As Ilhas do Rosário são um arquipélago formado por 27 ilhas em uma região repleta de corais que, juntas, formam um dos 46 parques de proteção ambiental da Colômbia. Como o nome já diz, Isla Grande é a maior e mais importante das ilhas do Rosário. É ali que estão concentrados o maior número de hotéis e restaurantes, e também onde vivem a maior parte da população nativa das ilhas. Mas não espere uma metrópole. Mesmo a maior ilha do arquipélago ainda é um refúgio de tranquilidade, meio ambiente e pé na areia.
As lanchas rápidas em direção as Ilhas do Rosário saem do cais La Bodeguita, o principal porto na parte antiga de Cartagena. Chegue cedo pela manhã e, lá mesmo, compre um ticket para Isla Grande. A passagem de ida e volta custa cerca de 90.000 pesos colombianos (ou 34 dólares), incluindo as taxas do porto. Há partidas diárias entre as 8h e 10h da manhã, e você pode deixar para comprar na hora. É importante dizer a quem dirige o seu barco o nome do seu hotel em Isla Grande, já que há mais de um local de desembarque na ilha. Alguns hotéis tem seus próprios locais de desembarque em suas praias privadas. Se você vai para um dos ecohotéis em Orika ou no centro da ilha, deverá descer no cais da Associação de Moradores. Dali, recomendo negociar um valor com um dos guias locais que ficam de tocaia para que ele te leve até o hotel e te ajude com a bagagem nessa pequena caminhada.
A viagem de barco dura entre 1 hora e 45 minutos e, dependendo da maré, pode não ser a experiência mais confortável da sua vida. Não se esqueça que o último barco público em direção a Isla Grande sai às 10h. Se você pretende ir depois disso, vai precisar contratar um passeio privado.
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Onde ficar em Cartagena das Índias
Para voltar a Cartagena, você pode comprar os bilhetes na recepção do seu hotel em Isla Grande. Mesmo se você comprou o bilhete de ida e volta, precisará pedir que eles liguem para a companhia para reservar seu lugar no barco do dia seguinte.
Embora não seja muito grande – é possível dar uma volta completa na ilha em três horas -, é muito fácil se perder em Isla Grande. As trilhas que levam de um lugar a outro foram, na maior parte das vezes, abertas pela própria população e não possuem nenhuma placa ou indicação de onde vêm, para onde vão. Moradores locais vão fazer de tudo para oferecerem seus serviços como guia – ainda que você não precise de fato.
Não importa o quão amigável eles pareçam no momento da abordagem, certamente irão pedir dinheiro depois. Por isso, se você for aceitar, já negocie o valor de antemão. Dá pra barganhar o preço, mas não seja muito mesquinho: lembre-se que essa é uma população humilde que depende desse e outros serviços turísticos. No mais, os funcionários do hotel podem ajudar com indicações e quem sabe, até mesmo te acompanhando ao local que você deseja ir. Alguns estabelecimentos também oferecem aluguel de bicicletas e até tours guiados sobre duas rodas. Mas não se esqueça que se perder pela ilha é uma atividade em si, e você não sabe o que vai encontrar no fim daquela trilha.
As águas calmas que cercam Isla Grande são perfeitas para o kayaking oceânico, o mergulho e o snorkeling. A ilha está rodeada de corais e piscinas naturais cor de esmeralda, e essas atividades são a melhor forma de entrar em contato com o ecossistema marinho que pulsa ao redor dela. Os passeios podem ser contratados com agências em Cartagena das Índias ou diretamente com o seu hotel em Isla Grande.
Nem só de mar vivem as Ilhas do Rosário. Parte de Isla Grande está coberta de pequenos canais e lagoas de água salobra. Muitos desses caminhos aquáticos foram abertos pelos próprios moradores da ilha ao longo dos anos e levam às profundezas da mata nativa local que preserva inúmeras espécies de plantas e animais. Esse é um passeio pouco comum em Isla Grande, mas que mostra uma face diferente da ilha. Pergunte, no seu hotel, por um guia local para a atividade. Em geral, eles costumam cobrar uma gorjeta, que deve ser negociada caso a caso. Essa é também uma ótima oportunidade de conversar mais de perto com nativos da ilha e conhecer seu estilo de vida.
