Fernando de Noronha: o que fazer, quando ir, como chegar e mais

Destino dos mais desejados do Brasil, Fernando de Noronha conquista, óbvio, pelas praias. Mas não só. Se as paisagens do arquipélago já fazem dessa uma viagem inesquecível, é o que está debaixo d’água que torna Noronha um lugar único: ali você vai ver de pertinho tartarugas, arraias, peixes de todas as cores e tamanhos e até alguns tubarões e golfinhos.

Este texto é um guia completo de para planejar sua viagem a Fernando de Noronha. Foi produzido com base em duas viagens que fiz para a ilha, em 2015 e em 2019. As informações estão elencadas de forma prática, para você ir consultando do momento em que comprar as passagens até a hora em que já estiver na ilha.

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Onde fica Fernando de Noronha?

Começando do básico, mas porque é necessário, afinal essa é a dúvida de muita gente. Fernando de Noronha é um arquipélago do Brasil. Fica no Oceano Atlântico e faz parte de Pernambuco. Recife, a capital do estado, está a 545 quilômetros de Noronha. Natal, no Rio Grande do Norte, fica a 360 km.

Portanto, a forma mais comum de chegar em Noronha é de avião, sempre fazendo conexão ou em Natal ou no Recife. Gol e Azul voam para lá. O valor das passagens varia de acordo com a cidade de origem e a época do ano, mas a média histórica indica tarifas quase sempre acima dos R$ 1300, ida e volta.

Dica para começar bem a viagem: na ida, procure um lugar nas janelas do lado esquerdo do avião. Esse é o melhor lado e você será premiado com aquela imagem inesquecível dos Dois Irmãos. 

Há cruzeiros para Fernando de Noronha?

A temporada de cruzeiros em Fernando de Noronha costumava ser entre novembro e março, mas nos últimos anos esse tipo de turismo, que trazia pouco dinheiro e benefícios para a ilha, mas deixava uma série de problemas, foi descontinuado. Que fique assim. Noronha precisa ser curtida com calma e consciência ambiental.

Pacotes de viagem para Fernando de Noronha

Volta e meia aparecem bons pacotes de viagem para Noronha. Fique de olho em opções que incluam o aéreo! Nós encontramos um pacote Fernando de Noronha em 2022: com datas flexíveis, 5 diárias em pousada econômica e aéreo por a partir de R$1750. Saiba mais. 

Quanto tempo ficar em Fernando de Noronha

Se essa for sua primeira viagem para lá e você puder escolher quantos dias vai ficar, passe uma semana inteira em Fernando de Noronha. Assim você vai ter tempo de sobra para relaxar e conhecer toda a ilha. Com a viagem menos corrida, a chance de um dia de chuva atrapalhar as férias é menor. E, por conta das atuais regras de agendamento de trilhas no ICMBio, só quem fica uma semana inteira tem garantia de conseguir fazer todos os passeios que quiser. Falaremos mais disso em outro tópico.

Tem menos tempo? Sem problemas, dá pra aproveitar muito. Em 2015, eu passei cinco dias inteiros em Noronha. E foi ótimo.

Quando ir para Fernando de Noronha

  • Novembro a Março: Essa é a temporada do surfe e das baladas. É quando a ilha sofre o impacto do swell, ondas gigantes e intercontinentais que podem impedir passeios de barco, cancelar trilhas e reduzir drasticamente a visibilidade debaixo d’água. O auge é em janeiro, quando só os melhores surfistas encararam a Cacimba do Padre, praia onde ocorrem importantes campeonatos de surfe. As festas dessa época também são concorridas, com destaque para o Réveillon, que causa um aumento nos preços das pousadas. Continua sendo um período bom para viajar, mas para quem procura agito, tanto da vida noturna quanto do mar; quem quer tranquilidade deve ir em outro período.
  • Março a Julho: É a baixa temporada, por conta das chuvas. Isso torna a ilha mais barata – toda vez que aparece uma promoção de passagens, pacotes ou de pousadas em Noronha, pode ter quase certeza que é nesse período. As chuvas podem ser fortes – do tipo que prendem todo mundo nas pousadas e até cancelam um voo aqui, outro acolá. Ou podem não afetar tanto assim, mas acaba sendo uma questão de sorte e, claro, de ficar de olho na previsão do tempo. O Júlio Dalmazio, leitor do 360, esteve lá num mês de julho e voltou falando só coisas boas, mesmo que com uma chuva ou outra durante a viagem.
  • Agosto a Outubro: A melhor época, pelo menos se você não for surfista. Essa é a temporada do snorkeling, ótima para quem quer ver as belezas de Noronha fora da superfície. O melhor mês, segundo muita gente que mora em Noronha, é setembro, quando a visibilidade debaixo d’água chega a impressionantes 60 metros. As duas vezes que viajei foram em setembro – e recomendo. As chuvas, se ocorrerem, são de pouca intensidade e não atrapalham a viagem. E pode até acontecer de um swell inesperado entrar na ilha, mas a chance é bem menor.

Onde se hospedar em Fernando de Noronha

Reserve sua hospedagem com meses antecedência, principalmente se você não estiver viajando na baixa temporada. Fernando de Noronha é uma ilha pequena e com poucas opções de hotéis e pousadas. Deixe para a última hora e sobrarão alternativas caras ou ruins

Sobre a localização, o melhor custo/benefício está nos bairros Floresta Nova e Floresta Velha, onde ficam muitas das pousadas mais novas. Você estará perto de restaurantes, mas precisará de uma caminhada de uns 20 minutos, ladeira acima, para voltar das praias urbanas. Também já me hospedei na Vila dos Remédios, o coração da ilha, que fica um pouco mais próxima do mar. Em todo caso, tenha em mente que, no fim das contas, nada está muito longe.

