O que fazer em Arequipa, Peru? Te garanto uma coisa: o seu encantamento vai começar na Praça de Armas, no centro histórico. Construções seculares, feitas de sillar, pedra branca de origem vulcânica, formam a paisagem, completada pelos próprios vulcões, que de longe vigiam a cidade.
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Apesar de ser a segunda maior cidade do Peru e de estar cheia de atrações, bons restaurantes e mirantes para os vulcões, Arequipa costuma ficar de fora do roteiro do viajante – inclusive o brasileiro – que vai ao Peru.
O motivo é Machu Picchu, que domina as atenções e suspiros e acaba por eclipsar outros lugares incríveis do país. Uma pena.
Quase toda cidade de origem espanhola tem uma Praça de Armas, muitas vezes também chamada de Praça Maior. Eu não fazia ideia disso, mas o objetivo inicial dessas áreas, quase sempre grandes e localizadas no centro das vilas, era servir para a concentração de tropas no caso de um ataque.
Assim, a cidade poderia se organizar e preparar o contra-ataque, enfrentando os invasores. Além disso, as Praças de Armas tem funções melhores em tempos de paz, funcionando como uma espécie de centro da cidade.
Uma boa forma de conhecer o centro histórico de Arequipa é com um tour guiado por um morador local. Olha a dica esperta: nesse link aqui você consegue fazer a reserva para um passeio gratuito pela cidade (gorjetas ao guia são esperadas e apreciadas).
Se preferir um walking tour diferente e mais elaborado, uma opção é o Mistérios e Lendas de Arequipa, que custa R$ 120. Reservas aqui.
A Praça de Armas de Arequipa tem a fama de ser a mais bonita do Peru – certamente é a mais bela que conheci.
Ao redor dela fica Catedral de Arequipa, que está ali desde 1540, ano de fundação da cidade, mas que já foi reconstruída algumas vezes nos últimos séculos, por conta de cinco terremotos e um grande incêndio.
A catedral abre todos os dias, mas fecha entre 12h e 15h30. É cobrada uma taxa de entrada e um museu funciona ao lado da Catedral.
Do outro lado da Praça de Armas fica a Iglesia de la Companhia, templo erguido pela Companhia de Jesus a partir de 1590, também com pedras do vulcão Misti, que fica nos arredores da cidade. Além da igreja, o templo guardava pátios e claustros.
Algumas das áreas externas hoje têm outras funções e é possível encontrar lojinhas de suvenires por ali. A entrada na igreja é de graça, mas há pagamento de taxa (5 soles) para conhecer a Capilla de San Ignacio, apelidada de Capela Sistina de Arequipa.
Pórticos, inclusive no local onde ficava o antigo Cabildo, no período colonial, e fontes, já dentro da Praça, completam a lista de atrações.
Basta caminhar alguns metros, entrando na rua La Merced, para achar o Museu dos Santuários Andinos. Eu não estive nesse museu, mas a visita foi recomendada por praticamente todos os guias com quem conversei durante a viagem.
É lá que fica a múmia de Juanita, uma menina inca que, aos 12 anos, foi sacrificada aos deuses e deixada nas montanhas nevadas ao redor da cidade, há cerca de 500 anos. Preservado pelo frio, o corpo da menina foi reencontrado em 1995 e agora pode ser visto no museu.
A exibição é revezada ao longo do ano com outra múmia, menos famosa, a Palomita. O museu abre de segunda a sábado, entre 9h e 18h, e aos domingos, entre 9h e 15h. A entrada custa 25 soles.
Deixe a Praça de Armas para traz e siga pela Rua Santa Catalina. Em três quarteirões você chegará ao monastério de mesmo nome, apontado em muitas listas, como a do Tripadvisor, como a principal atração da cidade.
Não vou discordar. Inaugurado em 1579, apenas 40 anos depois da fundação de Arequipa, o Monasterio de Santa Catalina chegou a ser moradia para até 500 pessoas ao mesmo tempo, entre freiras enclausuradas e suas servas. Hoje, 20 religiosas vivem ali, num esquema bem menos rígido que em outros tempos, mas ainda de clausura.
O Monastério, que é quase uma cidade dentro do coração de outra cidade, exige algumas horas e disposição para ser visitado, por isso reserve tempo no seu roteiro.
