O que fazer em Marrakech, no Marrocos: guia completo

Neste texto você vai encontrar um guia de viagem completo sobre o que fazer em Marrakech, no Marrocos. Todos os principais pontos turísticos da cidade, no mapa, dicas de onde comer em restaurantes excelentes, sugestões de onde ficar com hotéis e riads e ainda vai aprender diversas curiosidades e histórias sobre esse país tão impressionante.

Descubra também como se locomover na cidade, com dicas práticas e reais sobre a necessidade ou não de contratar um guia, segurança para viajantes, inclusive para mulheres sozinhas, o que vestir no Marrocos e muito mais.

O que fazer em Marrakech: 20 pontos turísticos

Abaixo, dividimos os principais pontos turísticos de Marrakech num roteiro de 3 dias de viagem pela cidade. Se você tiver menos dias, basta só fazer o primeiro, que concentra as principais atrações da Medina.

Roteiro de 1 dia em Marrakech

  • Praça Jemma El Fna

Coração da Medina, a Praça Jemma El Fna estará presente durante todo o seu roteiro, porque é quase impossível não passar por lá nas andanças pela cidade – é para lá que você deve se guiar, sempre que estiver perdido. Além disso, é imprescindível que você visite a praça de manhã e à noite, principalmente à noite!

O nome da praça é curioso. Significa “o encontro dos mortos”, porque servia de local de execuções públicas. Hoje, é o ponto de encontro da cidade e um dos Patrimônios da Humanidade, segundo a UNESCO.

Durante o dia, a praça é tomada por encantadores de serpentes, acrobatas e outros artistas de rua fazendo apresentações estilo “pega turista”. À noite, é completamente tomada por pessoas de toda a cidade. Um verdadeiro mar de gente circula pela praça, ouvindo música e brincando em barraquinhas. É em Jama El Fna que você vai começar a entender o caldeirão cultural que é Marrakech.

Foto: Marisa Abreu / @marisa__abreu

A dica para esse dia é que você comece e termine na Praça. Ou seja, será sua primeira parada e também de onde você deve ver o pôr do sol, no alto do Cafe de France, depois descer, circular na confusão noturna e, quem sabe, se arriscar na comida de rua.

  • Mesquita Cutobia

O Marrocos foi o único país árabe que não foi colonizado pelo Império Turco Otomano. Um grande exemplo disso você terá ao olhar para a torre, ou melhor, o minarete da Mesquita Cutobia, que também fica ali nos arredores de Jemma El Fna, cercada de belos jardins.

O minarete é quadrado, e não redondo como normalmente se vê. Os quatro lados da torre representam os quatro elementos (terra, fogo, água e ar). Antigamente, subiam a torre a cavalo. No alto, há um poste de madeira que indica a direção de Mecca, a cidade sagrada para a qual os muçulmanos direcionam as orações.

Todos os dias, cinco vezes, é possível ouvir os chamados para oração que vêm dessa e de outras mesquitas na cidade. O barulho é bem alto e impressionante se você estiver vendo o pôr do sol na praça, como sugeri no tópico anterior. Também pode incomodar aqueles de sono leve: há um chamado sempre no alvorecer.

  • Bairro Ksur

Da mesquita, siga caminhando pelo Ksur, esse é um bairro residencial do século 16, que antecede os souks. Repare que as portas das casas têm duas maçanetas. É uma tradição antiga: uma delas é para pessoas íntimas e outra para desconhecidos.

Nesse bairro fica um dos lugares mais interessantes para ver e comprar artesanato e antiguidades em Marrakesh. Trata-se do Complexo Artesanal Dar Essalam. Pouco conhecido pelas grandes massas de turistas, o lugar foi descrito pelo nosso guia como “a caverna do Ali Baba”. Ali você encontra de tudo um pouco, desde portas de madeira antigas a lamparinas e sapatos de couro. Vale a pena entrar para visitar, mesmo sem a intenção de compra.

