Como é o Museu da Ferrari em Maranello, na Itália

Com apenas 17 mil moradores, todos os dias Maranello vê sua população aumentar por causa do turismo: pelo menos 200 mil viajantes passam por essa cidade italiana a cada ano. A busca é uma só, o endereço de um certo cavalinho negro empinado. É que em Maranello fica a fábrica da Ferrari, uma das marcas mais valiosas do mundo e a maior campeã da Fórmula 1. É também ali que funciona o Museu da Ferrari, parada obrigatória para quem gosta de carros e mesmo para quem não é tão fã deles assim. Tipo eu.

Maranello fica na Emília-Romana, estado no norte da Itália. Está a apenas 25 quilômetros de Modena, terra do azeite balsâmico, do Luciano Pavarotti e do Enzo Ferrari, o fundador da escuderia italiana. Modena é uma cidade agradável, com direito a Catedral Patrimônio da Humanidade, boa gastronomia e mais alguns museus – a própria escuderia tem um segundo estabelecimento na cidade, o Museu Enzo Ferarri, do qual também falarei no texto.

E foram as atrações automobilísticas que deram para essa parte da Itália um apelido único: Motor Valley. É que por ali também nasceram marcas como Lamborghini e Maserati.

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Como chegar ao Museu da Ferrari, em Maranello

Além de Modena, a grande cidade mais próxima é Bolonha, que fica a 40 quilômetros dali. Milão está a 180 quilômetros ao norte, enquanto Florença está 130 quilômetros ao sul. Pela proximidade com outros destinos turísticos, Modena e Maranello cabem perfeitamente no esquema bate-volta, em que você passa o dia na cidade, mas retorna para dormir no local de partida.

De Bolonha para o Museu da Ferrari

Você pode ir para Modena de trem, numa viagem que dura menos de 20 minutos. Há vários horários por dia e dá para comprar o bilhete na hora, na própria estação – não esqueça de validar o ticket. Uma vez em Modena, pegue o ônibus da Ferrari para o Museu de Maranello (12 euros, ida e volta).

Os veículos passam em frente à estação de trem, mas com intervalos de 1h30. Além disso, na alta temporada podem ocorrer filas ou até faltar lugar. Nesse caso, tente pegar um ônibus urbano, que sai da rodoviária de Modena. Peça informações de horários no guichê turístico, do lado de fora da estação de trem.

Outra opção para quem está em Bolonha é pegar um ônibus da Ferrari que parte da rodoviária da cidade. Há uma saída diária, às 9h, que custa 22 euros. Mas é só ida: a volta é por sua conta, de trem. Detalhes sobre os horários dos ônibus da Ferrari aqui.

De Milão para o Museu da Ferrari

Trens te deixam em Modena em cerca de 1h30, mas nesse caso é importante comprar seus bilhetes com antecedência, já que é uma viagem interestadual. Comprando antes você garante lugar e preços mais baixos. Uma vez em Modena, pegue o transfer da Ferrari ou o ônibus rodoviário.

De Florença para o Museu da Ferrari

A viagem de trem leva cerca de 1h20, em geral com baldeação em Bolonha. Também é necessário comprar com antecedência. Não há transfers da Ferrari a partir de Florença, mas agências oferecem passeios particulares. No Get Your Guide, empresa europeia especializada em tours, há várias opções de passeios envolvendo a Ferrari, incluindo experiências completíssimas – e caras.

 

Deslocamento de carro

Por conta da dificuldade de fazer o deslocamento entre Modena e Maranello – e do alto preço do transfer da Ferrari – muita gente opta por alugar um carro para o passeio. Pode valer a pena, principalmente para quem viaja em grupo. Fique atento aos pedágios e não circule pelo centro histórico das cidades, que geralmente são aéreas de trânsito local, com multa alta para infratores. Para saber mais, leia o guia de como viajar de carro pela Itália.

Como é a visita ao Museu da Ferrari de Maranello

Pegamos o transfer na estação de trem e paramos no Museu Enzo Ferarri, o outro estabelecimento da escuderia, este no centro de Modena. Lá pagamos os bilhetes dos ônibus, compramos as entradas do Museu da Ferrari de Maranello e seguimos. Para quem gosta muito de carros, é possível visitar os dois museus, com um ticket promocional para a compra em conjunto que custa 24 euros.

Em Maranello, desembarcamos em frente ao Museu da Ferrarri. Do lado de fora, um carro de Fórmula 1 já chama atenção. Outro está pendurado na parede de dentro do edifício, ao lado da bilheteria. Cartão de visitas que deixa claro o foco do museu: a história da Ferrari nas pistas de corrida e as várias conquistas da escuderia. É que a história da empresa se confunde com a das corridas, já que Enzo Ferrari era piloto, além de mecânico.

Carros históricos da Ferrari estão no local, desde modelos dos anos 1940 até aqueles que nasceram já no século 21. Pilotos como o argentino Juan Manuel Fangio, um dos grandes mitos da F1, aparecem frequentemente, assim como nomes brasileiros que já pilotaram os carros vermelhos, tipo Rubens Barrichello. Mas o destaque mesmo fica por conta de Michael Schumacher. Além das exposições permanentes, há sempre alguma temporária, com temas variados dentro do universo da escuderia.