Três pousadas testadas pelo 360:

  • Pousada Solar das Andorinhas – Simples, mas eficiente. Fica a 300 metros da Praia do Cachorro e de frente para bares e restaurantes. Tem um ponto de táxi ao lado e os ônibus param na porta.
  • Pousada do Carmô – Tem piscina, ótimo café da manhã, um chá da tarde e equipe muito simpática. Fiquei três dias lá e recomendo de olhos fechados. Está na Floresta Nova, pertinho de vários restaurantes.
  • Pousada Vitória – É bem mais simples e lembra as primeiras pousadas de Noronha, que eram as casas dos moradores. Alguns quartos ainda estão em obras. O café da manhã é bastante honesto e a localização é boa. Vale para quem precisa economizar.

Mais opções de hotéis e pousadas em Noronha para todos os viajantes (e bolsos)

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As taxas ambientais de Fernando de Noronha

É preciso pagar uma taxa de preservação ambiental para entrar em Noronha. Essa taxa, que para 2020 é de R$ 73,52 por dia de permanência na ilha, pode ser paga no aeroporto ou pela internet, no site oficial. Eu recomendo fortemente que você faça o pagamento online e chegue na ilha já com os documentos que compravam isso, diminuindo seu tempo na fila – há uma fila exclusiva para quem pagou online.

Se você resolver pagar pela internet, faça isso com cartão de crédito ou então alguns dias antes da viagem, caso opte pelo boleto bancário. É que neste caso pode demorar para o sistema registrar o pagamento. Se optar por pagar no aeroporto, você poderá fazer isso com dinheiro ou cartão.

Pôr do sol na Praia do Cachorro

Após a sua entrada, o fiscal te dará um papel que comprova o pagamento da taxa. É preciso guardá-lo para apresentar na hora de ir embora, num guichê ao lado da entrada da sala de embarque. Importante: se resolver esticar sua permanência, volte ao aeroporto e pague o restante da taxa.

Veja também: Fernando de Noronha, o exterior do Brasil

Compre o ingresso do Parque Nacional de Fernando de Noronha

Sim, tem mais taxa. A maior parte da ilha é uma área de proteção, o Parque Nacional Marinho de Fernando de Noronha. É preciso pagar um ingresso para entrar nessa área, que inclui lugares como a Baía do Sancho ou a Praia do Sueste, dois pontos tradicionais de mergulho. Você até pode ir para Noronha sem o ingresso do parque, mas não conseguirá entrar em alguns dos locais mais bonitos da ilha.

A taxa para brasileiros é R$ 111. Estrangeiros pagam R$ 222. O ingresso vale por 10 dias e pode ser comprado online, no site do Parnanoronha. Se você comprar pela internet, ainda precisará ir a um dos pontos de vendas na ilha, para trocar seu ingresso pela carteira do parque. Menores de 12 anos e maiores de 60 são isentos da taxa, mas ainda é preciso emitir o voucher e depois trocá-lo pela carteirinha do parque, quando você desembarcar na ilha – para pegar o voucher online, basta inserir seus dados na mesma página de vendas do ingresso, que vai calcular a isenção pela sua data de aniversário.

Você também pode comprá-lo na ilha, já que esse ticket não é pedido na hora do desembarque. São três pontos de vendas e de troca do voucher pela carteira. O Centro de visitantes do ICMBio fica na Vila do Boldró, ao lado do Projeto Tamar, e funciona das 8h às 22h. Já o PIC do Golfinho da Praia do Sancho funciona das 8h às 18h30 e o PIC do Sueste das 9h às 16h – ambos ficam nas entradas das duas praias e para acessá-las é preciso ter a carteira do parque.

Sempre saia de casa com a carteira do parque, que pode ser pedida até nos passeios de barco, que entram na área do parque nacional.

Agende suas trilhas

Várias áreas do Parque Nacional são berçários de vida marinha, por isso há uma quantidade máxima de pessoas permitida por dia nesses lugares. O aumento do turismo e da procura fizeram com que o ICMBio ficasse mais atento, e hoje é necessário agendar um horário com o órgão para garantir a entrada em algumas piscinas naturais e trilhas.

Não dá para fazer isso online – é preciso ir até a sede do Projeto Tamar, na Vila do Boldró, levando seu ingresso do Parque Nacional. Como esse é também o principal ponto de troca e venda dos ingressos do parque, vá logo no dia da sua chegada, pelo menos se você tiver interesse de fazer alguma das trilhas ou passeios que exigem agendamento.

É aí que vem a pegadinha: a agenda abre sempre para os seis próximos dias e as vagas são concorridíssimas. Por isso, se você for ficar menos de cinco dias, pode desapegar: a chance de conseguir agendar os passeios mais disputados, como a Praia do Atalaia, é baixa.

A coisa piora porque cada pessoa pode agendar também para amigos e familiares. Tudo bem, na teoria isso não é permitido, mas na prática basta estar com as carteiras do parque de todos eles. Como muitos dos passeios são de graça e não é possível cancelá-los, muita gente acaba pegando o ingresso, mas simplesmente não aparece no dia marcado. Só sobram horários para as trilhas mais longas, difíceis e que por isso mesmo exigem a contratação de um guia local, como as Trilhas de Capim Açu e Pontinha Caieiras. Se escolher uma dessas, você pode fazer o agendamento e depois contratar um guia, que deve acompanhá-lo no dia indicado

Pôr do sol na Praia da Cacimba do Padre

Outro problema é o horário do agendamento: a procura é tão grande que o ICMBio distribui senhas todos os dias, a partir das 15h30. Às 16h30 há uma palestra e meia hora depois o agendamento começa, em três totens no auditório do projeto Tamar. Por isso, chegue cedo, de preferência um pouco antes de 15h30, para garantir o passeio. E não acredite no horário de agendamento anunciado pelo próprio ICMBio ou no site do Parque Nacional: lá diz que é possível agendar até às 20h, informação que chequei com guias assim que desembarcamos no arquipélago, mas atualmente o agendamento fecha às 19h.

Não deu para conseguir uma vaga? Paciência. Os melhores programas de Noronha não envolvem o agendamento. Mas essa é uma das razões para passar sete dias na ilha, período suficiente para marcar todos os passeios que você quiser.

