O que fazer em Aracaju: roteiro de 1, 2, 3 e 4 dias

O que fazer em Aracaju? A resposta tem praia, centro histórico, bons restaurantes e um monte de atrações nos arredores.

A capital de Sergipe rende facilmente três ou quatro dias de viagem, mas basta dar uma esticada para outros lugares – tipo o Cânion do Xingó – para uma semana ser o período de tempo aconselhável para conhecer tudo com calma.

Neste texto, focaremos nos pontos de interesse e no que fazer em Aracaju, mas não deixe de ler nosso guia com todas as dicas para conhecer o Xingó e também o texto em que explicamos, passo a passo, como montar um roteiro de viagem pelo nordeste.

O que fazer em Aracaju: dicas básicas

Quando ir a Aracaju

O período de chuvas em Aracaju vai de março a julho, sendo os meses de maio e junho os mais molhados. De setembro a fevereiro chove pouco e a praia é quase garantida.

A temperatura varia pouco ao longo do ano, sendo que a mínima fica em torno dos 23°C e a média da máxima é 28°C, mas não é raro que no verão os termômetros cheguem aos 35°C.

O calendário da cidade é marcado por dois grandes eventos. O Forró Caju chega a reunir um milhão de pessoas e ocorre em junho, enquanto o Précaju costuma ser em janeiro, o carnaval antecipado mais importante do Sergipe.

Se viajar nessas datas, lembre-se de reservar sua hospedagem com antecedência.

Orla do Atalaia: O que fazer, onde ficar e comer

Tudo acontece da Orla da Atalaia, um calçadão repleto de pistas de caminhada, quadras esportivas e, claro, o letreiro “Eu amo Aracaju”, uma tradição em cidades mundo afora e que virou um dos pontos favoritos dos turistas. Por ali também estão os Arcos da Atalaia, outro cartão-postal da cidade.

Projeto Tamar em Aracaju

Vale reservar algumas horas para conhecer a sede do Projeto Tamar e o Oceanário de Aracaju, que funcionam de terça a domigo e feriados – das 10h às 17h. A entrada custa R$36. Estudantes, crianças e idosos pagam meia.

O projeto monitora 150km de praias e protege quase 8.000 desovas e 600 mil filhotes, a cada temporada reprodutiva das tartarugas marinhas. A gente teve a oportunidade de acompanhar a desova de uma ninhada da espécie oliva, que corresponde a cerca de 80% das que nascem por lá. Essa é a menor espécie entre as tartarugas marinhas que ocorrem no Brasil.

Periodicamente há a soltura dos filhotes de tartarugas que nasceram no projeto e o evento é aberto à visitação. Se você der sorte, pode acompanhar uma das atividades mais legais que há por lá, é só ficar de olho na agenda do projeto.

Passarela do Caranguejo em Aracaju

Na Atalaia ficam também alguns dos melhores restaurantes da cidade. E o trecho em que muitos deles se concentram tem até nome: Passarela do Caranguejo, como anuncia um crustáceo gigante no meio da avenida.

Por conta disso, pode ter certeza que o melhor lugar para se hospedar em Aracaju é na Orla do Atalaia. Por ali, testei os quartos privativos de dois albergues, o Anauê Hostel e o Aju Hostel. 

Recomendo também o Hotel Algas Marinhas, que fica na orla, o Mercure Aracaju Del Mar e o Radisson Hotel Aracaju, que têm a melhor localização da cidade.

Da segunda vez, fiquei no Hotel da Costa e pra quem busca conforto e boa localização, é ideal.

Veja também: Onde ficar em Aracaju: dicas de hotéis, pousadas e praias

Orla do Atalaia

Feira do Turista em Aracaju

Pra quem quer curtir o pós praia, comprar uma lembrancinha pra levar de presente, sentar pra comer ou só curtir e dançar um forró, a Feira do Turista tá ali pra cumprir o papel. Além de lojinhas com artesanato, comidas e lembrancinhas típicas do estado, de quinta a domingo dá pra curtir a noite no forró da Feira do Turista.

O espaço oficialmente abre às 10h, mas algumas lojinhas só começam a funcionar às 16h e fecham às 23h. O local fica na Av. Santos Dumont, 1813, na Orla de Atalaia.

Onde comer na Orla do Atalaia

Não importa como você pretenda passar seu dia, volte para lá para terminá-lo. O restaurante imperdível é o Pitu com Pirão da Eliane, especializado em frutos do mar e com destaque para as moquecas.

Outra opção muito boa nessa área é o Cariri, um bar de forró e casa de shows que tem decoração inspirada no sertão nordestino. N

o bar “O Matuto”, a dica é pra quem não gosta muito de frutos do mar. Esse aí da foto é a Torta de Macaxeira com Carne de sol, imperdível.