  • Os Mercados e Souks de Marrakesh, Marrocos

Ao contrário do que muita gente pensa, mercados e souks não são exatamente a mesma coisa. Para todo lado em Marrakesh você vai encontrar diversos mercados e labirintos de barraquinhas vendendo de tudo o que você imaginar – do autêntico ao made in China.

Os Souks, por outro lado, são os mercados tradicionais. E o de Marrakesh é único. É o quarto maior souk do mundo, com mais de seis mil tendas, dividido entre as especialidades de seus artesãos: cerâmica, cobre, couro, ouro, lã e especiarias. Cada especialidade é um “souk” ou “soko” diferente.

Dica importante: barganhar é a regra no Marrocos. Raramente um lugar terá um preço fixo e, em geral, o primeiro valor que você vai receber costuma ser o dobro do que a coisa vale. Sua nacionalidade, cor da pele e cabelo, roupa e simpatia podem interferir no preço. Se você for um bom negociador, vai se divertir com o jogo e sair no lucro. Mas se, como eu, você for péssimo em regatear valores, vale a pena ler o antigo, mas muito útil, incrível guia da barganha sobre a Índia, que vale para o Marrocos também.

Como saber que você entrou na área dos souks tradicionais e não está no mercado comercial? No meio dos mercados comerciais há 17 portas que levam para os souks. Essa área aparece nos mapas como um grande vazio, pois não existe uma divisão de ruas, só vários becos, mantendo a mesma lógica (ou falta dela) desde a Idade Média.

Em geral, na entrada dessas portas há placas indicando: Souk dos ceramistas ou Souk dos artesãos. Quando você quiser sair desse labirinto, busque indicações da praça Jemma el Fna.

No mais, se ficar perdido, tente manter a calma. Vendedores mais chatos provavelmente vão te seguir ou até tentar te extorquir se você der bobeira. Faça cara de que sabe para onde vai e o que quer. Relaxe e perca boas horas do seu dia explorando tanto os souks quanto os mercados comerciais.

  • Medersa Ben Youssef

A Medersa, ou o nome em português, madraça, era um colégio islâmico fundado no século 16, no período da dinastia Saadiana. Durante mais de quatro séculos, foi a maior escola de teologia do Marrocos, educando mais de 900 alunos. O lugar é lindíssimo, todo decorado com motivos árabes, como madeira entalhada e detalhes em gesso e mármore.

Quando estive na cidade, em novembro de 2019, a Medersa Ben Youssef estava fechada para renovação, mas na fase final das obras. A  reabertura estava prevista para o início de 2020. No entanto, não é possível descobrir pelos sites oficiais qual será a data exata. O jeito, por enquanto, é ir lá e verificar. Se a situação mudar, por favor, avise nos comentários.

Roteiro de 2 dias em Marrakech

  • Palácio Bahia

Comece seu dia no Palácio Bahia. Chegue lá no horário de abertura, às 9h, para evitar as multidões. Não estranhe o exterior bastante sóbrio: esse é um estilo de construção típico, para que ninguém de fora imagine a riqueza lá de dentro.

Bahia significa brilhante e o palácio é um conjunto labiríntico de riads do Grão-Vizir Bahmed, construído no final do século 19 por seu pai. Além ser a moradia do conselheiro do Sultão, também tinha funções administrativas e abrigava suas 4 esposas e 24 concubinas.

Você verá, entre os jardins e construções, muitos detalhes em estuco: uma mistura esculpida de gesso, pó de mármore e clara de ovo: quanto mais profundos e menores os desenhos, mais caros. O palácio mistura arquitetura de influência árabe, berber e andaluz. Usa madeira de cedro e azulejos. Todas as tintas que colorem os espaços são obtidas de cores naturais: o amarelo vem do açafrão, azul do índigo, marrom da henna, vermelho da papoula e verde da menta.

A visita ao palácio segue uma espécie de labirinto entre jardins e salões. Nosso guia contou que, das quatro esposas, a preferida era aquela que desse ao vizir o primeiro filho homem. Para chegar ao grande pátio das concubinas, o conselheiro do sultão precisava obrigatoriamente passar pelo quarto da favorita.