Orika é a única povoação da ilha, casa para cerca de 800 pessoas. São descendentes de africanos que foram escravizados na Colômbia e que chegaram ao arquipélago em busca de liberdade. O chão de terra, a vida que passa devagar e o povo tranquilo e sorridente contrasta fortemente com a badalação dos Beach Clubs e os resorts. Passar uma tarde percorrendo as ruas, comprando nas barraquinhas de fruta frescas e nos pequenos restaurantes que servem comida local é uma ótima forma de conhecer a população local.
A 10 minutos de caminhada de Orika, uma praia pública de água azul turquesa se esconde atrás de uma grande casa, hoje completamente abandonada. No passado, pertencia a um narcotraficante que escolheu o lugar como seu refúgio de verão. Desde o desmantelamento dos grandes cartéis na Colômbia, no entanto, está vazia. De acordo com um guia local, hoje a propriedade pertence ao Estado, mas ainda não há nenhum plano para dar um uso social a ela. No momento, ela permanece assim: solitária em frente ao Caribe.
Pendengas políticas à parte, dá para passear por seus cômodos – com cuidado – e subir até o segundo andar para tirar umas fotos com vista privilegiada. A pequena praia ali em frente também é uma ótima opção para tomar um sol e se refrescar sem pagar as taxas do beach club. Você estará, na maior parte do tempo, sozinho, exceto por uma família que vive em uma casinha muito mais humilde atrás da mansão. Leve bebidas e um lanchinho.
Vista do alto da mansão abandonada
Isla Grande é cheia de praias com acesso restrito por resorts e beach clubs. É preciso pagar para utilizar o espaço e ter acesso àquele pedaço de litoral e, por mais que eu seja contra esse tipo de exploração turística (quem são eles para dizer que são donos do mar?), é inegável que essa é uma das atrações mais populares entre turistas nas Ilhas del Rosário. Entre os mais famosos está o resort Gente del Mar (o passe custa 199.000 pesos colombianos, ou 70 dólares), mas há outros mais em conta espalhados pela ilha.
Quem prefere uma praia pública procure pela democrática Playa Libre.
Escondida entre a mata nativa, há uma lagoa cheia de fitoplânctons na porção mais a leste de Isla Grande conhecida como Laguna Encantada. De dia, ela parece uma lagoa comum, mas à noite os microrganismo dão a impressão de ser uma lagoa brilhante. Em geral, o fenômeno começa com o pôr do sol, por volta das 6h da tarde, mas a melhor época para observar fenômenos de bioluminescência são em noites mais escuras. Isso pode ocorrer em decorrência de nuvens ou do ciclo lunar.
Prefira os dias de lua nova, os últimos de lua minguante ou os primeiros de lua crescente, e evite as luas cheias. Consulte o calendário lunar antes de ir. É possível visitar a lagoa sem o acompanhamento de um guia, mas como é um passeio noturno e é bastante fácil se perder na ilha, a companhia de um é altamente recomendada. Experimente passar a mão pela superfície da água para ver surgir uma pequena trilha fosforescente.
Localizado de frente do mar, com seu próprio pedacinho de praia, o La Pola é um restaurante local que serve comida tipicamente caribenha e feita com peixes frescos trazidos pelos pescadores naquele dia, acompanhados de arroz, plátano frito, feijão e salada. Além das refeições bem servidas e deliciosas, o lugar ainda possui uma ótima vista para o pôr do sol e permite que você utilize a pequena praia apenas em troca do consumo – ao contrário dos beach clubes que cobram entrada. Isso porque o lugar funciona bem na casa da tal da Pola.
O La Pola é conhecido em toda a ilha e é também porto de embarque para alguns barcos que saem em direção a Cartagena. Por isso não há erro em chegar lá: basta perguntar por aí. Esse é um dos lugares mais baratos para comer na ilha.
Eu me hospedei em um ecohostel localizado na vila de Orika, no centro da ilha, o Casa Lola. Além de ser um dos mais baratos da ilha (US$25 a diária de quarto compartilhado. O local é super limpo e confortável e o dono, José, é um ótimo cozinheiro e prepara deliciosos pratos no café da manhã e jantar (não incluídos).
Quem prefere ficar mais perto da praia pode dar uma olhada no My Casa Nativa, um hostel com pinta de resort que tem uma praia exclusiva e promove atividades como luau em torno de uma fogueira, passeios turísticos e outros. O lugar é tão legal que é o campeão de reservas na ilha.
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