Veja também: Onde comer em Aracaju, os melhores restaurantes 

As melhores praias de Aracaju

Eu até peguei um sol nas areias da Praia do Atalaia, mas é preciso ir um pouco mais longe para achar um pedaço de mar e chamá-lo de seu. Os quiosques à beira mar mais próximos do centro estão na Praia Aruana – o Bar e Restaurante Parati é um dos mais famosos.

Dá para ir de ônibus ou de uber/táxi. Um pouco adiante, seguindo sentido Bahia, mas ainda dentro de Aracaju, está a Praia do Mosqueiro, a última da cidade e que fica na foz do Rio Vaza-Barris.

Crôa do Coré e Ilha dos Namorados

O banho mais famoso de Aracaju é mesmo de rio. Cerca de 25 minutos, 40 reais de uber (ou um ônibus urbano) te separam da Orla do Pôr do Sol, que fica no Vaza-Barris.

Vá cedo para lá, já que além de testemunhar o fim do dia, que é lindo, é dali que saem os barcos para a Croa do Goré, um banco de areia que surge no meio do rio durante a maré baixa. Outro passeio de barco disponível ali leva até a Ilha dos Namorados.

Exatamente por isso que o melhor é chegar na Orla do Pôr do sol de manhã, antes da maré alta, passar algumas horas na Croa do Goré e voltar para terra firme para aproveitar o pôr do sol. O melhor dia para fazer esse passeio é sábado, quando há uma feirinha, música ao vivo e a orla está cheia.

Veja também: Orla do pôr do sol: ponto turístico de Aracaju

Orla do Pôr do Sol, em Aracaju

Praia do Saco e Ilha da Sogra

Outro passeio de um dia envolve a Praia do Saco, que fica no município de Estância, a 70 quilômetros de Aracaju e já quase na divisa com a Bahia. Diversas agências de turismo oferecem passeios de bate-volta para lá. Fomos com a TopTur.

O passeio incluiu uma parada, na Lagoa dos Tambaquis e outra parada Ilha da Sogra. Se tiver mais de um dia livre na agenda, dá pra passar um dia inteiro só no Lago dos Tambaquis um restaurante no estilo DayUse, que tem piscina, equipamentos de diversão para crianças e acesso ao lago e aos tambaquis que nadam livres por lá.

Se você tiver carteira, viajar acompanhado e não pretender beber na Praia do Saco, pode valer a pena alugar um veículo só para fazer o passeio – sai um pouco mais caro, mas dá liberdade. 

Nesse texto nós explicamos como reservar seu carro online e garantir o melhor custo/benefício. Fora que assim fica mais fácil parar em outras praias que estão no meio do caminho.

Na Praia do Saco, além do combo pé na areia e olho no mar, dois passeios atraem os turistas. Dá para andar de buggy pelas dunas da região, o que custa R$ 140 para quatro pessoas, e você pode também ir de lancha até Mangue Seco, já na Bahia.

A gente foi e acabou aproveitando um pôr do sol do alto das dunas.

Veja também: Praia do saco: passeio pelo litoral sul de Sergipe

Dunas nos arredores da Praia do Saco

O Centro Histórico de Aracaju e a Zona Norte da cidade

Aracaju está entre dois rios. Ao sul, sentido Bahia e onde está a Orla do Pôr do Sol e a Croa do Goré, fica o Vaza-Barris. Mas a cidade nasceu às margens do Rio Sergipe, onde está o centro histórico e a Colina de Santo Antônio, o marco zero da capital sergipana.

Museu e Largo da Gente Sergipana

Se a Praia do Saco fica com um dia de viagem e a região do Vaza-Barris fica com outro, o terceiro dia é para as atrações da Zona Norte. Saindo cedo da Orla do Atalaia, a primeira parada é no Museu da Gente Sergipana, que tem uma exposição interativa e conta um pouco da cultura, sabores e história do povo de Sergipe.

Confesso que me surpreendi com a qualidade do acervo, que é divertidíssimo e foi pensado pelo curador Marcello Dantas, o mesmo que planejou o Museu da Língua Portuguesa, em São Paulo. A entrada é gratuita, mas a única crítica fica pelo horário de funcionamento, que é limitado: de terça a domingo, das 10h às 15h.

O Largo da Gente Sergipana é o monumento que fica bem do outro lado da rua e retrata um pouco dos povos e tradições do Sergipe.

Museu da Gente Sergipana

Palácio Museu Olímpio Campos e Catedral de Aracaju

Se chegar antes da abertura, tire um tempinho para conhecer a Praça Fausto Cardoso, a três quarteirões do museu.

Ali fica o Palácio Museu Olímpio Campos, antiga sede do Governo do Sergipe e hoje um museu, além de outros órgãos públicos. A Catedral de Aracaju está na Praça Olímpio Campos, atrás do Palácio.

