7 lugares baratos para conhecer no Brasil

Quão barato depende de você. Dá para viajar gastando muito pouco, no estilo mochileiro de hostel ou até de especialista em camping. Dá para gastar mais, ficar em hotéis confortáveis e comer em bons restaurantes, mas mantendo um ótimo custo/benefício. Resolvi listar nove lugares baratos para conhecer no Brasil. Note que não estou dizendo que sejam os mais econômicos possíveis, mas apenas ideias de viagens que cabem no bolso. Vamos pegar a estrada?

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 Chapada dos Veadeiros

Tenho um amigo que passou 10 dias na Chapada dos Veadeiros e gastou R$ 600. Eu gastei mais e tenho certeza que tem gente que gasta menos ainda. É o que eu disse no começo: tudo depende do seu estilo de viagem. Em todo caso, uma combinação de fatores torna a Chapada dos Veadeiros, em Goiás, um destino econômico.

O primeiro deles é o deslocamento até lá. Por conta da grande oferta, voar para Brasília costuma ser barato, principalmente se você comprar com antecedência. Quem já está no Centro-Oeste ou no Sudeste ainda pode ir por terra – foi o que meu amigo fez, partindo de BH.

Cerca de 260 km separam a Chapada da capital federal. Lá, além de opções de hotéis baratos, campings e hostels, pesa a favor o custo dos atrativos: ou são muito baratos, R$ 20 a entrada, ou são de graça. O resto é comida e bebida.

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Onde ficar na Chapada dos Veadeiros, em Goiás

Vale da Lua

Brasília, Pirenópolis e Goiás Velho

Goiás garante mais um destino nesta listinha. Ou melhor: dois. Pirenópolis e Goiás Velho, que junto com Brasília formam um roteiro perfeito para uns cinco ou seis dias de viagem. Piri está a 170 km da capital federal, enquanto Goiás Velho está mais 168 a frente.

Pirenópolis

Por falar nela, Goiás Velho é Patrimônio Cultural da Humanidade. E Piri também tem um centro histórico lindo e várias cachoeiras ao redor da cidade, todas com entrada no estilo econômico. Os hotéis também são baratos – apenas tome cuidado com feriados, sobretudo o carnaval, quando a cidade lota. Já em Brasília o movimento é o contrário e as diárias de hotéis tendem a cair nos finais de semana.

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BH, Inhotim e cidades históricas

Não é porque eu moro aqui, mas BH é um dos destinos com melhor custo/benefício do país. Para começar por conta dos voos, que podem ser econômicos – e quem já está no sudeste (ou em Brasília) pode vir de ônibus mesmo, numa viagem noturna.  Além disso, a Copa do Mundo deu para BH um monte de hotéis. E a consequência são diárias por preços interessantes.

Ouro Preto

Além de BH, aproveite para conhecer Inhotim, que está a 60 km da capital mineira, e Ouro Preto, que está a menos de 100 km. Por falar nisso, ao redor de BH há três Patrimônios Culturais da Humanidade: Congonhas está a menos de 70 km e a Pampulha está em BH mesmo. Dá pra juntar tudo na mesma viagem e até para dar uma esticada para outros destinos, como a Serra do Cipó, Tiradentes e Diamantina, outra cidade tombada pela Unesco.

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Inhotim, Ouro Preto e Belo Horizonte: roteiro de quatro dias

Vale dos Vinhedos

Sou o primeiro a concordar com quem disser que Gramado não é um destino econômico, até pelo tipo de turismo que se desenvolveu por ali. Embora a atração turística mais interessante da cidade seja de graça – andar pelas ruas cheias de casinhas coloniais – em geral o viajante gasta uma grana para entrar nas mais diversas atrações que se espalham pela região.

Não é assim com o Vale dos Vinhedos. Lá você até gasta, mas se optar por comer em bons restaurantes, as maiores atrações da região. No mais, os tours pelas vinícolas costumam ser gratuitos, as passagens para Porto Alegre não costumam ser caras e distância da capital gaúcha para Bento Gonçalves, espécie de coração do Vale dos Vinhedos, também não assusta: 120 km. Lá você vai achar hotéis de todos os tipos, mas no centro da cidade há algumas opções econômicas.

