Beijos para quem começou a escrever este post, mas parou tudo para ler coisas sobre Paris e gastou as últimas duas horas fazendo isso. Antes que eu continue meu mimimi – eu quero voltar para Paris – melhor recuperar o rumo e começar a falar do bairro que nos hospedou durante a nossa estadia na capital francesa: o famoso, o boêmio, o legendário Montmartre.
Confesso que a escolha foi pura e simplesmente pelo preço do hostel. Mas, no final das contas, a localização nos caiu muito bem. Conseguimos ir andando dali para, tipo assim, toda a cidade. Quando digo isso, falo sério, a gente realmente andou toda a cidade e até teve que entrar numa farmácia e comprar um “gelol”, fazendo mímicas, porque graças a essas andanças ganhei o apelido carinhoso de Luiza-pés-doendo.
O bairro fica numa colina em Paris, no 18th arrondissement. Lá pelo século 16, era parte da estratégia de guerra, por ser o único ponto alto da cidade. Nos séculos 18 e 19, foi tomado por ciganos. Em 1814 (aposto que vocês não sabiam) o bairro foi invadido pela Rússia, na Batalha de Paris. Assim como o Henrique IV, séculos atrás, os russos usaram o morro como estratégia de artilharia contra a cidade.
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Mas nem só de guerra viveu o Montmartre. Aliás, a parte mais interessante de sua história vem dos tempos de paz. Acontece que durante todo esse passado mencionado, o Montmartre não era considerado parte de Paris e com isso, não tinha os impostos da cidade.
Com uma produção de vinho considerável (as freiras e padres produziam ali) o lugar ficou popular entre os beberrões. Entre o final do século 19 e início do século 20, foi se tornando um famoso ponto de diversão, digamos, adulta. Hoje resta somente uma dessas vinícolas.
Napoleão III, com seus planos de embelezamento urbano (que deram certo, não podemos negar), transformou Montmartre em parte de Paris em 1860 e ainda contribuiu para um de seus principais pontos turísticos: a construção da Basílica de Sacre Coeur, no topo do morro.
Como boemia e arte parecem combinar e Paris é sem dúvida uma excelente fonte de inspiração, grandes artists da época viveram e trabalharam em Montmartre. Grandes mesmo, tipo Picasso, Van Gogh, Matisse, Renoir, Degas, Dali, etc, etc, etc.
E agora você vai me dizer: mas eu já sabia disso! Eu vi naquele filme: Meia-Noite em Paris! Pois é minha gente, o Woody Allen capturou bem o espírito de Montmartre durante a Belle Époque nesse filme, mostrando os artistas e intelectuais que rondavam por ali na época. Tem uma cena em que o Gil (Owen Wilson) se encontra com a Adriana (Marion Cotillard) bem ali, na escadinha da Sacre Coeur, na Rue du Chevalier de la Barre.
Aliás, o cinema continuamente nos apresenta a Montmartre. Se você for ao Café des Deux Moulins, vai se deparar com um ambiente muito familiar. Pelo menos para quem já viu O Fabuloso Destino de Amelie Poulain. A protagonista do filme trabalhava nesse exato lugar, que fica na Rue Lepic. Os filmes Moulin Rouge (tanto o de 2001 quanto o de 1954), também se passam no bairro – apesar da casa noturna que atualmente tem esse nome ficar em Pigalle, um bairro ao lado.
Outros filmes que têm cenas em Montmartre: Um hino ao amor, Identidade Bourne, Sabrina, Cinderela em Paris, Todos dizem eu te amo, O Albergue Espanhol e Sinfonia de Paris.
Por fim, com a minha pesquisa para esse post acabei descobrindo que está rolando lá em Paris, até o dia 15 de dezembro, uma exposição chamada “Paris vista por Hollywood”. A mostra aborda como o cinema dos EUA representou a capital francesa ao longo do século.
Como infelizmente não posso ir lá ver (e nem boa parte de vocês, leitores), deixo aqui o vídeo da mostra, que reúne alguns dos filmes mais representativos sobre a cidade. Ah, como nesse período eles estimaram que cerca de 800 filmes foram filmados em Paris, eles fizeram uma lista dos 100 mais relevantes. Confere aí!
Bande-annonce de l’exposition “Paris vu par Hollywood” from Reciproque on Vimeo.
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Gostaria de saber o endereco Da pequena I igreja ortodoxa russa Situada no bairro onde vivem muitos ruas Sb
De fato Montmarte é um charme! Como toda a cidade! E há quem diga que não gostou de Paris. Eu amei!!!