As trilhas e piscinas naturais de Noronha que exigem agendamento no ICMBio são:

  • Atalaia Curta
  • Atalaia Longa
  • Pontinha Caieiras
  • Enseada dos Abreus
  • Piscina do Morro de São José
  • Capim-Açu

Trilha da Praia do Atalaia (curta, dispensa guia)

Você caminha por um quilômetro e meio (30 minutos) até a Praia do Atalaia, que pode ser alcançada a partir da Vila do Trinta. Lá fica uma piscina natural onde é possível ver filhotes de peixes, moreias, polvos e às vezes até pequenos tubarões. Por mais snorkelings que você faça em Noronha, o da Atalaia sempre vai estar entre os mais bonitos. E por isso mesmo esse é o agendamento mais concorrido de Noronha: são 96 vagas por dia, distribuídas em seis grupos de até 16 pessoas. O tempo mergulhando é cronometrado – são 30 minutos – a área é demarcada e você não pode por os pés nos corais de forma alguma.

Também não é permitido usar protetor solar ou repelente antes de entrar na piscina natural, mais uma medida para preservar a vida marinha – é que a água demora a ser trocada e o protetor pode danificar os corais e matar os peixes. Além disso, o uso de colete salva-vidas é obrigatório. Não que a piscina seja funda – a água bate no joelho. O colete serve para evitar que os visitantes pisem nos corais, auxiliando na flutuação. Se não tiver alugado o colete e o snorkel antes, é possível fazer isso na Vila do Trinta, perto da entrada da trilha, por R$ 30. O uso de nadadeiras é proibido nessa e também nas outras piscinas, assim como o do pau de selfie. Essa trilha é gratuita e não é necessário estar acompanhado de um guia.

Chegue ao ponto de partida antes da hora marcada para o mergulho, pois, além da trilha até a piscina natural, é obrigatório assistir a uma palestra do ICMBio antes de seguir para a praia. Encerrado o mergulho, é só fazer o mesmo caminho morro acima. Não é obrigatório, mas ir de tênis ajuda bastante na ida e na volta das piscinas naturais.

Em algumas épocas do ano, quando a piscina fica muito rasa, o ICMBio interrompe o mergulho e a Trilha do Atalaia leva apenas para a contemplação da praia.

Trilha da Praia do Atalaia (longa, com guia obrigatório)

Tem tudo que há na anterior e mais um pouco. Você deve ir de tênis – quem vai de chinelo tem que alugar um calçado ali na hora ou então perde o direito de fazer a trilha. Além disso, a Trilha Longa da Praia do Atalaia exige a contratação de um guia credenciado – o serviço custa R$ 150 por pessoa e você pode contratar na associação de guias de Fernando de Noronha, que fica perto do Projeto Tamar e do ICMBio, onde é feito o agendamento da trilha.

No dia marcado, o começo é o mesmo do passeio curto: pouco a pouco a Praia do Atalaia, repleta de pedras negras de origem vulcânica, se aproxima. No meio da praia está o Morro do Frade, uma formação rochosa pontiaguda no meio do mar.

As diferenças vêm depois do mergulho na piscina do Atalaia. Você seguirá por 3,5 km, passando pelas praias de Pontinha e Caieira, com direito a mais duas piscinas naturais – mas nenhuma delas se iguala à vida marinha do Atalaia. Depois da Piscina da Pontinha começa um longo trecho caminhando em pedras, a parte mais desafiadora e bem cansativa da trilha, que por isso mesmo não é recomendada para idosos, crianças e pessoas com mobilidade reduzida.

Quando fomos, a terceira piscina estava vazia e acabamos não mergulhando nela. Você vai gastar cinco horas em todo o passeio. A trilha não termina no mesmo lugar onde começou, mas perto da Praia do Porto.

Pôr do sol no Forte do Boldró, o fim tradicional do Ilha Tur

Trilha Pontinha – Caieira – Pedra Alta (guia obrigatório)

É a versão da Atalaia Longa sem a piscina e a Praia do Atalaia. Ou seja, passando somente pelas praias e piscinas naturais de Pontinha e Caieira. Você vai gastar entre quatro e cinco horas no passeio, que tem duas pausas para mergulho e o mesmo nível de dificuldade da Atalaia Longa. Por isso, contratar um guia é obrigatório, assim como ir de tênis e levar snorkel e colete salva vidas. Essa trilha também começa na Vila do Trinta e termina perto da Praia do Porto. São 40 vagas por dia. Pelo número alto, dificuldade e necessidade de contratar um guia, essa é uma trilha em que costuma ser mais fácil agendar, mesmo que de última hora.

Trilha dos Abreus (dispensa guia)

Já me disseram que a Trilha da Enseada dos Abreus é a mais bonita de Noronha. Por conta disso, tentei agendar o passeio nas duas vezes em que estive na ilha, mas não consegui vaga – são apenas 24 por dia. A trilha tem 1,2 km, sendo mais simples que a Atalaia Longa/Pontinha Caieira, mas ainda assim com um trecho bem íngreme, o que dificulta a ida de crianças e idosos.

O ICMBio não exige a contratação de guia para Trilha da Enseada dos Abreus, mas colete salva-vidas e snorkel são itens obrigatórios, assim como o tênis. Nesse caso, é melhor alugar o equipamento na Vila dos Remédios, já que não há onde fazer isso na entrada da trilha, que é perto da Praia do Sueste. Também vale a mesma regra do Atalaia: nada de protetor solar ou de pisar nos corais.

Trilha do Morro de São José (necessário guia)

O Arquipélago de Fernando de Noronha tem 21 ilhas. Além da principal, apenas a Ilha de São José pode receber visitantes. A trilha até lá começa na Ponta da Air France, perto da Praia do Porto, onde o Mar de Dentro (lado da ilha voltado para o continente) e o Mar de Fora (voltado para a África e para a Europa) se encontram.

Essa trilha pode ser feita na maré baixa, quando é possível ir de uma ilha para outra pelas pedras, ou nadando – neste caso o guia é obrigatório, mas o aconselhado é contratar o serviço mesmo que você vá na maré baixa (R$ 160 por pessoa). São apenas 16 vagas por dia, o que torna essa trilha bastante concorrida. Snorkel, máscara, colete e nadadeiras são itens fundamentais.

