Um pequeno pedaço da Índia onde as ruas têm nomes em português e as famílias têm sobrenomes como Mascarenhas e Souza. Um lugar de praias de areia dourada e vilas bucólicas, tudo no estilo em que nós, brasileiros, estamos tão acostumados a ver em nosso litoral. Esse lugar atende por apenas três letrinhas: Goa.
A verdade é que Goa se parece com o Brasil. É que o estado foi parte de Portugal por cerca de 450 anos, até 1961, ano em que os exércitos da Índia, recém independente do Império Britânico, tomaram de volta o território. De Portugal, Goa herdou características próprias, como um modo de vida diferente do restante do país e que atraí interessados naquele tipo de turismo em que você se deita na areia da praia e vê o tempo passar.
Como no restante do país, a maioria da população professa a fé hindu, mas Goa tem grande quantidade de cristãos (26%), outra herança portuguesa (e da Santa Inquisição). Igrejas, conventos e fortes portugueses estão espalhados por todo o estado, o que dá um ar ainda mais diverso para um país que já é cheio de contrastes. Mas vamos parar de conversa fiada e ir ao que interessa – se você chegou até Goa provavelmente está procurando 2 coisas: praias ou festas. Talvez as duas juntas.
Dezenas de restaurantes e bares funcionam durante todo o dia na beira da praia – servem de café da manhã até jantar; e vendem montes da cerveja que é fabricada e vendida apenas em Goa. Os impostos sobre o álcool são mais baixos nessa parte da Índia, o que torna o preço bem interessante. Durante a noite, os restaurantes colocam mesas na areia, que são iluminadas por velas e lampiões.
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Goa aumentou sua fama mundial por causa de uma festa silenciosa onde todos usam fones de ouvido e dançam no ritmo que bem entenderem. Eu achava isso meio idiota, até que cheguei em Goa e não achei a tal festa. Uma pena. Prefiro o silêncio ao tuntztuntuntz, tocado exaustivamente (e ensurdecedoramente) em quase todos os bares e restaurantes. Se trance não é sua praia, provavelmente as festas de Goa serão as coisas menos interessantes durante sua estadia por lá.
Goa poderia ser qualquer praia da Bahia, não fosse um grupo de banhistas muito numeroso: as vacas, que, vez por outra, caminham calmamente pela areia, meio que para lembrar que você ainda está na Índia. Há quem diga que elas são simpáticas – o que eu tenho que concordar – e há quem diga que elas ficam ainda mais simpáticas numa bandeja e com cebolas ao redor – com o que obviamente eu também concordo. E sim, isso é possível em Goa – na antiga Índia portuguesa as vacas são animais sagrados e sagradas refeições ao mesmo tempo.
“Vou ali nadar um pouco e já volto”
O único aeroporto de Goa fica numa vila chamada Dabolim. De lá é possível pegar um táxi ou mesmo um ônibus local até algumas das praias mais badaladas. Outra forma é via ônibus, normalmente de Mumbai, numa viagem que dura em torno de 12 horas e custa entre 600 a 2000 rúpias (R$ 21 a R$ 71), dependendo do tipo do ônibus e da época do ano. Os preços aumentam muito no período entre dezembro e janeiro. A maior parte dos ônibus para na rodoviária de Mapusa, vila onde não tem nada pra ver, mas que não fica tão distante de algumas das melhores praias.
Arambol é bonita, tem vida menos agitada e é mais barata do que as outras ao redor. Anjuna tem melhor vida noturna, mas os preços sobem bastante. O mesmo vale pra Baga, que está cheia de restaurantes, lojas e bares, mas que pode ficar tumultuada e cheia demais em algumas épocas do ano.
Depende do seu bolso. É possível ficar num hotel de luxo na frente do mar, mas isso certamente custará algumas mil rúpias por dia. Acomodações mais baratas também estão disponíveis, desde cabanas de madeira na praia (custam em torno de 600 rúpias, ou R$21) até alugar um quarto na casa de algum morador. Fizemos isso em Anjuna e pagamos 500 rúpias (R$17) por pessoa. Tenha em mente que os valores sobem bastante durante o verão. Clique aqui e veja opções de hospedagem em várias cidades de Goa.
Em alta temporada a segunda estadia mais barata custa, no mínimo, 500 rúpias (a mais barata é acampar, mas só os mais aventureiros, fortes de coração e fracos de bolso fazem isso). Mochileiros gastam em torno de 1000 rúpias por dia (R$ 35) em alta temporada. Em outras épocas do ano os preços caem, claro.
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