Como funcionam os coffeeshops de Amsterdam

Não é segredo para ninguém que Amsterdam é uma cidade liberal – muito pelo contrário, os holandeses têm orgulho disso. E não podia mesmo ser diferente, afinal enquanto boa parte do mundo ainda tem dificuldade para discutir sem preconceitos temas polêmicos, como prostituição, uso de drogas e casamento gay, por lá as coisas parecem estar mais bem resolvidas.

Tão bem resolvidas que a nossa guia do city tour perguntou se gostaríamos que ela nos levasse a um coffeeshop. Ou seja, as lojas que vendem, com autorização do governo, não café, mas maconha.

Os coffeeshops existem desde os anos 70 na Holanda, como resultado de uma política de drogas mais tolerante. O objetivo dos governantes era claro: diferenciar drogas leves (soft drugs -haxixe, maconha, remédios para dormir e sedativos) das pesadas (hard drugs, ou cocaína, heroína, extasy, etc). Com isso, seria possível descriminalizar o usuário recreativo das drogas de primeiro tipo e facilitar o combate ao tráfico, ao crime organizado e consequentemente à violência.

Veja bem, o consumo de maconha e adjacentes em Amsterdam não é legal, é apenas tolerado sem punição, seguindo algumas regras específicas muito bem fiscalizadas. Por isso, o único lugar onde você pode comprar esse tipo de droga é dentro de um coffeeshop. E vale dizer que o estabelecimento não pode vender mais de 5g da droga para um cliente, por dia.

Além disso, somente maiores de 18 anos podem entrar no local e comprar os produtos oferecidos. Nenhuma droga pesada (tipo cocaína, extasy, LSD, etc) pode ser vendida lá, assim como qualquer tipo de álcool. Essas lojinhas também não podem fazer qualquer tipo de publicidade para atrair consumidores.

O governo permite que você fume maconha em espaços públicos, desde que não compre na rua e não porte mais do que a quantidade permitida por lei. Além disso, em Amsterdam turistas também podem entrar nos coffeeshops, desde que sejam maiores de 18 anos, claro. Essa regra varia em outras cidades da Holanda.

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Toda essa tolerância atrai turistas. 35% das pessoas que visitam Amsterdam vão aos coffeeshops, que somam 198 estabelecimentos na cidade (dados do IAmsterdam, do final de 2013). Se você andar pelas ruas de regiões que têm a noite movimentada – tanto para turistas, como para holandeses – como Leidseplein, Rembrandtplein e o Red Light District, vai ver jovens ingleses e australianos passeando em busca das diversões prometidas por uma cidade tolerante e liberal.

Com tantos estabelecimentos, dá para encontrar de tudo: do decrépito ao com aparência de café bonitinho. Eles estão por todos os lados da cidade. Para entrar em um, não se esqueça de levar seu passaporte. O documento é analisado na entrada, para evitar visitas indesejadas de menores de idade.

A organização do lugar impressiona: parece uma combinação de café com pub, pessoas sentadas em suas mesas conversando, outras no balcão. Um letreiro indica as ofertas de bebidas: café, cappuccino, latte… Um cardápio exibe itens com várias graduações de THC, a substância psicoativa da droga. No blog Janela Laranja você encontra posts sobre como escolher o que consumir.

Já ouvi histórias de gente que dormiu depois de visitar o coffeeshop – uma delas, no banheiro do Museu do Van Gogh!  Então, para quem não tem experiência, a prudência vale a pena. Quem estiver interessado pode buscar uma lista dos melhores estabelecimentos na internet. Tem várias. O Huffington Post indica cinco coffeeshop imperdíveis em Amsterdam: Mellow YellowThe BulldogBarney’s, Grey AreaRokerij II.

Se você não tem curiosidade e nem interesse em visitar um, mesmo sem consumir nada, então tome cuidado para não confundir os coffeeshops com os cafés da cidade. O Ducs Amsterdam tem um post explicando as diferenças. Se você quiser só um cafezinho, sem efeitos colaterais, procure por uma koffiehuis.

Você iria ou já foi a um coffeeshop em Amsterdam? Concorda com essa política de tolerância na cidade? Conta aí nos comentários =)

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Luiza Antunes

Luiza Antunes é jornalista e escritora de viagens. É autora de mais de 800 artigos e reportagens sobre Viagem e Turismo. Estudou sobre Turismo Sustentável num Mestrado em Inovação Social em Portugal Atualmente mora na Inglaterra, quando não está viajando. Já teve casa nos Estados Unidos, Índia, Portugal e Alemanha, e já visitou mais de 50 países pelo mundo afora. Siga minhas viagens em @afluiza no Instagram.

Ver Comentários

  • Ola, vivo a na España e quero irne
    trabalhar na Holanda preciso de um
    dinheiro rápido vc teria alguns nomes pra me passar de bordeis ou
    Casas privadas estou indo semana
    que vem e ainda nao tenho nada em
    mente vivenda ou trabalho tenho
    documentaçao europeia.

  • Oi Luiza, muito bom os posts sobre Amsterdam. Acho pessoalmente fantástica essa politica de tolerância implantada na Holanda. Não fui ainda a um coffeshop, mas não teria problemas em visitar um. Me parece tudo muito bem organizado. Experiências com responsabilidade são sempre válidas. Não tolero a hipocrisia e a intolerância que muitas das vezes assolam as pessoas. Parabéns pela informação e pela ética, na condução do post. Vocês da 360, são ótimos.
    Um grande abraço.

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Luiza Antunes

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