Maior região metropolitana da Itália e a quinta da Europa, Milão é quase que parada obrigatória para quem viaja pelo país. E nem sempre por causa das atrações milanesas: é que muitos voos internacionais descem na cidade. Por isso, é possível que você tenha uma escala ou conexão em Milão, com direito a apenas algumas horas ou no máximo um dia por ali.
Há ainda o caso de quem desembarca em Milão, mas rapidamente segue de trem para Florença, Veneza, Bolonha ou Roma. Este texto é um guia completo do que fazer durante uma conexão ou um período curto em Milão.
Você sabia? O seguro de viagem é obrigatório para entrar na Europa e pode ser pedido na imigração. Saiba como escolher um seguro dentro das regras do Tratado de Schengen.
Há três passeios que cabem perfeitamente no roteiro de quem tem pouco tempo em Milão.
Acho que unir esses três locais dá um roteiro de um dia, sem correria. E pode até sobrar tempo para ver de perto outras atrações e museus.
400 anos foram necessários para a Catedral de Milão nascer. Iniciada em 1386, foi só em 1813, após Napoleão ordenar o recomeço dos trabalhos, que a obra foi considerada pronta. No processo, foram utilizados mais de 8 mil blocos de mármore e 2.300 estátuas. Números que fazem do Duomo – palavra em italiano que significa catedral – uma das igrejas mais impressionantes que você verá por aí.
Duomo de Milão à noite
Se só tiver tempo para fazer uma coisa em Milão, esse é seu destino. A entrada na igreja é cobrada e pode ser adquirida numa bilheteria na rua lateral (lado esquerdo de quem sai da igreja), onde há máquinas de auto-atendimento para quem vai pagar com cartão; e caixas normais, para compras em dinheiro.
Outra opção é comprar o ingresso online, evitando filas, que podem ser grandes na alta temporada. Fazer isso também é uma boa ideia para quem tem pouco tempo na cidade e viaja com os minutos contados. Há diversos tickets, vários deles comercializados pela Get Your Guide, uma empresa europeia, com site em português e especializada na área. Se você preferir, é possível também reservar no site oficial da catedral. .
Se o dia estiver bonito, vale investir na visita ao terraço, que é linda. Nesse link explicamos como é a visita ao Duomo de Milão. O Duomo abre todos os dias, das 8h às 19h, com última entrada às 18h10 – mas a igreja pode ficar fechada para visitação durante cerimônias religiosas. Já os horários de funcionamento das outras atrações do complexo variam: o terraço abre às 9h e fecha às 19h, com última entrada às 18h10, enquanto o Museu do Duomo fecha às quartas-feiras e nos outros dias abre entre 10h e 18h, com última entrada às 17h. Verifique os horários de funcionamento na hora de aquisição do bilhete. Crianças de até cinco anos entram de graça, mas é preciso pegar o ticket gratuito na bilheteria.
Interior do Duomo de Milão
Há detector de metais e revista na entrada do templo, por isso deixe mochilas grandes ou bagagem no hotel ou num guarda-volumes. Também é aconselhável levar seu passaporte, já que pode ocorrer checagem de segurança. E lembre-se de respeitar as regras de vestuário para entrar no Duomo, que é um local sagrado. Não é permitida a entrada com roupas que mostrem os ombros ou acima do joelho. Na dúvida, um lenço ajuda a resolver o problema.
Caso opte pelo tour guiado e por visitar os museus do Duomo, espere gastar entre 2 e 3 horas no local. Ou a metade disso, caso vá por conta própria e veja apenas o interior da igreja e o terraço, por exemplo. Ao sair da Catedral, siga diretamente para a Galeria Vittorio Emanuele II, que fica ao lado do templo. Esse é o shopping center, digamos assim, mais bonito que você vai ver por aí. É um prédio em forma de cruz, construído no século 19, com todo o charme da Belle Époque. Vale a visita, mesmo que comprar algo por ali seja apenas para quem tem o orçamento bem folgado. Depois, aproveite para caminhar até o Quadrilátero da Moda, quatro ruas que concentram algumas das marcas mais importantes do mundo, como Valentino, Gucci, Prada, Louis Vuitton, Armani, Chanel, Dolce & Gabbana e Versace.