Já as 24 concubinas eram mulheres dadas de presente ao chefe de estado pelas tribos do país. Não eram escolhidas por sua beleza, e sim pela inteligência e capacidade de manipular o vizir em favor de suas tribos. Por exemplo, quem tivesse filhos homens garantia que sua tribo não pagasse impostos.

A entrada no palácio custa 70 MAD (35 reais) e o bilhete pode ser comprado na porta do Palais Bahia. Também é possível fazer uma visita guiada, como eu fiz, em que você aprende mais sobre a história e os detalhes do palácio.

  • Bairro Judeu

Saindo do palácio, siga para a Place des Ferblantiers, centro do bairro judeu de Marrakech, também conhecido como Mellah. Construído em meados do século 16, durante o período Saadiano, funcionava como uma cidade murada dentro da cidade, que existiu até 1960. Muitos dos que viviam lá, em paz com os muçulmanos, eram judeus sefardistas, que fugiram das perseguições na Espanha e Portugal.

Saiba mais:
A história da inquisição espanhola
Como uma linguiça foi inventada para salvar judeus da inquisição portuguesa

Lá você encontra mercados típicos de artesanato, duas sinagogas (Neguidim e Alazma) e um cemitério judeu.

  • Palácio el Badi

O Palácio el Badi foi, na época de sua construção, o maior palácio do mundo islâmico. Foi inspirado pela Alhambra, na Espanha. A construção foi ordenada pelo sultão da dinastia saadiana Amade Almançor, logo que subiu ao trono, em 1578, em comemoração pela vitória em batalha contra os portugueses. As obras só foram concluídas em 1603, ano em que o sultão morreu.

Pausa para história: Nessa batalha que os portugueses travaram contra o sultão marroquino, o monarca de Portugal, o jovem Dom Sebastião, desapareceu. É provável que ele tenha morrido, mas seu sumiço gerou uma crise sucessória e levou à perda da independência de Portugal para a Espanha. E criou um movimento messiânico chamado Sebastianimo, daqueles que acreditavam que o fervoroso rei católico voltaria como um mártir salvador. O Sebastianismo chegou até o Brasil, onde influenciou camponeses de descendência portuguesa, tanto na Guerra de Canudos, no nordeste, quanto na Guerra do Contestado, no sul.

O palácio El Badi, depois de viver dias de glória, foi despojado de sua riqueza pela dinastia seguinte, que mandou usar materiais da construção para fazer outro palácio, em Mequinez. Para vocês terem uma ideia de como o lugar era grandioso: levaram 10 anos para conseguir demolir tudo.

O Palácio El Badi é hoje um conjunto de ruínas com um amplo pátio com muros altos, jardins de laranjeiras, algumas relíquias e escavações arqueológicas. Do alto da torre, tem-se uma bela vista de Marrakesh e também das cegonhas que fizeram seus ninhos no alto dos muros.  A visita ao palácio El Badi custa 70 MAD (35 reais)

  • Jardim Majorelle e Museu YSL

Deixe a tarde livre para conhecer o Jardim Majorelle, uma das atrações mais visitadas de Marrakech. A visita ao jardim também pode ser acompanhada do passeio ao Museu Berbere e ao Museu Yves Saint LaurentÉ uma boa deixar para visitar a partir das 14h, porque as manhãs são mais cheias de visitantes.

Os jardins foram um trabalho de 40 anos do pintor francês Jacques Majorelle, que construiu duas casas e um jardim combinando as plantas com espelhos d’água e cores azul índigo e amarelo. Hoje, além de todo o espaço dos jardins, o visitante também tem acesso a um restaurante e a uma pequena galeria e loja da marca YSL.

O jardim foi aberto ao público pela primeira vez em 1947, mas, com a morte do pintor, foi abandonado. Em 1966, o estilista francês Yves Saint Laurent e seu companheiro Pierre Bergé visitaram pela primeira vez o espaço e se encantaram. Em 1980, o casal comprou o jardim para salvar o espaço de ser demolido. Eles decidiram viver na casa construída pelo pintor e fizeram um trabalho de restauração do espaço.

