Um pequeno istmo que liga as Américas do Norte e do Sul, a América Central pode até parecer diminuta no mapa, mas é uma gigante no que diz respeito a sua cultura, natureza e história. Repleta de praias de cartão-postais, vulcões ativos e dormentes, ruínas de civilizações pré-colombianas e uma diversidade de povos de dar inveja, o lugar atrai turistas do mundo inteiro que aproveitam a distância para cruzar as fronteiras da América Central por terra.
Muitos deles aproveitam a distância geográfica para percorrer os países da região de uma tacada só. Outros, estão no meio de uma travessia maior, muitas vezes em uma viagem dos sonhos pelo continente americano. Seja qual for o caso, preparei um guia sobre como viajar pela América Central por terra e cruzar fronteiras do Panamá, Costa Rica, Nicarágua, Honduras, El Salvador, Guatemela e Belize sem ter que quebrar muito a cabeça.
Mesmo que no mapa a distância entre o ponto A e o ponto B não pareçam tão grandes, o tempo que você demora para cruzá-la pode equivaler ao de ir de São Paulo a Recife ou alguma outra viagem gigante no Brasil. Isso porque esse pequeno pedaço de terra que chamamos de América Central é extremamente montanhoso e as estradas repletas de curvas, o que aumenta em muitos quilômetros as distâncias em linha reta.
Isso sem falar em questões sociais e políticas que podem afetar a viagem. Com governos instáveis e muitas vezes ineficientes, você pode enfrentar estradas ruins, bloqueios e greves. É claro que a própria América Central não é um bloco homogêneo e há contrastes regionais bem marcados mesmo em um território tão pequeno quando comparado, por exemplo, com a América do Sul. Isso quer dizer que há partes ali em que você vai se sentir em Miami e outras em que você vai tomar um choque de América Latina. Se isso pode acontecer até mesmo dentro de um país, que dirá à medida em que você vai cruzando fronteiras.
Eu, que nem dirigir dirijo, não posso ajudar com muitas dicas pra quem vai fazer o trajeto de carro, embora as informações sobre fronteiras aí embaixo e outras dicas gerais sejam úteis para todo mundo. Mas se você vai fazer o trajeto utilizando transporte coletivo, a empresa Tica Bus faz rotas por toda a América Central e tem opções interessantes de passagens, nas quais você pode comprar um trecho mais longo e parar por alguns dias no meio do caminho antes de seguir viagem.
Por exemplo, eles não fazem a viagem direta entre Cidade do Panamá e Manágua, mas vendem bilhetes com esse trajeto. Assim, você “ganha” uma parada obrigatória em San José, na Costa Rica, onde você precisaria trocar de ônibus. Só que você não necessariamente precisa pegar o segundo ônibus no mesmo dia, pode passar uns dias lá antes de seguir para a Nicarágua. Essa é uma boa forma de conhecer a América Central se você conseguir programar essas datas com antecedência (e entender as rotas oferecidas no site deles, que pode ser um tanto quanto confuso).
Peñas Blancas, uma das fronteiras da América Central, entre a Nicarágua e a Costa Rica. Foto: Wollertz, Shutterstock
A Tica não é a única empresa que circula entre os países da América Central e tampouco é a mais barata (as passagens na classe turista variam entre 50 e 75 dólares; em ônibus locais pode custar entre 25 e 40 dólares), mas é a mais voltada para viajantes internacionais e, entre as que eu experimentei no continente, a que tinha a melhor estrutura.
Se você prefere economizar, o melhor é ir até a rodoviária e perguntar pelas empresas que fazem o trajeto desejado e comparar os preços ali mesmo, já que muitas vezes é difícil encontrar todas essas informações online. Em alguns países, como o Panamá e a Costa Rica, os ônibus locais são novos, limpos e confortáveis. Em outros, como a Guatemala, você pode enfrentar mais perrengues. Uns amigos meus chegaram a ficar 30 horas em um ônibus duvidoso na Nicarágua, mais por culpa das estradas que do veículo em si, mas aí o nível de conforto que você tem pode fazer a diferença na hora de escolher, né?
