Por que um Kindle é um ótimo companheiro de viagens

Existem algumas coisas que eu não abro mão na hora de fazer a mala: um caderno, canetas, um lenço, minha câmera DSLR, meu computador (só por causa do trabalho, se pudesse deixava para trás), fones de ouvido e meu amado Kindle. Pode ser por meses, por um final de semana ou apenas por uma ida ao restaurante. Eu não saio de casa sem esse leitor digital na bolsa.

Mas não é todo mundo que compreende meu amor. Outro dia, conversando com uma amiga, eu contava para ela as maravilhas de carregar uma biblioteca inteira na minha bolsa. “Eu não me adaptei aos leitores digitais. Gosto de sentir o livro”, ela disse. Eu entendo. Assim como qualquer outro amante das letras, eu também tenho fetiche pelo livro físico. As páginas, o cheiro de um exemplar novo, as capas bonitas das edições de luxo. Há livros que eu faço absoluta questão de ter a versão física. Alguns deles eu tenho até mesmo as duas versões, por pura loucura.

Como viajante – e, na maior parte das vezes, mochileira -, no entanto, eu tive que confrontar essas duas paixões. Se para mim era impensável viajar sem levar pelo menos um livro, muitas vezes eles representavam um trambolho e tanto na mochila e ainda voltavam amassados e sofridos, cheios de orelhas e rasguinhos.

Minha viagem pela Índia coincidiu com meu vício por Game of Thrones. Li os livros 3 e 4 inteiros dentro dos vagões de trem que cruzavam o país. Na época eu não tinha um Kindle, por isso baixei um pdf no meu iPhone e ignorei que a tela era pequena demais para um livro daquele tamanho.

Imaginem se eu tivesse que carregar dois volumes do George Martin nas costas? Já a viagem que fiz sozinha pela França foi bastante introspectiva. Quase não falei com outras pessoas, não fiz muitos amigos. Li quatro livros em 17 dias, algo impensável se eu não estivesse em companhia do meu leitor digital.

Eu organizo minha biblioteca virtual em uma pasta chamada Lidos e em outra chamada Não Lidos. Nesse momento, eu tenho 49 livros na pasta Não Lidos, que eu compro com a maldita função “Comprar com um clique” da Amazon (sério, nunca ativem isso pelo bem da sua conta bancária) e também baixo nesse site. Assim que termino um volume, abro essa pasta e começo outro. Onde quer que eu esteja, minha biblioteca vai comigo.

Mas todas essas vantagens também estão presentes nos tablets, e os tablets são multi-uso. Então, por que investir em um gadget exclusivo para leitura? Se você quer um equipamento que também sirva para checar e-mails e fazer buscas no Google, um tablet pode realmente ser uma boa opção. Mas com as telas dos smartphones ficando cada vez maiores, minha impressão é que essa é uma compra cada vez mais desnecessária.

Eu já tive um iPad, mas vendi porque eu percebi que tudo que eu fazia nele eu podia fazer no meu celular e que ele era um péssimo substituto para o meu computador na hora do trabalho. No fim, eu só o usava para ler. E, embora hoje existam no mercado tablets bem baratos, se você quiser investir em um bom equipamento terá que desembolsar várias centenas – talvez milhares – de reais.

A versão mais barata do Kindle, por outro lado, custa R$ 300. O meu, com tela touch e outras firulas, sai a R$ 479.  E o e-reader é perfeito para aquilo que se propõe: não tem luz que agride o olho, permitindo que você leia por horas sem cansar a vista, é pequeno e leve, não tem distrações que te ajudam a procrastinar a leitura e ainda permite que você faça marcações e anotações “de canto de página”. É claro que o Kindle aqui é um representante de uma tendência. Existem outros e-readers no mercado, como o Kobo, mas nunca tive o prazer de testar para saber se são melhores ou piores (vocês já usaram? Qual a opinião de vocês?).

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P.S.: A Amazon não me pagou nenhum centavo por este post. Escrevi apenas para compartilhar um dos meus gadgets preferidos para viagens. As opiniões aqui expressas são sinceras. No entanto, os links presentes neste post são afiliados, o que significa que, comprando qualquer produto por meio deles, a gente recebe uma comissão e você ajuda o 360 a se manter (e sem pagar nada a mais por isso).

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Natália Becattini

Sou jornalista, escritora e nômade. Viajo o mundo contando histórias e provando cervejas locais desde 2010. Além do 360meridianos, também falo de viagens na newsletter Migraciones e no Youtube. Vem trocar uma ideia comigo no Instagram. Você encontra tudo isso e mais um pouco no meu Site Oficial.

Ver Comentários

  • Como todo apaixonado por livros passei pela mesma dúvida mas hoje sou completamente apaixonado pelo Kindle. Assim como vc tem livros que faço questão de ter físico, mas não largo o Kindle. Em viagens então é impossível não levá-lo (na verdade está sempre comigo rs). Há uns dois meses eu estava nos vulcões do Equador e nada melhor que ter uma biblioteca portátil com vc haha. Não cansa os olhos, não reflete o sol, ou seja, é a imitação perfeita de um livro físico com muitos benefícios além da portabilidade!