O antigo estúdio do pintor foi transformado em um museu dedicado à cultura bérbere, com a coleção pessoal de peças colecionadas de Saint Laurent e Bergé. Você encontra peças da vida doméstica, trabalho, ornamentos, joias, roupas e acessórios, que mostram mais sobre o estilo de vida e artes do povo berber.

Próximo ao Jardim também fica o moderno Museu Yves Saint Laurent, que conta com uma coleção completa, que vai das peças de roupa e acessórios criados pelo estilista, a artes gráficas e pinturas. O espaço também abriga exposições temporárias de artistas contemporâneos.

A entrada no Jardim Majorelle custa 70 MAD; no Museu Berber, 30 MAD; e no Museu YSL 100 MAD. Se você quiser visitar os três, é possível comprar o bilhete combinado (200 MAD ou 100 reais) no site oficial.

  • Hammam

No início da noite você pode experimentar um hammam, spa marroquino, onde terá seu corpo banhando, esfoliado e massageado com óleo de argan, numa experiência que todo mundo promete ser relaxante e excelente para a pele.

Quer saber mais sobre o óleo de argan? Então leia nosso texto sobre o ouro líquido do Marrocos

Existem diversas opções de hammams em Marrakech, com diferentes preços e níveis de limpeza e luxo. A opção mais barata, mas ainda assim com um excelente custo/benefício em termos de limpeza e cuidados com os clientes, é o Hammam Ziani, que fica pertinho do Palácio Bahia. A experiência custa 250 dirhams (125 reais) e o lugar foi aprovado por pessoas que estavam na mesma excursão que eu.

Para quem quer ter uma experiência mais luxuosa, o valor fica entre 600 e 1000 dirhans. O Le Bains de Marrakech e Hamman Rosa Bonheur foram indicados pelo meu guia. É necessário fazer reserva.

Marrakech: roteiro de 3 dias

  • Tumbas Saadianas

As Tumbas Saadianas são um mausoléu construído no século 16 pelo sultão saadiano Al Mansour para si próprio e sua família. O lugar é famoso pela beleza e riqueza de detalhes em mármore e ouro, principalmente a câmara das 12 colunas, onde o sultão foi sepultado.

As tumbas foram saqueadas e completamente isoladas da população por grandes muralhas algumas décadas depois da morte de Al Mansour, por um governante de uma dinastia rival. O espaço ficou esquecido do público por quase dois séculos, até que, em 1917, os franceses o reencontraram e reabriram para visitação.

O lugar não é muito grande e são muitos os visitantes. Para evitar as multidões, o ideal é ir logo que a atração abre, às 9h, ou depois do almoço, entre 14h e 15h.

  • Bab Agnaou e Bairro Kasbah

O Kasbah é um dos bairros históricos da Medina, um lugar fortificado onde viviam os funcionários do palácio real. É nesse bairro que estão o Palácio el Badi e as Tumbas Saadianas.

Ao circular por ali, não deixe de passar pela Mesquita Moulay el Yazid, também conhecida como Mesquita Kasbah, um dos cartões-postais da cidade. E pelo Bab Agnaou, um dos 19 portões históricos para entrar na cidade antiga.

  • Aula de Culinária

Uma experiências que eu mais gostei de ter na minha viagem foi uma aula de culinária com uma família marroquina (texto completo aqui). Tanto que organizei meu roteiro de forma que eu pudesse dedicar quase o dia (das 10h às 16h) todo a essa atividade, que me levou para fora da Medina, num bairro residencial e nada turístico. Tive a chance de comprar os ingredientes num mercado de rua, aprender duas receitas e comer com a família que me ensinou.

Mesmo que você não tenha o dia todo, pode aproveitar para fazer alguma aula mais curta. Veja aqui opções disponíveis:

  • Outras ideias de atividades e atrações em Marrakech

Se você não quiser aprender a cozinhar, não se preocupe, ainda há atrações de Marrakech:

1. Você pode visitar um dos diversos museus históricos/artísticos da cidade, como o Museu de Marrakech ou o Museu Dar Si Said, ambos em antigos palácios.