Para chegar na região do Duomo e da Galeria, basta pegar o metrô – é a estação Duomo, nas linhas vermelha e amarela. É a quarta parada a partir da Milano Centrale. O bilhete do metrô de Milão custa 1,50 euro e pode ser comprado em máquinas de auto-atendimento nas estações. Coloque o bilhete na catraca e guarde ele com você, já que o mesmo ticket será pedido novamente na saída. Cada bilhete vale por 1h30 a partir da primeira utilização. Então você pode descer numa estação, fazer algum passeio curto e usar o mesmo bilhete para seguir viagem, caso esse tempo não tenha sido ultrapassado.
Galeria Vittorio Emanule
A Basílica Santa Maria de la Grazie é um Patrimônio da Humanidade pela UNESCO – o templo foi finalizado em 1490. Mas o local é famoso mesmo por guardar uma das pinturas mais importantes da história: A Última Ceia, de Leonardo da Vinci.
Ver a tela de pertinho envolve pagar ingresso, mas não só: a concorrência é grande, sendo necessário reservar seu lugar com uma boa antecedência. É que o afresco só pode ser visto por grupos de até 25 pessoas por vez, que apreciam a obra por no máximo 15 minutos. Por isso mesmo, é provável que você gaste menos de uma hora nesse passeio.
As estações Conciliazione, da linha vermelha, e Cadorna, da linha verde, são as mais próximas. Valem as mesmas recomendações da visita ao Duomo: chegue com antecedência, evite roupas muito curtas e malas e leve o passaporte.
O Get Your Guide tem um tour guiado de três horas, a pé e em inglês, que envolve o Duomo e a Última Ceia. Pode ser uma alternativa para quem realmente tem pouco tempo ou que não faz questão de visitar com calma a Basílica Santa Maria de la Grazie e as outras áreas do Duomo, como o Terraço. Se preferir, você também pode procurar por ingressos no site oficial.
Milão não é Amsterdam e muito menos Veneza, mas a cidade italiana também conta com uma série de canais. Usadas no transporte de pessoas e mercadorias, essas estruturas tiveram a assinatura de engenheiros importantes de sua época – até Leonardo da Vinci se envolveu em projetos no Navigli, o bairro dos canais milaneses.
Se isso já não é motivo suficiente para passar por lá, saiba que esse é também o bairro boêmio da cidade. Dezenas de bares e restaurantes se espalham pelos canais, que ficam lotados toda noite. Por isso, se você tiver um jantar ou happy hour em Milão, esse é o endereço que você procura. Também vale passar no Navigli na hora do almoço, embora eu ache que o lugar fica mais interessante depois que o sol se põe.
Veja também: O que fazer à noite em Milão – os bares e restaurantes do Navigli
A estação de metrô mais próxima aos canais é a Porta Genova, da linha verde. São menos de 10 minutos até a Milano Centrale. Do Duomo são menos paradas, mas é preciso fazer uma baldeação na estação Cadorna. Nesse caso, o tempo de deslocamento não passa de 15 minutos.
Navigli, bairro boêmio de MIlão
Pode ser que sobre tempo, seja porque sua conexão é longa, seja porque você optou por não fazer um dos passeios citados – ou não conseguiu os ingressos para A Última Ceia. Há outros lugares que podem ser encaixados no roteiro.
Essa lista não encerra as atrações de Milão. Se quiser mais opções, veja o roteiro com dicas para o que fazer numa passagem mais longa pela cidade.
Existem três aeroportos na região metropolitana de Milão.
O segundo mais movimentado aeroporto da Itália, com um fluxo de passageiros um pouco menor que o Fiumicino, em Roma. Por ano, 23 milhões de pessoas passam pelo Malpensa, que recebe voos de toda a Europa e também alguns intercontinentais – inclusive do Brasil.