Há um relato bastante informativo no blog Despachadas Pelo Mundo, que crava: se você só puder fazer uma trilha em Noronha, faça essa. E a nado. Tem muita vida marinha no meio do caminho. Chegando lá, há uma piscina natural belíssima – e só para você.

Trilha de Capim Açu (guia obrigatório)

A trilha mais longa e mais complicada de Noronha. Os seus 7 km podem parecer pouca coisa, mas vencer Capim Açu envolve passar por terrenos íngremes, ir do mar para mirantes e fazer uma longa caminhada em pedras – bem mais longa que a travessia Pontinha/Caieiras. Por tudo isso, não é uma trilha recomendada para pessoas sem bom condicionamento físico. E o guia, claro, é obrigatório – espere gastar R$ 250 por pessoa. De recompensa estão uma piscina natural, a belíssima Praia do Leão, a caverna de Capim Açu e o Farol da Sapata.

São 40 vagas por dia e vários motivos que fazem dessa a trilha de agendamento mais fácil em Noronha. O começo é na Praia do Sancho. Leve bastante água e um tênis apropriado. No site Viagem em Pauta há um relato sobre a trilha por esse lado, digamos, selvagem de Noronha.

Quem quiser conhecer essa parte da ilha, mas sem tanto esforço, pode fazer a versão light, que vem sendo chamada de Trilha do Farol – tem todo o resto, mas sem a caminhada nas pedras até a caverna de Capim Açu.

Praia do Sancho

O que levar para Fernando de Noronha

Tenha em mente que quase tudo que é vendido em Noronha vem do continente, numa viagem de barco de três dias. Por isso, evite deixar para comprar determinados produtos lá. Leve um estoque de protetor solar e alguns remédios básicos. Convém também não se esquecer de um repelente, sabonetes e shampoo, principalmente se você ficar numa hospedagem domiciliar.

No mais, roupas de praia, boné ou chapéu, óculos escuros, toalha e câmera, inclusive uma para tirar fotos debaixo d’água, se você tiver. Também dá para alugar câmeras subaquáticas (R$ 100 a R$ 120 por dia) lá. Na primeira vez que fui, comprei um snorkeling e levei comigo. Em 2019 percebi que isso foi uma bobagem: é possível alugar o equipamento por R$ 10 por dia. E o combo snorkel + colete + nadadeira sai por R$ 30 por dia – e com desconto para quem alugar por mais tempo.

E viaje leve. Se você conseguir não despachar a mala, melhor. Desça do avião, apresente as taxas já pagas e pegue um táxi. Menos de 30 minutos depois do pouso você já terá feito check-in no hotel e pode estar a caminho do paraíso. Você não vai querer perder um minuto sequer.

Quanto custa uma viagem para Fernando de Noronha?

Só pelo preço médio das passagens e as taxas obrigatórias você já deve ter visto o óbvio: é caro. Some também o preço da hospedagem, que custa pelo menos o dobro do que em qualquer outro lugar do Brasil – e para ficar em locais simples. O combo de passeios mais comum, que inclui o Ilha Tour e um passeio de barco, custa outros R$ 400.

A alimentação também pesa, da cervejinha na praia (no mínimo R$ 10 a lata) ao almoço. Por fim, há o custo com a vida noturna e os passeios especiais, como o mergulho de cilindro. Tudo na ponta do lápis, espere gastar entre R$ 3500 e R$ 5000 na viagem, dependendo das suas escolhas de hospedagem, passeios e alimentação.

Sobre esse assunto, escrevi um texto explicando quanto custa viajar para Fernando de Noronha. Não deixe de ler.

E por falar em dinheiro, saque uma quantidade razoável e leve com você, mas não é preciso carregar toda a grana da viagem no bolso. A maioria dos lugares aceita cartão e há bancos na ilha. Há uma agência do Santander na Vila dos Remédios e uma do Bradesco na Vila do Trinta, além de um caixa do Banco 24 horas, no aeroporto. Clientes do Banco do Brasil podem sacar dinheiro nos Correios, que fica na Vila dos Remédios. Lá também fica uma Casa Lotérica, que atende clientes da Caixa. O problema é em finais de semana, quando os Correios não abrem e o Caixa 24h do aeroporto pode ficar desabastecido.

O dinheiro em espécie é necessário para táxis, ônibus e guias. Quase todos os restaurantes e pousadas aceitam cartão.

5 curiosidades sobre Fernando de Noronha para saber antes de viajar

Fatos não muito úteis para sua viagem, mas que ajudam a entender a história deste cantinho especial do Brasil. Veja agora algumas curiosidades sobre Fernando de Noronha.

1. Noronha foi primeira Capitania Hereditária do Brasil

As ilhas foram avistadas pela primeira vez entre 1500 e 1502 por Américo Vespúcio, que se encantou pela ilha assim que pôs os pés lá: “o paraíso é aqui”, teria dito ele.

O financiador daquela expedição foi outro nome importante das Grandes Navegações, o português Fernão de Loronha, que ganhou de presente a primeira capitânia hereditária da colônia.

Como não havia pedras preciosas e nem pau-brasil por lá, ele não deu bola para o arquipélago, que era usado apenas como ponto de apoio para transportar a mercadoria para a Europa.

Ingleses, holandeses e franceses chegaram a conquistar o arquipélago nos séculos seguintes. Os últimos até mudaram o nome do local, rebatizado como Isle Dauphine, mas foram os holandeses ficaram mais tempo: dominaram Noronha por 25 anos.

2. Noronha já foi prisão

Depois de expulsar definitivamente os invasores, Portugal passou enviar presos comuns e políticos para a ilha. Foram eles que construíram as estruturas e boa parte da vila que se formou nos anos seguintes.

Mas não havia muros nessa prisão. Os detentos moravam em casas, podiam pescar e alguns até mesmo ganhavam o direito de levar suas famílias para lá. Passaram por ali os participantes de revoltas importantes da nossa história, como a Revolução Farroupilha e a Cabanagem. Getúlio Vargas também mandou desafetos para lá, entre eles Carlos Mari­ghella.