2. Explorar outros complexos artesanais e mercados, como o Ensemble Artisinal Marrakech, ou algum Ervanário, para comprar óleos essenciais e outros produtos típicos.

3. Voltar a passear nos mercados e nos souks com mais calma, para testar sua capacidade de barganha.

4. Conhecer a região fora da Medina, construída pelos franceses. Os bairros Gueliz e o Hivernage, onde você encontra avenidas largas, grafite e prédios bonitos como a Estação de Trem de Marrakech, que mistura a arquitetura tradicional com avant-garde. Também é nesses bairros que acontece a vida noturna da cidade, para além da praça Jemma El Fna.

5. Visitar um ou vários dos outros jardins da cidade, como o Le Jardin Secret, que fica na região dos Souks; os Jardins de Menara, perto do aeroporto; ou o Ciber Park, perto da Mesquita Cutobia.

Onde comer em Marrakech, Marrocos: dicas de restaurantes

Segue a lista de restaurantes que mais amei durante a minha viagem. Se você quer ter uma ideia do que vai encontrar em Marrakech em termos gastronômicos, pode dar uma lida no post sobre os pratos mais tradicionais da comida marroquina.

Todos os restaurantes indicados têm preços médios de 80 a 100 dirhams por pessoa. A barraca da Aicha, como é comida de rua, sai mais barato: dá mais ou menos uns 50 a 70 MAD.

  • La Cantine des Gazelles

O restaurante tem a tradicional comida marroquina com toques modernos e franceses. É um dos mais disputados da cidade e um excelente lugar para comer se você já se cansou do combo tagine e couscous, mas não quer abrir mão dos sabores locais. Experimente o queijo de cabra com hortelã e salada (foto acima). O sanduíche de kebab e o gratinado de berinjela também são deliciosos.

Endereço: La Cantine des Gazelles, Medina de Marrakech (link para o Google Maps)

  • Fine Mama

Outro restaurante que mistura bem as opções tradicionais e toques mais diferentes, só que mais voltados para comida de outros países árabes, como Turquia. Não deixe de provar o briwat de queijo. A pastilla deles foi o melhor que experimentamos na viagem.

Endereço: Fine Mama, 89 Passage Prince Moulay Rachid

  • A. Montana

Esse é daqueles restaurantes para se ter a experiência mais tradicional da culinária marroquina. O A. Montana fica num riad, com um belo jardim no meio e pequenas salas decoradas de forma tradicional. Eu comi o tagine de frango com ameixa seca e amêndoas e também provei o couscous com cordeiro que minhas colegas pediram. Tudo uma delícia.

Endereço: A. Montana, 60 Derb Jdid

  • Aicha – Barraca nº1

Por fim, uma opção de comida de rua, que foi muito indicada por várias pessoas. A barraca nº1, da Aicha, é montada todas as noites na praça Jemma El Fna. Na Aicha você vai encontrar boas opções de brochetes (espetinhos) e outras comidinhas fáceis, gostosas e baratas.

Endereço: Aicha, Praça Jemma El Fna, N1

Dicas de Hotéis em Marrakech

Veja abaixo os hotéis onde nos hospedamos durante nossa viagem pelo Marrocos. Também recomendamos que você leia nosso post com todas as dicas de hospedagem em Marrakech, bairro a bairro.

  • Riad Dar el Masa

O adorável Riad Dar el Masa conta com tudo que se espera de um pequeno palácio como hospedagem: um belo pátio interno com piscina, quartos com decoração tradicional e camas confortáveis, um terraço com vista para a cidade. O café da manhã é servido numa grande mesa coletiva, com os principais produtos marroquinos. As diárias custam a partir de R$390,00 e tem nota 9.3.

