Uma das obras mais famosas de Antoni Gaudí e cartão-postal de Barcelona, a Casa Batlló mexe com a curiosidade dos visitantes. Como será por dentro uma casa com uma fachada tão diferente? Como será que o modernista Gaudí usou de forma prática elementos do fundo do mar numa casa? E, principalmente, será que vale a pena gastar tantos euros para visitar esse lugar?
Nesse post contamos um pouco da história e das curiosidades envolvendo a Casa Batlló, explicamos como é a visita, os tipos de ingressos disponíveis, como evitar multidões e mais.
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A Casa Batlló fica numa das avenidas mais importantes de Barcelona, a Passeig de Gràcia. A rua, no passado medieval, ligava a cidade com a Vila de Gràcia, que hoje é um bairro. No ano de 1860, um novo plano urbanístico de Barcelona propôs que o tal Passeio de Gràcia se tornasse uma avenina elegante e logo ali passaram a ser construídas as casas das famílias mais ricas e importantes da cidade.
No local onde fica hoje a Casa Batlló existia uma outra casa, mas quando D. Josep Batlló y Casanovas, um empresário do ramo da indústria téxtil, comprou o lugar, em 1903, seu plano era demolir o edifício e que seu arquiteto contratado, Antoni Gaudí, tivesse total liberdade criativa.
Casa Batlló decorada com flores para o dia de San Jordi
Gaudí percebeu que não era necessário demolir a casa anterior, mas sim fazer uma reforma completa, o que ele fez de 1904 a 1906. A fachada foi completamente transformada, a distribuição das paredes foi refeita, o vão interior, chamado pátio de luz, foi transformado em dois. Além do valor artístico, toda a obra de Gaudí na casa também é funcional, até os dias de hoje.
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A Casa Batlló ficou em posse da família Batlló até a década de 1950. Depois, mudou de dono várias vezes até que nos anos 1990 foi adquirida pela família Bernat, que restaurou o espaço e abriu ao público para visitação, em 1995. A Casa Batlló é patrimônio da humanidade pela UNESCO e uma das principais atrações de Barcelona: são mais de um milhão de visitantes por ano.
Chegue no horário indicado no seu bilhete. Você terá 15 minutos de tolerância, de acordo com o horário comprado. Por exemplo, se comprou a entrada para às 10h, pode entrar até 10h15. Na entrada, eles te entregarão o audioguia, que é um smartphone com uma experiência multimídia. Há opção de idioma em português. Além das informações de áudio, na tela do celular há vídeos de realidade aumentada que mostram um pouco melhor as ideias loucas de Gaudí, as conexões da casa com a natureza e como era o local na época da família Batlló.
Os grandes highlights da Casa são:
Essa é a parte gratuita da visita. Vale a pena não só ver de perto, mas atravessar a rua para ver a fachada completa e o telhado.
Apesar de Gaudí não ter explicado exatamente sua inspiração para a construção da Casa, o tema marinho fica mais ou menos claro, assim como a aproximação com a natureza e com um mundo de fantasia, traços comuns em suas obras.
Examinando a fachada com cuidado, você repara que a superfície é ondulada. Como é toda coberta de vidro e cerâmica coloridos, quando a luz do sol bate, as cores se multiplicam. Uma segunda observação permite ver que tanto as colunas de pedra, como as grades das sacadas lembram ossos. Assim, de certa forma, a casa também lembra um grande esqueleto, decorado com elementos florais típicos dos modernistas.
O primeiro piso, chamado Planta Nobre, e sua grande janela oval, foi projetado para que as pessoas da casa pudessem ver a rua e serem vistos por quem passava.
O telhado permite uma terceira interpretação sobre a casa. Formado por grandes escamas coloridas e em formato esférico, lembra o lombo de um um dragão. Além disso, a torre com uma cruz de quatro braços, que lembram uma espada, faz com que muita gente interprete uma relação da Casa Batlló com a lenda de São Jorge, padroeiro da Catalunha.
O primeiro andar da casa, a Planta Nobre, é o coração da Casa Batlló. Era ali que a família vivia e, por isso, esse grande salão não só é uma obra-prima do trabalho de Gaudí, mas também fala muito da vida da burguesia naquela época. Normalmente, nas casas nesse período, a família habitava os primeiros andares e alugava os andares superiores. O vestíbulo e o sótão eram de uso comum e também divididos pelos criados.
No primeiro cômodo fica o escritório do sr. Batlló, com uma incrível lareira em forma de cogumelo.
Ao passar pelas portas de madeira e entrar no salão, repare como a cor dos vitrais muda entre os dois ambientes. No salão, além de admirar os janelões, foque nos detalhes, como o lustre que lembra uma anêmona e o teto em espiral, que alude à força do mar.
Gaudí precisava encontrar uma solução para que a iluminação natural chegasse de maneira uniforme a todos os andares da casa – e foi assim que surgiram os pátios de luzes. Você entra em contato com eles quando começa a subir as escadas ou quando pega o elevador central.