Para as rotas mais turísticas há também a opção dos shutters privados, vans que levam passageiros pelos trajetos mais famosos da região. O serviço é normalmente vendido em agências de viagem e pode ser consideravelmente mais caro que os ônibus públicos, mas tem a vantagem de você não precisar descobrir as coisas por conta própria na hora de cruzar a fronteira. Quando eu fui passar de Puerto Viejo para Bocas del Toro, comecei o trajeto sozinha, mas acabei pagando 20 dólares para o motorista de uma van que eu encontrei na imigração para terminá-lo.
Eu teria gastado uns 10 dólares a menos se tivesse seguido na raça, mas meu destino envolveria pegar um táxi até a rodoviária mais próxima, esperar pelo horário do próximo ônibus para Almirante, pegar outro táxi até o cais e de lá um barco para Bocas Town. Tudo isso tendo que negociar tarifas, descobrir os lugares corretos e carregando duas mochilas, então o custo/benefício do serviço me pareceu vantajoso. Mas essa é uma situação que você pode analisar caso a caso, já que em outras fronteiras você não tem trabalho nenhum a não ser descer do ônibus para ter o passaporte carimbado e depois subir novamente até o destino final.
Como eu falei, a América Central é uma região heterogênea e cada país tem seu próprio contexto e peculiaridades. Alguns deles, como El Salvador, Honduras e Guatemala, têm a fama de serem perigosos e violentos e por isso acabam de fora do roteiro de muita gente. Se essa for sua opção, eu entendo. Mas preciso também dizer que há muito sensacionalismo nas notícias que chegam até nós e que, em geral, as regiões turísticas, mesmo desses países, não são mais inseguras que qualquer outro lugar turístico da América Latina. Falei um pouco sobre segurança em El Salvador aqui, caso você esteja cogitando incluir o país na viagem.
De maneira geral, me pareceu sim, bastante seguro fazer essa viagem e cruzar as fronteiras da América Central por terra, e posso dizer que não vivi ou presenciei nenhuma situação que me fizesse sentir em risco de qualquer violência. Ainda assim, há algumas recomendações a serem levadas em consideração.
Alguns países da América Central sofrem com instabilidade política, que pode eclodir, de maneira mais ou menos intensa, quando a gente menos espera. Por isso, é importante acompanhar a situação atual antes de viajar a cada país. Por exemplo, meu roteiro original incluía Honduras, mas acabei excluindo o país depois do golpe de estado sofrido por ele em 2017, que desencadeou uma série de protestos e repressões violentas.
O argumento mais forte que me levou a desistir da viagem foi ser desencorajada por hondurenhos a visitar o país naquele momento. E aí está outra regra que eu sempre levo comigo ao visitar lugares considerados problemáticos: escutar os moradores locais. No final, passei por Honduras apenas para chegar à Nicarágua, e só desci nas fronteiras do país para imigração. Ficou para a próxima.
Era fevereiro de 2018 e a Nicarágua era um país que passava por dias perfeitamente normais e, desde a superfície, parecia que tudo ia muito bem, obrigada. Menos de três meses depois, o país parecia ter mergulhado no completo caos político, com protestos violentos que terminam com dezenas de mortos por causa de uma polêmica reforma na previdência social e o uso excessivo de força por parte do governo. Não sei dizer se isso poderia inviabilizar uma viagem ao país nesse momento, mas é apenas um exemplo de como as coisas podem mudar rápido nessa parte do globo.
Apesar da instabilidade, cruzar as fronteiras da América Central é seguro para viajantes. Foto: meunierd, Shutterstock
Quanto à segurança pública, basta adotar as precauções básicas que a gente já tem em qualquer cidade brasileira ou mundo afora: evitar lugares ermos e escuros se estamos sozinhos, não se meter em vizinhanças que você não conhece muito bem, não dar muita pinta com objetos de valor e não tirar os olhos das suas coisas nem por um momento.
