Várias viagens numa só. É isso que você encontra na Península de Iucatã, parte do México onde estão Cancún, Playa del Carmen e o restante da Riviera Maya. Por ali tem de tudo: hotéis de luxo, pousadinhas, praias no famoso tom azul-caribe, ruínas maias e vida noturna agitada. Quem quiser relaxar, ficando longe da muvuca americanizada de Cancún, também encontra seu espaço, em especial em cidades de praia menores, como Akumal e Tulum. Fora que essa região é porta de entrada para Chichén Itzá, ruínas maias que, em 2007, venceram um concurso mundial que escolheu as Novas Sete Maravilhas do Mundo.
Por isso, reserve tempo para sua viagem por essa parte do México. Com uma semana dá para aproveitar um pouco de tudo, mas quem tiver mais de tempo – 10 dias, por exemplo – vai pra casa com o check list quase completo. Para começar a te ajudar a planejar sua viagem para Cancún e a Riviera Maya, vamos entender um pouquinho da região?
Veja também: O México é muito mais que Cancún
Comida mexicana: pratos típicos do país
Zona hoteleira de Cancún (Foto: Irina Klyuchnikova Shutterstock.com)
Antes de 1970, ninguém tinha ouvido falar de Cancún. Foi naquela década que, desejando atrair mais dólares e turistas para o México, governo e iniciativa privada percorreram o país em busca de um lugar que pudesse se tornar o balneário mais famoso do país. Não é difícil entender a razão para a escolha: a região, que até aquele momento tinha poucos habitantes, é lindíssima.
Cancún nasceu como um destino turístico planejado. Logo depois dos primeiros hotéis, chegou o aeroporto. Nos anos 1980 foi hora da cidade vizinha, antes uma região de pescadores e portuária, também entrar para o mapa turístico mexicano: assim nascia Playa del Carmen.
Cozumel, ilha em frente à Playa, passou a ser procurada na mesma época, principalmente pelas belezas abaixo d’água. E assim, pouco a pouco, o México ganhou uma região turística vizinha de Cancún – a Riviera Maya, uma faixa de 130 km de litoral que começa em Puerto Morelos, depois de Cancún, passa por Playa del Carmen e termina em Punta Allen, bem ao sul da península. O mapa abaixo ajuda a entender a região.
O principal aeroporto fica em Cancún e costuma ser usado mesmo por quem finca base em outras cidades da área. Foi o que eu fiz – desci no Aeroporto Internacional de Cancún e de lá peguei um transfer para Play del Carmen, a 60 km dali, onde fiquei hospedado.
O voo direto entre Brasil e Cancún, operado pela LATAM, foi cancelado em 2016. Hoje, para chegar em Cancún é preciso fazer uma conexão, seja na Cidade do México, no Panamá, nos Estados Unidos ou em outros destinos. Também é possível chegar em Cancún de ônibus, tanto a partir de outros destinos mexicanos como de países vizinhos, como o Belize.
O outro aeroporto da região é o de Cozumel, que recebe voos diários da Cidade do México e de outros destinos.
Brasileiros não precisam de visto para viajar para o México em caso de turismo – apenas passaporte válido. E não é necessário ter a comprovação da vacina contra febre amarela. Caso seu voo tenha conexão nos Estados Unidos, lembre-se que você precisará ter o visto norte-americano. Por fim, o seguro de saúde não é obrigatório, mas é altamente aconselhável fazer um. Saiba aqui como garantir um seguro com o melhor custo/benefício.
Pensando no clima, a melhor época vai de novembro a maio, quando chove pouco. Em julho também chove pouco, enquanto em junho até chove, mas nem tanto. Eu fui em junho e tive dois dias atrapalhados pela chuva, mas no geral deu tudo certo. De agosto a novembro é a temporada dos furacões, sendo que setembro e outubro são os meses em que mais chove na região. Convém evitar.
Por fim, fique de olho na Spring Break, período de férias de estudantes dos Estados Unidos e do Canadá e que em geral ocorre em março ou no comecinho de abril. Como Cancún é um dos destinos favoritos dos spring breakers, a região fica lotada nessa época.