A vocação prisional da ilha parecia ter fim com a Segunda Guerra Mundial, quando Noronha recebeu uma base do exército dos Estados Unidos, mas a ditadura militar também usou o paraíso como lugar de detenção.

3. Já foi um Território Federal

Em 1942, por conta da função militar dada à ilha, Noronha foi transformada em Território Federal – a sigla era FN e a capital era a Vila dos Remédios, o principal povoado da ilha. E só voltou a fazer parte de Pernambuco em 1988.

Hoje, Fernando de Noronha é um Distrito Estadual de Pernambuco, com o administrador da ilha sendo indicado pelo governador do estado.

Sete conselheiros são eleitos por voto direto e formam um Conselho Distrital. Noronha é o único Distrito Estadual existente no Brasil.

Veja também: Quanto custa viajar para Fernando de Noronha?

4. Ninguém mais nasce em Noronha

Há 15 anos ninguém nasce em Fernando de Noronha. Alegando que os custos não justificavam a manutenção de uma maternidade, o governo fechou, em 2004, o local. Desde então, todas as grávidas precisam deixar a ilha no sétimo mês da gestação. Os partos são feitos no Recife.

Passagens e hospedagem são custeadas pelo governo e as crianças podem ser registradas como noronhenses.

Antes do fechamento da maternidade, cerca de 40 partos eram realizados por ano em Noronha.

5. A segunda menor BR do país está em Noronha

Uma rodovia corta toda a ilha, a BR-363. É por ela que circulam bugues, carros, motos e a única linha de ônibus de Fernando de Noronha.

Só que a BR-363 é pequenininha, ou melhor, do tamanho da ilha: são apenas sete quilômetros de extensão.

Por motivos óbvios, essa é a única BR do país que não está ligada a nenhuma outra rodovia nacional ou estadual.

Veja também: Quando ir a Fernando de Noronha?

Além disso, só há um posto de gasolina na ilha. A falta de concorrência e o fato do combustível, assim como praticamente tudo que é consumido em Noronha, vir de navio do continente têm um preço.

 E um preço alto: Noronha tem a gasolina mais cara do Brasil.

Antes que você me pergunte, a menor BR do Brasil é a 488, que é uma ligação entre a Rodovia Presidente Dutra e o Santuário de Aparecida, em São Paulo, com 5,9 Km de extensão.

O que fazer em Fernando de Noronha: os principais passeios

Vale a pena fazer o Ilha Tur?

Uma das mais bonitas e mais curtas road trips que você pode fazer. É isso que acontece quando você percorre, de ponta a ponta, os sete quilômetros da BR-363, a rodovia que corta Fernando de Noronha. Apesar disso, quando descobri que há um passeio de carro que passa pelos pontos mais importantes do arquipélago, chamado de Ilha Tour, achei que encarar o programa era má ideia. Por que eu passaria o dia inteiro num tour fechado e que custa pelo menos R$ 200, se eu posso visitar todos os locais por conta própria?

Li algumas coisas ali, outras aqui, e a princípio preferi não agendar o Ilha Tour. Isso foi na minha primeira viagem, em 2015. Mas bastou chegar em Noronha para ouvir de vários viajantes que estavam lá há mais tempo que o Ilha Tour valia muito a pena, sim. Acabou que fiz o passeio duas vezes – repeti a dose em 2019, mesmo já conhecendo a ilha. E foi ótimo.

Na última viagem, fui com a Fdinoronha (Efê de Noronha, atendimento por WhatsApp no 81 99523-0646), comandada por três irmãos com nome começando com a letra F. Minha experiência com eles foi muito boa. O tour dura um dia inteiro e é feito num veículo 4 x 4 adaptado na parte traseira. O grupo é pequeno e o passeio começa com eles pegando todo mundo em suas pousadas. Em seguida, eles nos levaram para alugar equipamento de snorkeling. A primeira parada mesmo foi já um ponto alto, a Praia do Sancho, eleita por duas vezes como a mais bonita. Não de Noronha e nem do Brasil. Do mundo.

A entrada é por uma falésia acima da praia. Para chegar até a areia é preciso descer três escadas. As duas primeiras são de aço, verticais, e passam por uma fenda na rocha. Depois há uma escadaria de pedra. Como o espaço é estreito, estavam acontecendo congestionamentos na escada, por isso o ICMBio organizou o dia em horários de subida e de descida:

  • 8h às 10h30 somente descida
  • 10h30 às 11h30 somente subida
  • 11h30 às 12h30 somente descida
  • 12h30 às 13h30 somente subida
  • 13h30 às 14h30 somente descida
  • 14h30 às 15h30 somente subida
  • 15h30 às 16h30 somente descida
  • 16h30 às 17h30 livre
  • 17h30 às 18h somente subida

Depois de tirar fotos e guardar tudo na sombra de uma das árvores que ficam por ali, pegamos o equipamento e fomos para o mergulho livre. Por mais que Noronha seja linda na superfície, toda a beleza do arquipélago só é revelada quando você mergulha. É possível ver dezenas de peixes e outros animais marinhos assim, boiando e olhando para baixo. O Flávio, o guia da Fdinoronha que nos acompanhou, entrou na água com a gente e nos ajudou no primeiro contato com a vida marinha – se você não tiver uma câmera do tipo Gopro, não se preocupe: ele tira as fotos e manda para você, sem custo adicional.

Subimos morro acima logo depois do snorkeling. Na área da Praia do Sancho fica o Mirante dos Dois Irmãos, cartão-postal supremo de Noronha. Basta seguir pelas passarelas. “O nome deveria ser Mirante do Ai!, que lindo”, brincou o nosso guia. Impossível discordar.

Mirante para a Baía dos Porcos 

Seguimos então para a Cacimba do Padre, por onde acessamos a Baía dos Porcos, a praia mais bonitona que eu já. Nova parada para banho e snorkeling e fomos para o almoço no restaurante Delícias da Ná (refeição não inclusa no tour).

