A magia em torno de Lençóis é conseguir reunir, em uma cidade tão pequena, as melhores características de um lugar rústico e, ao mesmo tempo, vibrante e cosmopolita. E é por isso que não são poucos os que visitam a “capital ” turística da Chapada Diamantina e não querem mais ir embora. Para te ajudar a se organizar e não perder nada, preparamos esse guia completo com o que fazer em Lençóis e as principais atrações da região.
É ali que se concentra a maior parte da infraestrutura turística em torno do Parque Nacional da Chapada Diamantina, incluindo inúmeros hotéis, restaurantes excelentes e agências de viagem. Por tamanha facilidade, Lençóis acaba sendo a base preferida de viajantes de todas as partes do Brasil e do mundo, o que cria a atmosfera multicultural e festeira de dar inveja a muita metrópole por aí.
Leia também: Como organizar sua viagem pela Chapada Diamantina
Precisar não precisa. Com a ampla oferta de agências de turismo no local, é perfeitamente possível fazer todos os passeios com eles, sem precisar se preocupar com o traslado, porém você terá que contratar passeios para todas as atividades que for fazer. Exceto as opções que estão a uma curta distância do centro de Lençóis (a gente dá algumas dicas ali embaixo).
No entanto, se você gostar de ter mais liberdade de horários e roteiros, prefere não se juntar a grupos (ainda que pequenos) ou pretende fazer circuitos mais alternativos, pode valer mais a pena fazer tudo de carro. Se você for dividir o custo do aluguel com mais gente, é bem provável que até economize um pouco. Mas é importante lembrar também que é bastante desaconselhável fazer determinadas trilhas sem guia.
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O albergue Chapada Hostel, localizado no centrinho da cidade, tem uma avaliação fantástica entre os hóspedes. Com opções de quartos privativos e compartilhados, o local oferece diárias a partir de R$ 50 por pessoa, assim como o Tropicália Hostel.
Hospedagem familiar, acolhedora e com conforto, é o que não falta por ali. Nessa linha, a Casa de Jorge, a Casa Solar Azul e a Cantinho de Lençóis estão entre as favoritas dos viajantes do Booking.com.
Já quem prefere algo mais sofisticado pode dar uma olhada na Pousada Vila Serrano.
Leia também o nosso guia completo de onde ficar na Chapada Diamantina.
As principais atrações em Lençóis e arredores são:
Mapa com as principais atrações de Lençóis:
Foto: Shutterstock, por Raphael Comber Sales
Embora pequeno, o Centro Histórico de Lençóis concentra a maior parte dos hotéis e restaurantes da região, muitos deles localizados nos casarios do século 19. Hoje tombados pelo Iphan, são herança da época em que a extração de diamantes fez a riqueza local. Como a maior parte das pessoas passa o dia nas cachoeiras, é no fim de tarde e início da noite que as ruas da cidade começam a ferver.
Grande parte do agito fica em torno das ruas das Pedras e da Baderna, que formam um centrinho cheio de bares e restaurantes. Subindo a Av. Sete de Setembro você dá de cara com a Praça do Coreto, que também costuma encher em datas comemorativas, com shows e festas abertas ao público.
Entre os edifícios históricos, se destacam o Mercado Cultural (Praça Nagô), um testemunho do comércio de pessoas escravizadas na região, a Igreja Matriz de Nossa Senhora do Rosário, a Igreja do Senhor dos Passos e a residência da Família Sá, na Praça do Coreto, e que hoje foi transformada em sede da Prefeitura de Lençóis.
Há um único Banco do Brasil em Lençóis, localizada na Rua das Pedras, próxima aos Correios. O ideal é que você chegue na cidade com algum dinheiro em espécie, já que não é raro que os caixas eletrônicos da agência fiquem desabastecidos quando a cidade enche. Isso costuma acontecer, em especial, em feriados e na alta temporada.
A entrada do Parque fica dentro da cidade, o que faz dele uma excelente opção para o primeiro dia ou para quem quer um passeio mais tranquilo, sem gastar tanto as pernas. Lá dentro, a primeira parada é o Serrano, um conjunto de poços com hidromassagem natural. De lá dá pra seguir para as demais atrações: as belas formações rochosas do Salão de Areias Coloridas, o Poço Halley e a Cachoeira da Primavera. Ali foi encontrado o primeiro diamante da cidade.
A trilha tem 4,5 quilômetros, ida e volta. Quem encará-la por completo pode contratar um guia na portaria, já que há pouquíssima sinalização pelo caminho. O nível de dificuldade é baixo e dá para completar o percurso em três ou quatro horas. O trecho final dá acesso a um bonito mirante. A entrada no parque é gratuita.