O primeiro passo é pensar na cidade – e essa escolha muda complemente o estilo e custo da sua viagem. Tirando Cozumel, que é uma ilha, todos os destinos estão ao longo da Carretera Cancun-Tulum, a principal rodovia da região.
Cancún – A mais próxima do aeroporto, maior e mais americanizada. A zona hoteleira é formada por prédios altos e os restaurantes mais famosos estão dentro de shoppings e centros comerciais. Boates famosas, como a Coco Bongo, ficam em Cancún.
Playa del Carmen – A segunda cidade turística, a 68 km de Cancún. Existem duas Playas: a dos resorts de luxo, que funcionam no esquema all inclusive; e a da vila, onde há hotéis e pousadas. Os resorts estão num condomínio fechado chamado PlayCar, enquanto os hotéis e restaurantes estão distribuídos nas ruas da cidade, que tem nome bem americanos: a via principal, onde tudo acontece, é a Quinta Avenida. Se você ficar por ali, dará para fazer tudo a pé.
Cozumel – Ilha em frente à Playa del Carmen. Em geral, costuma ser visitada no esquema bate-volta a partir de Playa, de onde saem as balsas para a ilha. A travessia dura cerca de 40 minutos. Cozumel, que está perto de uma das maiores barreiras de corais do mundo, é um importante destino de mergulho.
Akumal – Praia tranquila, de águas claras e famosa por ser moradia de tartarugas – muita gente vai lá para nadar entre elas. Eu me hospedei num hotel que está a três quilômetros dessa praia, o Akumal Chic at Lot 49. Akumal está a 105 km de Cancún e 39 de Playa del Carmem, percurso feito praticamente numa linha reta, pela Carretera Cancun-Tulum.
Akumal
Tulum – Essa cidade é famosa por ter ruínas maias em frente ao mar. Muita gente visita Tulum por algumas horas, por conta disso, mas há quem se hospede por lá – a cidade tem praias lindas e um clima bem mais tranquilo e menos turistão do que Cancún ou mesmo Playa del Carmen. Tulum está a 128 km de Cancún, 62 de Playa del Carmen e 25 de Akumal.
Já te garanto uma coisa: ficar só num resort all inclusive é um baita desperdício, já que a região é interessante e os melhores programas não estão na praia do resort. Além disso, vale sempre ressaltar o impacto que esse tipo de hospedagem causa no ambiente local, já que grande parte do dinheiro entra no resort, mas logo corre para outros países ou lugares, onde ficam as sedes desses estabelecimentos.
Leia também: Nossa opinião sobre resorts all inclusive em geral
Mesmo assim, entendo a força que as palavras “pensão completa” têm -´é muito bom poder não se preocupar com nada. Não ter um roteiro a cumprir e nem mais nada a pagar é uma das experiências mais relaxantes que uma pessoa de férias pode ter. Para famílias com filhos pequenos, soltar as crianças na estrutura do resort e descansar de frente para a praia também pode ser uma escolha tentadora.
Caso resolva ficar num resort all inclusive, a dica é que você pelo menos divida a hospedagem. Passe um dias no resort, mas reserve a maior parte do tempo para ficar num hotel e pousadinha, em que você pagará um valor bem mais baixo pela diária e não se sentirá na obrigação de passar o dia inteiro no hotel. Assim você conhece a região, economiza, come em restaurantes locais e deixa seu dinheiro circular um pouco mais na comunidade que está visitando.
Veja também: Onde ficar em Playa del Carmen: hotéis e resorts
Por ser a região mais turística do México, Cancún e a Riviera Maya são mais caras que o restante do país. Começando pela hospedagem, mas a diferença também é visível nos restaurantes. Dólares são amplamente aceitos para pagar contas, mas o melhor é trocar a moeda americana em alguma casa de câmbio. E, antes que você me pergunte, é melhor levar dólares do que reais para o México – compre a moeda americana antes de sair do Brasil.
Há caixas eletrônicos que permitem sacar diretamente em dólares, mas as taxas dessas ATMs machines focadas nos turistas dos Estados Unidos são altíssimas – se resolver sacar, procure um caixa eletrônico que seja usado também pela população local e pegue seu dinheiro em pesos.