Os países da América Central não fazem parte do acordo que o Brasil tem com os vizinhos da América do Sul, para viajar com a identidade. Por isso, é necessário levar um passaporte válido para entrar em todos os países da região. Nenhum deles pede visto para brasileiros, mas alguns podem cobrar taxas de ingresso na hora de passar pela imigração.
Esses valores variam de país para país e podem ser pagos em dólar ou em moeda local (ver abaixo). Leve também sempre com você o Certificado Internacional de Vacinação contra Febre Amarela e um comprovante de saída do país (pode ser apenas um reserva de voo).
Não há taxas de entrada ou saída, mas podem exigir passagem de saída do país e comprovação de fundos suficientes para cobrir a viagem. Brasileiros vacinados devem apresentar certificado de vacinação. Não-vacinados deverão se vacinar no país, gratuitamente. É preciso também preencher um formulário sanitário. A entrada dá direto a 180 dias de permanência.
Não há taxa de entrada, mas é preciso pagar um imposto de 8 dólares no momento da saída. Exigem passagem de saída na imigração e um comprovante de no mínimo de 10 dólares por dia de estadia, para cobrir os gastos da viagem. É preciso também preencher um Passe de Saúde e apresentar certificado de vacinação contra COVID. Não-vacinados devem apresentar também uma apólice de seguro. Após passar pela imigração, você terá direito de permanecer por 90 dias.
É necessário pagar uma taxa de 12 dólares para entrar no país e, em alguns casos, 1 dólar a mais, de inspeção aduaneira. Para sair, há uma taxa de 2 dólares. É preciso apresentar um exame RT-PCR negativo feito até 96h antes da chegada e os passageiros podem ser submetidos a exames médicos. Um formulário de saúde do governo precisa ser preenchido até 7 das antes da viagem.
A Nicarágua faz parte de um grupo denominado CA-4, que compreende também os países Honduras, Guatemala e El Salvador. Na imigração, você recebe uma permissão de 90 dias para permanecer nos países desse grupo (igual ao Espaço Schengen, na Europa).
Há uma taxa de entrada de três dólares e uma permissão de estadia de 90 dias entre os país do CA-4. Ainda que você venha de outros países do CA-4, a taxa precisa ser paga. Apenas viajantes de fora da área de alto risco para Covid são aceitos. É preciso apresentar teste RT-PCR ou um certificado de vacinação completo e preencher um formulário de saúde do governo.
Não há nenhuma exigência específica para a imigração, basta o passaporte válido e o comprovante de vacina contra a febre amarela. Se você vem por terra, não há taxa de entrada. No aeroporto é cobrado um valor de 10 dólares na entrada. Não há exigências adicionais devido à Covid.
Oficialmente não há taxas de entrada ou saída, mas nas fronteiras por terra há relatos de tentativas de extorsão ou golpe por parte dos policiais. É preciso apresentar teste RT-PCR ou um certificado de vacinação completo.
É cobrada uma taxa de 15 dólares na saída do país, mais um imposto de 3,75 dólares para ajudar na preservação das áreas protegidas, na imigração por terra. Quem sai do país do avião já paga esses impostos embutidos no valor da passagem. É preciso apresentar um teste RT-PCR feito até 96h antes da chegada. Os turistas são obrigados a reservar e se hospedar em uma acomodação Gold Standard aprovada. Uma lista de hotéis aprovados pode ser acessada aqui.
A fronteira entre o Panamá e a Colômbia é a única em que é impossível fazer a travessia por terra. Muita gente, inclusive eu, gasta horas na internet tentando descobrir um caminho viável, por isso eu já vou ser bem direta para poupar seu tempo: não dá. O ponto em que os dois países se unem é o único ponto, da Argentina até o Canadá, em que a estrada Panamericana é interrompida. A área é coberta por uma densa floresta que – dizem por ali – está dominada por narcotraficantes. Por isso, já pode tirar o cavalinho da chuva de uma vez. E, já que não se pode passar por terra, só nos resta a água e o ar.