Há também espaço para os supercarros produzidos e comercializados pela empresa, como as legendárias F40 e F50. Sobre a primeira, a frase de Enzo Ferarri até hoje é lembrada:

“Se Deus fosse uma máquina, certamente seria uma F40.”

A F40 foi produzida entre 1987 e 1992, enquanto a F50 veio ao mundo entre 1995 e 1997. Nos dois casos, pouquíssimas unidades foram feitas: a F40 teve 1311 unidades, já sua irmã mais velha teve apenas 349, cada uma delas vendida por 669 mil dólares. Ambas alcançam 100 km/h em quatro segundos (ou menos)!

A visita ao Museu da Ferrari ocupa entre uma e duas horas da agenda, dependendo do grau de empolgação do turista. Os adicionais podem tomar mais tempo – e dinheiro. É possível pilotar uma Ferrari de F1 – calma, é num simulador. Se quiser uma experiência de F1 mais, digamos, real, há o pit-stop experience, em que você participa da troca de pneus.

Você também pode tirar uma foto dentro de um carro, fazer um tour de ônibus pela fábrica e, claro, comprar presentinhos na gift shop. O Museu da Ferrari conta ainda com um café. Por fim, é possível pilotar de verdade uma Ferarri no Circuito de Modena, uma pista de testes da empresa. Em Maranello, diversas agências oferecem a mesma experiência, muitas delas espalhadas pelos arredores do museu. No blog Cariocas pelo Mundo há um relato sobre isso.

Se você encerrar o passeio muito antes do próximo transfer, uma boa ideia é perambular por Maranello, que está repleta de monumentos em homenagem ao cavalo rampante.

Vale a pena visitar o Museu Enzo Ferarri?

O nome oficial é Museu-Casa Enzo Ferrari. Inaugurado em 2012, tem uma vantagem óbvia em relação ao Museu da Ferrari de Maranello: é muito mais fácil chegar ao Enzo Ferrarri, que fica no centro de Modena e a uma curta caminhada da estação de trem. Mas as diferenças não param por aí, já que, como o nome indica, este museu funciona na antiga residência e oficina do fundador da escuderia.

Eu não visitei o local, mas no blog Tá Indo pra Onde há uma comparação entre os dois museus. Spoiler: a instituição de Modena também é interessante e pode valer a pena para quem se interessa mais pela história, não fazendo questão de mergulhar na Fórmula 1.

Tanto o Museu da Ferarri de Maranello quanto o Museu Enzo Ferrari funcionam diariamente, exceto nos dias 25 de dezembro e 1° de janeiro. Entre novembro e março o horário de funcionamento é de 9h30 às 18h; de abril a outubro é de 9h30 às 19h. O ingresso custa 17 euros (apenas para um Museu). Ou 24 euros na compra combinada. Detalhes aqui.

Onde ficar

Como dito acima, Modena, Maranello e seus museus funcionam perfeitamente no esquema bate-volta a partir de Bolonha. Ou de pit-stop na viagem entre Milão e Florença (ou Milão e Bolonha). Mas, caso queria passar a noite na cidade para explorar as atrações com calma, opte por hospedagem no centro histórico de Modena. Separei 5 opções por ali:

Você sabia? O seguro de viagem é obrigatório para entrar na Europa e pode ser pedido na imigração. Saiba como escolher um seguro dentro das regras do Tratado de Schengen.

Seguro Viagem:
Europa
Intermac I60 Inter (exceto EUA) +Covid-19
Assistência médica USD 60.000
Bagagem extraviada USD 750 (SUPLEMENTAR)
*Valor referente a 7 dias de viagem.
AC 35 EUROPA (Exceto EUA) COVID-19
Assistência médica EUR 35.000
Bagagem extraviada EUR 1.200
*Valor referente a 7 dias de viagem.
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Rafael Sette Câmara

Sou de Belo Horizonte e cursei Comunicação Social na UFMG. Jornalista, trabalhei em alguns dos principais veículos de comunicação do Brasil, como TV Globo e Editora Abril. Sou cofundador do site 360meridianos e aqui escrevo sobre viagem e turismo desde 2011. Pelo 360, organizei o projeto Origens BR, uma expedição por sítios arqueológicos brasileiros e que virou uma série de reportagens, vídeos no YouTube e também no Travel Box Brazil, canal de TV por assinatura. Dentro do projeto Grandes Viajantes, editei obras raras de literatura de viagem, incluindo livros de Machado de Assis, Mário de Andrade e Júlia Lopes de Almeida. Na literatura, você me encontra nas coletâneas "Micros, Uai" e "Micros-Beagá", da Editora Pangeia; "Crônicas da Quarentena", do Clube de Autores; e "Encontros", livro de crônicas do 360meridianos. Em 2023, publiquei meu primeiro romance, a obra "Dos que vão morrer, aos mortos", da Editora Urutau. Além do 360, também sou cofundador do Onde Comer e Beber, focado em gastronomia, e do Movimento BH a Pé, projeto cultural que organiza caminhadas literárias e lúdicas por Belo Horizonte.

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