Mamallapuram e os templos de pedra

Quando começamos este blog, não éramos experientes na arte de falar de viagens. Tanto que acabamos não escrevendo sobre alguns lugares que visitamos em 2012. A maior dessas faltas foi não falar em detalhes de Mammallapuram. Mas cá estou eu para corrigir esse defeito.

Mamallapuram, ou Mahabalipuram, é uma cidade praiana no Tâmil Nadul, um  estado da Índia. Fica a cerca de uma hora da capital, Chennai, mas é infinitamente mais agradável (e interessante). Porém, a praia não é o grande atrativo dessa vila, mas sim os enormes templos em pedra que se espalham pela região.

Acontece que essa pequena vila meio hippie é uma cidade muuuito antiga, que era um grande porto no comércio com a Grécia no primeiro século d.C. Mamallapuram manteve essa tradição de grande cidade portuária na época que a dinastia Pallava dominou o sul da Índia, no século 7 d.C. Muitos dos templos que você vê por lá vêm dessa época. Alguns deles são tombados como Patrimônio Mundial da UNESCO.

Além de ver templos e comer nos vários restaurantes agradáveis de Mamallapuram, foi lá que nós vivemos uma das maiores aventuras/experiências de quase morte de nossas vidas. Enquanto estávamos tirando um cochilo, pouco antes do almoço, a terra tremeu.

Não foi um mega terremoto, tanto que o Rafael Sette Câmara e a Natália Becattini, que também são autores aqui do blog e estavam nessa viagem, nem sentiram. Por isso, nem pensamos a respeito e fomos comer num restaurante que ficava de frente para o mar. Chegando lá, descobrimos uma multidão de indianos olhando para o oceano. Um deles nos avistou e resolveu nos avisar, com a voz mais calma do mundo, que o terremoto que sentimos tinha sido muito forte na Indonésia e que havia um alerta de tsunami.

Felizmente, a grande onda não veio, mas a forma como nós corremos por nossas vidas foi no mínimo muito engraçada. Contamos toda a história nesse post aqui.

A praia de Mamallapuram

Apesar desse tsunami nunca ter chegado, aquele gigante, de 2004, atingiu parte da cidade, especificamente uma ilha de pescadores na costa. A onda também gerou novas descobertas arqueológicas, uma vez que existe um mito de que o Shore Temple, que fica pertinho do mar, na verdade seria apenas uma de um grupo de sete pagodas que foram engolidas pela água ao longo dos séculos.

Quando o mar recuou cerca de 500m por causa do tsunami de 2004, moradores e turistas afirmaram ver uma linha de pedras enormes emergir temporariamente da água. Além disso, quando tudo passou, a onda deixou na costa algumas estátuas até então nunca vistas.

Então, o que fazer em Mamallapuram  (além de evitar Tsunamis?)

Shore Temple

Esse é o templo que eu citei no parágrafo acima. É o marco inicial da cidade, o mais antigo templo que você encontra lá, construído em 700 d.C. Como está dentro da área tombada pelo Unesco, é uma das poucas atrações que você precisa pagar para entrar. O ingresso combinado com as Pancha Rathas custa 250 rúpias (cerca de 10 reais).

Pancha Rathas

As Pancha Rathas, ou Cinco Carruagens, são um conjunto de esculturas em pedra de carruagens puxadas por diversos animais. Tudo datado do século 7.

Arjuna’s Penance

Esse monumento tem esculturas numa enorme parece de rocha, de 30 metros de altura, mostrando o mito de criação do Rio Ganges. Por isso, também é conhecido como Descent of the Ganges. É gratuito.

Krishna’s Butter Ball

Talvez você já tenha visto uma foto da Krishna’s Butter Ball (ou bola de manteiga de Krishna) sem saber que isso ficava na Índia. Outro dia, umas amigas me mandaram uma piada com a imagem do monumento. Lógico que eu tive que contar para todo mundo que eu já estive lá. Basicamente, é essa bola de pedra gigantesca que fica ali, paradinha a não sei quantos séculos.

Nos mesmo parque onde está a Butter Ball ficam alguns templos em pedra menores, dedicados a Ganesha, Vishnu, Trimurti e Krishna.

Museu de Esculturas

É um museu pequenino – a entrada custa só duas rúpias – mas reúne diversas esculturas indianas. Não é muito bem cuidado, mas vale a pena dar uma passadinha se você tiver tempo.

Informações práticas

Para chegar em Mamallapuram, o jeito mais fácil é partir de Chennai, onde fica o aeroporto e estação de trem mais próximas. De lá, é só pegar um ônibus local (30 rúpias) – mas essa é uma missão para os mais aventureiros. Quem não precisa economizar pode pegar um táxi para fazer o trajeto de 50km. Sai entre 600 a 1000 rúpias.

Para hospedagem, nossa dica é que você fique perto da praia, mas não na beira do mar. Faça questão de um hotel que tenha gerador, porque lá faz calor o ano inteiro e há quedas de luz programadas durante dia e noite. Veja opções de hospedagem no Booking.

Vai viajar? O seguro de viagem é obrigatório em dezenas de países e indispensável nas férias. Não fique desprotegido na Índia. Veja como conseguir o seguro com o melhor custo/benefício para o país – e com cupom de desconto.

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Luiza Antunes

Luiza Antunes é jornalista e escritora de viagens. É autora de mais de 800 artigos e reportagens sobre Viagem e Turismo. Estudou sobre Turismo Sustentável num Mestrado em Inovação Social em Portugal Atualmente mora na Inglaterra, quando não está viajando. Já teve casa nos Estados Unidos, Índia, Portugal e Alemanha, e já visitou mais de 50 países pelo mundo afora. Siga minhas viagens em @afluiza no Instagram.

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Luiza Antunes

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