Depois, foi hora de ir para a Enseada dos Tubarões, onde o rei dos mares fica ali, pertinho. E aos montes: mas tudo bem, você está seguro, vendo tudo da terra firme. Seguimos para a Praia do Porto, com nova pausa para mergulho guiado – e as atrações ali foram as tartarugas. O tour continua até a Praia do Leão e o Mar de Fora, o outro lado da ilha. O final é no Forte do Boldró, onde todo mundo acompanha o pôr do sol com direito a brinde. A Fdinoronha vende o Ilha Tour por R$ 200. Há uma opção de tour privativo.

Passeio de barco em Fernando de Noronha

A van da empresa passou na pousada por volta das 8h da manhã, logo depois do café. Fomos dali direto para a Praia do Porto, de onde saem os barcos. O passeio dura toda a manhã e custa R$ 175. Convém alugar e levar material de mergulho.

As primeiras praias que avistamos foram as que ficam perto da Vila dos Remédios, a “capital” da ilha. Ao fundo se destacava o Morro do Pico, com seus 323 metros de altura, o ponto mais alto de Noronha. E essa é só a ponta do Iceberg, ou melhor, de uma montanha submarina que chega a quase 4 mil metros de profundidade.

Pouco a pouco, o barco se aproximou daquele que é o principal cartão-postal de Fernando de Noronha, os Dois Irmãos. Fazer o passeio de barco garante outro visual do arquipélago. E, com sorte, você vai avistar alguns golfinhos.

O barco segue viagem até a Ponta da Sapata, que é a ponta da ilha principal do arquipélago e um lugar procurado por mergulhadores. Dali, faz a volta e para na Praia do Sancho – é hora do snorkeling.

Em seguida, o barco voltou para o porto. Quem comprou o passeio simples desce. Ficam os que optaram pelo Planasub, uma espécie de snorkeling em que você é rebocado pelo barco. Com o equipamento de mergulho, você entra na água, segura numa corda e é puxado pela embarcação, enquanto observa o mundo abaixo – peixes, tartarugas e até alguns mergulhadores.

A Fdinoronha (WhatsApp no 81 99523-0646) também oferece o passeio de barco, tanto a versão tradicional quanto o  o Plana Sub, que custa R$ 150. Há ainda um passeio ao entardecer, que eu não fiz. É possível negociar um desconto se você contratar mais de um passeio – quem fecha o Ilha Tour e o passeio de barco tradicional, por exemplo, paga R$ 330.

Snorkeling, snorkeling, snorkeling

Esse é o programa número 1 da ilha, o ponto alto tanto do passeio de barco quando do Ilha Tour. Mas você pode – e deve – fazer snorkeling também em outros momentos, principalmente se não estiver viajando em época de mar agitado.

Além da Praia do Porto, onde vi um número absurdo de tartarugas, arraias, alguns tubarões, vários peixes e até uns golfinhos nadando perto dali, vá na Praia do Sueste. Ela é lindíssima e rica em vida marinha – as tartarugas são enormes. O horário de funcionamento da Praia do Sueste (9h às 16h) é controlado pelo ICMBio, para não concorrer com a hora de alimentação dos tubarões. Assim como no Sancho, é necessário estar com a carteirinha do parque para acessá-la e há estrutura com lanchonete e banheiro. O lado esquerdo da Praia do Sueste só pode ser acessado por pesquisadores.

Tartaruga nada na Praia do Porto

O acompanhamento de um guia não é obrigatório, mas eu recomendo que você contrate o serviço. Mergulhei no Sueste por conta própria e também acompanhado, e a quantidade de tartarugas que vi foi muito maior quando um profissional credenciado estava ao meu lado. O serviço custa R$ 50 por pessoa e cada guia geralmente acompanha até dois turistas. O guia não pode te garantir que você vai ver determinados animais, mas em Noronha as chances são sempre grandes. É possível contratar alguém lá mesmo, na rampa que dá acesso à praia. Colete e nadadeira são obrigatórios no Sueste – você pode alugar lá pelo mesmo preço praticado no resto da ilha (R$ 30), mas não poderá levar para outros lugares. Por isso, é melhor alugar na vila ou na sua pousada e ficar com o equipamento o dia inteiro.

Na Praia do Porto, onde o mar é muito mais tranquilo, é possível ver várias tartarugas a poucos metros da areia, o que dispensa a necessidade de um guia. Mas pode ser uma boa contratar o serviço se você quiser ir mais para o fundo. Fizemos isso cedo e no dia do voo de volta: às 7h30 já estávamos na água. Quem nos acompanhou foi o Daniel (81 99678-4921), que foi bastante atencioso. Ele nos levou até o naufrágio do navio grego Eleani Stathatos, que transportava equipamentos ferroviários e carvão para a Argentina, mas encalhou na Praia do Porto em 1929. O naufrágio completo ocorreu em 1946.

Mergulho de cilindro em Fernando de Noronha

Esse naufrágio foi o ponto alto do mergulho de cilindro que fiz durante minha primeira viagem pela ilha. O mergulhador que me acompanhou foi o Bodão, da Mar de Noronha (WhatsApp: 81 999592373). A experiência custa R$ 300 e você tem a opção de contratar também o serviço de um fotógrafo. Não é necessário já ter mergulhado antes com cilindro e os instrutores te ensinam tudo na hora.

Leia o relato do mergulho de cilindro em Fernando de Noronha

Existem 16 pontos de mergulho de cilindro em Noronha, seis deles para mergulhares sem qualquer experiência e que pretendem fazer o batismo, outros seis para mergulhadores com alguma experiência e quatro para aqueles que têm domínio avançado da técnica e que podem atingir profundidades de até 60 metros! Há dois naufrágios em pontos de mergulho próprios para o batismo, na Praia do Porto e na Praia do Leão, em que a profundidade fica entre três e dez metros. No site Ilha de Noronha há uma lista e um mapa com todos os pontos de mergulho do arquipélago.