    • Acho que as pessoas muitas vezes assumem lados de torcida de futebol, como se ter um leitor digital e ler livros em papel fossem mutuamente excludentes. O melhor é saber aproveitar o melhor que os dois têm a oferecer e ler um montão, não é mesmo?

      Abraços!

  • Quando lançaram estes livros digitais eu "jurei de pé junto" que nunca compraria... os motivos são óbvios (ou eram para mim)...nada se compara a um livro físico! Porém depois de alguns anos eu me rendi, especialmente quando lançaram o Kindle Paperwhite, aí foi covardia... um livro que não cansa a visão e ainda com iluminação embutida?

    Simplesmente não vivo mais seu meu!

    obs.: Já usei Kindle e o Lev... o primeiro é infinitamente melhor.

    • hahah eu também só me rendi quando lançaram o paperwhite, mas antes disso já lia no celular e no computador, pq haja grana pra me sustentar de livro físico.

  • Antes de tudo: obrigado pelo site de vocês! Sou fã!

    Sobre e-readers: Eu sempre quis um Kindle, mas quando descobri que não era possível incluir livros que não fossem comprados na Amazon, fiquei desestimulado. Ganhei um Kobo Glo (aquele com luz) que se tornou meu companheiro fiel! Custou quase R$400,00 mas já faz dois anos, em um ano ele já se pagou de tantos livros que baixei gratuitos nele. Estou querendo um Kobo Aura H²O - que é a prova d'água - para eu poder leva-lo para a praia, ou não ficar com medo de chuva.
    Me adaptei tranquilamente aos livros digitais, e vendi mais de 1.500 livros que eu tinha, depois de os ter baixado. Só não vendi meus livros técnicos porque não existem em versão digital.

    Outra coisa... as capas para kobo no brasil, são bem feinhas...

    • Ei Ronaldo, que bom que você gostou do Kobo, mas no Kindle não vão só ebooks da Amazon, não! Você pode enviar qualquer arquivo (inclusive docs e pdfs) para ele e algumas outras livrarias já fazem e-books em formato .mobi também, então dá para comprar em outros lugares também.

      Abraços!

  • Oi, Natália! Mais um post luva p/ mim! Incrível! Todos os seus posts ultimamente estão batendo com ideias que estão na minha cabeça! hehehehe Estou ensaiando comprar um kindle depois de muita relutância (mas e o cheiro do livro novo?!?! heehehe), muito bom ouvir a opinião de quem tem. Um professor meu me mostrou o dele e achei bem prático mesmo!
    Ainda estou perdida nas configurações, pelo que entendi a diferença entre o mais baratinho e o intermediário, além da internet, é a resolução e a iluminação embutida. Aproveito p/ perguntar, vc usa muito a iluminação embutida?
    Obrigada por mais um post excelente!

    • Ei Bárbara, eu uso bastante sim, principalmente quando o ambiente é mais escuro. O bom é que dá para adaptar de acordo com a luz de onde você está, então ajuda bem e não irrita os olhos.

      Abraços e obrigada ;)

  • Sempre li sobre as vantagens do kindle mas ele não me convencia. Não queria ter mais alguma coisa tecnológica então fui adiando a compra.
    Por causa da minha viagem de volta ao mundo que iniciarei em Outubro, comprei e estou amando.
    Pra mim foi O melhor investimento que eu fiz recentemente. Estou recomendando a tds os meus amigos e familiares.

    • Eu também não me arrependi nem por um momento de ter comprado, não sei mais o que fazer sem ele. Recomendo para todo mundo, mas pouca gente acredita em mim. hahah

      Abraços

  • Adoro o kindle tbm, claro que nada se compara a ter um livro novo, mas a praticidade de se ter a biblioteca onde quiser e não precisar levar uma mala só com livros é imensa! Mas infelizmente os amantes de livros aqui no BR não curtiram ele (os leitores de modo geral), tenho um blog sobre livros e sempre que falo sobre ebooks, a galera fica com pé atrás. Acho que o povo na verdade tá mto mais apegado a ter o livro do que a leitura/prazer de ler. Como se fosse dizer que precisa ter uma biblioteca ou coisa assim.

    • Acho que existe um certo conservadorismo, uma resistência em aderir a essas tecnologias novas. Eu entendo - mas não concordo - porque muita gente fica com o pé atrás, o livro também é um objeto de consumo, de status, sabe? As pessoas querem exibir um estante cheia. Mas para quem viaja muito, não tem escolha melhor. E eu aposto que se essas pessoas dessem uma chance ao kindle, se renderiam a ele.

  • Muito bom texto! O kindle é realmente um item de sobrevivência. Demorei para me render aos seus encantos, mas uma vez que isso aconteceu acho que voltar para o livro de papel vai ser difícil! Eu tenho o hábito de ler na cama, antes de dormir, por ser leve, o kindle facilitou as minhas noites e por ter luz própria melhorou as noites do meu marido. Excelente!

    • hahah isso de ler na cama ou no ônibus realmente melhora muito com o Kindle. Eu comprei uma capinha par ao meu que o deixou mais pesado e tem hora que isso me irrita. Sem ela, ele é tão leve que quase nem percebemos.

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Publicado por
Natália Becattini

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