Dos dois lados da escadaria ficam os pátios internos. A luz que entra pela claraboia, no topo, e os azulejos que revestem o pátio foram colocados de uma forma degradê: os do topo são de azul escuro e vão ficando mais claros até a parte mais inferior do prédio, que precisa de mais claridade.
Além disso, os tamanhos dos janelões de madeira variam ao longo dos andares: menores em cima, maiores abaixo. E eles têm pequenas janelinhas, tipo persianas na vertical, que abrem e fecham como as guelras de um peixe, para circulação de ar.
Ainda na planta nobre fica um grande salão de jantar privado da família Batlló, com grandes janelas e uma porta que leva ao pátio interior, nos fundos da casa. Foi pensado para ser um oásis no centro da cidade, com pavimento colorido e um jardim de cerâmica colorido.
Mesmo o sótão sendo uma área de serviço, Gaudí não deixou de fazer uma área que combina estética e funcionalidade. Ao invés de corredores brancos sem graça, ele criou arcos ovalados, mais exatamente 60 deles, que dão a sensação de um espaço mais amplo e lembram as costelas de um animal, como se você tivesse dentro da barriga do dragão – que está no terraço.
O telhado e o terraço da Casa Batlló também são conhecidos como o lombo do dragão. Quatro conjuntos de chaminés de formas diferentes e cobertas de mosaicos, além do telhado colorido, que pode ser visto da fachada, coroam a obra.
A casa abre todos os dias, das 9h às 21h. No site eles dizem que a visita dura uma hora. Eu demorei duas para ver tudo, ouvir o audioguia, tirar fotos, observar os detalhes, etc.
Faça a compra dos bilhetes online, que vale muito mais a pena não só porque é mais barato, mas também porque evita a fila na bilheteria. Dá para comprar direto no site oficial, sem taxas extras.
No momento da compra, é preciso indicar a data e o horário da visita (a não ser que você compre o bilhete mais caro que tem a entrada em qualquer dia). Minha dica esperta é: compre no horário mais cedo. Eu fiz a minha visita às 10h da manhã. Quando comecei ainda não estava tão cheio, mas na hora que eu estava saindo, por volta de 12h, já estava insuportável, a ponto de ser difícil subir e descer as escadas.
Não é necessário imprimir o bilhete comprado online, basta apresentar no seu celular.
O bilhete simples custa 24,50 euros online ou €28,50 na bilheteria. Esse valor inclui o audioguia. Se você quiser comprar o fastpass para evitar a fila de entrada, são €29,50 online ou €33,50 na bilheteria. Por isso, vale muito a pena comprar online. Você pode garantir os seus por aqui.
Durante os meses de calor existe o evento “Noites Mágicas”, que é uma visita noturna a partir das 20h (ainda tem luz do dia) que inclui, além da visita com audioguia, também atração musical e direito a duas bebidas. Custa 39 euros.
A visita estilo “entre primeiro que todo mundo” custa 37 euros e só é vendida online. A entrada é às 8h30. Esse ticket pode ser comprar neste link.
Olha, essa resposta depende do seu orçamento.
Se você não está com a grana contadinha, curte ver coisas bonitas e aprender sobre história, cultura e arquitetura, minha resposta é: vá. Se estiver com dinheiro sobrando, recomendaria até pagar mais caro e fazer a visita mais cedo, antes do resto dos turistas.
Porém, se seu orçamento está apertado, aprecie a fachada da Casa Batlló, visite outros monumentos modernistas da cidade e deixe para a próxima visita à Barcelona. É que a cidade tem muitas coisas bonitas de graça e por mais que eu tenha gostado muito de conhecer a casa, não acho que é uma visita imperdível para quem está com pouco dinheiro. Há outras obras de Gaudí na cidade que merecem mais a visita, como a própria Sagrada Família.
A fachada da Casa Batlló é bem mais bonita do que os fundos, mas se você tiver curiosidade de ver um ângulo diferente da casa, tem dois jeitos. O primeiro é entrar na Casa Amatller, que fica logo ao lado, passar pelo hall, e ir até o café Faborit. Na área aberta, nos fundos do café, você consegue ver de lado a fachada de trás da Batlló. Aproveite que está ali para tomar o chocolate quente mais famoso de Barcelona.
Uma foto de panorama da vista
Para uma vista completa, vire a esquina do Passeig de Gracia com Carrer d’Aragó e entre na loja Servei Estació. Seja discreto, vá para os fundos da loja, onde tem uma escada rolante. Suba dois lances de escada e depois saia em direção ao terraço, onde tem um café. Ali você terá a vista completa.
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Excelentes dicas! Obrigado pela sinceridade: não me parece algo indispensável, então vou deixar pra gastar meu dinheiro com outras coisas.
Parabéns! Excelente matéria!
Muito bem escrita, ótimas explicações e dicas; fotos maravilhosas!
Estamos convencidos: faremos a visita em toda a casa!
Obrigada!