Veja também: Como planejar uma viagem para o Vale dos Vinhedos

Roteiro pelas vinícolas do Vale dos Vinhedos

Vale dos Vinhedos: uma parte do Brasil que entende (muito) de vinhos

Ilha do Marajó

Quando pensamos na Amazônia, pensamos em uma viagem cara. E isso até pode ser verdade dependendo do destino amazônico que você escolher, mas não é sempre assim. A Ilha do Marajó, no Pará, está a uma viagem de barco de Belém e tem hotéis com preços ótimos. O custo dos passeios e da alimentação lá também é interessante. Ou seja, o único desafio é achar uma forma barata de voar para Belém. Não é impossível: eu fui com apenas oito mil milhas e também já vi o trecho algumas vezes em promoção.

Fazendas, praias fluviais e o maior rebanho de búfalos do Brasil fazem da Ilha do Marajó um destino, digamos diferentão. E de quebra você ainda vai conhecer Belém, que já valeria uma viagem por si só.

Veja também: Como planejar uma viagem para Ilha do Marajó

Um país chamado Pará

Espírito Santo

Eu nunca escondi que sou fã do Espírito Santo, pra mim um dos cantos mais subestimados do Brasil. No ES há praias lindas, serra e cidades de imigração europeia, tudo isso ao redor de Vitória. Por falar nela, a capital do Espírito Santo é lindíssima. A vista a partir do Convento da Penha não me deixa mentir. E basta cair na estrada para encontrarmos Itaúnas, um destino de praia que merecia estar naquela listinha de mais bonitos do Brasil.

Voos para o ES não costumam ser caros (respeitada a regra da antecedência, claro). E os hotéis e pousadas também tem preços econômicos. Guarapari, o maior balneário capixaba, já foi apontada algumas vezes como uma das cidades com diárias de hotéis mais baratas do país.

Veja também: Um segredo chamado Espírito Santo

Vitória

Cabo Frio e Região dos Lagos

Uma palavra de cautela: no Réveillon Cabo Frio é cara. Caríssima, pelo menos no quesito hospedagem. Aprendi isso na marra ano passado e me surpreendi ao pagar mais para dormir em Cabo Frio do que em Búzios ou mesmo Paraty, cidades que visitei na mesma viagem. Mas nas outras épocas o preço cai e as águas da Região dos Lagos continuam naquele tom de azul que nem só o Caribe sabe fazer. Para melhorar, Búzios e Arraial do Cabo estão ali pertinho.

Veja também: Cabo Frio, no Rio de Janeiro: praias, atrações e o que fazer

Muita gente vai de carro, em especial quem está na vizinhança, como Minas Gerais e mesmo o Rio de Janeiro. Se precisar ir voando, chegar em Cabo Frio a partir da capital é fácil: 160 km separam as duas cidades.

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Rafael Sette Câmara

Sou de Belo Horizonte e cursei Comunicação Social na UFMG. Jornalista, trabalhei em alguns dos principais veículos de comunicação do Brasil, como TV Globo e Editora Abril. Sou cofundador do site 360meridianos e aqui escrevo sobre viagem e turismo desde 2011. Pelo 360, organizei o projeto Origens BR, uma expedição por sítios arqueológicos brasileiros e que virou uma série de reportagens, vídeos no YouTube e também no Travel Box Brazil, canal de TV por assinatura. Dentro do projeto Grandes Viajantes, editei obras raras de literatura de viagem, incluindo livros de Machado de Assis, Mário de Andrade e Júlia Lopes de Almeida. Na literatura, você me encontra nas coletâneas "Micros, Uai" e "Micros-Beagá", da Editora Pangeia; "Crônicas da Quarentena", do Clube de Autores; e "Encontros", livro de crônicas do 360meridianos. Em 2023, publiquei meu primeiro romance, a obra "Dos que vão morrer, aos mortos", da Editora Urutau. Além do 360, também sou cofundador do Onde Comer e Beber, focado em gastronomia, e do Movimento BH a Pé, projeto cultural que organiza caminhadas literárias e lúdicas por Belo Horizonte.

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