Por fim, apesar da vocação turística, nem todos os lugares aceitam cartões. Os cenotes, formações geológicas típicas dessa parte do México, cobram entradas caríssimas e que raramente podem ser pagas com cartão. Postos de gasolina também só aceitam dinheiro vivo, em geral, mas hotéis e restaurantes costumam aceitar cartões. Na dúvida, leve dinheiro com você.
A não ser que o plano seja passar seus dias deitado na espreguiçadeira de algum resort all inclusive, se levantando só para pegar bebidas ou no máximo fazer algum passeio com saída do próprio hotel, então certamente compensa alugar um carro. O veículo simplifica muito as coisas: com ele dá para conhecer vários cenotes, passar pelas ruínas maias de Tulum e Cobá, conhecer praias diferentes e até esticar para destinos mais distantes, como Chichén Itzá.
Uma boa saída, caso queira combinar descanso com visitar outras atrações, é passar uns dias se dedicando ao programa praia e caipirinha e só alugar o carro quando resolver sair para conhecer outros lugares. Foi o que eu fiz. Enquanto estávamos em Playa del Carmen, a solução era o transporte público e táxis, mas quando mudamos a base da hospedagem, e fomos para Akumal, alugamos o veículo. De Akumal dirigimos até Tulum, Cobá, Valladolid e Chichén Itzá. Você não precisa ter carteira de habilitação internacional para dirigir no México.
Se não estiver de carro e resolver andar de táxi, lembre-se que a alta presença de norte-americanos trouxe o costume da gorjeta para o taxista, que é esperada. Caso resolva circular de transporte público, ônibus que ligam as cidades da região partem das rodoviárias de cada uma delas e vans brancas fazem o trajeto Tulum – Cancun, com paradas em cada ponto ao longo da rodovia principal. O preço varia de acordo com o destino, mas, como o serviço é usado pela população local, não costuma ser caro.
Na época da minha viagem, em junho de 2017, não havia aplicativos de transporte na região, como o Uber.
Veja também: Como alugar um carro em Cancun e Playa del Carmen
Eu passei seis dias na região. A estadia foi dividida, sendo metade para a praia mesmo e a outra metade para passeios, muitos deles também envolvendo o mar. Nos três primeiros dias, a base foi Playa del Carmen, que avaliamos que seria um destino melhor para nosso estilo de viagem que Cancún.
Depois do tempo para sombra, cerveja e água fresca, seguimos para Akumal, a praia das tartarugas. Foi a partir dali que conhecemos também Tulum, os cenotes, Cobá e Chichén Itzá. No caso do último destino, fomos até lá no esquema bate-volta, mas, por conta da distância de mais de 200 km, o ideal é dormir lá ou numa cidade mais próxima, como Valladolid. Ou até mesmo esticar um pouco mais até Mérida.
Cobá e Tulum podem ser encaixadas no mesmo dia de viagem, mas Tulum, que tem praias lindas, também rende mais tempo. Por fim, considere fazer bate-voltas para outros destinos, como Cozumel ou Isla Mujeres.
A escolha de quais passeios fazer pode alterar a decisão de em qual cidade fazer sua base – se você prefere conhecer ruínas maias, então Tulum e Akumal são boas escolhas, enquanto quem prefere curtir a vida noturna pode optar por fincar base em Cancún ou Playa del Carmen.
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Voltando aqui pra agradecer. Valeu pela dica de passar uma noite em Valladolid. Quando estava pesquisando aqui no blog sobre a viagem pra península de Yucatán acendeu uma luz de vou pra lá. E foi decisão super acertada, cidade tão bonitinha e não conhecia ainda uma cidade colonial no México.
Poxa, que ótimo, Carla. Fico feliz de ter ajudado. :)
Abraço.
Meu sonho cancun, e conhecer também o Spring Break rsrs.. deve ser demais! Adorei o artigo, já salvei o link. Cancun será minha próxima viagem, então estou pesquisando bastante! Obrigada pelas informações!
Fico feliz de ter ajudado, Ju.
Abraço.