A visitação ocorre todos os dias, a partir das 9h. Tente ir numa terça ou quinta, quando o local fecha às 20h – é incrível ver o pôr do sol mudar as cores do convento. A entrada custa 45 soles.
Se quiser enriquecer ainda mais sua experiência, é possível reservar um tour guiado (espanhol, inglês e, claro, portunhol). Custa R$ 150 e já inclui o ingresso do Monasteiro e também um roteiro pelo centro histórico.
Veja também: Como é a visita ao Monasterio de Santa Catalina, em Arequipa
Monastério de Santa Catalina
Com formato cônico e 5822 metros, Misti é o mais famoso dos vulcões que cercam Arequipa. Além dele, a paisagem arequipenha não seria a mesma sem o Chachani, que passa dos 6 mil metros, e Pichu Pichu, um vulcão extinto. Com tantos picos nevados ao redor da cidade, é claro que não faltam mirantes por ali.
Nosso roteiro incluiu dois, o Carmen Alto, meu favorito, e o Yanahuara, que fica ao redor de uma praça histórica. O Carmen Alto está a seis quilômetros do centro da cidade e tem uma lanchonete. E a vista espetacular da foto abaixo.
Como os mirantes estão afastados do centro, a melhor forma de se locomover é contratando um transfer. Você também pode ir de ônibus, o que dará mais trabalho, ou de táxi. Esse tour de quatro horas pelos mirantes de Arequipa custa cerca de R$ 180.
Já o Mirante de Yanahuara fica num dos 29 distritos de Arequipa, sendo um dos mais antigos da cidade. Fica a apenas dois quilômetros do centro e, assim como algumas das construções da Praça de Armas, está cheio de casas feitas de sillar e uma igreja erguida em 1750, num estilo que ficou conhecido como barroco andino ou mestizo.
A Mansão do Fundador guarda a história da ocupação da região, na época de Don Manuel Garcí de Carbajal e da criação de Arequipa. O prédio, que estava em ruínas, foi reformado e transformado em museu na década de 1980.
Fica a 20 minutos do centro histórico e costuma ser visitada em tours organizados por agências locais. Eu fui, achei interessante, mas não acho que seja uma visita indispensável.
Outro passeio alternativo envolve visitar as pedreiras ao redor da cidade, onde centenas de pessoas trabalham, até os dias de hoje, na produção do sillar, a tal pedra vulcânica que foi usada na construção de Arequipa.
Em 2014, a técnica de trabalho nas pedreiras de sillar, que não mudou nos últimos 400 anos, foi declarada Patrimônio Cultural Imaterial do Peru. Eu fiz esse passeio e recomendo bastante – tem duração de cinco horas, guias que falam espanhol, inglês e portunhol e transfer de ida e volta do seu hotel. Custa em torno de R$ 60 por pessoa. Reserve aqui.
Outra alternativa interessante combina a Rota do Sillar com o Cânion de Culebrillas. Esse roteiro custa R$ 200 por pessoa. Reserve aqui.
Por fim, também dá para combinar o roteiro pelas pedreiras com uma visita às águas termais de Yura, uma programação de seis horas e que custa R$ 250. Reserve aqui.
Veja também: A vida nas pedreiras e a Rota do Sillar, no Peru
O Mercado de San Camilo está localizado no centro histórico de Arequipa e pertinho da Plaza de Armas. Ele ocupa o lugar onde antes havia um templo, destruído por um terremoto. Em 1938, veio o mercado, que vende alimentos diversos e artesanato local. Funciona das 6h às 19h.
O Convento de Santa Teresa foi fundado em 1710 e até hoje serve de morada para freiras carmelitas. Tem um museu que guarda um dos maiores acervos de arte colonial do Peru. A entrada custa 20 soles e o convento está a 900 metros da Plaza de Armas.
Mario Vargas Llosa, Prêmio Nobel de Literatura, nasceu e viveu em Arequipa. A antiga casa de sua família é hoje um museu dedicado ao escritor.
A exposição conta com vídeos gravados pelo autor e que são exibidos em forma de holograma, além de muitos objetos particulares. Saiba mais no texto sobre o museu Vargas Lhosa.
O pisco, bebida alcoólica feita a partir da uva, é um símbolo do Peru. Em Arequipa, é possível fazer um tour guiado com foco no pisco. O passeio dura quatro horas, inclui degustação de pisco e custa R$ 170. Reservas aqui.
Além de conhecer a cidade, Arequipa serve de base para viajar por outras partes do Peru.
