Como é a visita ao Imperial War Museum: o museu da guerra em Londres

Em 1917, o Rei George V inaugurou o Imperial War Museum, no Crystal Palace, em plena Primeira Guerra Mundial. Sua função, segundo a atual diretora geral do espaço, Diane Lees, era “garantir que as gerações futuras entendessem o impacto da primeira ‘guerra total’ nos indivíduos”.

Logo a Segunda Guerra Mundial eclodiu, quando o museu tinha sido, três anos antes, realocado para o antigo Bethlem Royal Hospital, na região de Lambeth. Hoje, o IWR, ou Museu da Guerra em Londres, mantêm-se nessa localização, mas já passou por diversas mudanças e reestruturações – a mais recente foi em 2014.

Imperial War Museum Museu da Guerra em Londres

Eu tive a chance de visitar o espaço em outubro de 2011 e recentemente em junho de 2017. O principal historiador do Museu da Guerra em Londres, Nigel Steel, explica que essa última mudança visa repensar as exposições para mostrar como a guerra afeta a vida das pessoas. “Costumava haver muito mais ênfase diretamente na história do que aconteceu: a ordem dos eventos, o lado operacional (…) Hoje estamos olhando mais para as causas da guerra e suas consequências. Como você lida com as feridas da guerra? Como a sociedade aceita o sentimento de perda? Como a guerra formata quem nós somos como indivíduos, como nação e como mundo?”, disse Steel, numa entrevista ao jornal britânico The Telegraph, em 2014. 

Imperial War Museum Museu da Guerra em Londres

Realmente, foi uma mudança significativa. Agora são seis andares de exposição e nove delas são permanentes. Há muito mais memorabilia e artefatos expostos nas galerias abertas: grandes tanques, aviões, bombas, objetos, no total de 400 peças, 60 delas completamente inéditas. A experiência tornou-se muito mais visual.

E há também um cuidado de explicar as relações entre as peças e a história. Por exemplo, o tanque soviético logo na entrada não foi simplesmente uma peça da Segunda Guerra: a tela ao lado da exposição revela que foi construído na antiga Checoslováquia, nos anos 50, vendido ao Exército Egípcio, capturado por Israel em 1973 e depois adquirido pelo museu.

Imperial War Museum Museu da Guerra em Londres

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No primeiro andar, uma nova e grande galeria explica a Primeira Guerra Mundial. Nos dois andares seguintes, há grandes exposições cobrindo a Segunda Guerra, desde a história até como era a vida de uma família londrina na época e o Holocausto. Vale dizer que o “tom” da exposição também mudou bastante. Antes, na minha percepção, havia muito mais aquela sensação de que “os ingleses ganharam a guerra”. Isso mudou um pouco, e também há mais questionamentos sobre por que as potências mundiais não fizeram o suficiente para evitar o holocausto.

Imperial War Museum Museu da Guerra em Londres

Há exposições permanentes sobre os conflitos desde 45 até 2014, outra sobre espionagem e outra sobre heróis de guerra. Também são feitas exposições temporárias sobre temas diversos. Por exemplo, na altura da minha visita havia uma interessantíssima sobre a Guerra da Síria. Você pode conferir informações sobre todas as exposições temporárias e permanentes no site oficial do Imperial War Museum Londres.

Imperial War Museum Museu da Guerra em Londres

Informações práticas sobre a visita ao Museu da Guerra em Londres

O Imperial War Museum, ou Museu da Guerra, em Londres, tem entrada gratuita – algumas exposições temporárias podem ser cobradas. Fica aberto todos os dias, das 10h às 18h (só fecha nos dias 24, 25 e 26 de dezembro). A visita ao museu dura de duas a três horas.

O endereço é IWM London – Lambeth Road. Fica a cinco minutos de caminhada da estação de metrô Lambeth North e cerca de 15 minutos das estações Waterloo e Elephant & Castle.

Imperial War Museum Museu da Guerra em Londres

A Imperial War Museums é uma família de cinco museus: IWM Londres; IWM Manchester; IWM Cambridge; os Churchill War Rooms (Gabinetes de Guerra do Churchill) e o navio histórico HMS Belfast, que fica ancorado no Rio Tâmisa, perto da Tower Bridge. A visita ao Churchill War Rooms custa a partir de 17,25 libras e ao HMS Belfast sai por 14,50.

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Luiza Antunes

Luiza Antunes é jornalista e escritora de viagens. É autora de mais de 800 artigos e reportagens sobre Viagem e Turismo. Estudou sobre Turismo Sustentável num Mestrado em Inovação Social em Portugal Atualmente mora na Inglaterra, quando não está viajando. Já teve casa nos Estados Unidos, Índia, Portugal e Alemanha, e já visitou mais de 50 países pelo mundo afora. Siga minhas viagens em @afluiza no Instagram.

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