O Aeroporto de Malpensa tem dois terminais e, como era de se esperar, ótima estrutura. O único problema é a distância do centro de Milão, de 50 km – você vai gastar em torno de uma hora no deslocamento. Para isso, há três meios de transporte:
Várias empresas oferecem o transporte rodoviário entre o aeroporto e o centro de Milão. Não tem muito erro: é só procurar pelas placas indicativas ao desembarcar. São dezenas de horários por dia, com saídas a cada 20 minutos, em média. Os veículos partem da rua em frente ao aeroporto e deixam na Milano Centrale, que é a principal estação de trens e metrô, além de ser um polo de hotéis. No meio do caminho pode ocorrer uma parada na Fiera Milanocity, um centro de exposições que fica a 5 km do centro, então cuide para não desembarcar antes da hora.
No aeroporto, o bilhete do Malpensa Shuttle custa 10 euros (um trecho) ou 16 (ida e volta) e é possível pagar com cartão. Neste caso, no dia do retorno basta usar o mesmo ticket, em qualquer horário. No sentido centro para o aeroporto os ônibus partem da rua lateral da Milano Centrale. Se preferir sair do Brasil com o transporte já reservado, é possível comprar online. Aí é só seguir as instruções e apresentar o voucher para a empresa de transporte.
O Expresso Malpensa é o trem que liga o aeroporto ao centro de Milão. O bilhete custa 13 euros e a viagem dura 54 minutos até a Milano Centrale, mas nesse caso você também tem a opção de descer nas estações Garibaldi e Cadorna. Os trens saem do subsolo dos terminais 1 e 2 – siga as placas.
Vale a pena para quem faz esse deslocamento em horário de pico, já que assim você evita o trânsito, ou para quem se dirige para uma das estações que não são atendidas pelos ônibus. Você consegue comprar o bilhete no aeroporto (cartões são aceitos) ou online, no site oficial.
O táxi até o centro tem preço fechado: 95 euros. Pode ser uma boa para grupos que não precisam economizar. E, claro, para idosos ou quem tem capacidade de locomoção reduzida. Os aplicativos de transporte, como o Uber, não funcionam direito na Itália – há apenas a opção do Uber Black, com a corrida custando 146 euros.
Pelo tamanho da cidade e bom sistema de metrô, acho que não tem o menor sentido alugar um veículo apenas para ficar em Milão. A situação só muda se você pretende ir de carro da cidade para o interior da Itália – por exemplo, uma viagem por pequenas vilas da Toscana, da Lombardia ou da Emília-Romagna, estados italianos. Se for alugar um veículo, não deixe de ler nosso guia com informações sobre pedágios, leis de trânsito e dicas de locadoras.
O único aeroporto que fica mesmo em Milão, já que o Malpensa fica em Varese e o Orio al Serio fica na cidade de mesmo nome, a 50 km de Milão. Já a distância do Linate para o centro é bem mais amigável: apenas 7 km. Esse é o segundo aeroporto mais movimentado da região e o quarto da Itália, com fluxo anual de 10 milhões de passageiros. É provável que você desça ali se vier de outras cidades italianas ou até de cidades em países próximos, voando com empresas aéreas tradicionais.
Nesse caso o táxi já começa a ser viável, com a corrida custando em torno de 20 euros.
Não há metrô, mas do Linate é possível ir de ônibus urbano, com passagem a 1,50. É o número 73, que passa em frente ao aeroporto e deixa no Duomo em 35 minutos. Dali será necessário pegar o metrô, caso seu destino seja a Milano Centrale. Não é possível comprar o bilhete dentro do ônibus. Para isso, procure alguma lojinha do aeroporto. Os veículos passam a cada oito minutos.
Há ainda uma opção mais rápida e um pouco mais cara: o Air Bus, que tem a vantagem de ser um expresso, sem as várias paradas do 73. A passagem custa 5 euros e a viagem leva 25 minutos. Os ônibus partem a cada meia hora.
Esse é o destino da maioria das empresas low cost que voam para Milão, entre elas a Ryanair. As empresas de baixo custo causaram uma explosão no número de passageiros deste aeroporto, que hoje rivaliza com o de Linate.
O Orio al Serio fica a 50 km do centro milanês, mas a menos de 5 do de outra cidade: Bérgamo. Por isso, quem desembarca ou embarca ali pode escolher entre gastar as horas disponíveis em Milão ou em Bérgamo.
