Enquanto subíamos as muralhas da Citadela de Budva, prometemos um para o outro: “Precisamos voltar aqui”, ele disse. “E logo, não daqui a anos, precisamos voltar na próxima oportunidade de viagem que tivermos, é o primeiro lugar da lista”, respondi. Esse foi o impacto que o cenário de Budva, Montenegro, teve na gente. Ver aquele mar azul, montanhas e aquele centro de cidade murada nos mostrou um pouquinho das maravilhas dessa costa do mar adriático.
Budva não é uma cidade desconhecida ou pouco turística. Pelo contrário, é bastante movimentada, só que não tanto por brasileiros. Os russos e sérvios dominam a região e vão para lá em bando nos meses de verão. Os brasileiros, na maioria das vezes, fazem um bate-volta da Croácia. Ou, como eu, planejam menos tempo de viagem do que o necessário para conhecer a região. Grande erro.
Apesar de Montenegro ser um país com pouco mais de uma década de existência, desde que se separou amigavelmente da Sérvia, as cidades ao longo da costa montenegrina são bastante antigas, resquícios de ocupações gregas, romanas, bizantinas e por aí vai. No caso de Budva, são quase 2500 anos de história. O centro histórico envolto por muralhas que vemos hoje vem do período medieval, quando a cidade foi dominada pela República de Veneza. Muita gente compara a cidade murada em Budva com uma Dubrovnik menor. Nunca estive na cidade croata, mas senti muitas vibes de King’s Landing (a capital de Westero, da série Game of Thrones) circulando pelos labirintos de Budva.
O centro histórico de Budva, chamado de Stari Grad, é a grande atração da cidade – além das praias e das baladas. Tem aquela filosofia comum de cidades históricas, em que a grande atração são as ruelas em si, ficar circulando sem rumo, observando os detalhes, as cores, as construções e as vitrines. No caso de Budva, isso é particularmente interessante porque toda a área de Stari Grad é fechada para carros, o que torna muito mais fácil e agradável circular por ali.
Dentre as atrações, é possível circular pelo alto das muralhas da cidade e visitar a Citadela, ou seja, a antiga fortaleza. O prédio é na verdade uma reconstrução, visto que o original foi destruído num enorme terremoto, em 1979. A atração na Citadela é ver a vista da cidade acima dos muros. A entrada custa 2 euros.
Na praça ao redor da citadela ficam as principais igrejas da cidade. A Catedral de São João (Svetog Ivana) é a mais importante. É bem bonita por fora, nem tanto por dentro, mas a entrada é gratuita. Já a Igreja da Santíssima Trindade é uma típica igreja ortodoxa, com muitos afrescos dourados bem bonitos no interior. Para completar os templos na praça, a capela de Saint Sava é bem pequena, fechada para o público, mas compõe bem a paisagem.
No centro você também encontra um museu arqueológico, que não cheguei a visitar, mas, caso tenha interesse, eles guardam artefatos históricos da cidade.
Saindo por um dos antigos portões você chega na parte nova. Na marina de Budva ficam diversos iates milionários. Logo em frente, há um pequeno e agradável parque. Também é nessa direção que ficam as boates e cassinos. À noite, as ruas na região da Av. Mediteranska ficam muito lotadas.
A Riviera de Budva é uma costa que se estende por 35 km do mar adriático. Budva é a principal cidade ali, obviamente, visto que dá nome a essa região de praias.
Perto do centro histórico de Budva você encontra duas praias: a Old Town Beach, que é bem pequena e um tiquinho suja, e a Mogren Beach (que é dividida entre parte 1 e 2). No caminho para Mogren você vai circulando as falésias e encontra um dos cartões-postais da cidade, que a estátua da “Garota Dançando”, mas uma descrição melhor é uma menina nua fazendo uma pose de ioga. A praia de Mogren tem mais espaço, principalmente se você caminhar até Mogren 2. No verão fica tudo muito lotado por ali, tenha isso em mente.
Bem no meio do mar, fica a ilhota de Sveti Nikola, também conhecida como a ilha afundada, por conta do formato que lembra um barco naufragando. É possível fazer passeios de barco até lá.
Outra praia muito famosa é Sveti Stefan, que fica a cerca de 9 km de distância e é conhecida por conta do hotel de luxo construído numa ilhota, lembrando um castelo. Não é possível visitar o hotel Aman e, apesar de uma das praias (a do lado direito) ser exclusiva para hóspedes (ou para quem paga €100 pela cadeira), do outro lado fica a versão pública. Além disso, há um bosque costeando o mar de onde temos uma vista incrível da Riviera, com a cor do mar inacreditavelmente azul. É possível ficar hospedado (por um preço menor do que 1000 euros a diária) na vila de Sveti Stefan, há dezenas de guesthouses por ali.
Se você já leu meu texto das desventuras em série em Montenegro, sabe que eu recomendo fortemente que você fique hospedado no centro histórico. Eu fiquei num quarto privativo no excelente Freedom Hostel. Você pode ver todas as opções de hospedagem no centro histórico.
Se estiver muito caro, avalie bem a localização da hospedagem fora do centro. Como é uma cidade montanhosa, o barato pode sair caro. Prefira opções mais próximas à Av. Mediteranska.
Por fim, para quem vai explorar as praias da Riviera de Budva, pode ser uma boa opção se hospedar numa das cidadezinhas e vilas onde ficam as praias. A mais famosa é Sveti Stefan, onde a praia é bem mais tranquila do que em Budva e tem várias opções de apartamentos para temporada. Veja aqui.
Para se locomover entre as praias da riviera de Budva há um ônibus que circula com bastante frequência e custa 1,50 euros. Ele sai da Av. Mediteranska, numa praça mais ou menos na altura do número 5. Há mais de 15 praias nessa região para você explorar.
A rodoviária de Budva tem ônibus chegando e saindo de vários destinos nos Balcãs, além das cidades em Montenegro. Nós viemos de Tirana, na Albânia, e seguimos para Mostar, na Bósnia. Felizmente, é fácil encontrar na internet informações de ônibus ali e como se locomover. Busque no Balkan Viator e no BusTicket4me. É possível inclusive comprar as passagens pela internet: eu comprei quase todas e foi bem tranquilo.
Para transporte dentro de Montenegro, porém, vale mais a pena se informar e comprar na hora.
Montenegro é um dos poucos países nessa região que adotou o euro. Porém, eles não fazem parte da zona do euro. Confuso né? Se você tentar sacar ali com um cartão europeu (caso dos nossos leitores que morarem na Europa), o banco vai cobrar taxas como se fosse um saque internacional.
Apesar do euro e da fama turística, ainda é barato viajar por Montenegro. Gastei cerca de 50 euros por dia lá, incluindo transporte, alimentação, hospedagem, passeios e umas cervejinhas. Quem vai para balada certamente vai gastar mais.
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Que sítio lindo é esse? Vai já para a lista de sítios a visitar e parece não ser tão turístico como outros locais
Vale muito a pena Sofia!