Tal qual Tomé, eu só acreditei vendo. Ou melhor, bebendo. Não importa se tivessem jurado pra mim que as praias da Ilha do Mosqueiro, a 70 quilômetros de Belém, eram fluviais. Tive até aula de geografia para tentar aceitar o ponto: essa ilha, que tem o tamanho de capitais brasileiras como João Pessoa e Recife, fica na costa do Rio Pará, um braço do Amazonas. E, como todo rio amazônico de respeito, esse tem cara de mar.
As praias do Mosqueiro tem ondas e em vários pontos não dá para ver a outra margem do rio. Venta tanto que o local já foi queridinho dos praticantes de windsurf e outros esportes de vela. As 15 praias da ilha poderiam estar no litoral de qualquer cidade brasileira: ali tem quiosques, restaurantes e gente com guarda-sol e cadeira de praia. Se o cenário lembra qualquer praia do Atlântico, como eu acreditaria que estava num braço do Rio Amazonas?
As dúvidas acabaram quando eu resolvi entrar na água. Venci as ondas, que, impulsionadas pelos ventos, faziam questão de acertar meu rosto. E, olha só, não é que a água era mesmo doce! Nada contra o sal, mas confesso que pra mim melhoraram o mar.
Cerca de 30 mil pessoas vivem na Ilha, que é um distrito de Belém. Os primeiros habitantes do Mosqueiro, no entanto, chegaram bem antes dos sortudos atuais. Eram os tupinambás, que fixaram residência ali depois que os portugueses os expulsaram do litoral atlântico. Segundo pesquisadores, o nome da ilha tem origem indígena: o moqueio era uma técnica usada pelos índios para conservar os peixes e alimentos que seriam levados para outros lugares.
Chegou o século 19. O Ciclo da Borracha enriqueceu Belém e tornou a Amazônia num dos pólos econômicos do mundo. Com isso, diversos estrangeiros se mudaram para Belém, gente que trabalhava nas empresas que se estabeleceram por lá, como a Port of Pará e a Amazon River.
Os estrangeiros descobriram a Ilha do Mosqueiro e começaram a indústria do turismo de segunda residência. Casarões charmosos foram construídos aos montes, moda que logo foi imitada pelos brasileiros. Em pouco tempo o Mosqueiro virou o point de fim de semana e de veraneio das famílias mais ricas de Belém.
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A borracha acabou, mas marcas dessa época ficaram. Além dos casarões e de construções da era de ouro de Belém, a Ilha do Mosqueiro permaneceu como um dos destinos mais tradicionais para os moradores da cidade, seja aos finais de semana ou nas férias – nessa época a Ilha chega a receber até 500 mil pessoas.
Antes feito apenas com balsa, o acesso à ilha foi facilitado na década de 80, com a construção de uma ponte. Foi nesse período que o Mosqueiro se popularizou de vez, dando espaço para a especulação imobiliária e ampliando o turismo de temporada, que deixa a ilha lotada nas férias e feriados, mas vazia no restante do ano. É por isso que Mosqueiro é um destino conhecido por todo mundo em Belém, mas desconhecido no resto do Brasil. Vamos mudar isso?
Eu estive lá num fim de semana de agosto, um dos melhores passeios que fiz em Belém. A Ilha do Mosqueiro é uma oportunidade de conhecer a grandeza dos rios amazônicos e relaxar em praias de água doce, tudo isso a cerca de uma hora de Belém, no esquema perfeito para um bate-volta. Se preferir, também é possível dormir lá. O Booking lista só duas opções, mas há outras pousadas na região, como o Hotel Farol.
A Ilha do Mosqueiro pode ser acessada de carro, seguindo pelas rodovias BR-316 e PA-391. Também é possível ir de ônibus. A linha é a 970 Mosqueiro – São Bras, que parte do terminal rodoviário da Avenida Almirante Barroso. A passagem custa R$ 3,90. Na alta temporada a prefeitura costuma aumentar a quantidade de veículos que fazem o trecho.
Ao chegar lá, escolha um quiosque numa das 15 praias e relaxe. E garanta você mesmo que a água é doce.
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me chamo rosa marques da Silva. estou a procura do meu pai Honório Fernandes da silva nascida em mosqueio sair da mesma com 7anos desde daí não vi mas
Oi, Rosa! Boa sorte na sua busca. Mas não sei se aqui é o melhor lugar. Eu não moro em Mosqueiro, moro em Belo Horizonte. Só estive lá uma vez, para fazer turismo.
Abraço.
Oi Rafael, pretendo chegar em Belém dia 31/12, o vôo chega umas 11;30, como faço pra ir direto do aeroporto pra mosqueiro?
Olha, até há ônibus, mas acho que não saem do aeroporto. A forma mais fácil seria alugando um carro.
Fico grata com a dicas, sou do sul e pretendo ir a Belém em junho. Tu poderias esclarecer uma dúvida, vou estar em um hotel em Belém tem como ir a ilha do mosqueiros e voltar no mesmo dia?