  • Bed Square

Na minha última noite em Marrakech decidi experimentar algo diferente para contar para vocês: um riad transformado em hostel, também com direito a pátio interno e terraço. O Bed Square é um hostel com decoração tradicional e moderna ao mesmo tempo. Bastante espaçoso e agradável, foi o lugar onde consegui a melhor wifi de toda minha viagem. As camas nos dormitórios têm aquela cortininha que dá mais privacidade. Excelente café da manhã. Diárias a partir de R$50 e nota 9,1.

Veja a disponibilidade do Bed Square para sua viagem

Além das duas opções que experimentei, há várias centenas de riads de todos os tipos em Marrakech, incluindo opções mais luxuosas e prontas para uma bela foto no Instagram, como o Riad Touda (nota 9,5, diárias a partir de R$570,00) ou o Riad Les Nuits de Marrakech (nota 9,9 e diárias a partir de R$740,00).

Como se locomover em Marrakech

Saiba como se locomover dentro e fora da Medina, além de como ir do aeroporto para o centro de Marrakech.

Dentro da Medina

Dentro da Medina de Marrakech não circulam carros, somente motos, gente e bicicleta. Isso significa que, uma vez lá, você terá que se deslocar a pé até o seu hotel. A praça Jemma El Fna é o ponto de parada de táxis e ônibus e há também praças pequenas internas, onde vans particulares se encontram.

Lembre-se, a Medina é um verdadeiro labirinto e é essencial que você tenha um aplicativo de mapa em tempo real, como Google Maps ou Maps.Me.

Como ir do aeroporto até o centro

O Aeroporto Marrakech-Menara (RAK) é moderno e bastante bonito. Recebe voos de diversas empresas aéreas mundiais, incluindo a Royal Maroc, Iberia e TAP, que fazem os trajetos Rio – Marrakech e SP – Marrakech. Além disso, a low cost Ryanair também tem um voo para Marrakech.

Na minha viagem, a passagem de ida e volta custou apenas 72 euros (cerca de R$300) pela Ryanair, que costuma ter boas tarifas saindo da Espanha e Portugal. O aeroporto fica na parte nova da cidade, a cerca de 6 quilômetros do centro, na praça Jemma El Fna, uma viagem que leva de 15 a 30 minutos, dependendo do trânsito.

As linhas de ônibus L11, 12 (parada Koutoubia) e 22, 33 (parada Sidi Mimoun) saem da porta do Aeroporto e vão até o centro da cidade. O bilhete do ônibus custa 4 dirham (R$1,75). Os ônibus em Marrakech são relativamente novos e seguros. Se você não for chegar tarde da noite, essa é uma excelente opção.

Outra opção é contratar um táxi, mas nesse caso será preciso negociar o preço. O valor justo pela corrida é em torno de 70 MAD (R$30), no entanto, pode ser difícil chegar nesse valor com os taxistas. É provável que te cobrem o dobro disso, pelo menos.

Se você estiver num grupo maior, negociar não for seu forte e você não estiver disposto a ir de ônibus, a melhor ideia é contratar um transfer. O serviço privado vai te esperar com seu nome na porta do aeroporto e te acompanhará até a porta do seu Riad (hotel), o que é uma grande facilidade para quem acabou de chegar e não quer se perder na Medina com mala. Custa a partir 150 MAD (R$65) para 4 pessoas. Faça uma cotação do serviço aqui.

Da Medina para outras partes da cidade

Para ir da Medina para outros pontos da cidade, como o Jardim Majorelle, a estação de trem de Marrakech ou algum outro lugar que você quiser, há sempre três opções:

  • Ir a pé, tendo em vista que Marrakech é completamente plana.
  • Ir de ônibus: o Google Maps, na função de “direções”, te mostra as linhas de ônibus que você pode pegar. Os ônibus custam 4 MAD. Uma dica boa é confirmar com quem estiver no ponto se aquele é o ônibus correto e também dizer para o motorista onde pretende descer.
  • Ir de táxi, o que mais uma vez envolve negociação. Em geral, uma corrida de táxi num preço justo deve custar 50 MAD no total ou 10/15 dirhams por pessoa.
  • Ir de bicicleta ou moto, mas lembre-se que isso envolve se arriscar num trânsito bastante caótico.