Mergulho na Praia do Porto 

Aprecie o mergulho em Fernando de Noronha: quanto custa e como fazer Clique aqui.

 

Canoa Havaiana

O passeio mais novo e o atual queridinho de muitos turistas. Remando por cerca de cinco quilômetros, você passa pela ponta da Air France, pelo Pedra do Rugido do Leão e pelas praias do Cachorro, do Meio e da Conceição. Há paradas para banho e fotos. Eu não fiz, mas a Fdinoronha também oferece o serviço, que já inclui todo o equipamento, até o colete e a máscara com snorkel. O passeio dura duas horas e tem três saídas diárias: às 5h20, para pegar o nascer do sol, às 8h e às 16h20, para pegar o entardecer. Custa R$ 180 e você pode agendar pelo mesmo Whatsapp: 81 99523-0646.

Projeto Tamar

Toda noite o projeto Tamar tem palestras sobre vida marinha, com foco em tartarugas, golfinhos, vida na ilha e outros temas. As palestras começam sempre às 20h e são de graça. Por falar no Tamar, toda segunda e quinta, às 14h30, é possível ver a captura científica de tartarugas feita pelo projeto, em geral na Praia do Porto. Os pesquisadores fazem a marcação e a biometria do animal, que em seguida é devolvido ao mar.

E de dezembro a junho dá para ver de perto a abertura de ninhos, feita à noite, normalmente na Praia do Leão. Nesse caso é preciso agendar a participação, que também é de graça. Detalhes no site do Tamar.

Visita histórica

Noronha foi avistada por Américo Vespúcio, se tornou a primeira capitania hereditária do Brasil, já foi um território federal e foi usada como prisão durante séculos – participantes de revoltas importantes da nossa história, como a Revolução Farroupilha e a Cabanagem, ficaram presos lá.

Por isso, a ilha tem história, fortes, construções e ruínas seculares. Você pode conhecer tudo por conta própria, caminhando pela ilha, ou pode fazer um tour guiado. A caminhada histórica dura 3 horas e custa R$ 120. Só recomendo para quem tem tempo de sobra por lá. Caso contrário, é melhor gastar seu tempo com outras atividades e encaixar os lugares históricos por conta própria no roteiro.

Veja tambémCinco curiosidades de Fernando de Noronha 

Pôr do sol em Fernando de Noronha

Todo final de dia guarda um espetáculo. Por isso, nunca perca um pôr do sol em Noronha. E tente variar os lugares. Algumas escolhas interessantes são:

  • Forte do Boldró (a escolha do Ilha Tur)
  • Forte dos Remédios
  • Praia da Cacimba do Padre, com os dois Irmãos de fundo
  • Praia da Conceição
  • Praia do Cachorro
  • Capela São Pedro

Pôr do Sol no Forte dos Remédios

Todas as Praias de Fernando de Noronha

Esgotados os passeios, curta seu tempo relaxando (e voltando) nas praias que você mais gostar. Por falar nisso, nessa altura você já aprendeu os nomes de várias das duas dezenas de praias da ilha. São elas:

  • Praia do Porto
  • Praia da Biboca
  • Praia do Cachorro
  • Praia do Meio
  • Praia da Conceição
  • Praia do Boldró
  • Praia do Americano
  • Praia do Bode
  • Praia da Quixabinha
  • Praia da Cacimba do Padre
  • Praia da Baía dos Porcos
  • Praia do Sancho
  • Praia do Sueste
  • Praia do Leão
  • Praia da Atalaia
  • Praia da Caieira

Quer saber mais sobre cada praia, entender o mapa da ilha e a diferença entre o Mar de Dentro e o Mar de Fora? Veja nosso texto sobre todas as praias de Fernando de Noronha.

Roteiro em Fernando de Noronha, dia a dia

Apenas cinco voos por dia chegam em Noronha, três da Azul e dois da Gol. Por isso, é provável que você desembarque um pouco antes do almoço ou no fim da tarde. Para aproveitar ao máximo, há uma organização básica a seguir para os primeiros dias:

Praia da Baía dos Porcos

Dia 1 (o da chegada na ilha)

Ignore os transfers gratuitos que são oferecidos pelas agências, na saída do aeroporto. Se aceitá-los, você vai ter que esperar todo mundo do seu voo desembarcar e ficar num pinga-pinga infinito de pousadas. Antes disso, é provável que seja levado na sede da agência, que vai tentar te vender passeios. Vá para a pousada de táxi ou de transfer mesmo, mas desde que seja um privativo.

Se você tem interesse em fazer algum dos passeios com agendamento obrigatório, esteja no ICMBio às 15h, para retirar sua senha. Você vai sair de lá perto das 17h30 e ainda pode correr para um pôr do sol – o lugar mais próximo é o Forte do Boldró. Quem chegar nos voos das 16h pode ir direto do aeroporto para o ICMBio. Não quer agendar passeios ou acha que, pelo pouco tempo da viagem, não conseguiria as vagas? Então não perca seu tempo indo lá e corra para uma das praias urbanas. Nesse caso, o pôr do sol mais indicado é na Praia da Conceição.

Dia 2 (o primeiro dia inteiro)

Esse é o dia para fazer o Ilha Tour.

Dia 3

Faça o passeio de barco pela manhã. Outra opção é a Canoa Havaiana. À tarde, curta uma das praias por conta própria. Pela proximidade, pode ser uma boa ficar na Praia do Porto.

Do dia 4 em diante

A partir daí você é livre para voltar nas praias que gostou mais, que você conheceu no Ilha Tour. Quem conseguiu agendar trilhas começa a fazê-las a partir desse momento.

