Malaca, herança portuguesa na Malásia

Uma das coisas que eu acho mais interessante de aprender em uma viagem é a história dos lugares por onde eu passo. Por mais que a gente estude a vida inteira, é muito diferente ver a história sendo contada por prédios, monumentos e museus, no lugar das páginas de um livro.

Foi só viajando que eu entendi, por exemplo, a extensão do Império Português e como eles realmente influenciaram muitas culturas além da nossa, na época das grandes navegações. Saber eu sabia, mas entender e sentir isso, foi apenas quando eu pisei em lugares como Cape Town, Goa e Malaca.

A influência portuguesa é tão grande que encontramos pastéis de Belém à venda nos mercados de rua de Kuala Lumpur

Há mais ou menos 500 anos, os portugueses zarparam de Goa com cerca 1200 homens e 17 navios com o objetivo de conquistar um ponto estratégico na Península Malaia, de onde eles poderiam continuar sua expansão pelas Índias Orientais. Por ali, eles construíram fortes e igrejas, espalharam sua língua e sua cultura, expulsaram uns sultões e, mais tarde, foram expulsos pelos holandeses.

Muitos anos se passaram e hoje, a pequena cidade portuária de Malaca (em malaio, Melaka) é considerada Patrimônio Mundial pela UNESCO e a Cidade da Cultura e Herança Colonial da Malásia. As heranças, tanto da era portuguesa, quanto da holandesa, são visíveis a cada esquina.

O passeio por Malaca começa na praça da Torre do Relógio, onde os holandeses deixaram sua marca com prédios de cor avermelhada. Dali, você pode seguir a pé para todos os pontos de interesse da cidade.

O Centro Histórico tem um número inacreditável de museus, incluindo um Museu Islâmico e outro focado na arquitetura das casas de lá. A não ser que você tenha muito tempo, você vai ter que selecionar os que te interessam mais. Nós começamos pelo Maritime and Naval Museum. No formato de um navio, o museu narra a importância de Malaca como cidade portuária e a influência disso na economia e na cultura local. Espere ler muitos nomes portugueses durante essa visita.

Não é um barco, é um museu

De lá, seguimos para a St. Paul Church, uma igreja em ruínas, construída pelos portugueses em 1521 e de onde se pode ter a melhor vista da cidade. A Porta de Santiago, o que restou do famoso forte “A Formosa”, é outra atração importante deixada pelos portugueses.

Porta de Santiago

O segundo museu que escolhemos visitar foi o Sultanate Palace, uma réplica de um palácio de Sultão do século 15, construído às margens de um lindo jardim.

Sultanate Palace

Mas nenhuma visita a Malaca está completa sem um passeio pela Chinatown no fim da tarde. Ali você encontra alguns templos chineses, os melhores bares e restaurantes da região, além de lojas encantadoras com todos os tipos de souvenirs e presentes que você pode imaginar.

Informações turísticas sobre Malaca

Como chegar a Malaca

Ônibus saem de Kuala Lumpur de hora em hora e custam entre RM$8 e RM$12 (R$5 e R$7,50). Ônibus locais ligam a rodoviária à Praça do Relógio por apenas RM1 (R$0,60). Também é possível chegar via ônibus das maiores cidades do país, além de Cingapura. Não existe estação de trem em Malaca. A mais próxima fica em Tampim, localizada a 38km ao norte.

Quantos dias ficar

Você pode fazer de Malaca apenas uma day trip de Kuala Lumpur, chegando de manhã e voltando no final do dia, mas se você tiver mais tempo, é aconselhável passar uma noite lá e aproveitar a noite na charmosa Chinatown.

Quanto gastar

Entre $25 e $30, incluindo as passagens e entradas dos museus.

Onde Ficar

Se você optou por dormir em Malaca, o melhor lugar é em Chinatown.

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Natália Becattini

Sou jornalista, escritora e nômade. Viajo o mundo contando histórias e provando cervejas locais desde 2010. Além do 360meridianos, também falo de viagens na newsletter Migraciones e no Youtube. Vem trocar uma ideia comigo no Instagram. Você encontra tudo isso e mais um pouco no meu Site Oficial.

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