Dicas de viagem práticas para Marrakech, Marrocos

Respondendo as dúvidas mais frequentes de quem viaja para o Marrocos.

Onde trocar dinheiro com a melhor cotação?

Não vale a pena levar reais para trocar no Marrocos. O ideal é que você leve euros, que é a melhor moeda para trocar por lá. Muitos estabelecimentos também aceitam euros como pagamento, o que pode facilitar sua vida em algum momento. A cotação, em janeiro de 2020, é em torno de 1€ para 11 MAD.

Se você for passar os primeiros dias no Marrocos em Marrakech, troque no aeroporto só o mínimo necessário para transporte e uma refeição, mas lembre-se que as casas de câmbio na cidade estarão fechadas depois das 22h.

Durante o dia, vá a uma casa de câmbio sem nome que fica na praça Jemma El Fna, na rua Bani Marine, logo atrás dos Correios (link para a localização). Lá tem a melhor cotação da cidade.

Se você chegar em Marrakech tarde ou no dia seguinte já for seguir viagem para outra parte do país, vale a pena trocar tudo no aeroporto, porque não é tão fácil trocar dinheiro no interior e você vai acabar gastando mais tendo que pagar coisas em euros.

Chip de Celular em Marrakech: onde comprar?

Uma triste descoberta que tive na minha viagem é que o wifi no Marrocos é bastante ruim. Mesmo ficando em bons hotéis e indo a restaurantes legais, o sinal estava sempre fraco e/ou inexistente. Logo, se você quiser usar redes sociais, Whatsapp e principalmente o Google Maps (ou outro aplicativo de mapa em tempo real), é necessário comprar um chip de celular. Nesse caso, há duas opções:

  1. Comprar um chip ainda no Brasil, pela internet. Foi o que uma colega na minha excursão fez. Sai um pouco mais caro, mas te dá a segurança de ter rede o tempo inteiro e evita o perrengue que eu passei.
  2. Deixar para comprar o chip no Marrocos, que foi o que eu fiz. No aeroporto algumas empresas oferecem o chip, mas bem caro, por 30 euros. Eu preferi tentar comprar num dos quiosques na rua, que oferecem o plano de dados da Maroc Telecom. Saiu por 50 dirhams (25 reais), com 5GB. O problema: a instalação é toda em árabe. Não fosse uma boa dose de mímica e mal-entendidos com o pessoal do hotel, eu não teria conseguido instalar.

É necessário contratar um guia em Marrakech?

É perfeitamente possível visitar Marrakech por conta própria. No entanto, eu recomendo fortemente contratar um guia pelo menos por algumas horas, tanto para aprender mais sobre a cidade, quanto para entender melhor o funcionamento da Medina e dos Souks.

Quer ir de Marrakech para outros cantos do Marrocos? Leia sobre o passeio de uma noite no deserto do saara 

Eu fiz um passeio guiado de 4 horas com um guia que era historiador e foi uma das melhores experiências da viagem. Ele nos explicou a diferença dos mercados comerciais para os souks tradicionais, nos ensinou pontos de referência para não ficarmos perdidos nos labirintos, lojas e tendas de artesãos tradicionais e produtos autênticos, e vários detalhes sobre a arte, cultura e arquitetura dos pontos turísticos de Marrakech. Veja opções:

Um guia, principalmente nos souks, vai te proteger de possíveis golpes e tentativas de extorsão, o que pode acontecer tanto com homens quanto como mulheres.

Marrakech: é seguro viajar sozinha?

Apesar de ter ido ao Marrocos numa excursão, passei dois dias em Marrakech sozinha ou acompanhada de outras mulheres. O Marrocos é considerado um país seguro e Marrakech, por ser uma cidade muito turística, é bem mais tranquila do que Fez e Casablanca. Minha experiência foi bastante positiva: andei sozinha, peguei ônibus sozinha, fiquei uma noite num hostel por minha conta e em nenhuma dessas situações me senti ameaçada ou assediada de forma muito desagradável.

