Barcos, recifes e água no melhor tom azul-potiguar, variação menos famosa do azul-caribe. Essa é a imagem mais conhecida dos Parrachos de Maracajaú, talvez a principal responsável por levar turistas para o Rio Grande do Norte. Você pode até nunca ter ouvido falar do lugar, mas aposto que já viu uma fotografia de lá estampando a publicidade de agências de viagens sobre Natal, páginas de revistas de turismo ou mesmo blogs como o 360.
O nome é diferentão e causa estranhamento, mas no fundo quer dizer o óbvio. Parracho é um adjetivo de origem portuguesa que descreve coisas baixas, com pouca altura. Já Maracajaú é uma expressão com origem no tupi, o nome da praia onde estão os tais parrachos. Trocando em miúdos, os Parrachos de Maracajaú são piscinas naturais que se formam a cerca de sete quilômetros do litoral, um ponto no meio do oceano onde a água fica rasa (e repleta de peixes) na maré baixa. Uma parada para observar a vida marinha com snorkeling.
Parrachos de Maracajaú (Foto de divulgação)
Chegar lá é fácil, mas envolve, bem, envolve coragem. Pelo menos para quem não gosta de acordar cedo: o despertador tocou às 5h15 de uma manhã de domingo, tudo para que fosse possível pegar a van, que passaria no hotel às 6h. Com o sono escancarado no rosto, pegamos estrada. Assim como o passeio pelas dunas, que é feito em cidades ao redor da capital do Rio Grande do Norte, para conhecer os parrachos é preciso deixar Natal para trás – são pouco menos de 60 quilômetros entre a cidade e a praia de Maracajaú, uma vila com apenas dois mil habitantes e que todos os dias recebe algumas centenas de turistas.
Veja também: Passeio de buggy em Natal e as dunas do litoral norte
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Nosso passeio, reservado com a Natal Praias, tinha como ponto de apoio o Ma-Noa, um parque aquático que fica em frente à Praia de Maracajaú. Chegamos ao local um pouco depois das 7h, com tempo para tomar café – como o passeio começa quase sempre muito cedo, é comum que um kit de café seja entregue para todos os participantes (já está incluído no preço do tour, assim como a entrada no parque). Depois, foi só aguardar a hora para o embarque, que ocorre na beira da praia. Entramos nas lanchas, guardamos câmeras, mochilas e tudo que não podia molhar num compartimento do barco e tocamos para os parrachos.
Alguns minutinhos depois e já completamente molhados, chegamos. O banho nas piscinas naturais é feito a partir de plataformas que foram construídas ali e que têm certa estrutura turística, com bar, guarda-volumes e um segundo andar de onde é possível ter uma vista legal do ambiente ao redor. Banheiro, por outro lado, não tem.
Boias e equipamento de snorkeling já estão inclusos no preço do passeio. Quem se interessar pode alugar uma câmera sub aquática no Ma-Noa. Além disso, um fotógrafo também fica circulando por ali e as imagens podem ser adquiridas no final do passeio. A partir daí não tem muito segredo: o negócio é pegar o snorkeling e flutuar ao redor dos recifes, num complicado exercício de contar peixinhos. Para quem já fez passeios assim, lembra um pouco a experiências nas Galés, em Maragogi, ou no Recife de Fora, em Porto Seguro. Quem preferir pode aproveitar a ocasião para fazer um mergulho de cilindro. Aí há custo adicional de R$ 100.
Cansou? Coloque seu nome na lista para pegar a primeira lancha de volta para a praia. E atenção, porque as últimas pessoas a deixarem a plataforma precisam aguardar o fim dos mergulhos de cilindro, para que todos possam ir no mesmo barco. Por isso, se estiver cansado, não fique no último grupo.
O restante do dia é no Ma-Noa, onde é possível fazer passeios diversos, curtir as atrações do parque ou simplesmente pedir uma cerveja, caipirinha ou a bebida de sua preferência e ver a vida passar. A volta para Natal é no começo da tarde, por volta de 14h, com a chegada na cidade cerca de uma hora depois, com tempo suficiente para curtir o fim do dia na Praia de Ponta Negra.
Basta uma consulta rápida ao TripAdvisor para perceber que há dois tipos de opiniões sobre os Parrachos de Maracajaú. De um lado, há os que dizem que o passeio é lindíssimo, uma das melhores piscinas naturais do nordeste continental – e isso só porque Noronha é imbatível. Na outra ponta, alguns turistas demonstram certa decepção, seja por conta do baixo número de peixes, da grande quantidade de ondas ou até da profundidade das piscinas, que não são tão rasas assim, garantem esses.
Há uma explicação para isso: o segredo para gostar dos parrachos é visitá-los na maré baixa. É por isso que os passeios podem partir tão cedo, afinal o horário das marés varia a cada dia. Além disso, a visibilidade da água e consequentemente a qualidade do passeio também são afetadas pelas fases da lua. Os melhores dias são durante a lua cheia e a lua nova, enquanto as luas minguante e crescente reservam marés mais agitados. Ou seja, o ideal é fazer o passeio na maré baixa, durante a lua cheia ou a lua nova. Você pode consultar essas condições no site da Marinha.
Por isso, verifique a tábua das marés e converse com a agência que vai oferecer o passeio. Os melhores dias são quando a maré estiver em até 0,3. Quando eu fui, época de lua crescente, a maré estava em 0,5, o que não é um impeditivo para o passeio, mas certamente não é a melhor condição. Para entender mais esse assunto, não deixe de ler nosso texto sobre a tábua das marés e a importância dela na hora de planejar sua viagem para as praias do nordeste.
Por fim, convém evitar fazer o passeio em dias de chuva ou muito nublados. Os meses mais chuvosos na região são junho, julho e (em menos intensidade) agosto, enquanto a época mais seca vai de outubro a dezembro.
Por tudo isso, a forma mais prática de ir a Maracajaú é com agências de viagem, que se programam para levar os turistas até a plataforma antes da maré baixa – o ideal é você já estar dentro d’água bem antes da maré atingir seu ponto mínimo, porque a partir daí ela só vai subir.
Mas também dá para ir por conta própria, saindo de Natal pela BR 101, até Maracajaú. Nesse caso, fique atento para chegar antes da maré baixa. E lembre-se de negociar um lugar nos barcos que levam até a plataforma assim que chegar lá. É que as agências reservam muitos dos lugares, que são limitados – essa é uma área de proteção ambiental.
No mais, não alimente os peixes, não pise nos corais, não deixe lixo para trás e evite economias burras. Tipo os passeios feitos nas jangalachas, barcos com motor, mas com bem menos estabilidade do que as lanchas, que são mais caras. Esses barcos são permitidos nos passeios e costumam ser mais baratos, mas é bom dizer que há quem garanta que eles são também mais inseguros e que já foram registrados acidentes. Pelo sim e pelo não, prefira sempre passeios credenciados. E sempre use o colete salva-vidas.
*O 360meridianos fez o passeio a convite da Natal Praias
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acabei de voltar de NATAL estava la no começo de setembro fiz esse passeio também, coisa mais linda , mais deliciosa , mais incrível , voltaria de novo uma mil vezes NATAL é lindo demais
O visual das dunas e a cidade no fundo é incrível, Kamila.