Você sabia que em Portugal existem 26 vulcões considerados ativos? Sim, e eu visitei alguns deles! Basicamente, todos os vulcões de Portugal ficam no arquipélago dos Açores – então não precisa se preocupar com isso numa visita ao continente. No caso da Ilha de São Miguel, são cinco vulcões considerados ativos, mas todos adormecidos. A última erupção do Vulcão das Furnas, por exemplo, foi em 1630.
Dá para saber que o vulcão está adormecido por conta das lagoas que se formaram em suas crateras, graças ao acúmulo de água da chuva. Essas lagoas, chamadas de caldeiras, são formadas quando, após a erupção, a parte superior do cone do vulcão colapsa. Eu já contei para vocês, inclusive, que são três grandes lagoas na Ilha de São Miguel (das Furnas, Sete Cidades – 2 em 1 – e a do Fogo), mas é na Lagoa das Furnas que vou focar, porque é onde a atividade vulcânica é mais visível e presente.
Eu que fiz o gif! É da Caldeira da Lagoa de Furnas
Porque sim, apesar do vulcão ali não ter nenhuma erupção há séculos, não quer dizer que ele não gere movimento, de gases e água, principalmente. A formação vulcânica tem uma forma elíptica de 8km por 5,6 km de diâmetro, incluindo a Lagoa das Furnas, com diversos pequenos vulcões ao redor, campos fumarólicos, que ficam na cidade das Furnas, e várias fontes de águas termais e minerais.
Claro que além da explicação geológica, também há uma lenda para a formação da região: dizem que há muitos anos ali havia uma próspera aldeia e que certa vez um jovem saiu para apanhar água e notou algo estranho no sabor. Passou o dia reparando em sinais nada bons e avisando o pessoal da aldeia, mas ninguém lhe deu ouvidos, somente seu avó.
Até que ele e o avó foram a aldeia vizinha por alguns dias e quando voltaram se depararam com a lagoa formada no lugar onde um dia esteve a aldeia. Segundo a lenda, os aldeões seguem vivendo embaixo da lagoa e as borbulhas de gás que vemos são na verdade as pessoas cozinhando lá no fundo.
Não sei se tem pessoas cozinhando lá no fundo, mas definitivamente tem gente comendo comida que é cozinhada com o calor do vulcão. Como eu contei nesse post sobre a gastronomia açoreana, um dos pratos mais típicos de lá é um cozido à portuguesa (leia-se um monte de carnes diferentes e legumes feitos num panelão) que passa umas 6 horas enterrado na zona de atividade geotérmica e depois é servido nos restaurantes na Vila de Furnas.
É necessário reservar com antecedência. Eu experimentei o tal cozido no restaurante Tony’s. Eu não achei ruim, nem com gosto forte de enxofre, mas é meio diferente o sabor. Não sou muito fã de cozido à portuguesa, para ser sincera, mas acho que vale a pena provar (o prato individual custou 11 euros).
Além disso, a pequenina Vila de Furnas, que tem menos de 1500 habitantes, também é um lugar para se ver fumarolas vulcânicas, na zona da Chã de Caldeiras. Essa é uma região com várias crateras pequenas de águas fumegantes a quase 100 graus e também várias nascentes de água mineral mais fria, que dá para beber. Aqui tem uma lista completa das fontes.
Nos arredores da Vila da Lagoa você encontra parques e jardins públicos bem bonitos, tanto para fazer uma caminhada como um piquenique. Há dois lugares especiais que você pode mergulhar em piscinas térmicas naturais: o Parque Terra Nostra e o Poço da Dona Beija. Eu vou contar mais sobre essa experiência em outro post.
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E, claro, o passeio também incluí ver a tal Lagoa de Furnas e seus arredores borbulhantes. A vista é especial do Miradouro do Pico do Ferro, que fica a 570 metros de altitude e permite ver toda a Caldeira das Furnas. É importante saber que se o tempo estiver nublado, lá de cima não vai dar para ver nada. Prefira ir num dia de céu azul.
No entorno da Lagoa (se estiver de carro precisa pagar o estacionamento) fica a “Caldeira da Lagoa de Furnas”, cuja atividade vulcânica é impressionante, com lamas borbulhantes e fumaças de enxofre, contrastando com o cenário das montanhas e do lago. É muito bonito. Por ali há uma área para piqueniques e um pequeno restaurante.
Também vale dizer que a estrada no entorno da Lagoa das Furnas é especialmente bonita. Vale a pena, se sobrar tempo, dar uma volta e ir até a Ermida de Nossa Senhora das Vitórias, uma igreja neogótica (isso é raro em Portugal) de 1886, que fica bem na margem da lagoa.
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