Seria repetitivo dizer que Feira de San Telmo é um dos pontos turísticos mais tradicionais de Buenos Aires. Todos os domingos, de 10h às 17h, ela reúne o melhor do pitoresco que a cidade pode oferecer. E não se trata apenas dos objetos vendidos – tem até feirante especializado em botões antigos. São também os personagens, como os dançarinos de tango velhinhos e as orquestras de rua que batem ponto por ali.
Mas como essa história começou? Em 1970, um grupo de pessoas interessadas em celebrar o amor dos habitantes pela sua cidade criou uma feira de antiguidades num dos bairros mais tradicionais de Buenos Aires. A feira, na praça Dorrego, em San Telmo, seria fiscalizada pelo Museu da Cidade e a proposta era só comercializar objetos com mais de 70 anos.
Começou com apenas três expositores, mas o sucesso foi tanto que em três meses já eram 270. Hoje são 257, organizados milimetricamente pela praça ao lado de shows, artistas independentes e de toda a atmosfera que transforma a Feira de San Telmo em um dos melhores programas de Buenos Aires aos domingos.
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Vale dizer que a Feira de San Pedro Telmo é só o que fica na praça Dorrego, na Defensa Y Humberto 1. O restante das barracas, que se estendem ao longo da rua Defensa até a Plaza de Mayo, teoricamente não fazem parte da “Feira de San Telmo”. As 257 barracas que ficam na praça são praticamente dos mesmos donos desde 1970.
Eles só perdem o posto se morrerem, abandonarem seu local de venda ou descumprirem o regulamento, que tem normas como “o próprio dono do estande é quem tem que vender os produtos” e ” durante a feira ele não pode ficar mais de duas horas fora”. Isso é fiscalizado pelo pessoal do Museu da Cidade. Diz o La Nácion que tem gente que espera anos e anos para conseguir um lugar.
A Feira de San Telmo de verdade
Talvez por essa dificuldade, aliada ao sucesso absoluto de vendas e público da feira, é que novos comerciantes foram se instalando ao longo rua Defensa e enchendo as ruas até a Plaza de Mayo. Não sabemos dizer se essas barraquinhas que se juntaram depois ao rolê também têm um nome diferente para chamar de seu, o que seria completamente inútil, já que a maioria das pessoas trata toda barraquinha instalada na região como feira de San Telmo mesmo, e elas já são tão parte do cotidiano de Buenos Aires quanto a feira original.
Mas essa continuação hippie da feira de San Telmo – definição que acredito ser mais apropriada – não tem regras. Lá se vende de tudo, desde antiguidades, como na feira original, até bijuterias, roupas, artigos de couro, objetos de decoração e imãs de geladeira. Ou seja, vale a pena também dar uma caminhada por ali, afinal pode não ser a feira original, mas é interessante. Até porque, pelo caminho também tem artistas de rua, bandas de músicas típicas e várias lojas de antiguidades de todos os tipos – e que tornam o bairro famoso por isso. Lá também ficam bares, restaurantes, café e sorveterias.
Se isso não bastou para te convencer a circular, eu deixo a tarefa para o Quino. Ou melhor, para a obra dele. Na esquina da Defensa com a Chile está uma estátua em homenagem à Mafalda. Ali, sentadinha num banco de praça, a personagem do cartunista está pertinho da casa onde foi criada. E qual é a graça de ir a Buenos Aires e não tirar essa foto?
Vale lembrar que esse não é o melhor dia para tirar foto com a estátua. Durante a semana, com a Calle Defensa mais vazia, é menos provável que você tenha que esperar em uma fila muito longa. Mas como, dependendo do seu planejamento, talvez não seja possível voltar lá outro dia, fica o lembrete para você prestar atenção naquela esquina especial com a Calle Chile.
O Mercado de San Telmo ainda preserva o jeitão de mercado de bairro, mas vem, cada vez mais, despertando o interesse dos turistas. Ao lado de barraquinhas que vendem de antiguidades a frutas, verduras, discos de vinil e quinquilharias, cafés e restaurantes começam a pedir espaço. O Coffe Town é uma das principais paradas dali, considerado um dos melhores cafés da cidade. A estrutura de metal e a grande cúpula do centro estão ali desde a inauguração, em 1897. Fica na esquina da Defensa e Calvo.
Um dos principais clubes musicais de Buenos Aires, o Torquato Tasso começou como um reduto de tango, mas logo expandiu para outros ritmos. Aos domingos, durante a feira, tem apresentações de dança e música. Em geral, você só paga o que consumir e quanto quiser contribuir na hora que eles passarem o chapéu. Veja a programação no site oficial. (Calle Defensa, 1575)
Dia e hora: Domingos, de 10h às 17h (chegue cedo, fica a dica)
Feira de San Telmo (a original, de antiguidades): Plaza Dorrego, Defensa Y Humberto 1
Continuação hippie da Feira de San Telmo (definição minha): Rua Defensa, da Plaza Dorrego a Plaza de Mayo.
Estátua da Mafalda: Defensa Y Chile
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Feira de San telmo, um espetáculo ao ar livre, a originalidade das barracas, dos produtos expostos, vale a pena conhecer, ali sim, você conhece o verdadeiro "glamour" argentino. Os preços são muito bons, nota-se que não há exploração comercial mesmo diante de tantos visitantes. Valeu!