Manali, Índia: uma estação de esqui no alto do Himalaia

Montanha, neve, rio, floresta, um pouco mais de neve. Ah, e frio, muito frio. Essa é uma descrição rasa do que é Manali no inverno. Quem sempre imagina a Índia quente e desértica, com camelos e elefantes, encontra em Manali praticamente o oposto, com búfalos, coelhos e montes de neve nas ruas.

A cidade fica no estado de Himanshal Pradesh, no norte do país, cercada pelas montanhas do Himalaia e cortada por um rio. Com tal geografia, não importa a época do ano, sempre há o que fazer em Manali, seja para os mais aventureiros, seja para os mais preguiçosos.

Estação de Esqui Indiana

Como visitamos Manali no inverno, em janeiro, tivemos a chance de conhecer, na vila de Solang Nullah, a versão indiana de uma estação de esqui. Como tudo na Índia quase sempre ganha os adjetivos de confuso, bagunçado, cheio e barulhento, ali não seria diferente. Não, nada de pistas diferenciadas para iniciantes ou nível avançado. O pessoal do snowboarding e do esqui tem que dividir o espaço com paragliding, motos, pôneis e umas boias gigantes que descem montanha abaixo atropelando quem passa pela frente (tal atividade tem nome: Zorbing, mas você deve conhecer algo parecido nas praias do nordeste, o esquibunda).

Os equipamentos podem ser alugados pelo caminho que leva à vila e custam cerca de 500 rúpias. Para chegar até lá é possível alugar um taxi ou um micro-ônibus nas agências da cidade, ou ainda ir com transporte próprio. Os rickshaws (tuk-tuks) não conseguem subir até Solang Nullah – que fica a uns 11km do centro de Manali – por conta do gelo na estrada.

A subida de gôndola para o alto da montanha custa 400 rúpias e dá para ir mesmo se você não quiser esquiar, mas só ver a vista. E a vista vale muito a pena.

Se você que quer esquiar, fica um aviso – espero que você seja expert no assunto. Porque descer lá de cima é igual àquele videogame antigo, com uma montanha mega inclinada e um monte de árvores no caminho com o desafio de não rolar desfiladeiro abaixo e trombar nas vegetações próximas.

Qualquer semelhança não é mera coincidência

Circulando por Manali

Manali tem uma história interessante. Dizem que foi ali que Manu parou a sua arca depois do grande dilúvio que assolou o mundo e começou a restaurar a humanidade. Semelhança com aquele cara chamado Noé? Sim, bastante.

A maior parte das atrações fica no centro, principalmente na The Mall, uma grande avenida onde ficam a maioria dos shoppings, comércios, hotéis, restaurantes e a estação de ônibus. Além disso, mais ao norte e no alto da montanha fica Old Manali, uma vila que dizem ser muito interessante no verão. Mas no inverno tudo, absolutamente tudo, fica fechado. Mesma coisa com a outra vila próxima, Vashisht.

Esquiar é só uma das opções esportivas, já que isso vai variar de acordo com as condições climáticas e estação do ano. Paragliding, rafting, escalada, zorbing, trekking e até pesca estão disponíveis.

Hadimba Temple

Himalayan Nyinmapa Buddhist Temple

Manali também possui três templos bem antigos, construídos em madeira e pedra: o Hadimba Temple, o Manu Mahashiri Temple e o Himalayan Nyinmapa Buddhist Temple (um monastério budista). Um museu e dois parques completam a lista de atrações.

Como chegar nessa parte do Himalaia?

Diariamente ônibus saem de Delhi, com as opções de Deluxe e Volvo, e todos param em Chandigarh. A viagem demora cerca de 14 horas.

Manali fica no caminho para quem pretende ir até a região da Caxemira (Leh, Ladakh ou Jammu e Vale do Kullu). Há ônibus diários saindo para essa região (quando as condições de clima favorecem, veja bem). A viagem para a Caxemira dura uns dois dias (a paisagem é bem bonita, apesar da distância).

Onde ficar em Manali

Antes de escolher um hotel, tenha certeza que o estabelecimento oferece aquecimento e água quente, principalmente no inverno. No centro da cidade, a avenida The Mall concentra a maior parte dos hotéis e restaurantes. Esse é o lugar para se hospedar durante o inverno (novembro a março). Já no resto do ano, principalmente no verão, o mais interessante é ficar na vila de Old Manali, onde há opções interessantes de hotéis e guest houses – e uma vista linda. Veja opções de hotel no booking.com.

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Luiza Antunes

Luiza Antunes é jornalista e escritora de viagens. É autora de mais de 800 artigos e reportagens sobre Viagem e Turismo. Estudou sobre Turismo Sustentável num Mestrado em Inovação Social em Portugal Atualmente mora na Inglaterra, quando não está viajando. Já teve casa nos Estados Unidos, Índia, Portugal e Alemanha, e já visitou mais de 50 países pelo mundo afora. Siga minhas viagens em @afluiza no Instagram.

Ver Comentários

  • Gente acompanho o blog de vocês a um tempinho.. desde que estava no meu primeiro intercambio nos USA.. achei através de buscas pela AIESEC..

    Sou de BH e hoje tenho que dizer se estou morando na Índia e tendo essa coragem, é graças a vocês.
    Aprendi e aprendo muito nesse blog, seja pra ajudar um amigo, seja pra fazer uam viagem de ferias seja pra MUDAR de vida e cair na Asia..

    Ainda vou seguir muito vocês pra aproveitar esse um ano que ficarei aqui.

    Muito obrigado galera..

    Quando voltar pro Brasil quero conhecer vocês. e dividir o que passei aqui também..
    To amando a índia.. já tive passaporte roubado e etc.. kkk já tive que pular de um ap pro outro por esquecer a chave dentro.. e por aí vai..

    amo vcs!!!! rsrs..

    • Oi Felipe,

      Que querido! Obrigada pelo carinho.

      Eu vi seu outro comentário sobre o passaporte roubado. Espero que tudo se resolva e aproveite muito seu intercâmbio!

      bjss

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Luiza Antunes

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