Tem sim, viagem de carro não dura mais que duas horas. Pode ir a Mosqueiro não vai se arrepender eu recomendo, cresci viajando para a ilha nas minhas férias. se estiver alguma duvida é só entra em contato comigo. cleydice@hotmail.com
Cleyice
Boa Tarde! Você que é da região, me tira umas dúvidas.
Estou com passagem comprada para 6 dias e Belém e estou tentando montar um roteiro.
Me esclarece uma dúvida Acha que vale a pena 1 bate e volta no mesmo dia em Mosqueiro indo de onibus?
se fosse para escolher entre Mosqueiro e Cotijuba qual escolheria? Vale a pena 1 pernoite em Cotijuba?
Pretendo passar 3 dias em Marajó e 1 dia tirar para ir visitar Combu. além de passear por Belém uns 2 dias. Minha dúvida é se faço um pernoite em Cotijuba ou se faço um bate e volta à Mosqueiro. Não me animei em fazer pernoite em Mosqueiro. Qualquer dica que queira acrescentar, por favor, agradeço bastante.
Vamos deixar a Cleyice responder, mas também não acho que seja fundamental um pernoite em Mosqueiro. Dá pra ir e voltar no mesmo dia numa boa. Eu fui de carro, o que foi um facilitador. Se não quiser ir de ônibus, agências de turismo também oferecem o passeio de bate-volta pronto, embora ele obviamente fique mais caro do que por conta própria (e com menos liberdade).
Cotijuba eu não conheço.
Abraço. :)
Gostaria de informação sobre Pousada , Hotel para se passar uns 10 dias ;o que voces que ja conhecem a Ilha , acham dessa quantidade de dias para descansar e arejar ?
Agradeço a quem puder me dar essa dica . Valeu !
É até muito, Fatima. Dá pra descansar bastante. Sobre hotéis, veja aqui: https://www.booking.com/searchresults.pt-br.html?aid=367502;sid=04bc1db79be5c4a5894fb635ec8af5a6;dcid=1;checkin_monthday=9;checkin_year_month=2016-1;checkout_monthday=10;checkout_year_month=2016-1;class_interval=1;csflt=%7B%7D;dest_id=-656224;dest_type=city;dtdisc=0;hlrd=0;hyb_red=0;idf=1;inac=0;label_click=undef;nha_red=0;offset=0;offset_unavail=1;redirected_from_city=0;redirected_from_landmark=0;redirected_from_region=0;review_score_group=empty;room1=A%2CA;sb_price_type=total;score_min=0;si=ai%2Cco%2Cci%2Cre%2Cdi;ss=mosqueiro;ss_all=0;ssb=empty;sshis=0;srpos=1;origin=search
Já rodei essa ilha de uma ponta a outra e além da praias existem trilhas e o rio murubira que corta a ilha, comunidades inteiras pra se conhecer e trilhas pra andar na mata. muito bom mesmo!!!obrigado pelo post!!!!
Não sabia das trilhas, Marcelo. Deve ser bem interessante!
Abraço.
Sempre achei a ilha do mosqueiro com enorme potencial turístico. Não perde em nada pra outros lugares no Brasil, pelo contrário, tem coisas que outros lugares não têm. Só fica devendo por causa do descaso do governo municipal.
Também achei, Marcelo. Merecia ser mais conhecida.
Sou de belem e amo mosqueiro , vale comer no lambreta barraca na praia do chapeu virado , pasteis do oliveira que é praticamente um patrimônio da cidade , comer tapioquinha da vila e tomar um guaranà garoto. Parabéns pelo texto , você descreveu muito bem o Pará.
Obrigado pelas dicas e pelo elogio, Giovana. Um dia volto e conheço os lugares que você citou.
Abraço.
Amei sua reportagem e fico orgulhosa. Sou de Belém do Pará, mas há 1 ano e meio moro nessa ilha por vontade de minha mãe, que a uns dias passou dessa pra uma melhor. Mas por causa dela vou continuar mantendo nossa casinha chamada de MEU PEDACINHO DE CHÃO.
A ilha é linda, Roseli. Um lugar fantástico.
Abraço e obrigado pelo comentário.
Rafael em 2001 estive em Belém e fui num passeio de dia inteiro até Mosqueiro. Não fui muito feliz com o tempo... choveu pràticamente o dia inteiro.... Mas deu para ver a ondas do rio... Na ida cheguei a ver alguns casarões... pedi para o motorista da van que passasse bem lentamente em frente aos casarões para poder ver direitinho , acho porque estava chovendo ele não atendeu o meu pedido... consequencia.. nao tenho nenhuma foto deles. Obrigada por me mostrar outras praias ... gostei imensamente das fotos.
um abraço.
Que bom que gostou, Lina. Se tiver oportunidade, volte um dia lá, quando o tempo estiver melhor. Vale a pena.
Abraço.
Moca para os íntimos!
Ainda faltam tantos textos do Pará, Cândida. :) Em breve começo a falar do Marajó.
Abraço.