novembro e dezembro, a mais alta. Ainda assim, eu fui em fevereiro e choveu praticamente todos os dias, mas nada que atrapalhasse a viagem. A temperatura média é de entre 22°C e 26°C. Por causa dessa instabilidade, recomenda-se que você deixe para comprar os passeios ou definir a programação na manhã do dia, levar capa de chuva sempre com você e usar bastante repelente e filtro solar (porque o tempo engana).
Isla Carenero. Foto: By John Crux, Shutterstock
O Panamá tem sua própria moeda, a Balboa, que vale o mesmo que o dólar, mas que parece estar entrando em desuso, sendo substituída pela moeda estadunidense. O dólar é amplamente aceito em todo o país e isso não é diferente em Bocas del Toro. Vá ao arquipélago preparado, com bastante dinheiro em espécie, já que só há um caixa eletrônico no arquipélago e, se o dinheiro acaba, é preciso esperar até que o banco passe para repor. Eu estive lá no carnaval e, por causa do feriado, a reposição só aconteceu três dias depois.
Em uma emergência, donos de supermercados chineses em Bocas Town aceitam fazer uma compra no cartão em troca de dinheiro em espécie por uma taxa de 10% do valor sacado. Muitos hotéis e restaurantes aceitam cartão, mas os water táxis, por exemplo, precisam ser pagos em dinheiro vivo. Por isso é sempre bom ter uma reserva com você.
Uma viagem em water táxi custa entre 5 e 8 dólares
Uma diária em um quarto coletivo de hostel pode custar a partir de 12 dólares
Uma cerveja long neck custa cerca de 2 dólares
Uma refeição com menu turístico custa entre 7 e 13 dólares
Os passeios variam muito, mas podem custar entre 30 e 70 dólares
Para chegar a Bocas del Toro é preciso ir à cidade de Almirante, que está no continente. Da estação de ônibus, pegue um táxi para o cais de onde saem os barcos em direção à Bocas Town. O trajeto custa 6 dólares, mas se você comprar a ida e a volta de uma vez, fica 5 cada perna. Se você vem da Costa Rica, pode valer a pena contratar um shutter de Puerto Viejo que já te deixa no cais Almirante. Há apenas um ônibus por dia que faz o trajeto da Cidade do Panamá até Almirante – e vice-versa. Uma alternativa é pegar um ônibus para David e, de lá outro em direção a Bocas, já que dali a oferta é maior. Esse mesmo percurso pode ser feito para ir de Bocas à Cidade do Panamá. Voos saem diariamente da Cidade do Panamá para o Aeroporto de Bocas Town. A viagem dura 45 minutos.
Foto: icemanphotos, Shutterstock
Dia 1
Alugue uma bicicleta para percorrer a Isla Colón ou pegue um ônibus na Plaza Simón Bolívar em direção à Bocas del Drago ou Playa Estrella.
Dia 2
Dia de praia na Isla Carenero. Um water táxi saindo de Bocas Town custa apenas 2 dólares. Há bares e restaurantes na ilha.
Dia 3
Passeio de barco com parada para snorkeling na Isla Zapatilla e Laguna Azul.
Dia 4
Faça um passeio a alguma comunidade indígena Ngobe, com guia local, para conhecer a cultura e tradições desse povo.
Dia 5
Saia pela manhã em direção à Isla Bastimento, onde você passará os próximos dois dias. Aproveite para relaxar nas praias da região. Um bom lugar para passar a noite é no Selina Red Frog, um hostel bonitinho que mais parece um mini-resort e conta com um bom restaurante que salva as refeições na ilha.
Dia 6
Explore as trilhas do Parque Nacional da Isla Bastimento.
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É possivel chegar de moto até a Ilha Colon?
Olá Erick, em Almirante você provavelmente terá que contratar um transporte específico para sua moto até a ilha, já que no barco que leva os passageiros não transporta veículos. Não sei informar o custo disso e nem onde contratar o serviço.