A principal dica é ignorar os vendedores chatos e seguir em frente sem olhar para eles. Pelo que me explicaram e observei do comportamento das mulheres de lá, elas não ficam conversando com homens desconhecidos, então não se sinta na obrigação de dar papo para algum deles se não estiver confortável com a situação.

Quer saber mais? Leia nosso guia completo com 20 dicas para mulheres no Marrocos

Melhor seguro viagem para o Marrocos (e com desconto)

Não vale a pena ir ao Marrocos sem um bom seguro de viagem. O principal risco que os viajantes correm é ter algum problema estomacal por causa da comida. A gastronomia marroquina é bem diferente e bastante condimentada, o que pode causar diarreia. Se você for fazer um passeio no deserto, também pode ser necessário contratar um seguro que cubra prática de esportes.

O lado bom é que, como é um país barato, o seguro viagem também não sai caro: Fazendo uma busca online, para uma viagem de uma semana pelo Marrocos, a seguradora que encontramos com o melhor custo/benefício foi a Travel Ace, com o plano TA 40 Especial – com cobertura de 40 mil dólares para despesas médicas e de 1200 dólares para a bagagem – por apenas 80 reais, fora o nosso desconto para leitores.

Seguro Viagem:
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*Valor referente a 7 dias de viagem.

Onde fica Marrakech e 5 curiosidades sobre a cidade

1. Marrakech, no Marrocos, fica num oásis entre a cadeia de montanha Atlas, o deserto do Saara e próxima ao mar Mediterrâneo. Também conhecida como Marraquexe, é a quarta maior cidade do Marrocos (atrás de Casablanca, Fez e Tânger) e também uma das quatro cidades imperiais do país, junto com Fez, Mequinez e Rabat – essa última a atual capital do Marrocos.

2. A região onde fica Marrakech já é habitada desde o neolítico por povos bérberes, nômades nativos do norte da África. A cidade imperial foi fundada em 1071, pela dinastia Almoravid, e seguiu como capital desses reis por dois séculos. Depois disso, também voltou a ser capital durante o governo da importante dinastia Saadiana, no século 16. Por isso, você encontra lá um conjunto de palácios, tumbas e mesquitas reais a serem visitados, todos com um estilo único, pois combinam influências árabes, berberes e espanholas.

3. A antiga Medina de Marrakech, ou seja, seu centro histórico fortificado, é o coração da cidade. Segundo o guia que nos acompanhou, uma medina sempre tem um centro religioso (a mesquita), um centro comercial (os souks), um centro residencial, uma muralha que a circunda e cemitérios. Durante cerca de mil anos, de 1060 a 1912, não existia nenhuma construção fora da Medina. Foi só quando o país foi dominado pelos franceses que ocorreu a expansão de Marrakech para além das muralhas.

4. Por estar localizada num oásis, Marrakech tem bastante água. Até o final do século 19, antes da dominação francesa, a cidade tinha 70 metros quadrados de jardins por pessoa. E não se espante de ver muitas árvores frutíferas. A árvore de laranja amarga é considerada símbolo da cidade.

5. Marrakech também é chamada de “cidade vermelha”, porque todos os prédios por lá têm a mesma cor terrosa. Além disso, você não encontrará arranha-céus. Reza a lenda que ninguém pode construir nenhum prédio que seja mais alto que o coqueiro mais alto. Brincadeira ou não, a prefeitura controla a altura das construções.

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Luiza Antunes

Luiza Antunes é jornalista e escritora de viagens. É autora de mais de 800 artigos e reportagens sobre Viagem e Turismo. Estudou sobre Turismo Sustentável num Mestrado em Inovação Social em Portugal Atualmente mora na Inglaterra, quando não está viajando. Já teve casa nos Estados Unidos, Índia, Portugal e Alemanha, e já visitou mais de 50 países pelo mundo afora. Siga minhas viagens em @afluiza no Instagram.

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  • Olá! Estou indo a Marrakech semana que vem e adorei seu texto. Teria indicação de um guia para a Medina? Muito obrigado, um abraço

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Luiza Antunes

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