É verdade que já completei dez anos do meu primeiro beijo gay, como contei aqui, na primeira coluna de 2018. Mas a assimilação da cultura LGBTQI+ e a sensação de ser parte de uma comunidade levou muito mais tempo para acontecer. Tanto é que ainda me pego descobrindo desdobramentos que eu não conhecia. Quando escrevi essa coluna sobre lugares de memória e resistência homoafetiva, recebi o recado de um amigo querido: “epa, está faltando coisa aí!”. E bem no meu quintal, que ironia.
Ele estava falando do Museu da Diversidade Sexual, aqui em São Paulo, onde moro. Já tinha ouvido falar, mas não conhecia mesmo. E olha que nem é novidade. Segundo Paola Xavier, do Núcleo de Ação Cultural do museu, ele foi criado em 2012, com apoio da Secretaria de Cultura do Estado de São Paulo, para atender a uma demanda antiga da comunidade.
Fica dentro da estação República da linha vermelha do metrô, perto do Largo do Arouche, um conhecido ponto LGBTQI+ da cidade. Talvez você também já tenha passado por ali sem notar, mas em 2017 quase 25 mil pessoas visitaram as exposições gratuitas.
Em uma terça-feira à tarde, dois grupinhos papeavam sobre assuntos interessantes como educação para a sexualidade e o teatro como meio de libertação. Assim já dá para sentir o clima de acolhimento e reflexão a que se propõe o local. “Nosso principal objetivo é preservar o patrimônio sócio-político e cultural da comunidade LGBT brasileira por meio da pesquisa, e contribuir para a educação e promoção da cidadania e dos direitos humanos”, afirma Paola.
A exposição “Tarja Preta”, em cartaz até 5 de maio, revela imagens da fervilhante cena gay, trans, travesti e drag de São Paulo em cinco décadas passadas. As fotografias de Vania Toledo resgatam nomes que não são mais tão lembrados pelas novas gerações, como da ativista Brenda Lee. Espaços de resistência que não existem mais, como o clube Medieval e o icônico Madame Satã, também estão representados nos cliques. Retratos de estilistas, artistas e até personalidades mais recentes como a cartunista Laerte Coutinho trazem a mostra ao presente.
Além das exposições, Paola conta que o MDS tem ações culturais e educativas como saraus, palestras, publicações editoriais e não apenas na cidade de São Paulo, mas em todo o estado. É só ficar de olho na programação do site e nas redes sociais: facebook.com/museudadiversidadeoficial. Nunca é tarde para aprender mais um pouquinho.
O Museu funciona de terça a domingo, de 10h às 18h, e fica na Estação República do metrô, atrás da bilheteria. A entrada é gratuita.
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