Voar é a maneira mais rápida e econômica de travessar do Panamá para a Colômbia e vice-versa. A Copa Air e Avianca oferecem vários voos diários por entre 100 e 200 dólares de e para Cartagena, Bogotá e outras cidades da Colômbia. Essa também é, no entanto, a maneira mais sem graça.
Se você tiver uma grana sobrando e quiser ter uma experiência mais interessante, dá para fazer a travessia de barco. Existem diversas agências de viagem que fazem o trajeto, que custa entre 400 e 500 dólares e dura quatro dias, com direito a parada no paradisíaco arquipélago de San Blás e refeições incluídas (muitas vezes preparadas com peixes pescados na hora).
Eu fiz esse passeio e mostrei tudo no meu canal do Youtube. Assista e, se curtir o conteúdo, não deixe de se inscrever por lá!
Dá pra fazer tudo isso por conta própria, sem contratar agência e negociando diretamente com os barcos nos portos, e fica em torno de R$ 1500 por pessoa, mas essa só é uma opção recomendada se você quer aventura, porque é um processo meio complicado. Os blogs Mundo Sem Fim e Viajes y Cosas Así fizeram desse jeito e contam como foi.
Há informações desencontradas na internet sobre uma suposta balsa que faz essa travessia em 24 horas. Investiguei o assunto e descobri que uma empresa, a Ferry Xpress, chegou a oferecer o serviço por um breve período, mas já foi descontinuado.
As instruções abaixo estão no sentido Costa Rica – Panamá, mas também funcionam se feitas no sentido inverso.
Travessia da ponte que liga o Panamá à Costa Rica do lado do Caribe é uma das mais famosas fronteiras da América Central. Foto: Fotos593 Shutterstock.
Depois, atravesse a ponte para entrar no Panamá. Do seu lado direito estará o escritório da aduana. Passe por lá primeiro para preencher o formulário de entrada. Depois, do lado esquerdo da ponte, estão os guichês de imigração. Com o passaporte carimbado, pegue um táxi em direção à rodoviária de Changinola e, de lá, você pode pegar um ônibus para Almirante (para quem vai a Bocas del Toro) ou outros destinos do país.
David é uma ótima escolha porque é uma cidade relativamente grande que tem muitas linhas de ônibus para o resto do país. Por isso, se você vai pular Bocas del Toro e seguir diretamente para a Cidade do Panamá, o melhor que você pode fazer é passar por David, porque há muito mais ônibus por dia que em Changinola ou Almirante. Mas se você está descendo pelo Pacífico e quer cruzar para o Caribe para chegar à Bocas, também convém fazer esse trajeto, indo a David primeiro e de lá pegar uma van para Almirante.
A cidade fronteiriça é Peñas Blancas, do lado da Nicarágua. Você consegue comprar ônibus diretos e diversas empresas de San José ou Alajuela, na Costa Rica, a Manágua, León ou Granada e até outras cidades da Nicarágua e vice-versa. Isso torna a travessia muito mais fácil, porque os funcionários da companhia de ônibus sempre dão assistência na hora da imigração, indicando para onde você deve ir, qual o valor das taxas e outras coisinhas úteis. E, nessa fronteira em particular, isso é interessante porque é tudo um pouco confuso.
Pra começar, dá caminhadinha boa entre os pontos de imigração dos dois países e você precisa fazer isso com as mochilas, porque têm que passar pela aduana. O ônibus em que eu estava nos levou de um ponto a outro, mas algumas empresas podem pedir para você andar e atravessar a fronteira a pé. Por sorte, a fronteira é movimentada e há muita gente na mesma situação, assim como ônibus e caminhões, então dá pra sacar pra onde você tem que ir. As pessoas que oferecem ajuda vão te cobrar por isso. Se você estiver saindo da Costa Rica, há uma taxa de 8 dólares.
Há diversos pontos de fronteira entre El Salvador e Honduras. Um dos mais comuns entre turistas que atravessam a área é El Poy, porque é a mais próxima das ruínas de Copán, em Honduras. Se você vem de El Salvador, tem que pegar um ônibus até El Poy. A viagem dura três horas. De lá, basta descer do ônibus e caminhar até o posto de imigração. Caminhar mais um pouco e registrar a entrada em Honduras. É preciso pagar uma taxa de 3 dólares para entrar no país.