Veja também: O que fazer em Bérgamo, bate-volta de Milão
Se vai passar a noite, sim. É melhor do que dormir nas cadeiras do aeroporto. Mas quem está em conexão ou numa viagem curta, de no máximo um dia, tem que escolher a localização do hotel com cuidado. Acho que há duas opções principais: ou no Aeroporto Malpensa ou nos arredores da Milano Centrale. Por conta da pouca distância, não acho que compense buscar por um hotel perto do Linate. Já para quem descer no Orio al Serio pode valer a pena ficar por ali ou mesmo em Bérgamo, que é uma cidade histórica linda.
Vale ficar perto do aeroporto apenas se seu voo for muito cedo ou se você chegar muito tarde e não quiser se deslocar até a cidade. Nesse caso, reservar um hotel próximo – ou até dentro do aeroporto – é uma garantia de horas bem dormidas.
Vai de Milão para outros destinos, mas de trem? Nesse caso, não tenha dúvidas: o melhor é você se hospedar perto da estação de trem de onde partirá sua viagem, que provavelmente será a Milano Centrale. É muito conveniente precisar andar apenas alguns minutos para pegar o trem que te levará para cidades como Veneza, Roma, Florença ou mesmo para Genebra, na Suíça.
Além disso, tanto o trem para o aeroporto de Malpensa como os serviços de transfer de ônibus param ali, o que facilita sua chegada até o hotel, caso você venha de avião. E dali o metrô rapidamente te deixará no Duomo ou em outros pontos turísticos da cidade.
Além dessas duas opções, pode ser interessante considerar hospedagem perto do Duomo, a Catedral de Milão e maior cartão-postal da cidade, e no Navigli, o bairro boêmio. Saiba mais no nosso guia de onde ficar em Milão, bairro a bairro.
A mesma coisa do Malpensa: fique perto do aeroporto Orio al Serio se seu voo for muito cedo ou se você chegar muito tarde e não quiser se deslocar até a cidade. E nesse caso há até a opção de preferir hospedagem em Bérgamo, já que a cidade está a menos de 5km, sendo economicamente viável o deslocamento de táxi.
Não vai ficar em hotel? Então você precisa de um lugar para deixar suas malas e poder perambular com calma. Há guarda-volumes em todos os aeroportos e nas principais estações de trem. Também tem empresas que oferecem o serviço perto de grandes atrações turísticas, como o Duomo.
Os preços variam, mas são cobrados por item, em geral não importando se é uma sacola ou uma mala de 23 kg. Espere gastar cerca de 5 euros por peça. Nesse site você consegue calcular o preço e pegar a localização exata do guarda-volumes mais próximo de você. Já nos aeroportos, basta seguir as placas indicativas.
Há internet disponível e com fácil acesso em aeroportos, restaurantes e até em algumas estações de trem. Pode ser necessário fazer um cadastro, com mensagem de confirmação chegando por email ou SMS. Se quiser internet o tempo inteiro, compre um chip local – é possível fazer isso no próprio aeroporto ou em lojas no centro – ou já saia do Brasil com um chip internacional, em que você paga um valor fechado por uma quantidade de dados.
Foi o que eu fiz na minha última passagem pela cidade – viajei com o chip de 12 giga da Viaje Conectado. Funcionou perfeitamente em toda a Itália e também em Portugal. Detalhes aqui. Ou, se preferir, leia nosso guia completo de como usar um chip de internet 4G na Itália.
Poucas regiões do mundo combinam tanto com uma viagem de carro como a Toscana. Habitada…
Kashan foi uma das cidades que mais me surpreendeu no Irã. Pequena, charmosa e repleta…
Fussen é um bate-volta comum para quem visita Munique e uma parada estratégica para quem…
Se você gosta de história e curte cidades com muitas atrações de graça, você vai…
Alguns lugares que a gente visita parecem nem pertencer a esse planeta. Foi bem assim…
O que fazer em Hong Kong? A metrópole asiática é um daqueles umbigos do mundo…