Eu até já sonhei em fazer turismo espacial, mas nunca achei que passaria debaixo dos portões de Babilônia. Pelo menos não antes da invenção da máquina do tempo. Por isso, imagine minha reação quando vi o portão de uma das cidades mais famosas da história, ali, do meu lado.
Isso aconteceu durante minha estadia em Berlim, em outubro de 2013. Babilônia virou ruínas, mas a Porta de Ishtar, construída durante o reinado de Nabucodonosor II, ainda existe – basta visitar o Pergamon, na Ilha dos Museus.
Sim, Berlim tem uma ilha só para museus. Antiga área residencial, essa ilha do rio Spree foi transformada num local para arte no século 19. Mesmo guardando muitos tesouros, a Ilha dos Museus foi bastante destruída durante a Segunda Guerra Mundial. E as coisas não melhoraram após o fim do confronto não: foram décadas de abandono, isso para não falar das obras de arte que foram removidas para museus dos países aliados.
Com a queda do Muro de Berlim, em 1989, as coisas voltaram aos eixos. A Ilha dos Museus foi declarada patrimônio mundial pela UNESCO e passou a receber investimentos generosos. O plano de revitalização dos museus não tem data para acabar e envolve quase 1 bilhão de euros! Sorte nossa, né? Vai por mim: reserve um dia no seu roteiro para conhecer pelo menos um dos famosos museus de Berlim. Em caso de dúvida, vá ao Pergamon.
Planeje sua viagem: Saiba onde ficar em Berlim
Os azulejos azuis da Porta de Ishtar têm um estranho efeito em apaixonados por história, tipo eu – eles dão vontade de chorar. Uma das principais portas de entrada da antiga cidade, é fácil pensar se por baixo desse portão passaram pessoas como Ciro e Alexandre, os dois dignos do adjetivo “grande”. Muitos judeus, exilados em Babilônia após a destruição de Jerusalém, também viam a Porta de Ishtar todos os dias.
Mas como diabos um símbolo da Mesopotâmia foi parar em Berlim? É que as escavações que descobriram os tesouros da cidade foram comandadas por arqueólogos alemães, entre 1899 e 1917. O portão foi remontado na Alemanha, com o acréscimo de algumas partes que estavam destruídas, mas de forma a ser exatamente como era antes.
E nem tudo é Babilônia no museu mais importante de Berlim. O altar de Pérgamo, com cerca 100 metros de comprimento, é outra das atrações, assim como o Portão do Mercado de Mileto. A lógica é a mesma das ruínas babilônicas: arqueólogos alemães fizeram escavações nessas antigas cidades e levaram tudo para Berlim.
Uma curiosidade: todas essas cidades são citadas na Bíblia, embora a fama delas não seja das melhores na doutrina judaica-cristã. Pérgamo, por exemplo, é chamada de “Trono de Satanás” pelo apóstolo João. O motivo? Justamente esse altar de Zeus que hoje está no Pergamon.
A entrada no Pergamon custa 12 euros.
Ok, eu sei que o nome é estranho. Antes que você pense que esse é o museu dos caprinos, um esclarecimento: é uma homenagem ao primeiro curador do museu, Wilhelm von Bode. Lá você vai encontrar esculturas, moedas, arte bizantina e outros objetos do tipo. Além disso, o prédio é bonitão. Ó:
Foto: Thomas Wolf, Wikimedia Commons
Por falta de tempo, nós não estivemos nesse museu, mas como este texto fala da Ilha dos Museus, não poderíamos deixá-lo de fora, né? A entrada custa 8 euros. Consulte os horários de funcionamento no site oficial.
Ou Altes Museum, se você preferir. Eu tendo a amar o Pergamon, de longe meu museu favorito no mundo, mas o irmão mais velho dos estabelecimentos da Ilha dos Museus passa longe de ser desinteressante. O que tem lá? História. Planejado para receber todas as coleções de arte de Berlim, hoje esse museu é especialista em antiguidades, em especial romanas, gregas e etruscas.
A entrada no Altes Museum custa 10 euros. Mais informações no site oficial.
Outro nome que engana. Basta traduzirmos “Neues Museum” e concluímos que esse é o mais novo dos Museus da Ilha, certo? Nada disso. Foi o segundo a ser construído, ainda no século 19. O Museu Novo foi muito danificado durante a Segunda Guerra. Fechado em 1939, ficou 70 anos abandonado! Com a reunificação da Alemanha, a reforma no Museu Novo se tornou possível – o prédio foi reinaugurado em 2009. Desde então, é lá que você acha uma enorme coleção egípcia, incluindo o busto da rainha Nefertiti.
O museu tem nove mil itens. Não, nem tudo é sobre o Egito Antigo – tem coisas ainda mais velhas no Museu Novo, como um crânio de um homem de Neandertal que viveu há 45 mil anos.
A entrada custa 12 euros. Mais informações aqui.
O nome em alemão é Alte Nationalgalerie. O quinto elemento da Ilha dos Museus foi o que menos nos interessou visitar. Tanto é que não fomos lá. De qualquer forma, saiba que a Galeria Nacional tem pinturas e esculturas neoclássicas e românticas de gente famosa, tipo Claude Monet, Auguste Renoir, e Edgar Degas, só para citar alguns. Ou seja, se você curte pintura, acho que essa é uma parada interessante. Se você prefere história, os outros parecem ser mais legais. De qualquer forma, também é possível comprar o ingresso pela internet.
Tem tempo e quer visitar tudo? Então veja se vale a pena comprar um passe turístico. Também é possível comprar um cartão que incluí todos os museus de Berlim, o Museum Pass.
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olá, os mudeus são gratuitos para quem já tem 18 anos?
Não tô gostando desse monte de posts sobre Berlim... Tá cada vez mais difícil me controlar para não comprar uma passagem pra lá!!! rs Atualmente Berlim é o lugar que mais quero conhecer!!!!