O Vale do Colca guarda um dos mais profundos cânions do mundo e fica a 160 quilômetros ao sul da cidade. Esse é um dos segredos mais bem guardados do Peru, uma região linda e cheia de vilas seculares.
Muita gente faz o bate-volta, mas o mais recomendado é uma excursão de dois dias (e com um pernoite). Um pacote assim, com transporte, hotel e café da manhã, custa cerca de R$ 250.
Com quase seis mil metros, o Misti paira sobre Arequipa. E você pode fazer bem mais do que apenas vê-lo a partir da Praça das Armas ou dos vários mirantes da cidade. É possível fazer uma excursão de dois dias, paisagens incríveis e noite no acampamento base. Custa R$ 600, mas é o tipo de experiência que deixa muitas histórias para contar. Saiba mais aqui.
Na mesma linha do passeio do pisco, mas mais complexo, é o tour pelo Vale de Majes, que fica próximo de Arequipa. O passeio dura um dia inteiro e inclui degustação de vinhos e piscos. Reservas aqui.
A melhor forma de chegar em Arequipa é de avião. Lima está a mais de mil quilômetros de distância e Cusco está a 500 km.
Arequipa está a 300 km de Puno, às margens do Lago Titicaca. No meio do caminho entre as duas cidades está o Vale do Colca.
Se você pretende incluir o Vale do Colca e Puno em seu roteiro, tá aqui outra dica fantástica: contrate um tour que te pega em Arequipa, passa pelo Vale do Colca e pelas termais de Chacapi e termina em Puno.
O roteiro completo leva 17 horas e é feito em ônibus turístico, com várias paradas para alimentação. Custa R$ 300 por pessoa e é uma das experiências mais reservadas de Arequipa. Saiba mais aqui.
Fique no centro histórico e faça quase tudo a pé. Para os passeios mais afastados e em outras cidades pode ser interessante contratar uma agência de turismo.
Para pessoas com dificuldade de locomoção, uma alternativa é conhecer Arequipa a partir de um daqueles ônibus turísticos. O passeio dura quatro horas e custa R$ 90. Reservas aqui.
Um transfer do centro de Arequipa para o aeroporto custa, em média, R$ 70. Reservas aqui.
Fique dois ou três dias para conhecer os principais pontos turísticos da cidade. Se tiver mais tempo, já dá para usar Arequipa e base para conhecer outras atrações da região, como as listadas acima.
O seguro viagem não é obrigatório para passar pela imigração do Peru, mas certamente é essencial para a viagem.
É muito mais que uma burocracia: o seguro te protege em caso de emergências médicas ou mesmo de perrengues de viagem, como um voo cancelado ou uma mala desaparecida.
Um bom seguro não costuma pesar num orçamento. Sobre isso, leia o texto como escolher o melhor seguro viagem para a América do Sul.
Não tem o menor sentido viajar sem internet. Se você estiver conectado o tempo todo, ficará mais fácil se locomover, se comunicar num idioma que você não fala, pedir um carro de aplicativo e conseguir informações sobre o destino turístico – fora a facilidade de falar com sua família.
O problema é que a maioria dos planos de telefonia não incluem viagens ao exterior. Ou, pior, cobram taxas altísstimas. A saída é contratar, ainda no Brasil, um chip de viagem internacional. Listamos duas opções:
Há algum prato típico em Arequipa que eu deveria experimentar? Sim! É o Rocoto Relleno, pimentão recheado com carne, cebola, ovo, queijo e outros ingredientes.
Arequipa é segura para os turistas? Sim, Arequipa é uma cidade segura, mas é sempre bom tomar precauções contra furtos e permanecer atento, em especial em lugares lotados ou à noite.
Qual é a melhor época para visitar Arequipa? A dica vale não só para Arequipa, mas para o Peru como um todo: se possível, evite a estação chuvosa, que vai de dezembro a março. Mas o impacto de viajar nessa época é sentido mesmo em lugares como Machu Picchu – e menos nas grandes cidades.
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Eu também adorei Arequipa. É muito mais do que apenas o Canion del Colca e a belíssima plaza de armas. Uma cidade linda e limpa, com museus e igrejas dignas de destaque, além de ótimos restaurantes.
Amo Arequipa. Só tenho uma dica do que NÃO fazer: comer ceviche.
Aprendi sofrendo que não se come ceviche onde não se vê o mar.