Do lado hondurenho não há muita coisa, mas você pode pegar um táxi até Ocotepeque e de lá seguir para Santa Rosa de Copán, que é o que a maioria das pessoas faz. Eu, como disse, pulei o país e segui de ônibus para a fronteira com a Nicarágua.
Como eu saí de El Salvador em um ônibus da Tica que me levou até a fronteira de Honduras, esperou que eu atravessasse, me pegou do outro lado e me levou até a fronteira com a Nicarágua, repetiu o processo e, no final, me deixou na rodoviária de Manágua, todo o movimento de cruzar esses dois países foi muito simples. Quem faz por conta própria gasta menos, mas tem que trocar de meio de transporte algumas vezes mais, incluindo umas bici-táxi que levam de Guasale (Honduras) até a fronteira.
No meu caso, a única questão aqui foi burocrática: a fronteira da Nicarágua foi a mais chatinha entre as que eu atravessei na viagem. É preciso pagar uma taxa de entrada de 12 dólares e eles demoraram bastante a liberar o passaporte e as malas.
Se vocês têm informações sobre as fronteiras da América Central que faltam neste texto, por favor, deixe um comentário e ajude a fazer esse guia mais completo.
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Ver Comentários
Bom dia hermanos!
Estarei indo para o Alaska, de moto, solo, em Abril ou Maio/22.
Não estou encontrando informações pelo google sobre atravessar fronteiras por terra na America Central. Vcs tem informações se por lá já estão liberado as fronteiras para seguir de moto? Se não, será que até daqui 8 meses já estará liberada? Só encontro informações para quem viaja por avião, é diferente né rs!
Obrigado e parabéns!
Olá!
Não tenho informações específicas da pandemia, infelizmente. Acredito que até a sua viagem a situação esteja mais normalizada, mas essas questões são muito complicadas, você terá que checar mais perto da data...
Obrigada pelas informações, Natália! Serão muito úteis.
Vc saberia dizer se essa empresa Ticabus trabalha de forma que podemos parar nas capitais e continuar a viagem no outro dia, de modo a dar tempo de conhecer o lugar, mesmo que um pouquinho? Esse sítio de ruínas de Honduras parece ser interessante também...
Olá Suely, sim! Dá pra fazer isso. Você pode reservar as datas e dar o espaço que quiser entre elas pelo site.
Abraços!
Complementando a quem interessar sobre a fronteira próxima à Copan Ruínas entre Honduras e Guatemala.
Vindo da Guatemala tem q pegar um ônibus até a fronteira em El Florido, cruzar a pé e do outro pegar um transporte alternativo até Copan Ruínas q fica a cerca de 5km dali.
No meu caso eu vinha de Río Dulce e peguei um ônibus da empresa Litégua cujo fim da linha é na fronteira.
No caso do turista ir apenas à Copan e de lá voltar à Guatemala, q foi o meu caso, eles colocam apenas o carimbo de Copan no passaporte.
Cruzei tb a fronteira entre El Salvador e Guatemala, vindo de El Salvador. Peguei um ônibus em Santa Ana até Ciudad de Guatemala, desci na fronteira para os trâmites em ambos lados e segui viagem. Os passageiros q vinham de San Salvador não desceram, apenas eu. Não sei o motivo.
Waldinei, deve ser por causa dos acordos regionais que eles têm entre os países da América Central. Obrigada pela contribuição. :)
Abraços!
Creio q foi pq peguei o ônibus em Santa Ana. E os demais passageiros já vinham de San Salvador e seus nomes numa lista.
Entre Copan Ruínas e Santa Anna peguei o chamado Shuttle (vans q só fazem o trajeto com determinado número de turistas), mas não sei o motivo pelo qual eles não cruzaram a fronteira Honduras-El Salvador e sim fomos pela Guatemala.
Obrigada ! Post bastante útil para mim que estou planejando uma viagem de volta ao mundo, fazendo a maior parte do trajeto por terra.
