A ilha de Nisyros (ou Nísiros), na Grécia é bem pequena. Fica perto da costa da Turquia, no conjunto de ilhas gregas chamado de Dodecaneso, onde também estão Rhodes e Cós. Seus quase mil habitantes vivem de turismo e comércio.
Nesse texto você descobre o que fazer em Nísiros tendo como guia uma grega nascida e criada na Ilha.
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Para quem visita Nisyros num bate-volta como o meu, mas não tem a Matina como amiga, normalmente as agências de Kos e Kardamena incluem o trajeto de barco, além de um ônibus para levar até a caldeira do vulcão e permitem um tempo para visitar as vilas de Mandraki e Nikia.
Selecionamos abaixo os passeios com melhores reviews e bom custo-benefício:
Para quem vai ficar mais tempo, basta comprar a ferry só de ida, partindo de Cós, Kardamena ou Rhodes.
Para se locomover em Nisyros será necessário alugar um carro ou moto – o principal meio de transporte dos moradores locais. Veja aqui dicas de como alugar carro na Europa.
Se você, como eu, sentiu vontade de ficar em Nisyros mais tempo, é possível ver todas as opções hospedagem aqui.
Na garupa da moto, eu tentava ouvir o que a Matina dizia junto com o vento que zunia em meus ouvidos. De um lado da estrada, a vista para o mar Egeu. Do outro, a paisagem misturava montanhas e construções humanas.
“Está vendo esses degraus na montanha?” perguntou Matina, em seu português quase perfeito. “Antigamente eram utilizados para agricultura. Mas foram abandonados, acho que no tempo da minha avó. Hoje em dia, nada é produzido em Nisyros”.
Eu conheci a Matina no primeiro semestre do meu mestrado em Coimbra. Dividimos a mesma casa e nos tornamos daquelas amigas que se vêem quando uma viagem permite. A primeira vez que visitei ela foi em 2015, no seu apartamento para estudantes em Atenas. No verão de 2018, estive finalmente na ilha onde ela nasceu e cresceu.
Quando eu desembarquei em Nysiros, Matina estava recebendo alguns turistas no AirBnB que ela e a família gerenciam durante o verão.
Então, eu e meu namorado aproveitamos para nos livrarmos do grande grupo de turistas que seguiriam de ônibus e fomos explorar a vila de Mandraki, a maior cidade da ilha.
Vila de Mandraki
Encantada com o charme e o clima agradável de Mandraki, desejei ter mais tempo para ficar ali do que as poucas horas que o passeio permitiria.
Cruzamos ruelas e becos, subimos e descemos morros e fomos parar num pequeno café fora do centro, ao pé de um enorme morro, onde, no topo, está o Mosteiro Santo de Panagia Spiliani.
Mandei uma mensagem para Matina avisando que íamos esperá-la ali. Ela respondeu imediatamente, confirmando minha suspeita de que todas as pessoas naquela ilha se conheciam: “Sei onde é! É o café do meu padrinho”.
Depois do reencontro, abraços e troca de histórias sobre como ia a vida, Matina e sua irmã, Panagiota, discutiram por alguns momentos como fariam para nos mostrar a Nisyros em tão pouco tempo.
Lembraram-se do primo que tinha comprado uma moto nova. O tal primo era um menino de 13 anos. Motos em ilhas como essa são o principal meio de transporte, não importa a idade das pessoas.
Seguimos assim, na garupa das motos, montanha acima e depois montanha abaixo, em direção à grande atração da ilha: a cratera do vulcão de Nísiros.
O Vulcão de Nisyros, Grécia
Geograficamente, basta dar uma olhada no mapa do Google para perceber que Nisyros inteira é um vulcão. Esse é um dos vulcões mais “jovens” da Europa, com não mais do que 150 mil anos.
Pequenas erupções fizeram com que seu cone emergisse 800 metros acima do nível do mar, formando a circunferência que a ilha tem hoje. Duas grandes erupções, há 55 e 45 mil anos, destruíram a parte central do vulcão e criaram a grande cratera, hoje conhecida como Cratera de Nisyros, com 4 km de diâmetro.
Apesar da última grande erupção ter acontecido há milhares de anos, o vulcão segue em atividade. Pequenas erupções causadas por terremotos e atividades hidrotermais criaram novas caldeiras. A maior delas, Stefanos, é a mais visitada.
Enquanto descíamos, Matina nos apontou detalhes como o cheiro característico de enxofre ou as cores curiosas dos minerais.
Chegando na caldeira de fato, nos alertou para não caminharmos muito por ali, tendo em vista que o solo era bastante instável: “uma amiga minha afundou o pé numa poça de água fervendo uma vez” foi susto o suficiente para nós não nos aventurarmos muito.
Eu já havia visitado áreas de atividade vulcânica antes, nos Açores, em Portugal e em Tongariro, na Nova Zelândia. Mas em Nisyros foi a primeira vez que, além de ver poças de água borbulhantes, me encontrei dentro de uma caldeira.
Vila de Emporios
Depois de ter visitado o vulcão, seguimos nosso passeio na garupa até outra vila de Nisyros, Emporios. Ali também tinha bastante história.
Fora abandonada por muitos anos, por estar no topo da montanha, meio isolada. Porém, um movimento relativamente recente de artistas mudou os rumos da vila. Hoje, muitas casas antigas foram recuperadas e reformadas por arquitetos renomados.
Do alto, a vista do mar e do vulcão é panorâmica e de tirar o fôlego. Ali, contou Matina, acontecem festivais de cinema e arte. E é onde o festival tradicional da ilha ocorre, na noite do dia 21 de agosto.
Praia Paralia Chochlaki
Terminamos o passeio na única praia de Nisyros, a Paralia Chochlaki, cercada de pedras, formada com areia preta e com um mar mais bravo do que costuma-se ver nas praias gregas.
Nossa ferry partiu às 16h de volta para Cós e eu deixei Nisyros para trás com a sensação de que merecia ter passado mais tempo descansando naquela ilha-vulcão, cuja energia e tranquilidade são inspiradoras.
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