O Ribeirão do Meio não está exatamente dentro de Lençóis, mas a 3,5 quilômetros de caminhada a partir do centro da cidade e faz parte de um conjunto de quedas d’água do Rio Ribeirão, juntamente com o Ribeirão de Cima e o Ribeirão de Baixo. Ele é a mais frequentado delas, e tudo por causa da formação da cachoeira, que por sua pequena inclinação permite que os banhistas escorreguem por ela, como em um tobogã natural. No entanto, a quantidade de banhistas e de ambulantes no local pode irritar quem prefere um ambiente mais recluso em meio à natureza.
Nesse caso, o jeito é enfrentar a curta trilha até o Ribeirão de Cima. Pela facilidade da caminhada, é possível terminá-la em um passeio de meio-dia, sem necessidade de guia, a menos que você esteja sozinho. Também é uma boa ideia combinar a visita com a trilha para a Cachoeira do Sossego, embora o nível de dificuldade até lá aumente bastante.
Quem quiser algo mais pertinho pode visitar o Ribeirão de Baixo, esse sim dentro da cidade e com fácil acesso de carro – e que também não costuma estar tão cheio quanto o Ribeirão do Meio.
As agências e guias locais costumam montar roteiros com duas ou três atrações por percurso. O custo dos passeios fica em torno de R$ 250 por pessoa, refeições e taxas de entrada inclusas.
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Diz a lenda que Inácio, escravo de uma das fazendas da região, se apaixonou pela filha do Coronel. Quando o caso de amor foi descoberto, o Coronel colocou sua cabeça a prêmio. Perseguido pelas capangas da fazenda, ele subiu com agilidade o Morro que hoje leva seu nome e, encurralado, pulou lá de cima. Os capangas então voltaram para a fazenda dizendo que ele estava morto. Inácio, no entanto, havia pulado sobre uma pedra que se sobressaia da rocha poucos metros abaixo do topo e conseguiu se esconder. Algumas versões mais mirabolantes dizem que ele pulou de guarda-chuvas aberto, mas o fato é que Inácio conseguiu sobreviver e voltou para buscar sua amada.
Hoje, o local é o principal cartão-postal da Chapada Diamantina e está a 26 quilômetros do centro de Lençóis, no município de Palmeiras. Com 1.120 metros de altitude, oferece uma bela vista do Monte do Camelo, o Morrão e os Três Irmãos. Não é à toa que esse é o passeio favorito de muita gente e um dos mais clássicos de Lençóis. Prefira fazer a visita em um dia claro, de boa visibilidade, para aproveitar a vista, embora as condições climáticas por ali mudem bastante e seja difícil prever como vai estar o céu na hora da sua visita. As agências costumam incluir no pacote uma parada na Gruta da Lapa Doce e a piscina natural da Pratinha com a Gruta Azul.
Com 380 metros de altura, a Cachoeira da Fumaça é a mais alta do Brasil. São seis quilômetros de caminhada na trilha que leva até o topo, mas quem fez garante: a experiência de estar lá em cima compensa qualquer esforço de subida. Essa é considerada uma das trilhas mais desgastantes da Chapada, em especial nos dois primeiros quilômetros. Ao chegar lá, você é recompensado com os imponentes paredões rochosos em meio ao verde.
A Fumaça fica a 75 quilômetros de Lençóis, também no município de Palmeiras, ou o famoso Vale do Capão.
A cachoeira fica dentro de uma fazenda a cerca de 40 quilômetros de Lençóis. A trilha até ela é fácil, já que o poço fica no fim de um lance de escadas colocado ali pelos donos do terreno. O nome não é por causa dos insetos, mas pelos pequenos diamantes que encontraram ali.
O passeio até a Cachoeira do Mosquito é vendido junto com a visita ao Poço do Diabo e Mucugezinho. Essa é também uma opção de passeio para fazer sem guia, caso você esteja de carro.
O complexo de ecoturismo (Rodovia BA -122) conta com tirolesa, praia fluvial e a Gruta Azul, grande atração dali, que tem a água de um azul impossível de tão transparente. Dá pra fazer snorkel para ver de perto os peixinhos coloridos e as formações rochosas, e fotografia subaquática por uma taxa extra (R$ 20 cada atividade). Depois, relaxe e tome uma cerveja no bar na beira da água. Esse é outro passeio que dá para fazer sem guia, se você estiver de carro. Evite fins de semana e feriados e vá para passar o dia.