Olá Marília, fico feliz de ter ajudado. Que incrível sua volta ao mundo! :)
Oi, Natália! Um post do blog "mundosemfim" que eu copiei e colei aqui pra ajudar outros leitores e aventureiros que queiram cruzar por terra a fronteira entre Colômbia e Panamá.
CRUZANDO A FRONTEIRA COLÔMBIA – PANAMÁ POR PUERTO OBALDÍA
MARÇO 20, 2017 | RENAN
Depois de muito pensar em como cruzar da América do Sul à América Central, chegamos à conclusão que o melhor era fazer por terra e barco. E esta foi uma das melhores experiências da nossa viagem! Aqui contamos como foi cruzar esta fronteira pouco conhecida.
Referência (março/2017)
1 real = 940 pesos colombianos
1 dólar = 3,10 reais
Puerto Obaldía - bienvenidos al Panamá!
Puerto Obaldía – bienvenidos al Panamá!
Para aqueles que vem viajando pela América, cruzar da Colômbia ao Panamá pode ser uma grande dor de cabeça. Talvez por isso que muitos mochileiros acabam ficando só na América do Sul, e acabam não cruzando à América Central.
O motivo da complicação é fácil entender: desde o Alasca até o sul do Chile há uma longa estrada, conhecida como Panamericana, que só não é contínua por conta desta fronteira. No Estreito de Darién (faixa de terra que conecta a Colômbia ao Panamá) não há estradas, apenas selva densa.
O motivo oficial desta separação é a preservação da natureza desta região, embora muitos digam que é uma estratégia para dificultar que a droga produzida na América do Sul chegue aos maiores consumidores do mundo (os EUA).
Seja lá a razão, nós, mochileiros da América do Sul, precisamos buscar métodos alternativos para chegar à América Central.
Nós fomos por Puerto Obaldía, em uma combinação de ônibus e barco passando pelas paisagens mais espetaculares do continente. Aqui descrevemos como foi!
Paradisíaca praia de CapurganáParadisíaca praia de Capurganá
Capurganá, um dos lugares paradisíacos da travessia
CRUZANDO A FRONTEIRA POR PUERTO OBALDÍA
Escutamos que era possível fazer este caminho, mas quase desistimos da ideia depois de lermos vários relatos dizendo que esta fronteira é horrível, cheia de imigrantes ilegais e narcotraficantes. Felizmente fomos cabeça-dura: não vimos nada de ruim no caminho, somente lindas praias e um povo muito simpático.
Para fazer este caminho, é preciso chegar até Capurganá (Colômbia). Esta cidade só é acessível de barco ou avião. Um barco de Necoclí até Capurganá custa 70 mil pesos colombianos (leia aqui os detalhes de como chegar até lá). Capurganá é uma praia paradisíaca, e vale a pena passar uns dias por lá.
Leia nosso post completo sobre Capurganá aqui.
DE CAPURGANÁ A PUERTO OBALDÍA
Em Capurganá, é preciso carimbar a saída da Colômbia. Existe uma outra cidade colombiana ainda mais perto do Panamá chamada Sapzurro, mas lá não há oficina de imigração.
A imigração colombiana funciona das 9 às 17 horas todos os dias, mas este horário é um pouco flexível (quedas de luz são muito frequentes em Capurganá, e isso dificulta um pouco). Convém carimbar a saída um dia antes da viagem.
Uma vez carimbada a saída, você terá até 3 dias para chegar ao Panamá. Caso não consiga (seja lá qual for a razão) passe na imigração colombiana novamente e peça um novo carimbo.
Primeiro carimbo do nosso passaporte: a saída da Colômbia
Primeiro carimbo do nosso passaporte: a saída da Colômbia
De Capurganá, na teoria, é possível seguir caminhando até Puerto Obaldía, por uma trilha pesada que passa por Sapzurro. Dizem que a trilha demora umas 7 horas, o que é inviável para quem está com mochilas pesadas.