Mercado Central de Aracaju

Saiu do Museu? Caminhe por 15 minutos até o Mercado Antônio Franco, inaugurado em 1926 e que tem várias lojas de artesanato. No terraço do Mercado funcionam alguns restaurantes com vista para o Rio Sergipe.

Se estiver com fome, aproveite para almoçar no Restaurante Caçarola, que tem comida típica por um preço bom. Outros dois mercados fazem parte do complexo: o Thales Ferraz e o Albano Franco. O mercado funciona de segunda a sábado, das 8h às 17h; e domingo, das 8h às 11h30.

Veja também: Mercado Municipal de Aracaju: comida e artesanato

Mercado Antônio Franco, Aracaju 

Colina de Santo Antônio

Do mercado siga para a Colina de Santo Antônio, que está a 1,5 km dali. Além de ter sido o local de fundação de Aracaju, lá fica uma igrejinha simpática. A vista é outro atrativo. 

Parque da Cidade

No local há um pequeno zoológico e preserva uma área de Mata Atlântica. Um teleférico passa por cima do parque e custa R$ 16.

Ao sair dali, comece a voltar para o seu hotel, mas com uma última parada, dessa vez na Orlinha do Bairro Industrial, onde há um centro de artesanato, alguns bares e um mirante às margens do Sergipe e com vista para a Ponte Construtor João Alves.

As linhas  de ônibus 007 e 008 levam do centro até a Zona Norte, mas uma corrida de uber custa entre R$ 25 e R$ 30.

O citytur do pessoal da TopTur engloba as principais paradas citadas nesto post e custa (R$90).

Passeios de bate-volta perto de Aracaju

Cânions do Xingó

Reserve o quarto dia para outro passeio de bate-volta. O Cânion do Xingó fica a 3h30 de estrada e, numa boa, fica melhor com um pernoite em Piranhas, cidade histórica às margens do rio São Francisco que está pertinho da Usina do Xingó e dentro da chamada rota do cangaço.

Mas outros passeios podem ser feitos em apenas um dia, montando base em Aracaju.

Veja também: Piranhas, em Alagoas: o que fazer na terra do Cangaço

Bate e volta em São Cristóvão

Fundada por espanhóis e tomada por holandeses, São Cristóvão hoje é do mundo: foi declarada Patrimônio Mundial pela Unesco, em 2010. O centro histórico da quarta cidade mais antiga do Brasil – são 427 anos – tem casarões, igrejas e ladeiras para ninguém reclamar, além da única Plaza Mayor do Brasil, a Praça São Francisco, feita à moda espanhola.

Há também um Cristo Redentor que é 5 anos mais velho que o do Rio de Janeiro e que está localizado em uma área que é ótima pra quem curte ver um belo pôr do sol. São Cristóvão está a 23 km de Aracaju, no sentido do Vaza-Barris. Dá para ir de ônibus, da Rodoviária.

Laranjeiras, Sergipe 

Já a distância até Laranjeiras, outro bate-volta tradicional, é de 25 km.

Por fim, também dá para ir até o Delta do Rio São Francisco, outro passeio que não fiz. Nesse caso é necessário ir até uma cidade chamada Brejo Grande e de lá pegar uma das embarcações que oferecem o tour.

Todos esses passeios são oferecidos por agências de viagem de Aracaju e tanto São Cristóvão quanto Laranjeiras podem ser feitos por conta própria e de ônibus urbano.

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Rafael Sette Câmara

Sou de Belo Horizonte e cursei Comunicação Social na UFMG. Jornalista, trabalhei em alguns dos principais veículos de comunicação do Brasil, como TV Globo e Editora Abril. Sou cofundador do site 360meridianos e aqui escrevo sobre viagem e turismo desde 2011. Pelo 360, organizei o projeto Origens BR, uma expedição por sítios arqueológicos brasileiros e que virou uma série de reportagens, vídeos no YouTube e também no Travel Box Brazil, canal de TV por assinatura. Dentro do projeto Grandes Viajantes, editei obras raras de literatura de viagem, incluindo livros de Machado de Assis, Mário de Andrade e Júlia Lopes de Almeida. Na literatura, você me encontra nas coletâneas "Micros, Uai" e "Micros-Beagá", da Editora Pangeia; "Crônicas da Quarentena", do Clube de Autores; e "Encontros", livro de crônicas do 360meridianos. Em 2023, publiquei meu primeiro romance, a obra "Dos que vão morrer, aos mortos", da Editora Urutau. Além do 360, também sou cofundador do Onde Comer e Beber, focado em gastronomia, e do Movimento BH a Pé, projeto cultural que organiza caminhadas literárias e lúdicas por Belo Horizonte.

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