Dicas de restaurantes em Fernando de Noronha

Tem restaurante para todos os gostos e bolsos – embora preço baixo seja uma raridade por ali. Separei algumas dicas, com base em perfis diferentes de viajantes e de refeições:

  • Almoço ou pôr do sol com vista: Restaurante do Mergulhão, na Praia do Porto, e Bar do Meio, entre as Praias do Meio e da Conceição.
  • Comida boa (mas sem vista): Delícias das Ná, na Floresta Nova, e Tricolor, na Vila do Boldró
  • Bom custo/benefício: Flamboyant, na praça de mesmo nome na Vila dos Remédios, e Xica da Silva, na Floresta Nova.
  • Onde comer barato: Tapiocaria da Babalu, perto da Praia do Cachorro, Restaurante da Mãezinha, na Vila dos Remédios, Restaurante do Valdênio, na Vila do 30. As barracas na Praia do Cachorro e do Porto também têm preços mais amigáveis.

E não deixe de conhecer a Gelato Paradiso, sorveteria artesanal que tem loja na Praça Flamboyant e quiosque no aeroporto. Mais dicas de restaurantes em Fernando de Noronha aqui.

E a vida noturna de Fernando de Noronha?

O ponto mais concorrido é o Bar do Cachorro, perto da praia de mesmo nome e colado com a Vila dos Remédios. Já o Muzenza, ao lado da igreja e pertinho do Bar do Cachorro, costuma ter noites de reggae. Os dois endereços se alternam na programação noturna da ilha. Também há música ao vivo no Bar do Meio, sempre depois do pôr do sol.

Como se locomover em Fernando de Noronha

A Ilha é pequena e dá para fazer muita coisa a pé. Quando caminhar não for possível, dá para ir de ônibus. Uma linha percorre toda a ilha, com um ônibus saindo de cada sentido, um do Porto e outro da Praia do Sueste, a cada 30 minutos, de 7h às 23h30. A passagem custa R$ 5.

Se o ônibus falhar e a perna cansar, vá de táxi. As corridas raramente passam de R$ 40 e são tabeladas pela administração da ilha. Se precisar chamar um táxi, é possível fazer isso pelo telefone 81 36191314, que é da Associação de Taxistas de Noronha, a Nortax.

Eu não alugaria um buggy. É caro, entre R$ 250 e R$ 300 por dia. O combustível também vai te custar um rim (R$ 7 o litro) e o veículo é complemente dispensável. Fora que é poluente, né?

Respeite a natureza e as leis locais

Não jogue lixo no chão, recolha qualquer detrito que você encontrar e respeite a vida marinha. Em 2019 entrou em vigor o projeto Plástico Zero, que proíbe a entrada e a comercialização de sacolas plásticas, canudos, garrafas plásticas com menos de 500 ml e outros itens descartáveis.

Perseguir, tocar ou alimentar peixes, tartarugas e outros animais dá multa. E altíssima. Fora o risco para você: os dois casos relativamente recentes de turistas que foram mordidos por tubarões em Fernando de Noronha ocorreram porque as pessoas tentaram tocar ou encurralar os animais. Também houve um acidente com um surfista, que trombou com um tubarão de boca aberta enquanto este pegava a mesma onda, e justo na hora da alimentação do bicho. Noronha é um lugar seguro e onde o meio ambiente é equilibrado. É preciso que permaneça assim.

Nadar ou entrar em lugares proibidos também pode custar muito caro – para o meio ambiente e para você, caso um fiscal te pegue fazendo bobagem. E eles vigiam tudo até de longe, usando binóculos. Viu uma piscina natural linda e transparente? Pergunte antes de entrar. Sempre.

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Rafael Sette Câmara

Sou de Belo Horizonte e cursei Comunicação Social na UFMG. Jornalista, trabalhei em alguns dos principais veículos de comunicação do Brasil, como TV Globo e Editora Abril. Sou cofundador do site 360meridianos e aqui escrevo sobre viagem e turismo desde 2011. Pelo 360, organizei o projeto Origens BR, uma expedição por sítios arqueológicos brasileiros e que virou uma série de reportagens, vídeos no YouTube e também no Travel Box Brazil, canal de TV por assinatura. Dentro do projeto Grandes Viajantes, editei obras raras de literatura de viagem, incluindo livros de Machado de Assis, Mário de Andrade e Júlia Lopes de Almeida. Na literatura, você me encontra nas coletâneas "Micros, Uai" e "Micros-Beagá", da Editora Pangeia; "Crônicas da Quarentena", do Clube de Autores; e "Encontros", livro de crônicas do 360meridianos. Em 2023, publiquei meu primeiro romance, a obra "Dos que vão morrer, aos mortos", da Editora Urutau. Além do 360, também sou cofundador do Onde Comer e Beber, focado em gastronomia, e do Movimento BH a Pé, projeto cultural que organiza caminhadas literárias e lúdicas por Belo Horizonte.

Ver Comentários

  • Rafael, de longe, o melhor e mais completo texto sobre Noronha que j'a encontrei! Muuuuito Obrigada! Estou indo com meu marido para nossa lua de mel no inicio de dezembro! Vou me guiar por aqui para o nosso roteiro!
    Um abraço!!

    • Fico feliz, Brunna. O texto tá atualizadinho, acabei de voltar de lá. :)

      Boa viagem pra vocês, tenho certeza que vai ser incrível!

  • Oi Rafael. Obrigado pelo seu relato!! Eu iriei por primeira vez em setembro!!! As suas dicas vao me ajudar demais!! Visitar Noronha e um sonho meu de sempre!! Valeu!

  • Já fui a Noronha em março e também em setembro, quando é de fato, a melhor época
    para um mar calmo e muito limpo.Assustou-me o ataque de tubarão, agora no final de 2015. É verdade que são animais que sempre estiveram naqueles mares, mas, com uma oferta de alimento tão farta, nunca se interessaram" por experimentar carne humana. Acho que alguma coisa aconteceu, muito diferente do usual, com certeza. SEria bom se o pessoal do Museu do Tubarão e do IBAMA pesquisassem as razões desse acidente INÉDITO,
    até para manter o interesse turístico.

  • Fala Rafa!
    Uma boa pedida também é alugar uma moto, custa cerca de R$ 90 e te dá uma liberdade de ir e vir sem fim. Rodei um dia inteiro e gastei cerca de 15 reais de gasolina, pois a moto é econômica e as distâncias não são tão extensas. Abraço!

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Publicado por
Rafael Sette Câmara

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