Dentro dessas grutas há poços de água cristalina e de um peculiar tom de azul royal. O fenômeno é causado pela presença de minerais e a incidência da luz do sol. No Poço Encantado é proibido nadar, já no Poço Azul a experiência de flutuar em meio aquelas águas é inesquecível.
A trilha, que começa em um restaurante, passa pelo leito do Rio Mucugezinho e termina no Poço do Diabo, um dos locais de banho mais apreciados da região, a 20 quilômetros de Lençóis. É de dificuldade baixa, o mergulho no poço é refrescante e a cachoeira, de mesmo nome, rende fotos lindas. O acesso é pela BR-242 (direção Seabra), km 22.
Localizada no município de Irariquara, a Gruta da Lapa Doce é parte de um complexo de 42 quilômetros de cavernas subterrâneas. O passeio turístico percorre uma pequena parte desse complexo, descendo 72 metros debaixo da terra por um caminho repleto de formações rochosas curiosas e, algumas vezes, extremamente raras. São centenas de estalactites, estalagmites, colunas e cortinas formadas por minerais como o calcário e a sílica. Em determinado momento, o guia solicita que todos desliguem as luzes das lanternas para que experimentem a mais completa escuridão.
A entrada inclui o serviço de um guia especializado no complexo, que dá informações sobre a gruta, auxilia na descida e cuida da preservação do local.
Considerado o trekking mais bonito do país, o Vale do Pati é um roteio de três a cinco dias de total imersão na natureza. A caminhada passa por locais como o Cachoeirão, o Mirante do Pati e o Morro do Castelo, algumas das formações mais bonitas de toda Chapada. A pernoite é feita nas casas de moradores rurais, o que proporciona uma enorme troca cultural com as famílias que habitam o vale há séculos. Uma aventura inesquecível no coração do Brasil.
Leia mais: Vale do Pati – Tudo sobre o trekking mais cênico do país
O quadrado entre a Rua das Pedras, Miguel Calmon e 7 de Setembro concentra a maior parte dos restaurantes de Lençóis. A cidade, embora pequena, está repleta de opções para quem quer desfrutar da gastronomia autêntica da região, assim como da cozinha internacional. E, cá entre nós, as cervejas ali são as mais geladas que eu encontrei na Bahia.
Rua das Pedras, 89
A indicação unânime quando eu perguntei onde provar comida típica da Chapada foi o Quilombola. O cardápio inclui escondidinho, carne do sol, moquecas e o Apanhari frito, mas a escolha mesmo foi o Godó de Banana, um picadinho de carne com banana da terra que é uma das principais tradições culinárias da região.
R. Miguel Calmon, 50
Crepes, massas frescas e molhos artesanais, sempre com um toque regional e produtos típicos da Bahia. Não deixe de provar também os cafés especiais produzidos na Chapada e preparados ali por baristas de primeira.
R. Urbâno Duarte
Ambiente agradável com cerveja gelada pra quem chega morrendo de sede das trilhas. Esse para mim é um dos melhores lugares para almoçar em Lençóis. A maior parte dos restaurantes fecha durante o dia e por isso há poucas opções, mas ali você consegue deliciosos PFs, muito bem servidos e com preço justo, com cardápio que varia ao longo da semana. O lugar conta ainda com um agradável jardim e vende bolos e cafés.
R. Miguel Calmon, 109
Sentiu falta de uma comida afetiva? O Bavarois se orgulha de ter os melhores hambúrgueres gourmet da cidade, sem deixar de lado aquele toque regional. A casa também serve sorvetes e doces irresistíveis.
Rua Almirante Barroso
Bolos, cuscus, tapiocas, crepes e sucos diversos. O Garimpo é conhecido por ali por servir o melhor café da manhã (ou da tarde) de Lençóis, com preços convidativos.
Rua Miguel Calmon, 47
Você pode até olhar desconfiado ao ver alguém servindo comida japonesa no meio do cerrado baiano, mas a verdade é que os sushis e temakis do Santo Chico são deliciosos e eles tem opções de combinados com preços convidativos.
Rua Miguel Calmon (Rua da Baderna)
Os drinks de frutas com gim ou cachaça são deliciosos e melhores se apreciados no happy hour, que garante 2 por 1. Para acompanhar, a porção de almôndegas ou dadinhos de tapioca são boas entradas para dividir.
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Estamos nos preparando para passear na Chapada Diamantina.
Ótimas dicas. Parabéns pelo trabalho de orientação.
Adorei!
A Cachoeira do Mosquito fica a 39km de Lençóis e não 60km.
Olá Uiliane,
Você tem razão, obrigada!
Adorei! Vontade de ir correndo pra lá.
Vai! Você vai se apaixonar!