A solução mais fácil é pegar um barco de Capurganá até Puerto Obaldía. O preço normal é 30 mil por pessoa, mas se não tiver mais gente para viajar, pode sair um pouco mais caro. Quando fomos, queriam nos cobrar 35 mil por pessoa para levar somente nós dois, mas logo apareceu um canadense querendo ir junto e levaram nós três por 30 mil cada um. O segredo é chegar cedo (por volta de umas 8h) ao cais e falar com os barqueiros. Logo logo conseguem montar um grupo.
A viagem de Capurganá a Puerto Obaldía leva cerca de 50 minutos. Coloque todas as suas mochilas em sacos plásticos, pois a travessia molha muito!
Praça central de Puerto Obaldía
Praça central de Puerto Obaldía
PUERTO OBALDÍA
Puerto Obaldía é uma pequena vila, onde também funciona uma base do exército.
Assim que descer do barco você já será encaminhado para fazer uma revista nas mochilas (há um cão farejador). O exército também faz uma rápida busca para ver se você não é procurado pela Interpol.
Estando tudo em ordem, basta seguir para a imigração. Ali é preciso deixar uma cópia do passaporte (vale a pena fazer em Capurganá pois é mais barato: 200 pesos. Em Puerto Obaldía cobram 25 centavos de dólar). Se for seguir em barco, precisará de mais uma cópia.
Nossa imigração foi muito tranquila: não nos pediram ticket de saída, dinheiro, nada. Ainda nos deram algumas dicas sobre lugares para conhecer no Panamá, e um visto de 6 meses para viajar pelo país. Tudo pronto em menos de 10 minutos.
Apesar de não terem nos pedido, é exigido vacina da febre amarela e comprovação de pelo menos 500 dólares para entrar no Panamá (seja em dinheiro ou cartão de crédito). Certifique-se de ter tudo isso para não ter problemas.
Puerto Obaldía é uma cidade tranquila, quente, e onde só há luz das 18h às 6h. Lá conseguimos uma hospedagem simples (na rua da imigração) que cobrava 10 dólares por um quarto de casal. Como não conseguimos barco para o primeiro dia, acabamos ficando lá. No dia seguinte era domingo e também não conseguimos nada. Somente na segunda foi que conseguimos um barco para seguir ao Panamá.
Na esquina ao lado deste hotel (Posada Candi) há um restaurante que oferece um menu excelente com carne por 4 dólares, ou com ovos por 3 dólares.
Nossa hospedagem em Puerto Obaldía
Há um outro hotel mais chique, com luz 24 horas e internet (lenta) por 15 dólares por pessoa.
DE PUERTO OBALDÍA À CIDADE DO PANAMÁ
Puerto Obaldía é outra cidade isolada do resto do país: para chegar/sair daqui, somente por avião, barco ou por uma trilha de 4 dias pela selva (rota supostamente utilizada por traficantes e imigrantes ilegais).
Olá Elaine, obrigada pela contribuição. Sim, esse foi justamente o post do Mundo Sem Fim que eu linkei lá em cima. Mas, como está escrito aí, não dá para fazer o trajeto inteiro por terra. É preciso pegar dois barcos, o primeiro até Capurnagá, que só está acessível de barco ou avião, e o segundo depois de cruzar para o Panamá.
Abraços!
Olá, Natália! Obrigada por suas dica, ótima matéria. Apenas gostaria de fazer uma ressalva sobre como cruzar a fronteira entre Colômbia e Panamá. Nas dicas do blog "mundosemfim" tem as sugestões do casal que fez está travessia por terra, tranquilamente e por uma rota paradisíaca, indo de Medellín até o litoral Atlântico e até a cidade (cujo nome não lembro), onde fazem a imigração, inclusive carimbam seu passaporte. A partir desta cidade tem um trecho de barco, onde os viajantes podem optar ir direto às ilhas de San Blas ou para a cidade litorânea de Panamá! Vou ver se encontro o link pra anexar aqui. Abraço.
Leitura muito interessante e útil.
Vou continuar atenta.
Parabéns e felicidades !
Obrigada, Maria!